Após o café da manhã, Jaqueline ainda permaneceu um tempo conversando com Catarina antes de se despedir. O motorista a conduziu de volta à casa que dividia com Roberto. Chegando ao quarto, ela se deixou cair exausta na cama. Não dormiu bem na noite anterior e sentia um cansaço avassalador. Segurando a carteira de identidade e ao ver o nome de Roberto estampado nela, lágrimas brotaram involuntariamente em seus olhos.Tendo a identidade em mãos, ela precisava telefonar para Roberto a fim de informá-lo que eles poderiam se divorciar ainda naquele dia, conforme o planejado. No entanto, ao discar o número, uma gravação automática respondeu:— Desculpe, o número discado está em outra chamada. Por favor, tente mais tarde.Jaqueline tentou mais uma vez, mas a linha permanecia ocupada. Imaginando que ele estivesse ocupado, esperou meia hora antes de tentar novamente, apenas para descobrir que o telefone estava desligado. Confusa, ela pensou."Ele está evitando minhas ligações propositalme
Se passaram mais dois dias.Jaqueline ainda não havia conseguido contatar Roberto, mas, por sorte, quando apresentou sua identidade na sexta-feira, conseguiu protelar a situação por mais um dia.Durante o sábado e o domingo, ela utilizou a desculpa de que não era possível providenciar um novo passaporte durante o fim de semana, já que os funcionários estavam de folga.Nesses dois dias, ela tentou incessantemente entrar em contato com Roberto, sem sucesso. Ligou inúmeras vezes, mas o telefone estava sempre desligado. Ela não conseguia imaginar o que ele e Ângela estavam fazendo para estarem tão inacessíveis.Sem outras alternativas, Jaqueline só podia esperar, angustiada e com o coração apertado.Chegou a segunda-feira.Logo cedo, Catarina ligou, falando diretamente:— Jaque, você precisa ir providenciar o passaporte hoje, e à tarde deve devolver a identidade para a vovó. Sem mais delongas.A voz de Catarina soava muito séria, ela parecia preocupada com o que poderia acontecer se a iden
Duas horas depois...Dentro do café, Jaqueline estava sentada à mesa, aguardando com ansiedade.Então, um homem entrou no café vestindo roupas casuais brancas, um visual muito mais simples e amigável do que sua habitual aparência impecável em ternos.Ele se aproximou de Jaqueline, que olhava pela janela como se procurasse algo, e disse em voz baixa: — Jaqueline.Ao ouvir sua voz, Jaqueline se virou e, ao ver George, perguntou rapidamente: — Sr. George, como estão as coisas?George se sentou à frente dela e respondeu: — Já falei para me chamar apenas de George, "Sr. George" soa muito formal. Afinal, ele já a chamava de Jaqueline.Jaqueline esboçou um sorriso forçado, não querendo insistir na formalidade, e perguntou novamente: — George, como estão as coisas?— Conversei com alguns amigos que investigaram e conseguiram um endereço. Roberto ainda está na Cidade do Mar Estelar, mas em um resort isolado. Ele reservou o resort inteiro só para ele.— Um resort?— Sim. — George retir
Originalmente, Jaqueline não pretendia incomodar George, ela planejava entrar no resort sozinha. No entanto, George lhe informou que conhecia bem o local e sabia como andar por lá. Caso contrário, se Jaqueline entrasse sozinha e despreocupada, poderia enfrentar dificuldades para encontrar Roberto, dada a vastidão do lugar.Por isso, Jaqueline concordou que George a acompanhasse.Ela estava verdadeiramente grata por George se esforçar tanto para ajudá-la e prometeu a si mesma que o levaria para um jantar especial após resolverem essa questão.Os dois, disfarçados de garçons, um homem e uma mulher, caminhavam pelo resort.— Logo à frente, à esquerda, deve ser o quarto dele.Jaqueline assentiu: — Entendi, George, muito obrigada mesmo.Encontrar Roberto não era uma tarefa fácil. Ela não sabia quantos favores George havia pedido secretamente, ele certamente teria de retribuir esses favores mais tarde.— Não precisa ser formal comigo, ajudar você também me deixa feliz. — Disse George com u
Roberto ainda dormia profundamente, imerso em um sono tão pesado que o ruído ao redor não o despertava. Lágrimas de raiva escorriam incontrolavelmente pelo rosto de Jaqueline, quando George chegou. Ao ouvir o tumulto e preocupado, se apressou até o local, se deparando com a cena.Ele franziu a testa e rapidamente se posicionou à frente de Jaqueline.— Nossa, quem é essa? — Ângela se encostou em Roberto e riu. — Ainda tem a cara de pau de vir pegar no flagra. Você não trouxe um homem também?George se virou, segurando os ombros de Jaqueline, e sugeriu:— Que tal voltarmos?— Não, espera. Jaqueline enxugou as lágrimas, passou por George e caminhou até a cama, agarrando o braço de Roberto. — Roberto, acorda! Levanta!— O que você está fazendo? — Ângela tentou impedi-la, mas Jaqueline a empurrou com força.— Ah! — Ângela soltou um gritinho, fingindo fraqueza e caiu na cama, começando a chorar. — Roberto, acorda logo, eles estão me maltratando, olha só.O homem na cama, ainda profundamen
Jaqueline enxugou as lágrimas do rosto e, com um sorriso frio, disse:— Roberto, antes eu apenas pensava, mas nunca havia visto com meus próprios olhos. Sempre acreditei que você tivesse algum limite, mas agora que vi com meus próprios olhos, finalmente te vejo como realmente é: um desgraçado detestável. Não quero mais te ver!Dizendo isso, Jaqueline se virou para ir embora.Chorar, fazer escândalo e xingar, de fato, não adiantavam.Ela não queria mais se envolver com ele ali.— Espere. — Roberto agarrou o pulso dela.Ele abriu a boca, parecendo querer dizer algo, quando George deu um passo à frente e segurou o outro pulso de Jaqueline, dizendo:— Solte ela!— Isso não é da sua conta! Ela é minha esposa, saia daqui! — Retrucou Roberto com raiva.— Ha ha. — George riu com desprezo. — Roberto, você ainda tem a cara de pau de chamar Jaqueline de sua esposa depois do que fez!— Não preciso que aponte o que fiz, solte a Jaque!— Você que deveria me soltar! — Jaqueline, com força, se liberto
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde