De repente, Jaqueline se lembrou de algo e continuou:— Srta. Ângela, o Beto me disse no caminho para cá que, por enquanto, não vamos nos divorciar. Ela simplesmente não queria deixar Ângela se sentir tranquila. Ângela ficou chocada, com os olhos arregalados.— Beto... Roberto virou a cabeça e olhou para Jaqueline, perguntando: — Você pode ir esperar no carro? Eu já te encontro em alguns minutos. — Certo, vocês podem conversar à vontade. — Jaqueline não queria enfrentar os dois, então se levantou e saiu da sala. Quando Jaqueline saiu, Ângela imediatamente se levantou e se sentou ao lado de Roberto, segurando o braço dele.— Beto, o que está acontecendo? Ela não está querendo mais se divorciar de você, é? — Não, Jaque quer se divorciar de mim, mas dessa vez fui eu quem disse que não vou me divorciar! — Roberto respondeu calmamente. — Como assim? — As lágrimas de Ângela começaram a cair imediatamente. — Por que você disse isso? Sua avó não já te deu a carteira de identida
Jaqueline respondeu: — Sim, você já me explicou. — Ela colocou o celular na tela de bloqueio e o afastou, virando a cabeça para olhá-lo. — E daí que você não tenha tido relações sexuais com ela? Você não desligou o celular e a levou para viajar? Não foi você quem quis se divorciar de mim, dizendo que ia se casar com ela? E não é você que, sempre que acontece alguma coisa, protege ela primeiro? Então, se vocês dois tiveram ou não relações sexuais, para mim não faz diferença. De qualquer forma, entre ela e Roberto, não havia mais como voltar atrás. Ele e Ângela eram como um nó impossível de desatar, não importava o quanto ela tentasse, não adiantava. Roberto segurava o volante com ambas as mãos, as veias saltadas em seu dorso, cada músculo do corpo tenso. Ele entendeu que Jaqueline apenas estava se exibindo na frente de Ângela, mas não porque estivesse feliz com a decisão de não se divorciarem, e sim para irritar Ângela. Roberto não estava dirigindo, e Jaqueline também não pressi
Roberto também parecia adivinhar que as duas mulheres tinham algo a conversar, então, por não ser muito adequado ficar ali, disse: — Vou comprar uma garrafinha de água. Depois que ele encontrou uma desculpa para sair, Hebe finalmente falou: — Vocês não vão mais se divorciar? Jaqueline sorriu timidamente, um pouco constrangida. — Talvez… No momento não dá para nos divorciarmos. — Você não está falando sério! — Hebe parecia sem palavras. — Vocês passaram tanto tempo nessa confusão, e agora dizem que não vão mais se divorciar? Vocês estão bem? Hebe estava começando a ficar exausta com as idas e vindas dessa história, que no final ainda não haveria divórcio. Se isso fosse uma novela, com certeza ela estaria assistindo e reclamando a cada cena. Jaqueline explicou: — A avó não está bem de saúde. Embora ela tenha dito que aceita o nosso divórcio, no fundo ela está muito triste. Eu não quero que ela fique mal, então vou esperar mais um pouco. — Mas até quando você vai espe
— Onde está aquela mulher? Onde está a enfermeira chamada Hebe? Com um barulho, a porta foi aberta com força e um casal de meia-idade entrou correndo. — Hebe, você é a Hebe, não é? Ao ver a pessoa deitada na cama, o casal correu até ela e puxou brutalmente o cobertor, agindo com extrema grosseria. Jaqueline disse: — O que vocês estão fazendo? Jaqueline empurrou a mulher com força, se colocando na frente da cama de Hebe, com um rosto tenso. — Saia da minha frente! — O homem de meia-idade a empurrou rudemente para o lado. Jaqueline gritou e rapidamente protegeu a barriga com as mãos: — O que você está fazendo? Hebe rapidamente desceu da cama e ajudou Jaqueline a se levantar do chão.— Você está bem? — Eu estou bem. — Jaqueline não sentiu nenhum desconforto na barriga. Vendo o casal se aproximar novamente, Jaqueline imediatamente puxou Hebe para trás de si, usando seu corpo frágil para bloquear o caminho da agressiva dupla.— O que vocês dois querem? — É essa enfer
O médico fez um exame em Roberto e tratou o ferimento na testa dele, que havia sofrido uma leve concussão. Jaqueline se sentou na beira da cama de Roberto, segurou firmemente a mão dele e, com uma expressão preocupada, perguntou: — Beto, ainda está doendo? — Não, não dói. Você é tão boba, por que foi se colocar na frente? E se tivesse se machucado? — Roberto franziu as sobrancelhas, seus olhos transbordando de dor e uma leve recriminação. — Ela não é qualquer pessoa, é minha amiga. — Ela explicou. — Mas você é minha esposa, e é só você que importa para mim. — Beto… — Jaqueline sentiu o nariz arder, e as lágrimas caíram involuntariamente. Ela não imaginava que, em um momento como aquele, quem sairia correndo para protegê-la seria justamente Roberto. Quando ela estava tão desapontada com ele, ele a protegia de forma tão destemida, se arriscando por ela, até mesmo se machucando. Mesmo com a cabeça sangrando, sua primeira preocupação foi com ela. Ela estava realmente con
"Dizem que é nos momentos de dificuldades ou perigo que conseguimos ver quem são as pessoas em quem realmente podemos confiar e contar."Hebe percebeu claramente que Jaqueline a havia colocado atrás de si, protegendo ela, mesmo estando grávida. Esse tipo de amizade fez com que Hebe visse Jaqueline como uma amiga para toda a vida, sem exceções. — Não precisa agradecer, somos boas amigas, claro que temos que nos ajudar. Aquele casal já foi preso pela polícia. Eles pagarão por isso. Vou falar com o Beto e ver se consigo fazer com que fiquem presos por mais tempo, eles foram longe demais. — Jaqueline disse, indignada. — Jaque, você estava chorando? — Hebe perguntou, percebendo que os olhos de Jaqueline estavam vermelhos. Jaqueline sorriu timidamente. — Você estava chorando pelo seu marido, não é? — Hebe comentou. — Eu até tinha algumas reservas sobre o seu marido, mas depois do que aconteceu hoje, eu mudei um pouco a minha opinião sobre ele. De qualquer forma, ele esteve disposto
Já era noite quando Jaqueline e Roberto voltaram para a mansão. Os dois jantaram fora e, ao chegar na mansão, poderiam simplesmente tomar um banho e dormir. Depois de deixar Roberto no quarto, Jaqueline pegou sua bolsa e se preparou para sair. Roberto segurou seu pulso e perguntou: — Onde você vai? Ela respondeu: — Você deveria tomar um banho e dormir logo, eu vou para o meu quarto. — Jaque, este é o seu quarto. Jaqueline abaixou os olhos e olhou para a grande mão dele. — Mas nós já estamos dormindo em quartos separados. Ela se lembrou da noite anterior ao roubo da carteira de identidade nacional na Mansão dos Santana, quando ela e Roberto dormiram juntos. Mas isso foi porque ela achava que aquela seria a última noite que passariam juntos, mas não imaginava que a separação seria adiada. — Já que decidimos não nos divorciar por enquanto, não há necessidade de dormirmos em quartos separados. Volte e durma aqui. — Ele falou com seriedade. O coração de Jaqueline di
Jaqueline disse: — Amanhã eu também vou dormir aqui. O bebê dentro dela também queria a companhia do pai. — E depois de amanhã? — Ele perguntou, como uma criança que pede doce insistentemente aos adultos, querendo sempre mais. — Depois de amanhã também. — E no dia seguinte? — Ele continuou perguntando, extremamente insistente. — Eu não vou dormir no quarto ao lado, vou voltar a dormir com você. Esse homem não parava de fazer perguntas, Jaqueline ficou um pouco envergonhada e, com a mão nas costas, tocou levemente seu rosto ardente. — Sério? — Roberto parecia um pouco incrédulo, com um olhar cheio de dúvida. — Claro que é sério, por que eu mentiria sobre isso? Agora, se deite e descanse bem. Eu vou pegar o pijama no meu quarto. — Tá bom, mas você tem que voltar, vou esperar por você, senão não durmo. — Ele soltou sua mão com relutância, deitado na cama como uma criança desamparada. Jaqueline sorriu sem jeito. De repente sentiu como se fosse mãe, mas ela já era uma