O jeito com que o homem a olhava era assustador e desconfortável. A vontade de Maia era jogar uma taça de champanhe na cara daquele velho tarado.Ela se aproximou de Théo, tentando chamar a sua atenção, falando baixo em seu ouvido.— Théo, podemos ir agora? — Perguntou baixinho em seu ouvido, para que só ele pudesse escutar.— Claro que não, Maia, a noite está apenas começando. — Respondeu ele.— Eu não estou me sentindo à vontade. — Completou.— Não é o que parecia, até alguns instantes. — Insinuou, lembrando-a de como ela estava com o capitão do navio.— Eu não disse que sua esposa é um pouco peculiar? — Stefani os interrompeu. — Ela fala bem baixinho, que nós não conseguimos escutá-la.A antipatia e indiscrição de Stefani deixavam Maia com os nervos à flor da pele.— Acho que a Maia quer dançar um pouco. — Bill disse, levantando-se e indo até ela. — Me concede uma dança? — Estendeu a mão para ela, que queria rejeitar. — Vai lá, Maia, sei que você estava gostando de dançar. — Théo i
Maia não sabia onde enfiava a cara de tanta vergonha. Era verdade que havia correspondido ao beijo, mas na hora tudo foi tão rápido, que nem deu tempo de raciocinar e ter noção do que estava fazendo.— Eu não fiz nada disso que você falou. — Respondeu na defensiva.— Oh, não? Como ousa mentir assim para mim, Maia? — Ele se aproximou. — Você só faltou chegar a se derreter em meus braços. — Insinuou.Vendo que Théo estava lhe provocando, voltou a sua razão, não poderia deixar que ele dominasse aquela situação.— Não me importa o que pense ou não, Théo, só sei que você atravessou a linha, e eu não posso deixar que isso passe, como se nada tivesse acontecido.— Ai, para de drama, Maia. Não aja como se fosse uma adolescente que roubei o primeiro beijo.— Não, eu não sou nenhuma adolescente, mas não devia ter feito aquilo. Não somos nada um do outro e um beijo ou contato físico estava fora do acordo.— Estava fora do acordo também, você deixar de fazer um monte de coisas, mesmo assim você fe
Após ver Théo e Stefani flertando o café da manhã inteiro, Maia procurava uma desculpa para voltar ao quarto, mas foi arrastada por Stefani para participar do programa feito para as esposas de todos os empresários.— Você é sortuda por ter um marido como ele. Preciso ser sincera, Maia. Seu marido é um homem muito agradável. — Stefani dizia, enquanto caminhavam em direção a um grupo de mulheres que estavam sentadas próximo à piscina.— Percebi como vocês se deram muito bem. — A voz de Maia era calma, mas ela carregava certa ironia.— Sinceramente, ainda não entendo como vocês dois chegaram a se casar, ele é um homem tão energético, alegre e comunicativo, enquanto você… — A olhou de cima a baixo. — Vocês são bem diferentes, não me leve a mal.— Os opostos se atraem. — Respondeu.Enquanto caminhavam, se aproximaram de duas mulheres que estavam sentadas à mesa, perto do bar. Stefani se aproximou sorrindo, saudando cada uma e apresentando Maia a elas.— Essa aqui é a Maia, esposa de Théo Ca
Já que não conseguiu sair dali, o único meio que encontrou foi dançar conforme a música. Maia escolheu o lugar onde estavam fazendo massagem, pensando assim que poderia se distanciar daquelas mulheres. Mas parecia que elas estavam lhe perseguindo ao irem atrás dela, escolhendo a mesma opção.Elas iniciaram uma conversa, onde falavam sobre os gostos de seus maridos.— Eu sempre viso manter minhas unhas grandes, já que meu marido gosta que eu deixe marcas em suas costas, na hora H. — Suzy revelou, já que algumas estavam falando sobre o que os maridos gostavam na hora do sexo.— Já o meu marido gosta que sempre deixe meu cabelo solto e grande. É como se ele tivesse um fetiche nisso. — Kate respondeu.— O Bill é totalmente ao contrário, ele sempre gosta que eu deixe meu cabelo preso, sabe? Ele é do tipo selvagem. — Stefani falou, dando uma risadinha, mas Maia não acreditava muito naquela conversa.As mulheres perceberam que Maia continuava em silêncio, então a questionaram sobre os gostos
Théo percebeu que a mulher não estava de bom humor, contudo, ele também não estava. Entretanto, sabia que as coisas só poderiam piorar dali para frente.— Tudo bem, entendi o que aconteceu, Maia, não precisa dizer mais nada, não se preocupe, irei dar um jeito nisso. Ela o olhou de soslaio, mas sem deixar que ele notasse. — Vou ligar e pedir o jantar no quarto. Acalmaremos os ânimos hoje, amanhã será outro dia e veremos o que acontecerá.Ela voltou a mexer no celular, o ignorando.Alguns minutos após, o jantar chegou no quarto. Ela sentou-se perto da varanda do quarto, onde havia uma pequena mesinha com duas cadeiras e começou a comer. Logo, Théo se sentou à mesa. Os dois comiam em silêncio, ignorando a presença do outro.Passado algumas horas, ouviu uma batida na porta. Como Théo estava no banho, Maia atendeu. Era Stefani.— Boa noite, Maia… — A saudou, mas estava olhando para dentro do quarto, na esperança de ver Théo. — Senti falta de vocês no jantar, vim saber se aconteceu alguma
Maia se assustou com a voz de Théo, que veio para cima de André, com toda a raiva do mundo. — O que acha que está fazendo, seu desgraçado? — Deu um primeiro soco na mandíbula dele, que se afastou imediatamente de Maia.Mas, ao invés de retribuir, André colocou a mão no lugar onde recebeu o soco e começou a sorrir, sarcástico.— Tanta hora para aparecer, e você aparece logo agora? — André disse, sem tirar o sorriso dos lábios. — Por que nos atrapalhou, num momento como esse?— Seu canalha! — Théo foi de novo para cima do homem, dando-lhe outro soco. — Acha mesmo que ainda estamos no colegial? — Rosnou. — Você é mesmo um imbecil. Por que quer sempre viver à minha sombra, sua vida é tão ordinária assim?— Você acha que pode tudo porque é rico, mas não é assim, você não pode controlar os sentimentos das pessoas. — André respondeu.— Você é mesmo um maldito, com uma vida miserável, mesmo se conseguisse ser alguém no mundo, não consegue viver a própria vida. — Deu mais alguns socos, até que
Enquanto uma mão passeava pela cintura, a outra puxava o cabelo de Maia, levemente, não deixando que ela se afastasse nem por um milimetro para respirar. Aquilo estava melhor do que a primeira vez que ousou beijá-la e não queria que acabasse nunca.Já Maia sentia-se encurralada numa armadilha, e por mais que aquilo estivesse bom, pois não poderia negar que estava gostando, sabia que era perigoso. Não havia motivos para Théo beijá-la, a não ser para massagear seu próprio ego e isso ela não o deixaria fazer de modo algum. Com o resto de força e lucidez que carregava em seu consciente, empurrou Théo para longe.Ele fez uma cara estranha, como se tivesse sido obrigado a acordar de um sonho maravilhoso.— O que você pensa que está fazendo? — Perguntou nervosa.Ele a olhou com um olhar furioso. Odiou ter sido afastado daquilo de que estava gostando muito.— Estou te beijando, não vê? — Falou ainda imóvel, pois não estava preparado para sair do transe.— Você ficou louco? Acha que pode me t
Quando acordou pela manhã, Maia percebeu que Théo não estava mais na cama. Ela ouviu o barulho do chuveiro e presumiu que ele estava no banho. Não demorou muito, ele saiu de lá, do mesmo jeito que tinha costume de fazer, coma a toalha enrolada na cintura, deixando seus músculos à mostra. Por mais que quisesse disfarçar, sempre acabava admirando mais do que devia.— Bom dia, Maia. — A voz dele era suave e não parecia estar de mau-humor.O que estranhou, já que na noite passada os dois tiveram uma grande discussão.— Bom dia. — O olhou desconfiada.Enquanto o observava, viu que havia ferimentos em suas mãos, o que deveria ser consequência da surra que deu em André.— Quando estiver pronta, vamos tomar café. — Tudo bem, mas acho que é melhor você cobrir esses ferimentos no punho, antes de sairmos. As pessoas podem perguntar o que aconteceu.— Não se preocupe com isso. — Ignorou.Após se arrumar, os dois foram para o restaurante e se encontraram com Bill e Stefani, que os convidaram para