Apesar de não saber dirigir um balão, Tales conseguiu mantê-lo no alto e indo em direção ao deserto Kaahfes. Temia que não chegássemos a tempo e que Leone já tivesse feito o seu pedido. Tentei evitar qualquer pensamento negativo. Não era exatamente o momento pra isso.
– Neandro? – perguntei – Como funciona exatamente esse cristal?
– Não há nenhum mistério, basta você juntar os cristais e
Minha cabeça doía demais. Meu corpo parecia estar entorpecido e sentia que não me mexia por semanas. Não estava muito errada.– Vejam! – uma voz feminina estava muito emocionada. Parecia bastante a voz da minha mãe – Ela parece estar acordando! Sim, está acordando! – É mesmo! – era a voz de Camila – Ela está abrindo os olhos.
– Pobre garota magrela! – uma mulher gorda dizia.– Para você ver, mesmo tendo aqueles cabelos pretos longos e belíssimos ela realmente não tem sorte nenhuma na vida! – desta vez era uma senhora com um gato – um de muitos, acredito.– Quer uma ajuda? – um homem com cara de executivo se ofereceu para me ajudar. Dentro o castelo era ainda mais deslumbrante e enorme do que pelo lado de fora. O piso branco com detalhes pretos quase cegava de tanto que brilhava. Tapetes belíssimos espelhados em cantos estratégicos e mais bandeiras na entrada de outra porta imensa. Desta vez reparei melhor na bandeira, havia o mesmo desenho da caixa. Coloquei a mão, com certa dificuldade por causa das algemas, em minha mochila e senti algo além dos meus cadernos. – O que está fazendo? – desta vez ele não gritou comigo. Assim que sai do banho – e me levantado do tombo por causa do chão molhado – me deitei imediatamente na cama. Usei a mesma roupa, pelo menos ela era minha e não teria nenhum problema se eu a usasse.Fiquei fitando o teto. Ele não era tão bonito quanto o resto do castelo. Era um tanto quanto normal, não havia enfeites, nem detalhes especiais que o chamassem atenção, apenas o lustre – enorme – pendurado no centro.Estava quase do02. O Castelo, O Rei e o Quarto
03. O Colar de Rubi
Cavalgar com Alexis – da forma correta – até que não era ruim. Ele sabia comandar muito bem seu cavalo e a viagem foi quase uma experiência relaxante.A primeira coisa que notei quando os portões se abriram foi a belíssima paisagem.A estrada que levava até a cidade era formada por pequenas pedras redondas que pareciam ter sido coladas ali. Havia arbustos e árvores, e algumas flores também e um banco feito de madeira.
Senti alguém me abraçando e voltei a lembrar que não estava sozinha. A moça estava ajoelhada, segurando meus ombros e encostando minha cabeça em seu colo. Só então percebi que estava no chão. – Não fique constrangida, eu já o conheço há muito tempo! – a moça parecia entender exatamente o que eu estava sentindo. – Acho que nem tivemos a oportunidade de nos apresentarmos? Meu nome é Lifa! Meu despertar no dia seguinte não foi muito diferente do dia anterior. Acho que ainda demoraria um pouco para me acostumar de que não estou mais em casa. O café da manhã foi tão saboroso quanto o da manhã anterior – talvez até mais – e eu começava a me apegar aquela casa como se fosse minha, mesmo estando há tão pouco tempo nela. – Beatriz? – Lifa me chamava com a delicadeza de uma rainha – Venha, p06. O Cristal de Damares
Corremos direto para a cozinha. Lifa estava estirada no chão, com uma jarra de porcelana quebrada ao seu lado. Tanto eu quanto Neandro estávamos apavorados. Neandro a pegou no colo e colocou em sua cama. Ele pediu para que eu trouxesse um copo d'água. Corri imediatamente, tropecei em meus pés com a pressa e peguei o jarro que estava em cima da mesa, quase furei meu pé com os cacos. Antes de sair da cozinha, tive que voltar novamente, o jarro era de leite. Peguei