Alec devia estar em seu vigésimo sono, quando uma empregada abriu as cortinas da janela, fazendo com que a claridade do final de verão, invadisse o quarto dele.— Fecha isso!— Desculpe, senhor. Seu pai pediu para acordá-lo.Alec empurra as cobertas e se senta na cama, encarando a velha e tímida empregada.— Meu pai? — ela afirma com a cabeça. — Mas ele não tinha viajado?— Chegou agora pouco e pediu para que você se junte ao café com ele.— Eu já vou.Assim que a empregada sai, deixando Alec sozinho, ele joga as pernas para fora da cama e percebe que seu celular está com a luz de notificação piscando. Alec pega o aparelho e lê a mensagem de seu motorista.O garoto nunca mais será um problema. Aquela simples, mas aterrorizante frase, deixa Alec revigorado. Ele saiu da cama e esticou os braços, sendo capaz de escutar alguns ossos estalarem. Ao ir para o banheiro, Alec encara sua imagem no espelho e repara em um pingo de sangue no pescoço. Apesar de ter se lavado bem na noite passada,
Evangeline tentava continuar dormindo, mas as risadinhas de Felippa tornavam aquela missão impossível. — Você não poderia rir mais baixo? — ela questiona, tentando tampar os ouvidos com outro travesseiro. — Achei que não tínhamos segredos uma com a outra. — Não temos. — Evie abandona o travesseiro e se senta, encontrando Felippa com seu celular em mãos. — O que... aconteceu? Felippa balançou os longos e lisos cabelos castanhos, ao mesmo tempo que sacudia o celular no ar. — Alec Castello? Evangeline arregala os olhos e salta para cima da sua amiga, arrancando o celular da mão dela. Evie lê a mensagem que ele enviou e em seguida a resposta dada por Felippa. — Está rolando um romance entre você e o ricaço? — Felippa questiona, se virando para encarar Evie. — E por que não me contou? — Não está rolando nada entre mim e Alec. Felippa cruza os braços, estreita os lábios e ergue uma sobrancelha, sem acreditar no que Evangeline tinha acabado de dizer. — Quer enganar logo a mim?
Alec estava extremamente ansioso. Ele estava diante da enorme escadaria, que era caminho para diversas pessoas chegarem ao belíssimo teatro. Suas mãos estavam nos bolsos da calça, em uma tentativa falha de fazer com que parassem de suar. Ele olha para a frente, no exato momento em que Howard estaciona com o carro. Ele observa o motorista deixar o carro e dar a volta para abrir a porta. Evangeline deixa o veículo, segurando a barra do vestido para que não enganche no salto. Alec se aproxima, tentando recuperar o folego que perdeu ao vê-la ali. — Uau... — ele murmura, olhando-a de cima a baixo, sem pudor nenhum. Seu olhar demora alguns segundos a mais na boca de Evangeline, que estava ainda mais convidativa, com aquele batom vermelho. — Você está deslumbrante. Ela se sente estranhamente feliz com aquele elogio. Evangeline encarava Alec, pensando exatamente o mesmo sobre ele. Ela pouco conhecia de smokings chiques, mas achava que ele não podia ter escolhido um mais bonito para aquel
Quando o primeiro ato acabou, Evangeline enxugou as lagrimas que insistia em cair. Ela ficou vidrada durante toda a apresentação e se sentiu extremamente emocionada com a voz da solista. Alec por outro lado, não ligava para o que acontecia naquele palco. Ele só se sentia ficando cada minuto mais apaixonado, pela simplicidade que Evangeline emitia. Ele não conseguia acreditar que existia alguém tão puro quanto ela. Quando notou que ela chorava, ele se viu ainda mais intrigado. — Acabou? — ela pergunta, quando as cortinas se fecham. — Não. Esse foi apenas o primeiro ato. Tem mais quatro. — Oh... eu vou ao banheiro. — Evie se levanta e agarra na pequena bolsa. — Não demoro. Alec faz um breve aceno e Evangeline se afasta, mas não sem receber uma olhada profunda de Dominique. — Jeitosinha ela, não é? — Dominique comenta, fingindo ajeitar seu decote exagerado. Alec fecha os olhos, tentando ignorar o comentário não solicitado e respira fundo algumas vezes. — Mas aquelas bijuterias... e
Evangeline já tinha devorado um taco inteiro, sem pensar em quem estava a assistindo comer. E era exatamente isso que Alec fazia, ele a assistia comer. Eles estavam sentados em uma cadeira de madeira, que toda hora se balançava, devido o buraco que tinha na calçada. Ele observava Evangeline comer aquela massa crocante, com o recheio duvidoso que escorria pelos seus dedos. — Alec, come! — ela pede, largando o pedaço que ainda restava do taco de carne assada que ela comia. — Eu juro, que é uma delícia. — Eu não estou com fome. Pode ficar despreocupada. Evangeline não aceita aquela resposta. Na verdade, ela achava inadmissível alguém não gostar de tacos. Ainda mais sem ter o prazer de provar primeiro. — Tive uma ideia. — diz, molhando uma batata chips no creme de guacamole. — Se você experimentar, eu o deixo saber qualquer coisa sobre mim. O que quiser. Alec pondera. Ele poderia descobrir o que quer que fosse sobre aquela garota, em um piscar de olhos. O que mais ele possuía, era
Após horas de conversa a fio, onde Alec conseguiu ficar ainda mais apaixonado por Evangeline, ela decide que é hora de ir para casa. Nenhum deles havia percebido, mas já passava da meia noite. — Por isso que me sinto cansada. — Evangeline comenta, quando já estão no carro. — Nem percebi a hora passando. — Sinal de que essa noite foi boa. Alec e Howard trocam um olhar pelo retrovisor. O motorista sorriu, mas a garota não foi capaz de ver. — É. — Evie concorda. — Foi uma noite boa. Quando o carro estaciona em frente ao campo de trailers, Evangeline olha pela janela e solta um suspiro triste. A noite tinha sido extremamente agradável e ela não queria finalizá-la encontrando sua mãe e brigando com ela novamente. — Melhor eu ir. — ela diz, colocando uma mão na porta. — Obrigada por essa noite, Alec. Eu adorei. — Eu que preciso agradecer. Principalmente por ter me tirado de perto da... — Alec fecha os olhos e balança a cabeça. Ele quer evitar falar de sua mãe. — Enfim... Eles troc
Quando Evangeline acordou, ela estava sozinha no trailer de Felippa. Seus pais foram trabalhar e pela quantidade de biquinis e maios que estavam pelo chão do quarto, Evangeline imaginou que sua melhor amiga tivesse ido para a piscina pública. Então depois de comer as sobras da refeição que tinha feito com Alec, Evie decidiu arrumar o lugar. A família de Felippa era organizada, o problema era a garota. Ela provocava um furacão em todo lugar que passava. Uma vez que tudo estava em seu lugar, Evangeline voltou a se deitar e colocou algumas músicas para tocar. Ela se deu conta de que ainda não tinha notícias sobre Ruby, desde que se beijaram pela primeira vez. Evie tenta então ligar, mas como das outras vezes, a mensagem eletrônica diz que aquele número não existe. Ouvindo uma música triste, Evangeline começa a chorar. Ela relembrava o beijo que deram e em seguida a mensagem eletrônica, de quando ligava para ele. Ela só conseguia pensar que devia ter algo errado, pois era mais uma pes
Depois de dizer ao seu pai como se sentia em relação a Evangeline, Alec voltou para o seu quarto e trocou o moletom por um terno de alta costura. Ele teria um dia cheio e já se sentia cansado antes mesmo de sair de casa. Então após se vestir, ele desceu a procura de seu pai. — Blake não está se sentindo muito bem. — Dominique aparece, quando escuta o filho perguntar pelo pai, a uma das empregadas. — Foi se deitar. — O que ele tem? — Apenas uma indisposição. Não precisa se preocupar. — Entendi. — Alec murmura, retirando o celular do bolso. — Então irei sozinho. — Alec... — Dominique segura o braço dele. — eu preciso dizer. Não me sinto bem com você seguindo os passos do seu pai. Não devia ser assim. — Não acho que isso seja da sua conta, mas o que eu poderia fazer, Dominique? Blake me treina para isso desde a infância. Sabe disso. Você permitiu! — Eu sei dos meus erros, Alec. Só esperava que você fosse... mais firme. Lutasse pelo que quer realmente fazer. Alec riu. Pelo fato