[KILLIAN WHITE]
Depois de procastinar na cama, tomei um banho demorado e me arrumei para começar o dia.Então desci para tomar o café da manhã. Coisa que quase nunca faço. Mas hoje com toda certeza, precisarei de um pouco de cafeína.Suspirei quando cheguei a mesa e vi apenas mamãe e Ethan tomando o café da manhã.Então meu pai já estaria na empresa nos esperando. Que ótimo.— Bom dia, filho. — minha mãe cumprimenta.— Bom dia, mãe. — sentando na mesa e me servindo de um café forte, respondo.— Noite difícil, Ethan? — pergunto ao meu irmão, Ethan, ao notar ele com uma grande garrafa de água em mãos.— Depois da cagada de ontem, acho que eu precisava de umas e outras.— Olha a boca, Ethan!Aperto a xícara em minhas mãos ao pensar que ainda terei que enfrentar o meu pai por causa da última missão.Porra! Eu estava fodido.— O pai de vocês não estava nem um pouco contente, quando saiu hoje pela manhã — minha mãe diz. E pelo tom, acho que estou mais do que fodido. — Tentei convencê-lo de que você agiu certo, Kill, mas não adiantou.— Nem em um milhão de anos eu vou me arrepender de ter feito o que eu fiz.Levo a xícara a boca e tomo um longo gole do café.— Eu sei. E você agiu certo, filho. — ela deposita uma mão em cima da minha. — Você é um homem bom, tenho orgulho disso.Sorrio para ele em agradecimento.— Nossa, isso está me dando mais dor de cabeça ainda. — Ethan diz, revirando os olhos.Olivia tira as mãos das minhas e sorri para Ethan.— Ah, está com ciúmes, meu amor? Você também é um homem bom. Não precisa ficar assim.— Eu? —pergunta.E eu rio, pois pela cara dele, já sei que vai dizer algo para sacanea-lá.— Ah, mamãe, acho que você não diria isso se soubesse o que eu fiz com aquelas pobres garotas ontem...— ETHAN! — ela o repreende. Totalmente chocada. Ou inojada. Não sei. — Arrrg! Não precisava dessa visão no café da manhã.Ela balança a cabeça. E toma do seu café, antes de dizer:— Você deveria se casar e me dar netinhos. Na verdade, vocês dois me decepcionam nesse quesito.Rimos. Já acostumados com nossa mãe pedindo para que tenhamos muitos filhos. Sendo que nenhum de nós dois ao menos somos casados. E nem temos a pretensão em nos amarrarmos a alguém.— Deus me livre! Nem por um decreto!— Ainda bem que nasci no tempo antigo. Deus me livre desses homens de hoje em dia, que só pensam com a cabeça de baixo.Ela revira os olhos, frustrada. Nos fazendo rir novamente.— Você deveria ter feito uma filha, quem sabe ela não se casaria logo e te daria netos. —digo.— Vocês dois já me dão preocupações de mais. Se tivesse mais uma filha para me preocupar, teria que viver a base de remédios.Nós três rimos. E por um momento esqueço a tensão que estava minutos antes. O que não dura muito, já que Olivia diz:— Agora andem, vocês tem uma reunião com o pai de vocês.O clima de repente fica tenso novamente.— E se eu disser que estou doente? Talvez...Eu o corto.— Com essa cara de que bebeu todas noite passada? Você acha mesmo que conseguiria enganá-lo? —rio.— Vocês não estão indo para a forca, meninos. É apenas o pai de vocês. Não se preocupam atoa.— Fala isso porque com a senhora ele é só sorrisos. Agora veja como ele fala com a gente no serviço. —Ethan diz.Nosso pai é o homem mais rigoroso que existe quando o assunto é trabalho. Pois ele construiu e alavancou a White Security do zero, sem ajuda, sem dinheiro. Apenas com o esforço e inteligência.Então ele não admite erros. Mesmo que seja erros de seus filhos. Na verdade ele disse uma vez: "Vocês mais do que todos, devem dar o bom exemplo. Então façam as coisas direito."Desde que entramos na adolescência estamos juntos com ele, aprendemos tudo o que poderíamos aprender. E isso nos deu o título de elites.Somos considerados os melhores guardas-costas de todo país. Só gente importante, bilionários e elite, nos contratam. Temos o luxo de escolher com quem trabalhar. E nenhuma missão é impossível para nossa empresa.De repente, um celular toca.Minha mãe olha no visor e diz:— Seu pai está ligando.Ela pega o telefone e me entrega. Já sabendo que com toda certeza, é para saber o porque não chegamos a empresa ainda.Então pego o celular.— Pai?— Já viu que horas são? —ele diz, nervoso. — Por que você e seu irmão ainda não estão na empresa?— Chegaremos aí em alguns minutos.— Seja rápido. Precisamos conversar. —ele suspira. — E além do mais, estou aguardando suas desculpas, e já adianto que elas devem ser convincentes.E desligou... Oque significava que eu não iria gostar nada da nossa conversa.Meu pai raramente perde o controle quando se trata dos filhos, mesmo sendo rigoroso. E eu tenho um orgulho imenso em relação a ele.Walter White, ou Sr. Withe, como é chamado pelos funcionários, sempre foi um homem bom, centrado e disponível. É um diplomático nato, e sempre tenta atender aos interesses dos seus clientes de forma profissional, eficiente e prática.Cresci observando cada um dos seus passos e admirando o homem que chamo de pai. E manter o orgulho que ele tem de nós, é importante para mim.E precisava esclarecer as coisas.— Melhor irmos logo.Meu irmão diz, já levantando da cadeira enquanto pega a chave do carro. E eu também levanto, indo até o chaveiro pegar a chave da minha moto.— Boa sorte, meninos. —mamãe diz.— Vamos precisar. —respondo dando um beijo em sua testa. ○●○○●○●○●○●○●○●○●○●○●○●○Estaciono a moto em frente a empresa e sigo para a sala do meu pai.— Bom dia, senhor.Felicia, a secretaria do meu pai me cumprimenta.— Bom dia, Felicia. —respondo.— Seu pai está esperando por vocês.Ela olha para o meu irmão, que se aproxima.— Bom dia, senhor...— Sem essa de senhor, querida! —ele chega ao lado de Felicia e deposita um beijo em sua bochecha.— Certo. Então, bom dia para você, Ethan.— Espero que seja mesmo um bom dia.Eu também espero.[KILLIAN WHITE]Entramos na sala, onde nosso pai já estava esperando, sentado em sua cadeira.— Até que enfim. —papai diz, enquanto sentamos na cadeira, e esperamos o sermão.Quanto antes viesse, mais rápido terminaria.Ele nos encarou por um tempo.— Sabe, vocês cresceram tão rápido. —e então começou. — Ainda me lembro de vocês correndo por esse prédio, deixando todos de cabelos em pé com suas traquinagens.Ele comenta, colocando sobre a mesa a foto da nossa família. Onde eu e meu irmão segurávamos o certificado de conclusão do curso de treinamento de guarda-costas, cursado na International Security School, na Rússia. Uma academia que era considerada a melhor do mundo.— Eu tinha vontade de deixar vocês presos em alguma sala daqui, só para darem paz aos funcionários. —da um meio sorriso. — Mas nunca fiz isso.Ele finalmente ergue o olhar para mim.— Depois de se tornar um dos meus melhores homens, o mínimo que eu esperava era compromisso, Killian.— Eu tive motivos para...— Bater a
[CECILY RUSSEL]As janelas da minha casa tremem com o poder do trovão rolando pelos céus. Os raios caem ao longe, iluminando a noite. Meus olhos se abrem, mas somente a escuridão.Tive mais um pesadelo dos infernos. Alguém me perseguindo, alguém prestes a me devorar. Ainda posso sentir a respiração desse animal selvagem em meu rosto.Não alcanço o interruptor da lâmpada nem tento tocá-lo. Algo me diz que se iluminar qualquer animal que esteja à espreita por aí, a situação irá divergir em uma direção feia. O que é uma loucura.Sabe aquela torre de marfim em que Rapunzel ficou? Meu quarto nessa mansão é a personificação disso.No lado positivo, no entanto, estou protegida. Inferno, há até guardas embaixo da varanda. Não tem a menor chance de alguém ter entrado em meu quarto. E isso é apenas mais um dos meus pesadelos.As cortinas da varanda batem por dentro, o material branco embebido na cor da noite e da luz fraca. Por um segundo, permaneço ali, abraçando meus braços e deixando o frio
[CECILY RUSSEL] Depois de enrolar o tanto que podia, decidi enfrentar as consequências logo de uma vez.Não poderia ser tão ruim assim, não é? Balanço a cabeça. As vezes nem é sobre isso que ele quer falar. Entrando em seu escritório, encontro meu pai em pé, perto da janela. A sala não é muito grande, ao contrário do imenso salão onde acontecem as reuniões da Bratva.— Bom dia, papai! —cumprimento, tentando parecer animada. Mesmo estando morrendo de medo.— Bom dia, filha. —ele responde, sem qualquer alegria a qual sempre me oferece.Enquanto ele ainda continua de costas, sento na cadeira e permaneço imóvel. E depois de longos segundos torturantes em silêncio, ele começa.— Você não tem a menor noção do que está fazendo ao sair assim, sem o mínimo de segurança.Papai decide virar para mim, me olhando nos olhos enquanto segura um copo de uísque nas mãos.Bebendo já cedo? Merda! Estou tão fodida.Mas tentei manter a calma.— Pai, eu só queria sair um pouco. E afinal de contas, ningu
[KILLIAN WHITE]Surpresa. Essa é a palavra certa para esse momento. Pois não imaginava que a garota fosse tão... assim.Loira, olhos claros, pele de porcelana, parecia uma boneca. Mas o rosto, estava com uma leve carranca.Enquanto seu pai falava sobre ela, vi sua expressão mudar de surpresa para vergonha e raiva. Ela então passou por mim e saiu batendo a porta.Eu apenas permaneci em silêncio, encarando o homem, esperando que alguma reação bruta surgisse dele. Mas nada veio.Ele apenas apoiou os punhos na cintura e respirou fundo.Se alguém me dissesse que uma menina petulante iria gritar e sair batendo a porta na cara de um líder da Bratva, eu jamais acreditaria que ela sairia viva da situação. Mas pelo que vejo, aqui tem um pai desesperado de mais com a proteção da única filha. - Tenho a sensação de que sua filha é muito mais que apenas impulsiva. —comento.— Tem razão. Cecily é...difícil de lidar.O homem passa as mãos em seus cabelos. Posso dizer que o homem está realmente sem
As janelas da minha casa tremem com o poder do trovão rolando pelos céus. Os raios caem ao longe, iluminando a noite. Meus olhos se abrem e tropeço para fora da cama, alisando meu cabelo para que caia na parte inferior das minhas costas.Tive mais um pesadelo dos infernos. Alguém me perseguindo, alguém prestes a me devorar. Ainda posso sentir a respiração desse animal selvagem em meu rosto. A única luz vem da lâmpada da varanda que sempre deixo acesa. Não alcanço o interruptor da lâmpada nem tento tocá-lo. Algo me diz que se iluminar qualquer animal que esteja à espreita por aí, a situação irá divergir em uma direção feia.O que é uma loucura. Sabe aquela torre de marfim em que Rapunzel ficou?meu quarto nessa mansão é a personificação disso. Inferno, há até guardas embaixo da varanda. Não tem a menor chance de alguém ter entrado em meu quarto. No lado positivo, no entanto, estou protegida. Estou protegida desde o dia em que nasci na família Russel.Então isso é apenas mais um dos
Cabelo, roupa, maquiagem, sapato. Dou uma última voltinha em frente ao grande espelho do closet. E ao olhar para o relógio dourado da parede, constato que já são 21h. — Hora de ir. Desço as escadas. E ao chegar a sala, encontro papai finalizando uma ligação. Quando cheguei da universidade mais cedo, fui ao seu escritório para perguntar se poderia ir até a festa hoje a noite com a Reina. Mesmo um pouco relutante, ele concordou. No entanto, disse que Killian teria que me acompanhar. E eu não deveria em hipótese alguma, me afastar dele. Era ridiculo toda a situação. Porém, não discuti. Não ia adiantar de nada mesmo. — Você está linda, meu amor. - papai elogia ao se aproximar de mim, com olhos atentos. Sorrio, e o agradeço. — Obrigada, pai. — Animada? — Sim. Faz tempo que não vou a uma festa com meus amigos. Ele me abraça, e deposita um beijo em minha testa. Como sempre faz. — Só tome cuidado, tudo bem? E não se meta em encrencas. - ele sorri. — Aquele guarda-costas estará lá
Pisquei até abrir os olhos. Minhas pálpebras estavam pesadas, mas o ar estava mais frio que o normal.Já eram seis horas? Meu alarme não havia despertado.Estendi a mão e apertei o botão do dispositivo na mesa de cabeceira, ouvindo a voz masculina dizer em alto e bom tom: "quatro e meia da manhã".— Quatro e meia? -ofeguei, totalmente acordada agora.Fechei os olhos outra vez, torcendo para dormir novamente, mas meu cérebro já havia despertado. O problema com o sono estava saindo de controle. — Droga! A noite estava silenciosa do lado de fora. Nada de chuva ou ventania, mas era previsto que caísse neve no próximo mês. Levantei da cama e não me incomodei em vestir uma roupa decente, enquanto descia para ir até o estúdio de dança, que ficava depois do jardim da mansão.○●○●○●○●○●○●○●○●○●Levantei as mãos, saltando pelo chão, os músculos das costas e ombros se esticando ao máximo enquanto mantinha a cabeça e rosto erguidos na direção do teto.Dançar sempre me distraia e me fazia re
Estava jogada na cama, com meu pijama confortável. Sem um pingo de vontade de comparecer a grande festa que meu pai iria dar essa noite. — Senhorita Russel? -Rosalina chama ao dar uma batidinha na porta. — Sim? — Posso entrar? — Sim. -sento na cama, enquanto ela entra no quarto, me olhando com indignação. — Você não deveria estar pronta? — Deveria? -dou um olhar zombeteiro. — Cecily, você sabe como este evento é importante para seu pai. Ele ficaria muito chateado se você não aparecesse. — Eu sei. -assegurei. — Vou me arrumar. — Tem vestidos novos em seu closet, seu pai providenciou mais cedo. Pode escolher algum. E dar um jeito nessa sua cara pálida. -os lábios dela ficam rígidos, mostrando sua irritação.Rosalina trabalha nessa casa desde quando meus pais se casaram. Ela é uma boa pessoa, mas rigorosa as vezes. Levanto da cama com um sorriso no rosto, me inclino e deposito um beijo em sua testa. Ela segura o riso, e me da tapinhas nos braços. — Vamos, você precisa se apres