POV WADE—Oi, Wade.Parei de repente ao ouvir uma voz muito familiar. Virei-me e vi Martha, segurando uma caixa de plástico transparente com biscoitos.—Fui eu que fiz para você — disse ela, estendendo a mão para me dar a caixa. Mas eu não peguei. Ela sabia que eu adorava biscoitos. Fez isso para fazer as pazes.Perdoar era fácil, mas esquecer... era difícil. A imagem dela e do Cameron se beijando no banheiro dos meninos ainda estava bem viva na minha mente.—Não, obrigado. Não estou com fome — falei, seguindo pelo corredor em direção à minha próxima aula.—Você pode comer depois, em casa — insistiu ela, caminhando ao meu lado.—Eu disse que não. Dá pro seu namorado — respondi, acelerando o passo para que ela não conseguisse me alcançar.—Você é o meu namorado. Só existe você, Wade. Eu já te disse que perdi uma aposta. Beijar ele era a consequência — ela quase corria atrás de mim.—Pra mim não pareceu consequência.—Por que você não acredita em mim? Eu te amo. Ainda te amo.—A gente t
POV WADEEu estava com os fones de ouvido, cantarolando a música do Justin Timberlake — Can't Stop the Feeling.— Hoje o senhor está de bom humor — disse Erickson, me olhando pelo retrovisor do carro com um sorriso.Tirei os fones para ouvir o que ele dizia.Erickson era um dos motoristas da nossa família, tinha uns trinta anos. Estava conosco há muitos anos, então era quase da família. Na maioria das vezes, era ele quem me levava e buscava da escola.— É o último dia do trimestre. Vamos ter duas semanas de férias — respondi, depois que ele repetiu o que tinha dito.— E não vai precisar acordar tão cedo — respondeu Erickson.— Alguns dias sim. Vou colocar o kickboxing em dia de manhã com meu pai.— Que cansativo.— Já estou acostumado. E além disso, só duas vezes por semana — falei, olhando as crianças indo para a escola de patinete.— Que bom. Seu aniversário está chegando, né? Vai ter seu próprio carro, finalmente.— Sim, vou.— Isso significa mais liberdade pra você.— Tomara. Bom.
POV WADEPressionei o nariz com uma toalha de papel. Tinha acabado de sair de uma sessão de sparring de kickboxing e, sim, eu tinha vencido. Mas terminei com o nariz sangrando.— Ainda está sangrando? — Meu pai se aproximou e inspecionou meu nariz. — Você vai sobreviver — disse, dando dois tapinhas no meu rosto. Eu sabia que ele estava muito orgulhoso de eu ter vencido a luta naquela manhã. Só não diria isso na frente de todo mundo.Meu corpo inteiro doía, inchado por causa dos chutes e socos. Meu parceiro de treino era muito bom. Ele tinha competido no campeonato mundial juvenil de kickboxing esse ano e ganhou a medalha de bronze.Eu queria competir no campeonato de kickboxing, sabia que tinha capacidade, mas meu pai não deixava. Ele dizia que o kickboxing era só para manter a forma, não uma profissão para os Pedrosa.No caminho para casa, papai dirigia e falava sem parar sobre a luta. Os movimentos, as técnicas essenciais, os erros mais comuns no treino. Eu ouvia só pela metade. Min
POV WADEEra segunda-feira. Leonidas e eu fomos à casa de Ismael para passar um tempo juntos. Jogamos videogame, sinuca, pebolim, futebol e assistimos a vídeos no YouTube. Ali, o irmão mais novo de Ismael, que tinha catorze anos, juntou-se a nós.Estávamos assistindo a vlogs de viagem no YouTube, no quarto de Ismael, na TV de 89 polegadas dele, quando Ali me perguntou em segredo:— Posso pedir o número da Esmeralda?— Não. Se ela souber que passei o número, vai estourar uma guerra civil lá em casa — respondi.— Ah, tá. — Ali deu de ombros. — Como é ter uma irmã tão bonita?Franzi a testa. Esmeralda? Muito bonita?— Nada. Acho ela chata.— Sério? Eu acho ela fofa.Balancei a cabeça. Está apaixonado. Que azar. Ela vai acabar com a tua vida. Ali é bom demais para Esmeralda.Leonidas se sentou do nosso lado, fazendo Ali parar de falar.— Ei, Ali, traz pra gente mais um pote de Tostitos com queijo?— Claro. Vou pegar mais uma tigela de tacos também. — Ali se levantou e saiu do quarto.— Va
POV WADENão conseguia dormir. Estava muito animado para ver a Carla amanhã. Faziam três dias desde a última vez que a vi e era meio estranho. Sinto falta dela.O sorriso dela. Os olhos dela. O cabelo dela. As expressões dela. Tudo nela.Queria mostrar a ela os lugares onde estive com meus pais, para fazê-la feliz. Não queria que ela se sentisse sozinha. Me incomodava saber que ela estava sozinha em casa.Fui até a cozinha beber leite. Esmeralda estava lá com Athena. Estavam fazendo churros.— Oi, achei que você já estivesse dormindo. Quer provar um? — disse Esmeralda, apontando para o prato de churros.Peguei um e tirei o excesso de canela e açúcar antes de comer.— Não está bem cozido por dentro.— Oh! Experimenta este — Esmeralda pegou um churro recém-feito e enfiou na minha boca.Estava tão quente que queimou minha língua. Cuspi imediatamente.— Por que você fez isso?— Ops... desculpa. Não está uma delícia?— Nem tanto. Está muito passado — respondi, abrindo a geladeira e pegando
POV ALICIAOh, Deus! Onde está meu celular?Dei um tapa na testa e depois cocei a cabeça. Senti pequenos flocos brancos caindo no meu terno preto de negócios, como se fossem flocos de neve.Droga! Essa caspa está piorando. Talvez seja porque sempre uso o cabelo preso em um coque, como meu namorado gosta, ou talvez seja culpa daquele novo shampoo que experimentei recentemente. Seja o que for… não importa agora. Só preciso encontrar meu celular.Desesperada, comecei a jogar almofadas, roupas, revistas e qualquer coisa que estivesse no caminho, procurando no meu pequeno apartamento de cinquenta metros quadrados. Onde diabos eu o deixei? Lembro-me de que, ao chegar em casa, só passei pelo banheiro, tirei o casaco e me joguei na cama.Oh, não…! Acho que o deixei no escritório! Olhei as horas no meu relógio: já eram seis da tarde. Ótimo. Eu precisava do meu celular; Jay me ligaria hoje à noite por volta das oito.Jay Bredom, meu namorado, é um jovem repórter de campo da rede ABZ Television
POV ETHANMerda.Eu desabei na cadeira, tremendo ao me sentir saciado. Grossas gotas de suor deslizavam pelo meu corpo enquanto cada célula começava a relaxar.Mas o sentimento de culpa ainda estava lá, me fazendo lamentar por que diabos eu tinha feito isso de novo. Da última vez, prometi a mim mesmo que devia parar, mas aqui estou eu, caindo de novo. Por que não consegui me controlar para não tocá-la? Isso me fazia sentir tão fraco, incapaz de resistir.Observei Grace vestir o vestido. Aquele vestido sedutor, com uma fenda mais alta que o Monte Everest. Um movimento e ele revelava sua montanha, úmida e pronta.Droga! Ela é tão boa na cama. Conhece as fraquezas e os pontos de prazer de um homem.Deveria parar. Isso já não me ajudava, estava me destruindo. Onde estava meu orgulho? Sou um homem, pelo amor de Deus. Eu mereço algo melhor.Seis anos atrás, Grace me deixou para se casar com um velho bilionário australiano. Naquele momento, eu não era ninguém na Itália, apenas um jovem com u
POV ALICIASaí do escritório quase correndo, sentindo-me como se tivesse visto um fantasma. Ver meu chefe, Ethan Miller, em uma cena tão intensa e desenfreada sobre sua mesa foi algo assustador e, no entanto... surpreendentemente excitante.Em seu estado desnudo, ele irradiava força e sensualidade, como um daqueles heróis da Marvel. Não pude evitar pensar em como ele se parecia com todos os "Chris" mais bonitos de Hollywood: Hemsworth, Evans, Pratt, Pine...Mas ele não é o meu tipo.Ethan é seguro de si, com uma personalidade imponente, intimidadora e dominante. Às vezes, ele me faz saltar quando dá ordens. Sempre que ele entra em uma sala, posso sentir como sua energia poderosa me envolve, como se emanasse cem mil volts. Seu temperamento é exaustivo, e todos tememos desagradar a ele. Inclusive eu.*Fora, chovia torrencialmente. Não tive outra opção senão correr até o ponto de táxi mais próximo. Abri a porta de um táxi e me acomodei dentro. Quando olhei para o motorista pelo retrovis