O médico fez um exame em Roberto e tratou o ferimento na testa dele, que havia sofrido uma leve concussão. Jaqueline se sentou na beira da cama de Roberto, segurou firmemente a mão dele e, com uma expressão preocupada, perguntou: — Beto, ainda está doendo? — Não, não dói. Você é tão boba, por que foi se colocar na frente? E se tivesse se machucado? — Roberto franziu as sobrancelhas, seus olhos transbordando de dor e uma leve recriminação. — Ela não é qualquer pessoa, é minha amiga. — Ela explicou. — Mas você é minha esposa, e é só você que importa para mim. — Beto… — Jaqueline sentiu o nariz arder, e as lágrimas caíram involuntariamente. Ela não imaginava que, em um momento como aquele, quem sairia correndo para protegê-la seria justamente Roberto. Quando ela estava tão desapontada com ele, ele a protegia de forma tão destemida, se arriscando por ela, até mesmo se machucando. Mesmo com a cabeça sangrando, sua primeira preocupação foi com ela. Ela estava realmente con
"Dizem que é nos momentos de dificuldades ou perigo que conseguimos ver quem são as pessoas em quem realmente podemos confiar e contar."Hebe percebeu claramente que Jaqueline a havia colocado atrás de si, protegendo ela, mesmo estando grávida. Esse tipo de amizade fez com que Hebe visse Jaqueline como uma amiga para toda a vida, sem exceções. — Não precisa agradecer, somos boas amigas, claro que temos que nos ajudar. Aquele casal já foi preso pela polícia. Eles pagarão por isso. Vou falar com o Beto e ver se consigo fazer com que fiquem presos por mais tempo, eles foram longe demais. — Jaqueline disse, indignada. — Jaque, você estava chorando? — Hebe perguntou, percebendo que os olhos de Jaqueline estavam vermelhos. Jaqueline sorriu timidamente. — Você estava chorando pelo seu marido, não é? — Hebe comentou. — Eu até tinha algumas reservas sobre o seu marido, mas depois do que aconteceu hoje, eu mudei um pouco a minha opinião sobre ele. De qualquer forma, ele esteve disposto
Já era noite quando Jaqueline e Roberto voltaram para a mansão. Os dois jantaram fora e, ao chegar na mansão, poderiam simplesmente tomar um banho e dormir. Depois de deixar Roberto no quarto, Jaqueline pegou sua bolsa e se preparou para sair. Roberto segurou seu pulso e perguntou: — Onde você vai? Ela respondeu: — Você deveria tomar um banho e dormir logo, eu vou para o meu quarto. — Jaque, este é o seu quarto. Jaqueline abaixou os olhos e olhou para a grande mão dele. — Mas nós já estamos dormindo em quartos separados. Ela se lembrou da noite anterior ao roubo da carteira de identidade nacional na Mansão dos Santana, quando ela e Roberto dormiram juntos. Mas isso foi porque ela achava que aquela seria a última noite que passariam juntos, mas não imaginava que a separação seria adiada. — Já que decidimos não nos divorciar por enquanto, não há necessidade de dormirmos em quartos separados. Volte e durma aqui. — Ele falou com seriedade. O coração de Jaqueline di
Jaqueline disse: — Amanhã eu também vou dormir aqui. O bebê dentro dela também queria a companhia do pai. — E depois de amanhã? — Ele perguntou, como uma criança que pede doce insistentemente aos adultos, querendo sempre mais. — Depois de amanhã também. — E no dia seguinte? — Ele continuou perguntando, extremamente insistente. — Eu não vou dormir no quarto ao lado, vou voltar a dormir com você. Esse homem não parava de fazer perguntas, Jaqueline ficou um pouco envergonhada e, com a mão nas costas, tocou levemente seu rosto ardente. — Sério? — Roberto parecia um pouco incrédulo, com um olhar cheio de dúvida. — Claro que é sério, por que eu mentiria sobre isso? Agora, se deite e descanse bem. Eu vou pegar o pijama no meu quarto. — Tá bom, mas você tem que voltar, vou esperar por você, senão não durmo. — Ele soltou sua mão com relutância, deitado na cama como uma criança desamparada. Jaqueline sorriu sem jeito. De repente sentiu como se fosse mãe, mas ela já era uma
Ele apoiou uma mão na parede, com cada músculo tenso, Jaqueline estava muito perto dele, conseguindo sentir a força de cada centímetro do seu corpo. Ele não parecia nada fraco, mas Jaqueline, por algum motivo, acreditava nas palavras dele. Roberto observava Jaqueline, que estava com o rosto todo corado, uma fina camada de névoa cobria sua pele branca, ela parecia ainda mais sedutora do que o normal, encantadora e cheia de charme. O jeito de Jaqueline dava a impressão de fragilidade, mas ele sabia que ela também precisava de carinho, seu coração era mole, senão ela não o teria perdoado tantas vezes. Ela só tinha 21 anos, ainda muito jovem, estava na melhor fase da sua vida, mas sempre se preocupava com ele. Às vezes, ele realmente sentia que era um idiota. Depois de ajudar Roberto a tomar banho, o rosto de Jaqueline estava extremamente vermelho. Ela secou o corpo e o cabelo dele, colocou o pijama nele e o ajudou a se deitar, cuidando dele como se fosse uma criança. Roberto
Roberto perguntou: — Ou seja, você não está mais brava comigo, certo? Jaqueline respondeu: — Estou temporariamente sem raiva. Ela enfatizou a palavra "temporariamente", ninguém sabia o que aconteceria no futuro, ela não podia garantir nada, mas agora, de fato, não estava brava com ele. Comparada aos homens que sempre falam coisas agradáveis e agradam os outros, mas fogem no momento de perigo, ela preferia perdoar homens como Roberto, que a irritavam no dia a dia, mas, no momento crucial, estavam prontos para se arriscar e dar suas vidas para protegê-la. Roberto sorriu satisfeito e a beijou na bochecha. — Obrigado por não estar mais brava comigo. — Não tem nada a agradecer, durma. Roberto respondeu suavemente e, naquele momento, o toque do celular soou. Roberto olhou rapidamente para o visor. Jaqueline também viu o nome "Ângela" brilhando na tela. Sua mente foi tomada por uma dor repentina, ela tinha acabado de dizer que não estava brava com ele, mas uma onda de ra
Roberto queria acender a luz para ver se ela estava chorando, mas, no final, não fez isso. Em vez disso, estendeu a mão, segurando o dorso da mão dela ao longo de seu braço, e começou a acariciar suavemente, falando em um tom rouco perto de seu ouvido: — Eu já disse, eu preciso manter distância dela. Jaqueline respondeu: — Então, você não vai mais até lá? "Como Roberto poderia desistir completamente de Ângela? Isso não é equivalente a tirar sua própria vida?" — Jaque, você está com ciúmes?Ele percebeu um leve tom de ciúmes na voz de Jaqueline. Ao perceber que ela estava com ciúmes, como homem, sua vaidade parecia ter sido satisfeita. — Quem disse que eu estou com ciúmes? Eu não estou. Roberto deu um leve sorriso e beijou a bochecha dela. — Mas como é que eu estou escutando sua voz soando como se você estivesse com ciúmes? Jaqueline sorriu timidamente: — Eu não sei, estou com sono, vou dormir. Ela realmente não queria responder mais a essas perguntas, quanto ma
Hebe respondeu: [Por que você está tão nervosa? O filho que você está esperando é dele, ele realmente vai te bater? Se for esse o caso, me avise, eu vou ajudá-la a ensinar uma lição para ele.] Jaqueline respondeu: [Ele não vai me bater, ele não é esse tipo de pessoa.] Hebe respondeu: [Veja como você se apressa em defendê-lo, mas você não tem coragem nem de contar para ele que está esperando o filho dele.] Jaqueline respondeu: [Eu estou nervosa, não sei como vai ser o resultado.] Hebe respondeu: [Independentemente do resultado, você precisa contar para ele. Se a coisa ficar feia, você pega suas coisas e vem morar comigo, o que ele vai fazer? Afinal, você já planejava criar o filho sozinha.] Jaqueline respondeu: [Eu vou contar para ele, só preciso encontrar o momento certo.] Hebe respondeu: [Momento certo? Você já demorou tanto, diga logo. Eu já estou ansiosa por você. Diga a ele hoje à noite, eu arrumo a cama para você. Se ele não quiser esse filho ou falar algo desagradável