Enquanto estava trancada no quarto de sua “casa”, por não querer sair para os outros cômodos, só para evitar os convidados indesejáveis, o telefone de Maia começou a tocar. Olhando para a tela, viu que se tratava de Théo. Depressa, pegou o telefone e atendeu a ligação. — Oi, Théo, aconteceu alguma coisa? — A declaração foi direta.— Me diz, como estão as coisas por aí? — Sua voz parecia preocupada, mas acreditava que era apenas sua impressão.— Bem, como você deve imaginar, continuo no quarto e, para ser sincera, não cogito sair tão cedo.— Você se esqueceu de que essa casa, no momento, também é sua? Deveria marcar seu território, se fosse para ter uma esposa, apenas no quarto, eu teria escolhido alguém como a Andreza, que, pelo menos, me daria algum retorno, se é que me entende.A frase do homem a deixou desconcertada, não sabia por que ele tocou no nome daquela mulher, pois só de lembrar das coisas que ouviu e acabou vendo naquele apartamento, ficou um pouco incomodada e desconser
Quando a mulher disse aquilo, sobre ter filho e ser mãe solteira, o coração de Maia se despedaçou, ela sabia o quanto era difícil cuidar de uma criança sozinha, ainda mais, desempregada. Que a mulher havia sido soberba, não poderia negar, mas já havia recebido seu castigo, por ser chamada a atenção em público, pelo próprio dono da empresa ainda.Maia já havia achado o suficiente, e que mandar a mulher embora, seria muito exagerado.Mas ela também sabia, que não tinha nenhuma influência com Théo, e que mesmo se quisesse interceder, por aquela infeliz, era a palavra dele que valia e bastava ali.— Vamos, Maia. — Chamando-a novamente, em um tom assustador, percebendo que ela ainda estava parada. Deixando a mulher ali, saiu andando depressa, tentando acompanhá-lo, já que ele andava em passos largos. Olhou para trás mais uma vez e viu que a mulher ainda implorava por sua misericórdia.Decidiu conversar com ele, mas não poderia garantir nada.Foi o que disse, antes de também sumir no corr
As malas já estavam prontas, e tudo já estava preparado para a ida a conferência. Maia se despediu de Lis, com lágrimas nos olhos, sentindo-se como se fosse uma péssima mãe, por deixar a filha.Os dois embarcaram no navio às oito da manhã, e a primeira surpresa de Maia, já veio logo em seguida, quando viu que ficariam no mesmo aposento.— Como assim, se esse é seu quarto, aonde será o meu? — Perguntou preocupada.— Maia, todos pensam que somos casados, como pensou que iriamos ficar em quartos separados? — Théo disse, tirando a camisa.— Você não disse nada sobre isso, não podemos ficar no mesmo quarto e, por favor, coloque a camisa novamente.Não conseguia falar muita coisa, vendo aquelas costas largas e os músculos bem alinhados.— Está calor, como quer que eu fique vestido essa roupa aqui dentro? — Perguntou nervoso.— Se quer se sentir tão à vontade, é melhor arrumar um quarto para mim, assim, poderá ficar como quiser.— Já disse que não podemos nos separar, o que as outras pessoas
Após tomar banho e se vestir com um dos vestidos elegantes que Théo comprou para ela, Maia estava visivelmente muito atraente. O vestido de seda caiu perfeitamente ao seu corpo, realçando suas curvas. Enquanto se maquiava, Théo estava no banho. Desde que entraram no quarto, ele não disse mais nenhuma palavra, apenas ficou com o semblante sério, de alguém que estava chateado por ser contrariado.Enquanto ela estava se arrumando, fez uma chamada de vídeo para a filha, que estava bem esperta e brincava com o presente novo que havia dado, quando foi se despedir.— O Tiago esteve aqui, perguntando por você, ele insistiu pedindo seu endereço, mas eu não dei. — Júlia a atualizava sobre as visitas do ex no hospital e o que ele andava conversando.— Ele disse o que queria, Júlia? Já que não vi nenhuma chamada perdida dele em meu telefone.— Não, não disse, apenas perguntou qual era o nome do seu marido e onde ele trabalhava.Um sinal de alerta soou em seu interior, se Tiago procurava por Théo,
Théo não acreditava que a esposa estava ignorando-o. Naquele momento, tinha vontade de ir até lá socar a cara de André, que ele odiava com todas as forças.A história de Théo e André era antiga. Eles se conheciam há alguns anos, na época da escola ainda. Os dois eram colegas de classe e bons amigos, andavam juntos, iam às festas e frequentavam lugares em comum. Um dia, André soube que Théo estava a fim de uma garota da escola, e lhe contou que iria se confessar para a garota. Na noite em que ele estava indo falar com ela, marcou um encontro num lugar específico, mas quando chegou no local, viu a cena que menos esperava. Encontrou André beijando a garota, a quem ele iria se declarar. Aquilo foi o estopim para a amizade dos dois acabar, já que depois disso, descobriu que André sempre falava mal dele pelas costas e vivia copiando suas coisas, demonstrando querer tudo que ele possuía. Ver André ali com Maia, dançando e sorrindo, como se fossem íntimos, o deixou muito nervoso, já que sabia
O jeito com que o homem a olhava era assustador e desconfortável. A vontade de Maia era jogar uma taça de champanhe na cara daquele velho tarado.Ela se aproximou de Théo, tentando chamar a sua atenção, falando baixo em seu ouvido.— Théo, podemos ir agora? — Perguntou baixinho em seu ouvido, para que só ele pudesse escutar.— Claro que não, Maia, a noite está apenas começando. — Respondeu ele.— Eu não estou me sentindo à vontade. — Completou.— Não é o que parecia, até alguns instantes. — Insinuou, lembrando-a de como ela estava com o capitão do navio.— Eu não disse que sua esposa é um pouco peculiar? — Stefani os interrompeu. — Ela fala bem baixinho, que nós não conseguimos escutá-la.A antipatia e indiscrição de Stefani deixavam Maia com os nervos à flor da pele.— Acho que a Maia quer dançar um pouco. — Bill disse, levantando-se e indo até ela. — Me concede uma dança? — Estendeu a mão para ela, que queria rejeitar. — Vai lá, Maia, sei que você estava gostando de dançar. — Théo i
Maia não sabia onde enfiava a cara de tanta vergonha. Era verdade que havia correspondido ao beijo, mas na hora tudo foi tão rápido, que nem deu tempo de raciocinar e ter noção do que estava fazendo.— Eu não fiz nada disso que você falou. — Respondeu na defensiva.— Oh, não? Como ousa mentir assim para mim, Maia? — Ele se aproximou. — Você só faltou chegar a se derreter em meus braços. — Insinuou.Vendo que Théo estava lhe provocando, voltou a sua razão, não poderia deixar que ele dominasse aquela situação.— Não me importa o que pense ou não, Théo, só sei que você atravessou a linha, e eu não posso deixar que isso passe, como se nada tivesse acontecido.— Ai, para de drama, Maia. Não aja como se fosse uma adolescente que roubei o primeiro beijo.— Não, eu não sou nenhuma adolescente, mas não devia ter feito aquilo. Não somos nada um do outro e um beijo ou contato físico estava fora do acordo.— Estava fora do acordo também, você deixar de fazer um monte de coisas, mesmo assim você fe
Após ver Théo e Stefani flertando o café da manhã inteiro, Maia procurava uma desculpa para voltar ao quarto, mas foi arrastada por Stefani para participar do programa feito para as esposas de todos os empresários.— Você é sortuda por ter um marido como ele. Preciso ser sincera, Maia. Seu marido é um homem muito agradável. — Stefani dizia, enquanto caminhavam em direção a um grupo de mulheres que estavam sentadas próximo à piscina.— Percebi como vocês se deram muito bem. — A voz de Maia era calma, mas ela carregava certa ironia.— Sinceramente, ainda não entendo como vocês dois chegaram a se casar, ele é um homem tão energético, alegre e comunicativo, enquanto você… — A olhou de cima a baixo. — Vocês são bem diferentes, não me leve a mal.— Os opostos se atraem. — Respondeu.Enquanto caminhavam, se aproximaram de duas mulheres que estavam sentadas à mesa, perto do bar. Stefani se aproximou sorrindo, saudando cada uma e apresentando Maia a elas.— Essa aqui é a Maia, esposa de Théo Ca