As duas mulheres que estavam sentadas à mesa estavam rindo do que havia acabado de acontecer. Se não podiam evitar que Maia viesse à festa, fariam de tudo para que ela se arrependesse de estar ali.— Mamãe, você acha que isso já é o suficiente para que ela suma daqui? — Não sei como ela irá sumir, filha, mas sei que aqui ela não voltará, já que não poderá sair daquele banheiro, sem estar vestida com alguma coisa. — Louise gargalhou.— Onde você jogou o vestido dela? — Lilian sorria, querendo saber de todos os detalhes.— Vi um cesto de lixo, nos fundos do salão, perto de onde alguns empregados estão trabalhando. Foi lá que eu o deixei.— Que pena, o vestido era até bonitinho, o que não prestava, era quem o vestia.— Lilian, querida, às vezes acho que você se parece comigo demais. — Tocou a mão da filha. — Agora vamos fingir que nada aconteceu. Quando o Théo voltar, finja que não sabe de nada.— E se ele perguntar por ela? — Perguntou preocupada.— Se isso acontecer, é só dizermos que
Maia não sabia quantas coisas Théo já havia arremessado no chão do quarto. Desde que eles chegaram em casa, ele já tinha arremessado um jarro na parede, derrubado a mesinha de cabeceira, chutado a mesa de centro e jogado um quadro pela janela.Estava em dúvida se continuava ali, ou se trancava em seu quarto, até que ele se acalmasse. Pensando que a segunda opção seria a mais sensata, começou a caminhar lentamente, em direção aos seus aposentos, mas teve que parar, ao ouvir sua voz grave.— Não se mexa, senhorita Maia, ou eu não responderei por mim. — Acho que é melhor você se acalmar um pouco, antes de a gente conversar, qualquer coisa.— Acha mesmo que conseguirei me acalmar, depois de tudo que aconteceu?— Sei que as coisas fugiram um pouco do controle, mas não devia descontar a raiva em seus pertences.— Então, quer que eu desconte em você? — Caminhou em sua direção.— Não, claro que não! — Colocou a mão em frente do corpo, para protegê-lo de uma futura agressão.— Tira essa roupa,
Maia estava feliz no hospital. Após conversar com o médico que cuidava da filha, recebeu ótimas notícias sobre a recuperação da pequena e como ela estava progredindo bem.Lis já havia se acostumado com a companhia de Júlia, que estava, praticamente, morando no hospital com ela. — Mamãe, quando eu saí daqui, quero tomar sorvete no parquinho. — Lis dizia, bem tagarela, já que era uma criança bem adiantada para a idade.— Prometo que iremos, sim.— O papai disse que vai me levar para morar com ele. — Falou, enquanto brincava com uma boneca.— O quê? — Perguntou.Mas não obteve resposta, já que a criança havia se distraído com o brinquedo que estava em suas mãos. Então, saiu de perto da filha e chamou Júlia para uma conversa.— O pai da minha filha tem visto-a com frequência?— Ele vem aqui todos os dias. Ontem mesmo, dormiu aqui. — Júlia respondeu.— Ele chegou a dormir aqui?— Eu também achei estranho, já que falei que não precisava, pois a acompanhava, mas ele não quis nem saber, diss
Maia preferiu acreditar que o que acabou de imaginar era coisa da sua cabeça.— Eu não imaginava que o Théo, pensava tanto em mim. — Disse de um jeito inocente, sem nenhuma malícia.— Ah, pode acreditar, que ele pensa muito e nem queira saber como. — A mulher voltou a rir novamente. — Entra, vou te mostrar onde ele está apagado.Maia entrou sem graça naquele apartamento. O lugar era muito estranho, as luzes estavam apagadas e havia apenas um abajur vermelho, iluminando o ambiente. Uma fumaça estranha estava por todo o local e uma música internacional tocava.— Pode vir até aqui, amor, ele não vai acordar sozinho, e acredito que nós duas não iremos dar conta de levantá-lo. — A mulher apontou para um quarto, que também seguia o mesmo estilo da sala.Quando Maia adentrou aquele lugar, teve quase um mini infarto, vendo Théo deitado na cama, do jeito que veio ao mundo. Imediatamente, tampou os olhos e virou as costas, na intenção de desver aquilo, mas a imagem que acabou de ver, estava roda
Vendo que Théo não estava no melhor estado para conversas, Maia tentaria fazer com que o senhor Joaquim mudasse de ideia, sobre querer conversar naquele horário. — Senhor Joaquim, o senhor poderia falar com o Théo amanhã? Hoje o dia dele foi muito conturbado, ele não está em condições de falar alguma coisa. — Maia tentou amenizar o clima. Théo estava sonolento e apoiava o corpo em Maia, para caminhar ou se manter em pé. Com certeza, a viagem, que acabou sendo lenta para casa, o deixou mais embriagado ainda.— Quem te deu o direito de dirigir a palavra a mim? — O velho perguntou raivoso.— Só estou falando que o Théo não está se sentindo bem. É melhor conversarem amanhã. — Respondeu com paciência, mas por dentro não gostava do jeito que o homem se dirigia a ela.— Você não tem o direito de interferir na conversa, entre mim e meu neto. Para falar a verdade, quero saber o que você ainda faz nesta casa? Depois da vergonha que nos fez passar, já era para o Théo ter te expulsado daqui. Com
Na empresa onde trabalhava, Théo estava furioso, por ver que Fábio não parava de gargalhar da sua cara, após ouvir tudo que aconteceu na noite passada.— Eu sabia que isso daria errado, meu Deus, que vergonha que você passou. — Quase se engasgava. — Mais que feio, um homem recém-casado, sendo buscado pela esposa na casa de uma garota de programa.— Você vai parar de rir, ou quer que eu espere mais um pouco? — Perguntou sério.— Por favor, espere mais um pouco, eu não posso deixar que isso passe assim, sem que eu possa aproveitar a totalidade dos acontecimentos.Vendo que o homem não parava de fazer chacota com a sua cara, ele se levantou da cadeira, fazendo sinal que iria sair dali.— Tudo bem, parei. Não precisa sair daqui.— Acha que estou fazendo alguma peça teatral, Fábio? A coisa foi séria mesmo, e o pior é que eu nem sei o que a desbocada da Andreza acabou falando para a Maia enquanto estava desacordado.— Como assim? — Ficou confuso.Théo olhou bem para a cara do homem em sua fr
Enquanto estava trancada no quarto de sua “casa”, por não querer sair para os outros cômodos, só para evitar os convidados indesejáveis, o telefone de Maia começou a tocar. Olhando para a tela, viu que se tratava de Théo. Depressa, pegou o telefone e atendeu a ligação. — Oi, Théo, aconteceu alguma coisa? — A declaração foi direta.— Me diz, como estão as coisas por aí? — Sua voz parecia preocupada, mas acreditava que era apenas sua impressão.— Bem, como você deve imaginar, continuo no quarto e, para ser sincera, não cogito sair tão cedo.— Você se esqueceu de que essa casa, no momento, também é sua? Deveria marcar seu território, se fosse para ter uma esposa, apenas no quarto, eu teria escolhido alguém como a Andreza, que, pelo menos, me daria algum retorno, se é que me entende.A frase do homem a deixou desconcertada, não sabia por que ele tocou no nome daquela mulher, pois só de lembrar das coisas que ouviu e acabou vendo naquele apartamento, ficou um pouco incomodada e desconser
Quando a mulher disse aquilo, sobre ter filho e ser mãe solteira, o coração de Maia se despedaçou, ela sabia o quanto era difícil cuidar de uma criança sozinha, ainda mais, desempregada. Que a mulher havia sido soberba, não poderia negar, mas já havia recebido seu castigo, por ser chamada a atenção em público, pelo próprio dono da empresa ainda.Maia já havia achado o suficiente, e que mandar a mulher embora, seria muito exagerado.Mas ela também sabia, que não tinha nenhuma influência com Théo, e que mesmo se quisesse interceder, por aquela infeliz, era a palavra dele que valia e bastava ali.— Vamos, Maia. — Chamando-a novamente, em um tom assustador, percebendo que ela ainda estava parada. Deixando a mulher ali, saiu andando depressa, tentando acompanhá-lo, já que ele andava em passos largos. Olhou para trás mais uma vez e viu que a mulher ainda implorava por sua misericórdia.Decidiu conversar com ele, mas não poderia garantir nada.Foi o que disse, antes de também sumir no corr