Levamos o rapaz até a praça e o colocamos sentado em cima de um banco. Precisávamos saber exatamente o que aquele rapaz queria com Leone e – principalmente – se ele sabia algo sobre como encontrá-lo.
– Ei, acorde! – eu disse dando uns tapas de leve em seu rosto. – Será que ele está morto?
– Acho que não. – Neandro levantou uma sobrancelha – Ainda está respirando.
Não era de se espantar que no dia seguinte eu estivesse um caco – tanto emocional, quanto físico – depois de uma noite como aquela. Tentei não pensar muito no que havia acontecido, mas era impossível. Queria fazer as pazes com Alexis, mas ainda temia qualquer coisa que ele poderia vir a dizer para mim.Sai do quarto e fui para o imenso quintal que havia nos fundos da mansão. Na verdade aquilo não era um quintal, muito menos o que eu entendo de fundo de casas, aquilo era quase um pequeno parque aquático. Acordei bem cedo e muito cansada. Eu havia desmaiado e não sabia explicar exatamente o motivo. Melhor, o motivo eu sabia – invadi as lembranças de Nicardo –, só não sabia por que isso havia me feito desmaiar.O dia começava a clarear. Os seres não haviam dormido – acredito que nem façam isso – e começavam a subir para as árvores. Provavelmente não iria demorar muito para o dragão sair em busca de comida. – Como assim presos? – Tales gritou. – Estão todos presos por crime de sequestro! – um dos homens disse. – Que sequestro? – Tales ria – Isso é pegadinha? – Algemem todos! – o homem que estava na frente da porta ordenou. Apesar de não saber dirigir um balão, Tales conseguiu mantê-lo no alto e indo em direção ao deserto Kaahfes. Temia que não chegássemos a tempo e que Leone já tivesse feito o seu pedido. Tentei evitar qualquer pensamento negativo. Não era exatamente o momento pra isso.– Neandro? – perguntei – Como funciona exatamente esse cristal? – Não há nenhum mistério, basta você juntar os cristais e22. O Chá, O Templo e o Dragão
23. Presos & Fugitivos
24. De Volta Para Casa
Minha cabeça doía demais. Meu corpo parecia estar entorpecido e sentia que não me mexia por semanas. Não estava muito errada.– Vejam! – uma voz feminina estava muito emocionada. Parecia bastante a voz da minha mãe – Ela parece estar acordando! Sim, está acordando! – É mesmo! – era a voz de Camila – Ela está abrindo os olhos.
– Pobre garota magrela! – uma mulher gorda dizia.– Para você ver, mesmo tendo aqueles cabelos pretos longos e belíssimos ela realmente não tem sorte nenhuma na vida! – desta vez era uma senhora com um gato – um de muitos, acredito.– Quer uma ajuda? – um homem com cara de executivo se ofereceu para me ajudar. Dentro o castelo era ainda mais deslumbrante e enorme do que pelo lado de fora. O piso branco com detalhes pretos quase cegava de tanto que brilhava. Tapetes belíssimos espelhados em cantos estratégicos e mais bandeiras na entrada de outra porta imensa. Desta vez reparei melhor na bandeira, havia o mesmo desenho da caixa. Coloquei a mão, com certa dificuldade por causa das algemas, em minha mochila e senti algo além dos meus cadernos. – O que está fazendo? – desta vez ele não gritou comigo. Assim que sai do banho – e me levantado do tombo por causa do chão molhado – me deitei imediatamente na cama. Usei a mesma roupa, pelo menos ela era minha e não teria nenhum problema se eu a usasse.Fiquei fitando o teto. Ele não era tão bonito quanto o resto do castelo. Era um tanto quanto normal, não havia enfeites, nem detalhes especiais que o chamassem atenção, apenas o lustre – enorme – pendurado no centro.Estava quase do02. O Castelo, O Rei e o Quarto
03. O Colar de Rubi