No entanto, após uma longa espera, Roberto não apareceu. Ela ligou para ele, que afirmou estar a caminho e que chegaria em breve. Contudo, uma hora se passou, e ele ainda não havia chegado, ultrapassando significativamente o horário combinado. À frente deles, muitas pessoas aguardavam na fila do cartório para se divorciar, caso Roberto não chegasse a tempo, era possível que os funcionários do cartório já tivessem encerrado o expediente.Quando estava quase perto das quatro horas da tarde e Roberto ainda não havia chegado, Jaqueline ficou muito irritada, pois ele não estava sendo proativo em relação ao divórcio.Estava prestes a ligar novamente para ele quando seu telefone tocou, exibindo um número da delegacia. Curiosa, ela atendeu:— Alô? O quê? Como isso é possível? — Exclamou, chocada. — Entendi, obrigada.Ela desligou o telefone.— O que aconteceu? — Perguntou George.Jaqueline estava visivelmente angustiada.— Roberto foi preso por dirigir embriagado. Agora está na delegacia,
— Não é possível. — A voz de Catarina de repente se tornou séria. — Em uma hora, quero ver o RG diante de mim, caso contrário, irei pessoalmente atrás de você para verificar se seu passaporte está pronto.Ouvido o tom sombrio de sua avó, Jaqueline percebeu que ela definitivamente suspeitava de algo e sabia que precisava devolver o RG rapidamente.— Tudo bem, vovó, eu entendi. Vou mandar alguém devolver o RG imediatamente.— Isso mesmo, fique de olho no tempo, senão começarei a suspeitar do que você está fazendo com o RG. — Catarina desligou o telefone diretamente.Jaqueline já podia sentir a forte desconfiança na voz de sua avó. Talvez ela já tivesse adivinhado algo, mas não revelou, dando a ela a última chance. Ela realmente não conseguia imaginar qual seria a reação de Catarina se a verdade fosse revelada.— Roberto, você está feliz agora? Não podemos esperar até amanhã de manhã, a vovó quer ver o RG em uma hora.— Então nos divorciamos outra dia, temos outras chances de conseguir o
Ao chegarem a um restaurante, Jaqueline ligou para o motorista de casa para que buscasse e entregasse rapidamente o RG à sua avó. O ambiente do restaurante era muito agradável, com alguém tocando piano no palco, e Jaqueline se perdeu em pensamentos por um momento ao som da música encantadora.— Jaqueline, já pensou em algum nome para o seu filho? — George tentava puxar conversa, falando mais, para evitar que ela ficasse quieta e pensasse nas coisas tristes.— Eu ainda não pensei nisso. — Respondeu Jaqueline, sorrindo levemente. — Também não sei se será menino ou menina.— Parece que você vai ter que preparar nomes para os dois então.— Sim.— Você gostaria de ter um menino ou uma menina?— Eu não sei. — Disse Jaqueline, tristemente. — Se for um menino, ele herdar o temperamento do Roberto e quando crescer se tornar um canalha, causando sofrimento para outras mulheres, o que fazer? Se for uma menina, ela for sensível como eu e sofrer por amor, o que fazer? Se ela for maltratada, quem a
— Vamos falar sobre isso mais tarde, nem sei onde estarei nessa época. — Jaqueline sorriu amargamente, sentindo que, neste mundo, ninguém pode ajudar outra pessoa por toda a vida. Nem mesmo os cônjuges são confiáveis. Quanto mais um homem tão excelente como George, que, mais cedo ou mais tarde, se casaria e escolheria uma mulher tão distinta quanto ele em termos de condição social. Quando ele tivesse sua própria família, não poderia cuidar do filho de outra pessoa, sua esposa certamente não iria querer. George não disse muito, ele sabia quando parar.De repente, uma melodia de piano suave e melodiosa começou a tocar, diferente da música de piano anterior. Era uma melodia familiar. Jaqueline virou a cabeça para olhar e viu um homem de terno impecável no palco, seus dedos longos tocando habilmente as teclas pretas e brancas do piano. Todos os convidados foram atraídos por essa bela música.Quando Jaqueline viu o homem no palco, ela ficou muito surpresa."Roberto, como ele poderia es
A vista de Roberto pousou brevemente na direção de George e Jaqueline, ele os viu, mas rapidamente desviou o olhar, voltando a atenção para Ângela, com quem compartilhava risadas e conversas animadas.Jaqueline sentia como se fosse proposital. De todos os restaurantes, por que estavam precisamente naquele? Justamente no dia em que tal incidente aconteceu. Mesmo não podendo se divorciar, ela não encontrava paz nem durante um jantar.Irritada, Jaqueline pegou o copo na mesa e tomou um grande gole de suco.Ela bebeu com tanta força que, sem querer, derramou um pouco da bebida em si mesma, manchando sua blusa branca de vermelho.George prontamente pegou um guardanapo e o estendeu para ela.Jaqueline pegou o guardanapo e secou o líquido derramado sobre si. — Desculpe, vou ao banheiro e depois podemos ir embora. Não quero ficar aqui.— Tudo bem. — Concordou George.Jaqueline ainda comeu mais alguns bocados, quase terminando o que havia no prato, limpou a boca com o guardanapo e então se le
— Você... — Ângela estava furiosa. — Se você não se importa com ele, deveria se divorciar logo. O que ganha atrasando isso?— Quem decide se faz sentido ou não sou eu. — Jaqueline cruzou os braços, olhando ela lentamente, certa de que Ângela não permaneceria ali para sempre bloqueando seu caminho.Parecendo captar a satisfação nos olhos de Jaqueline, Ângela riu:— Jaqueline, você realmente é patética. Seu marido não te ama, e tudo o que você consegue fazer é usar essas respostas teimosas para rebater, mas qual é o sentido real disso? No máximo, é apenas uma vitória moral. Na realidade, Roberto ainda me ama mais. Você sabe aquela peça de piano que ele toca? Foi ele quem a compôs para mim.A expressão no rosto de Jaqueline endureceu, seus olhos pareciam se tornar poças estagnadas.Ângela continuou:— Ele disse que tocaria essa música no nosso casamento, na cerimônia, só para mim. É uma pena que não chegamos a casar, mas ele disse que ainda escreveria novas músicas para mim.O coração de
— Srta. Ângela, é melhor você não me tocar. Se, por acaso, eu estiver realmente grávida e algo acontecer devido a uma queda repentina, serei obrigada a culpá-la. Afinal, estamos apenas nós duas aqui. Se eu decidir colocá-la como responsável, mesmo com o Roberto a protegendo, toda a sua família Santana...Ao dizer isso, Jaqueline fez uma pausa, com os olhos inocentes fixos nela.Ângela rapidamente soltou sua mão."Essa mulher não pode me culpar, mas afinal, ela está grávida ou não? Não, Jaqueline definitivamente não está grávida. Se estivesse, faria um grande alarde e imploraria para que o Roberto não a deixasse. Como poderia estar agindo tão discretamente? Provavelmente é apenas uma indigestão ou algo que comeu que não lhe fez bem."Jaqueline lançou um olhar frio para ela e saiu do banheiro.Jaqueline, calçando sapatos baixos, andava rapidamente. Olhou na direção de George e caminhou até ele, querendo deixar o restaurante.Mas, de repente, sentiu uma tontura e sua visão começou a escur
Era alta madrugada quando Benjamin saiu do banheiro após lavar o rosto e, trôpego, reentrou no saguão, desabando no chão com um baque surdo, fixando o olhar no homem bêbado encostado na janela de vidro.— Oi, já se passaram várias horas, o que aconteceu afinal? Fala alguma coisa, vai.Roberto havia chegado algumas horas antes e, sem dizer uma palavra, abriu seu armário de bebidas. Retirou todas as garrafas de sua coleção, uma após a outra, bebendo até ficar completamente embriagado, enquanto Benjamin tinha que, a contragosto, acompanhá-lo.Benjamin estava quase bêbado, mas Roberto parecia aguentar outra rodada.— Ah. — Benjamin desabou no chão exausto, soltando um longo suspiro. — Roberto, se você não falar, eu vou dormir.Para ele, dormir no chão mesmo não fazia diferença.Os dois homens, sentados no tapete, desarrumados e desgrenhados, já não exibiam nenhum de seus habituais brilhos ou elegâncias. As pessoas que parecem mais polidas externamente são, muitas vezes, as que mais querem