Maia preferiu acreditar que o que acabou de imaginar era coisa da sua cabeça.— Eu não imaginava que o Théo, pensava tanto em mim. — Disse de um jeito inocente, sem nenhuma malícia.— Ah, pode acreditar, que ele pensa muito e nem queira saber como. — A mulher voltou a rir novamente. — Entra, vou te mostrar onde ele está apagado.Maia entrou sem graça naquele apartamento. O lugar era muito estranho, as luzes estavam apagadas e havia apenas um abajur vermelho, iluminando o ambiente. Uma fumaça estranha estava por todo o local e uma música internacional tocava.— Pode vir até aqui, amor, ele não vai acordar sozinho, e acredito que nós duas não iremos dar conta de levantá-lo. — A mulher apontou para um quarto, que também seguia o mesmo estilo da sala.Quando Maia adentrou aquele lugar, teve quase um mini infarto, vendo Théo deitado na cama, do jeito que veio ao mundo. Imediatamente, tampou os olhos e virou as costas, na intenção de desver aquilo, mas a imagem que acabou de ver, estava roda
Vendo que Théo não estava no melhor estado para conversas, Maia tentaria fazer com que o senhor Joaquim mudasse de ideia, sobre querer conversar naquele horário. — Senhor Joaquim, o senhor poderia falar com o Théo amanhã? Hoje o dia dele foi muito conturbado, ele não está em condições de falar alguma coisa. — Maia tentou amenizar o clima. Théo estava sonolento e apoiava o corpo em Maia, para caminhar ou se manter em pé. Com certeza, a viagem, que acabou sendo lenta para casa, o deixou mais embriagado ainda.— Quem te deu o direito de dirigir a palavra a mim? — O velho perguntou raivoso.— Só estou falando que o Théo não está se sentindo bem. É melhor conversarem amanhã. — Respondeu com paciência, mas por dentro não gostava do jeito que o homem se dirigia a ela.— Você não tem o direito de interferir na conversa, entre mim e meu neto. Para falar a verdade, quero saber o que você ainda faz nesta casa? Depois da vergonha que nos fez passar, já era para o Théo ter te expulsado daqui. Com
Na empresa onde trabalhava, Théo estava furioso, por ver que Fábio não parava de gargalhar da sua cara, após ouvir tudo que aconteceu na noite passada.— Eu sabia que isso daria errado, meu Deus, que vergonha que você passou. — Quase se engasgava. — Mais que feio, um homem recém-casado, sendo buscado pela esposa na casa de uma garota de programa.— Você vai parar de rir, ou quer que eu espere mais um pouco? — Perguntou sério.— Por favor, espere mais um pouco, eu não posso deixar que isso passe assim, sem que eu possa aproveitar a totalidade dos acontecimentos.Vendo que o homem não parava de fazer chacota com a sua cara, ele se levantou da cadeira, fazendo sinal que iria sair dali.— Tudo bem, parei. Não precisa sair daqui.— Acha que estou fazendo alguma peça teatral, Fábio? A coisa foi séria mesmo, e o pior é que eu nem sei o que a desbocada da Andreza acabou falando para a Maia enquanto estava desacordado.— Como assim? — Ficou confuso.Théo olhou bem para a cara do homem em sua fr
Enquanto estava trancada no quarto de sua “casa”, por não querer sair para os outros cômodos, só para evitar os convidados indesejáveis, o telefone de Maia começou a tocar. Olhando para a tela, viu que se tratava de Théo. Depressa, pegou o telefone e atendeu a ligação. — Oi, Théo, aconteceu alguma coisa? — A declaração foi direta.— Me diz, como estão as coisas por aí? — Sua voz parecia preocupada, mas acreditava que era apenas sua impressão.— Bem, como você deve imaginar, continuo no quarto e, para ser sincera, não cogito sair tão cedo.— Você se esqueceu de que essa casa, no momento, também é sua? Deveria marcar seu território, se fosse para ter uma esposa, apenas no quarto, eu teria escolhido alguém como a Andreza, que, pelo menos, me daria algum retorno, se é que me entende.A frase do homem a deixou desconcertada, não sabia por que ele tocou no nome daquela mulher, pois só de lembrar das coisas que ouviu e acabou vendo naquele apartamento, ficou um pouco incomodada e desconser
Quando a mulher disse aquilo, sobre ter filho e ser mãe solteira, o coração de Maia se despedaçou, ela sabia o quanto era difícil cuidar de uma criança sozinha, ainda mais, desempregada. Que a mulher havia sido soberba, não poderia negar, mas já havia recebido seu castigo, por ser chamada a atenção em público, pelo próprio dono da empresa ainda.Maia já havia achado o suficiente, e que mandar a mulher embora, seria muito exagerado.Mas ela também sabia, que não tinha nenhuma influência com Théo, e que mesmo se quisesse interceder, por aquela infeliz, era a palavra dele que valia e bastava ali.— Vamos, Maia. — Chamando-a novamente, em um tom assustador, percebendo que ela ainda estava parada. Deixando a mulher ali, saiu andando depressa, tentando acompanhá-lo, já que ele andava em passos largos. Olhou para trás mais uma vez e viu que a mulher ainda implorava por sua misericórdia.Decidiu conversar com ele, mas não poderia garantir nada.Foi o que disse, antes de também sumir no corr
As malas já estavam prontas, e tudo já estava preparado para a ida a conferência. Maia se despediu de Lis, com lágrimas nos olhos, sentindo-se como se fosse uma péssima mãe, por deixar a filha.Os dois embarcaram no navio às oito da manhã, e a primeira surpresa de Maia, já veio logo em seguida, quando viu que ficariam no mesmo aposento.— Como assim, se esse é seu quarto, aonde será o meu? — Perguntou preocupada.— Maia, todos pensam que somos casados, como pensou que iriamos ficar em quartos separados? — Théo disse, tirando a camisa.— Você não disse nada sobre isso, não podemos ficar no mesmo quarto e, por favor, coloque a camisa novamente.Não conseguia falar muita coisa, vendo aquelas costas largas e os músculos bem alinhados.— Está calor, como quer que eu fique vestido essa roupa aqui dentro? — Perguntou nervoso.— Se quer se sentir tão à vontade, é melhor arrumar um quarto para mim, assim, poderá ficar como quiser.— Já disse que não podemos nos separar, o que as outras pessoas
Após tomar banho e se vestir com um dos vestidos elegantes que Théo comprou para ela, Maia estava visivelmente muito atraente. O vestido de seda caiu perfeitamente ao seu corpo, realçando suas curvas. Enquanto se maquiava, Théo estava no banho. Desde que entraram no quarto, ele não disse mais nenhuma palavra, apenas ficou com o semblante sério, de alguém que estava chateado por ser contrariado.Enquanto ela estava se arrumando, fez uma chamada de vídeo para a filha, que estava bem esperta e brincava com o presente novo que havia dado, quando foi se despedir.— O Tiago esteve aqui, perguntando por você, ele insistiu pedindo seu endereço, mas eu não dei. — Júlia a atualizava sobre as visitas do ex no hospital e o que ele andava conversando.— Ele disse o que queria, Júlia? Já que não vi nenhuma chamada perdida dele em meu telefone.— Não, não disse, apenas perguntou qual era o nome do seu marido e onde ele trabalhava.Um sinal de alerta soou em seu interior, se Tiago procurava por Théo,
Théo não acreditava que a esposa estava ignorando-o. Naquele momento, tinha vontade de ir até lá socar a cara de André, que ele odiava com todas as forças.A história de Théo e André era antiga. Eles se conheciam há alguns anos, na época da escola ainda. Os dois eram colegas de classe e bons amigos, andavam juntos, iam às festas e frequentavam lugares em comum. Um dia, André soube que Théo estava a fim de uma garota da escola, e lhe contou que iria se confessar para a garota. Na noite em que ele estava indo falar com ela, marcou um encontro num lugar específico, mas quando chegou no local, viu a cena que menos esperava. Encontrou André beijando a garota, a quem ele iria se declarar. Aquilo foi o estopim para a amizade dos dois acabar, já que depois disso, descobriu que André sempre falava mal dele pelas costas e vivia copiando suas coisas, demonstrando querer tudo que ele possuía. Ver André ali com Maia, dançando e sorrindo, como se fossem íntimos, o deixou muito nervoso, já que sabia