Quando o primeiro ato acabou, Evangeline enxugou as lagrimas que insistia em cair. Ela ficou vidrada durante toda a apresentação e se sentiu extremamente emocionada com a voz da solista. Alec por outro lado, não ligava para o que acontecia naquele palco. Ele só se sentia ficando cada minuto mais apaixonado, pela simplicidade que Evangeline emitia. Ele não conseguia acreditar que existia alguém tão puro quanto ela. Quando notou que ela chorava, ele se viu ainda mais intrigado. — Acabou? — ela pergunta, quando as cortinas se fecham. — Não. Esse foi apenas o primeiro ato. Tem mais quatro. — Oh... eu vou ao banheiro. — Evie se levanta e agarra na pequena bolsa. — Não demoro. Alec faz um breve aceno e Evangeline se afasta, mas não sem receber uma olhada profunda de Dominique. — Jeitosinha ela, não é? — Dominique comenta, fingindo ajeitar seu decote exagerado. Alec fecha os olhos, tentando ignorar o comentário não solicitado e respira fundo algumas vezes. — Mas aquelas bijuterias... e
Evangeline já tinha devorado um taco inteiro, sem pensar em quem estava a assistindo comer. E era exatamente isso que Alec fazia, ele a assistia comer. Eles estavam sentados em uma cadeira de madeira, que toda hora se balançava, devido o buraco que tinha na calçada. Ele observava Evangeline comer aquela massa crocante, com o recheio duvidoso que escorria pelos seus dedos. — Alec, come! — ela pede, largando o pedaço que ainda restava do taco de carne assada que ela comia. — Eu juro, que é uma delícia. — Eu não estou com fome. Pode ficar despreocupada. Evangeline não aceita aquela resposta. Na verdade, ela achava inadmissível alguém não gostar de tacos. Ainda mais sem ter o prazer de provar primeiro. — Tive uma ideia. — diz, molhando uma batata chips no creme de guacamole. — Se você experimentar, eu o deixo saber qualquer coisa sobre mim. O que quiser. Alec pondera. Ele poderia descobrir o que quer que fosse sobre aquela garota, em um piscar de olhos. O que mais ele possuía, era
Após horas de conversa a fio, onde Alec conseguiu ficar ainda mais apaixonado por Evangeline, ela decide que é hora de ir para casa. Nenhum deles havia percebido, mas já passava da meia noite. — Por isso que me sinto cansada. — Evangeline comenta, quando já estão no carro. — Nem percebi a hora passando. — Sinal de que essa noite foi boa. Alec e Howard trocam um olhar pelo retrovisor. O motorista sorriu, mas a garota não foi capaz de ver. — É. — Evie concorda. — Foi uma noite boa. Quando o carro estaciona em frente ao campo de trailers, Evangeline olha pela janela e solta um suspiro triste. A noite tinha sido extremamente agradável e ela não queria finalizá-la encontrando sua mãe e brigando com ela novamente. — Melhor eu ir. — ela diz, colocando uma mão na porta. — Obrigada por essa noite, Alec. Eu adorei. — Eu que preciso agradecer. Principalmente por ter me tirado de perto da... — Alec fecha os olhos e balança a cabeça. Ele quer evitar falar de sua mãe. — Enfim... Eles troc
Quando Evangeline acordou, ela estava sozinha no trailer de Felippa. Seus pais foram trabalhar e pela quantidade de biquinis e maios que estavam pelo chão do quarto, Evangeline imaginou que sua melhor amiga tivesse ido para a piscina pública. Então depois de comer as sobras da refeição que tinha feito com Alec, Evie decidiu arrumar o lugar. A família de Felippa era organizada, o problema era a garota. Ela provocava um furacão em todo lugar que passava. Uma vez que tudo estava em seu lugar, Evangeline voltou a se deitar e colocou algumas músicas para tocar. Ela se deu conta de que ainda não tinha notícias sobre Ruby, desde que se beijaram pela primeira vez. Evie tenta então ligar, mas como das outras vezes, a mensagem eletrônica diz que aquele número não existe. Ouvindo uma música triste, Evangeline começa a chorar. Ela relembrava o beijo que deram e em seguida a mensagem eletrônica, de quando ligava para ele. Ela só conseguia pensar que devia ter algo errado, pois era mais uma pes
Depois de dizer ao seu pai como se sentia em relação a Evangeline, Alec voltou para o seu quarto e trocou o moletom por um terno de alta costura. Ele teria um dia cheio e já se sentia cansado antes mesmo de sair de casa. Então após se vestir, ele desceu a procura de seu pai. — Blake não está se sentindo muito bem. — Dominique aparece, quando escuta o filho perguntar pelo pai, a uma das empregadas. — Foi se deitar. — O que ele tem? — Apenas uma indisposição. Não precisa se preocupar. — Entendi. — Alec murmura, retirando o celular do bolso. — Então irei sozinho. — Alec... — Dominique segura o braço dele. — eu preciso dizer. Não me sinto bem com você seguindo os passos do seu pai. Não devia ser assim. — Não acho que isso seja da sua conta, mas o que eu poderia fazer, Dominique? Blake me treina para isso desde a infância. Sabe disso. Você permitiu! — Eu sei dos meus erros, Alec. Só esperava que você fosse... mais firme. Lutasse pelo que quer realmente fazer. Alec riu. Pelo fato
As batidas frenéticas na porta do trailer de Felippa, não cessavam. Evangeline se levantou da cama com pressa e entrou no pequeno banheiro, enquanto sua amiga ia até a porta. — Será que você poderia parar de bater? Está enchendo o saco já. — Eu quero falar com ela! — Leah, já falei que Evangeline não está aqui! Que inferno. — Eu a vi entrar aqui! — Leah tenta entrar, mas Felippa desce o degrau e a impede. — Ela é minha filha. Tem que me ouvir. — Se você continuar batendo na minha porta desse jeito, vou ignorar que é mãe da minha melhor amiga e vou ser violenta! Leah era magra e fraca, devido ao uso de tanta droga e bebida. Ela tinha total noção de que não aguentaria um soco de qualquer pessoa. Menos ainda de uma garota raivosa. — Avise a Evangeline, que eu não vou desistir! Leah caminha pesadamente de volta para o seu trailer. Felippa só retorna para o seu, quando tem certeza de que Leah não voltará. — Meu Deus! — Evie murmura, saindo do banheiro. — Ela vai me enlouquecer. —
— Boliche? Evangeline olha para o imenso letreiro piscante, com o mesmo preconceito com que Alec olhara para os tacos. — Esse é o seu lugar favorito? — Eu costumava vir aqui com a minha irmã, quando éramos crianças. — Não sabia que você tinha uma irmã. — Evangeline o olha, enquanto ele ainda contempla o letreiro, tendo lembranças o consumindo. — Nós não somos próximos. Vamos entrar? Evangeline detestava boliche. Ela odiava toda aquela gritaria, cheiro de álcool e sapatos compartilhados. Mas ela olha para Alec e lembra do esforço que ele fez para experimentar algo que ela gostava. Evangeline não devia se importar com aquilo, já que ele não era ninguém importante para ela, mas... — Vamos. Alec já havia retirado o paletó e deixou no carro. Ele entra no estabelecimento, arregaçando as mangas de sua longa blusa e vai até o balcão de sapatos. — Alec... — Evie segura em seu braço e o puxa para trás. — eu não me sinto confortável em calçar o sapato que outras pessoas usaram... não m
Depois de Alec fazer mais alguns strikes e Evangeline errar todas as bolas, ele decide levá-la para casa. Ela olhava pela janela, pensando no arrepio que sentiu, ao ter Alec tocando seus braços. Até outro dia, Evangeline tinha repulsa ao lembrar do rosto de Alec e agora ela se arrepiava ao lembrar do arrepio. Alec por sua vez, encarava o celular com bastante estranheza. Um número privado, ligava insistentemente. Por mais que ele negasse ou evitasse atender, a ligação persistia. — Você acha que consigo conversar com seus vizinhos quando? — Alec questiona, rejeitando a ligação mais uma vez. — Não tenho certeza... acho que eu e Felippa podemos falar com todos amanhã. E talvez na sexta... é. Sexta eu acho que seja uma boa data para todos. Depois de rejeitar diversas ligações, chega uma mensagem no celular de Alec. Ele a lê com o semblante furioso e segura o aparelho com mais força, para não o jogar longe. — Está tudo bem? — Evie pergunta, ao notar a aparente irritação em Alec. — Não