O que deve terminar sempre termina. Não importa quantas reviravoltas ou surpresas aconteçam antes, nada disso pode mudar o desfecho.Finalmente, ela não era mais a Sra. Santana, não era mais a esposa de Roberto. Roberto se tornaria o marido de Ângela. Jaqueline permaneceu em silêncio por um longo tempo, incapaz de expressar seus sentimentos naquele momento. Era difícil descrever o que sentia, como se algo dentro dela tivesse sido arrancado. Chamar isso de dor parecia exagerado, mas dizer que não doía seria uma mentira. Ela sentia como se sua alma tivesse desaparecido. Talvez isso também fosse uma forma de dor. Uma dor tão profunda que parecia extinguir sua alma, a ponto de a própria sensação de dor desaparecer. Roberto estendeu a mão. — Você pode me dar a sua certidão de casamento? Jaqueline despertou de seu estado de letargia. — O quê? — A certidão de casamento já está invalidada. De qualquer forma, será descartada. Me entregue, vou mostrá-la para Ângela. Jaqueline
Não importava quantas disputas tivessem ocorrido entre eles, no fim das contas, ele não queria prejudicar aquela mulher. O que deveria ser dado a ela, ele não deixaria faltar. Ele também esperava que ela pudesse viver bem. Mesmo que, às vezes, ele ficasse com raiva dela e tivesse muitos sentimentos conflitantes em seu coração, ele ainda não queria que ela passasse por dificuldades. Roberto transferiu a casa dele para o nome dela. Jaqueline já estava bastante chocada. Ela nunca imaginou que ele ainda lhe daria 5% das ações do Grupo Século. Era uma fortuna imensa. Mesmo que ela vendesse esses 5% das ações, não precisaria fazer mais nada pelo resto da vida. Ela poderia viver confortavelmente por dez vidas sem gastar tudo. Além disso, o Grupo Século era uma empresa extremamente próspera e estável, cujas ações continuavam a valorizar ano após ano. Ela jamais poderia imaginar que Roberto seria tão generoso, entregando a ela 5% de uma só vez. Jaqueline ficou tão surpresa que, por um
O rosto de Roberto se tornava cada vez mais sombrio, como se uma nuvem pesada tivesse encoberto o céu antes ensolarado, deixando o ambiente opressivo e carregado. Jaqueline percebeu, ainda que vagamente, a fúria que emanava do homem. Continuar aquela conversa provavelmente os levaria a uma nova briga. Já estavam divorciados, e ela não conseguia entender o motivo de Roberto insistir em dizer aquelas coisas. — Tenho algo para resolver. — Disse Jaqueline, com um tom firme. — Vou cuidar disso agora. Pode ir embora sozinho. Ela se levantou, decidida a sair. De repente, Roberto segurou seu pulso. — O que você tem para resolver? Jaqueline franziu as sobrancelhas e se virou para encará-lo. — Me solte. — Ao perceber que o aperto do homem ficava cada vez mais forte, ela mordeu os lábios, visivelmente irritada. — Já estamos divorciados! Não me puxe, nem tente me segurar. Eu não sou mais sua esposa. É melhor parar com esse comportamento absurdo! Ao ouvir a palavra "absurdo", o cenh
Ele, na verdade, já tinha chegado há muito tempo e estava observando de longe. Estava também com o coração na mão, preocupado que eles não conseguissem se divorciar mais uma vez naquele dia. No entanto, ao ver os dois entrarem no tribunal e depois saírem com alguns documentos nas mãos, ele teve certeza de que o divórcio finalmente havia sido concluído com sucesso. Naquele momento, ele finalmente respirou aliviado. Neste mundo, cada pessoa tem suas próprias intenções egoístas, e ninguém é exceção. Vendo os dois conversarem, George preferiu não interromper. Mas, ao perceber algo estranho, ele imediatamente ligou o carro e foi até lá. O rosto de Roberto, que já estava tenso, ficou ainda mais sombrio ao ver George, como se um raio tivesse cortado as nuvens carregadas. Jaqueline, ansiosa para se livrar de Roberto, rapidamente contornou o carro e abriu a porta do banco do passageiro para entrar. — Saia daqui, para o mais longe possível. Agora, ela só queria se afastar de Ro
— Sim, acabei de me formar e também acabei de me divorciar. — Jaqueline deu um sorriso amargo. — Agora sou uma mulher rica, não preciso fazer nada e, mesmo assim, tenho uma fortuna ao meu dispor. George, com as mãos nos bolsos, perguntou: — Roberto te deu uma compensação? Jaqueline assentiu com a cabeça. — Imóveis e 5% das ações. George levantou as sobrancelhas, visivelmente surpreso. — Ele foi bem generoso. Mesmo George, que não gostava de Roberto, teve que admitir que, dessa vez, Roberto foi realmente generoso. Oferecer 5% das ações significava que Jaqueline não precisaria trabalhar no futuro, ela poderia aproveitar a vida sem preocupações. — E depois? — George perguntou. — Depois... — Jaqueline pensou por um momento e, de repente, sorriu. — Depois virei uma mulher rica. Sem esforço, conquistei toda essa riqueza. Que sorte a minha, não é? George olhou para o sorriso dela, que parecia forçado, como se um fio invisível puxasse os cantos da sua boca. Apesar de estar
— Somos amigos. — Disse Jaqueline. — Ele veio comigo para ver o apartamento. Fico com este mesmo. Jaqueline não queria ver mais nada. Achava que o apartamento estava bom e decidiu alugá-lo. No final das contas, todos os imóveis eram basicamente iguais. Desde que a vizinhança fosse tranquila, o lugar fosse limpo e seguro, não precisava ser muito grande, já que ela moraria sozinha. — Jaque, você tem certeza? Não quer ver mais alguns? — Perguntou George. — Não, fico com este mesmo. — Respondeu Jaqueline. — Certo. — Disse George, sem insistir. O apartamento parecia bastante seguro. Depois, George ajudaria Jaqueline a trocar a fechadura e instalar um sistema de segurança. Afinal, não importa quão seguro seja o lugar, uma mulher morando sozinha sempre é mais vulnerável. O corretor ficou surpreso ao encontrar uma cliente tão decidida. Olhou o primeiro imóvel e já fechou negócio, sem sequer negociar o preço. No mesmo dia, Jaqueline assinou o contrato e pagou o depósito e o aluguel.
Jaqueline falou novamente: — Pode ser? Depois de um longo silêncio, Roberto respondeu: — Entendido. Eu vou cuidar disso. Se você quer ir, vá. — Roberto parecia não querer mais se preocupar com ela. Assim que terminou de falar, desligou o telefone. Jaqueline suspirou levemente e se virou para falar com o mordomo: — Já conversei com o Roberto. Quando ele se mudar para a nova casa, organizará tudo para vocês. Quando chegar a hora, terão uma nova senhora. Quanto a esta casa, antes de partirem, limpem tudo e fechem a porta. Talvez um dia ela voltasse, ou talvez nunca mais. Por mais luxuosa que fosse a casa, se ninguém a habitasse, ela perderia seu significado. Enquanto descia as escadas, o mordomo se aproximou e pegou a mala de suas mãos: — Sra. Santana, me deixe ajudá-la. Jaqueline, pensando no filho que carregava no ventre, resolveu tomar cuidado e assentiu: — Está bem, obrigada. O mordomo carregava a mala enquanto descia as escadas ao lado de Jaqueline, dizendo en
Roberto guardou silenciosamente o caderno que estava na cama e o colocou novamente no bolso. — Agora você pode ficar tranquila, certo? Descanse bem. Aguarde por um coração compatível. Você com certeza ficará bem. — Roberto, você sabia? — Ângela tinha um olhar doce, mas carregado de uma leve tristeza. — Eu já tinha perdido todas as esperanças. Já estava preparada para o pior. Mas agora... Agora que finalmente você se divorciou, o meu coração voltou a ter esperança. Eu sei que você vai se casar comigo. Você é um homem de palavra. De qualquer forma, eu vou resistir. Farei de tudo para viver e me tornar sua esposa. Comparado à emoção estampada no rosto de Ângela, Roberto parecia extraordinariamente calmo. Seu semblante estava quase inexpressivo. Ele apenas assentiu levemente. — Não fique tão animada. Mantenha a calma. Caso contrário, isso não será bom para o seu coração. Ângela percebeu a serenidade no rosto de Roberto e sentiu um leve descontentamento em seu coração. Ele havia s