Eu Protejo Você
Eu Protejo Você
Por: Autora Moraes
CAPÍTULO 01

- NOTA DA AUTORA

Eu protejo você não se trata de uma história fofa, muito menos, um conto de fadas.

Cecily e Killian NÃO SÃO UM EXEMPLO de relacionamento saudável. Até porque, eles são cheios de traumas, e lidam diariamente com os demônios que atormentam suas mentes.

Já fiquem sabendo que este é um DARK ROMANCE e não tenho a obrigação de passar nenhuma mensagem mostrando como funciona um relacionamento saudável.

Essa é uma história que vem para desnudar as camadas mais obscuras dos sentimentos dos protagonistas, e eu escrevi exatamente como eles falaram na minha cabeça.

E é claro que terá final feliz, afinal, eles vão se curar juntos, da maneira DELES.

As cenas hots além de serem intensas, também podem conter gatilhos para algumas pessoas, então estejam cientes do que vão ler.

Leiam, divirtam-se, sintam a tensão entre os personagens, porque isso vocês vão encontrar de sobra.

Como todos os livros que escrevo, sempre coloco um pouco de reflexão, e neste não foi diferente.

Era para ser um enredo de puro entretenimento, mas acabou me surpreendendo positivamente. Afinal, os personagens criam vida e contam suas próprias histórias.

Bom, muito obrigada por escolher este livro. Assim, você me dá ânimo para continuar escrevendo cada dia mais.

Tenha uma ótima leitura!

Um beijo, Poliana Moraes.

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- PRÓLOGO.

Cecily Russel, é herdeira da máfia, filha do líder da Bratva. Tudo o que ela queria era se ver livre desse destino. Viver sua vida como uma garota qualquer.

Mas por conta de ameaças de alguém do passado, seu pai, Edgar Russel, decidiu contratar um segurança para vigia-la vinte e quatro horas por dia.

Killian White, é um dos herdeiros da White Security, de Nova York. Uma das empresas do seu pai, Walter White.

Killian é considerado o melhor guarda-costas, pois ele é implacável, impiedoso e tem uma mira admirável. A única língua que ele conhece é a da violência.

Acostumado a trabalhar com pessoas perigosas e importantes, chamará a atenção de Edgar Russel, que está em busca de proteção para sua filha.

Killian pode ser charmoso, mas um verdadeiro predador espreita lá dentro.

E agora, Cecily ficará sobre sua proteção. Ambos conhecerão uma parte do outro que ninguém mais conhece.

Corrompido. Intenso. Selvagem.

Esse é um amor nutrido pelo prazer e intensificado pela dor.

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CAPÍTULO 01

[CECILY RUSSEL]

Isto é um erro. O pior de todos. O mais desastroso.

Talvez até o mais mortal.

Me mexo no lugar, suando por trás da minha máscara. Respiro forte em meus pulmões famintos, mas posso muito bem estar consumindo fumaça.

Meus dedos coçam para tocar a máscara. Porém, não faço.

Este lugar deve estar cheio de câmeras de vigilância, e a última coisa que quero é chamar a atenção dessas pessoas. Não quando não deveria estar aqui.

Meu pai, Edgar Russel, como o líder da Bratva jamais me deixaria vir a esse clube. E os dois seguranças que ele contratou, nem imaginam que estou aqui.

— Tão fáceis de enganar. — susurro, enquanto me aproximo do bar para pedir uma bebida.

— Gostaria de um morrito, por favor.

O barman assente e começa a prepará-lo.

Em ambos os meus lados estão pessoas usando máscaras. Não é obrigatório, mas muitos que vem a um lugar como este, preferem esconder seus rostos, a fim de evitar revelar sua identidade.

Assim como eu.

Termino a bebida, e sentindo vontade de desbravar o lugar, eu me movo. Porém, assim que meus olhos pousam na mulher dançando apenas de lingerie, eu paro abruptamente.

— Oh! Merda!

Um dos membros da Bratva está sentado com uma bebida em mãos, onde a ruiva em seu colo faz um belo show.

— Se ele me ver aqui, estou ferrada! —ofego, trêmula. — Não posso correr o risco de ser pega.

Foi preciso muita coragem para que eu viesse finalmente conhecer o clube, e acho que já atingi o limite por hoje.

Dando uma última olhada, para ter certeza que ninguém me notou, sigo para a saída.

Sabendo que logo voltarei.

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Assim que cheguei em casa, tentei entrar o mais sorrateiramente possível. Com passos silenciosos.

A última coisa que preciso é que alguém note minha presença. Mas temo que seja tarde de mais, pois uma luz é acessa de repente.

Coloco as mãos sobre meu peito, tentando abafar o susto.

Meu pai com seus lindos olhos azuis, está me olhando como se eu tivesse cometido algum crime. E talvez, na percepção dele, eu realmente tenha feito algo muito errado.

— Onde você estava, Cecily Russel? - pergunta, furioso.

— Paizinho...—começo, mas ele logo me corta.

— Não me venha com essa! — Não me diga que você fugiu de novo?

Papai balança a cabeça.

— Pago uma fortuna para esses homens, e nenhum deles consegue fazer o serviço direito.

Permaneço em silêncio, não querendo dar nenhuma resposta que o faça ficar ainda mais bravo.

— Qual a dificuldade de lidar com uma adolescente? —ele diz.

Meu pai é o homem mais adorável do mundo, bom, apenas para mim. Já para os outros, ele é um verdadeiro líder da máfia.

Implacável e brutal.

Mas quando se trata da minha segurança, ele não alivia. E meu pai deixou claro que não está aberto a discussão quanto a isso.

E isso tem me sufocado.

A solidão é um dos piores castigos que alguém pode impor a outra pessoa, ainda que por amor, ainda que por proteção.

Tenho uma amiga, a Reina. É com ela que vou as compras, cinemas, a faculdade. Mas tudo na companhia do meu guardas-costa.

Não somos privadas de sair, mas não fazemos com a mesma frequência que o resto das garotas. Pois o pai dela também é da Máfia. É o braço direito do meu.

Diferente, nossos dias se resumem a estudar e dançar. Bem, eu amo balé e gosto de sempre estar ensaiando, e Diana, ama cuidar dos animais. Ela participa de uma ONG, onde cuida de varios animais de rua.

E eu era feliz, mesmo sendo privada de uma vida comum, como todas as jovens que fazem parte da Bratva.

Mas ultimamente, tudo tem mudado. Meu pai anda mais paranoico com a minha segurança, me proibindo de fazer muitas coisas que antes eu tinha liberdade para fazer.

Perguntei o motivo para ele estar tão preocupado, mas ele apenas respondeu: "São tempos difíceis e perigosos, só estou cuidando de você, filha."

Eu o entendo, completamente. Mas não torna a situação mais fácil.

— Aonde você estava? —ele pergunta com tom de desaprovação.

— Pai, eu só quis sair um pouco! Estou tão cansada de ficar nessa casa, presa como um passarinho em uma gaiola. — desabafo.

— Por que saiu sem seus guardas-costas, Cecily? Você sabe que não é para passar daquele portão sem eles.

Suspiro alto. Frustrada de mais com toda privação.

— Eu sei! Só queria um pouco de privacidade.

— Privacidade? — ele pergunta incrédulo. — Eu estou cuidando da sua vida, tentando te proteger de todas as formas possíveis, e você pensando em privacidade?

Você está sendo irresponsável, se colocando em perigo dessa forma.

Me encolho com o seu tom.

Meu pai quase nunca fala assim comigo. E quando faz, é porque está realmente muito bravo.

Me desculpa, pai.

Ele me observa por um tempo.

— Você precisa entender que só estou te protegendo! Não faço isso porque gosto, ou porque quero te sufocar, filha. Mas sim, porque não suportaria perder você.

O que ele não disse foi: não suportaria te perder também. Já que perdeu o amor da sua vida. E claro, por minha causa.

Mamãe morreu quando eu tinha apenas nove anos.

Eu amava ir para a floresta.sempre que podia, escapava e ficava por horas, observando as árvores, os pássaros, o vento, tudo, absolutamente tudo o que eu podia.

Quase matava meus pais do coração.

Mas aí, uma tragédia aconteceu.

Não me lembro muito dos detalhes, além daquele inferno que passo em meus sonhos sempre que deito para dormir.

Naquele dia havia ido para a floresta, era pra ser mais um dia normal, só que eu havia me perdido dos guardas-costas, e então quando me dei conta, vi alguém me pegando pelo braço.

E tudo ficou escuro. Não vi mais nada. Apenas susurros, gritos.

Horas depois, acordei em um hospital, com papai chorando ao meu lado. Perguntei o que havia acontecido, e foi então que ele me deu a pior notícia que eu poderia receber.

Mamãe havia morrido. Na verdade, ela foi assassinada.

Mas na época ele não me contou isso. Eu acabei descobrindo alguns anos depois. E desde então, nunca mais fui a mesma.

É difícil aceitar que mamãe foi morta porque foi até a floresta atrás de mim. E ela só foi porque recebeu um telefonema ameaçando a minha vida.

Se eu não tivesse ido até lá, ela nunca teria sido tirada de nossas vidas.

Desde sua morte, tudo o que me restou foi a solidão, a culpa.

Apartir dessa tragédia, meu pai aumentou a segurança, minha, da casa e dele.

— Desculpa por ter causado isso. — disse, encarando os meus saltos pretos.

— Não faça mais isso, filha. Me prometa?

Continuei olhando para o chão.

Eu não podia prometer isso. Porque não estava disposta a viver uma vida presa. Mesmo que isso me custasse a vida.

Egoísta? Eu sei! Mas as pessoas são o que elas são.

— Tudo bem. —minto, e papai me da um beijo na testa parecendo estar mais relaxado.

Então me despeço e subo para meu quarto.

Para minha vida de prisioneira.

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EXTRA [EDGAR RUSSEL]

Entro em meu escritório logo cedo. Passo as mãos nos olhos, ainda sonolento, pois não consegui dormir um minuto essa noite.

Pego o telefone e ligo para alguém que com toda certeza pode proteger minha filha. Muito mais capaz do que os emprestaveis que deixaram ela escapar ontem a noite.

Depois de dois toques, alguém atende.

— Alô, Sr. White?

— Bom dia. Quem fala?

— Aqui é, Edgar Russel.

Alguns segundos se passam, então o homem diz:

— Russel? Da Bratva?

— Sim, exatamente.

— A que devo as honras dessa ligação? — ele pergunta, e pelo tom em sua voz, está surpreso.

— Preciso de um favor. Pago o preço que for.

E eu realmente pagarei. A segurança da Cecily não tem preço.

— Hmm. Interessante... Venha até o meu escritório, estou disponível agora de manhã.

Achei que seria mais difícil conseguir, já que White é uma das empresas de seguranças mais requisitadas do país. Não achei que ele me atenderia tão fácil.

Esse é um dos privilégios de fazer parte da Bratva.

— Certo. Estarei aí em alguns minutos. Obrigado.

— Não me agradeça ainda. — o homem ri, antes de desligar o telefone.

E eu me jogo na cadeira, e suspiro.

Havia poucas coisas intocáveis para mim no mundo, e com certeza minha filha era.

Não aceitaria de forma alguma que alguém fizesse com ela o que fizeram ao amor da minha vida.

Mesmo que isso custasse o amor da minha filha por mim.

Pois eu prefiro que ela me odeie estando viva, do que o amor dela estando morta.

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