Ao observar a mulher desviar o olhar, uma sombra de desagrado passou pelos olhos do homem. — Não é como se você nunca tivesse visto antes. Jaqueline não respondeu, ela se levantou e disse: — Você... Continue seu banho, vou sair agora. Ela estava prestes a deixar o local, quando, subitamente, escorregou e todo o seu corpo caiu para trás. — Ah! — Jaqueline gritou agudamente, protegendo instintivamente o ventre. No instante seguinte, um par de braços fortes a segurou por trás e, com um som de "pluft", ambos caíram na banheira, espirrando água para todos os lados. A água fria envolveu seu corpo, e Jaqueline começou a tremer, lutando para sair da água. Embora ainda estivesse vestida, o contato com o corpo do homem era inegável, cada contorno sendo claramente sentido por ela. Roberto prontamente retirou Jaqueline da água e saiu do quarto carregando ela nos braços. Encharcada e tremendo de frio, Jaqueline se agarrou firmemente ao corpo do homem, seu rosto pálido encostado n
Ela estava grávida e seu corpo não aguentava mais ser agitado. Existiam muitas maneiras de ajudá-lo, não necessariamente dessa forma. Roberto, com os lábios cerrados, deixou escapar um suspiro quente. Observando a hesitação e a relutância da mulher, seu olhar ardente escureceu consideravelmente. "Ela realmente está tão relutante assim? Ainda não quer fazer de verdade. Afinal, ela ainda não quer ter relações sexuais comigo!" — Não precisa, eu não quero te tocar! Já que esta mulher não queria que ele a tocasae, ele também não precisava se humilhar, para evitar parecer que ela foi coagida e, se a fizesse chorar, pareceria ainda mais desavergonhado. Ao ouvir "Eu não quero te tocar", Jaqueline primeiro ficou atônita, então sentiu como se tivesse sido jogada em águas geladas, sentiu um frio cortante da cabeça aos pés, era um frio que não tinha nada em comparação. Com sua face pálida, ela levantou a cabeça, olhando para ele confusa. Claramente, esse homem estava muito ansioso in
"Divórcio, sempre voltamos ao tema do divórcio." Roberto segurava a maçaneta com força. Eles já deveriam estar divorciados! — Roberto, combinamos que você pegaria sua identidade hoje, e agora você simplesmente vai embora? Eu... — Não estou indo embora. Então, devo ficar e dormir com você? — Sua voz estava visivelmente menos irritada. — Então me diga para onde você está indo. Você vai para casa ou vai encontrar a Ângela? Este homem não encontrou consolo ali, e agora queria sair no meio da noite, ela não podia deixar de suspeitar. Se Jaqueline tivesse perguntado apenas se ele queria ir para casa, talvez estivesse tudo bem, mas ela teve que mencionar o nome de Ângela. Roberto franziu a testa, virou a cabeça e disse, áspero: — Claro que vou encontrar a Ângela! O coração de Jaqueline afundou, se apertando em dor. — Roberto, ainda não nos divorciamos, mas você vai ver outra mulher, que posição isso me deixa? Você não pode esperar nem por esta noite? — E você? Ainda não
Depois de abrir o cadeado com as mãos trêmulas, Jaqueline levantou a tampa da caixa, que continha muitos documentos de diversas cores. Ela revirou o conteúdo, mas não encontrou sua carteira de identidade. Havia apenas outros tipos de documentos, incluindo até a certidão de casamento de seus avós, que parecia muito antiga e desbotada. Naquela época, as fotos nos certificados de casamento ainda eram em preto e branco. Seus avós, jovens na foto, eram visivelmente apaixonados: o avô, muito bonito, e a avó, extremamente bela, ambos sorriam felizes. A genética da família Santana era realmente notável. Infelizmente, os anos passam rapidamente, e o tempo envelhece as pessoas. Agora, apenas sua avó restava, guardando todas as memórias felizes naquela caixa, o que justificava o cadeado. Quanto a ela e Roberto, nem sequer teriam memórias felizes para guardar. Um ano de casamento foi muito pouco, tão breve que ao lembrar, tudo lhe parecia amargo. Jaqueline se deu conta de que pre
Depois que Jaqueline desligou o telefone, Roberto, com o rosto frio, colocou o celular de lado e se sentou no sofá do quarto do hospital. Ele havia tomado o medicamento prescrito pelo médico para reduzir seu calor interno, o que o fez se sentir muito melhor.— Roberto, o que houve? Você parece pálido. — Ângela percebeu que aquela ligação, provavelmente feita por Jaqueline, tinha algo de errado.— Não é nada, descanse.— Roberto, e a questão da carteira de identidade? Você ainda não me contou. Conseguiu pegá-la?Ela estava cheia de expectativas, esperando ansiosamente, e assim que Roberto entrou no quarto, ela perguntou apressadamente, mas Roberto ainda não lhe havia respondido.Roberto respondeu:— Não consegui.Ao dizer isso, ele parecia não ter muita emoção, sem raiva, sem irritação e sem arrependimento.— O quê? — Ângela, ao ouvir isso, sentiu imediatamente falta de ar. Roberto tinha acabado de entrar e ela já suspeitava que algo não estava certo, mas ainda assim mantinha a última
Jaqueline acordou bem cedo, com os olhos inchados. Durante o café da manhã, Catarina perguntou com preocupação: — Jaque, o que aconteceu? Seus olhos estão tão inchados. — Eu... — Porque ela havia chorado muito na noite anterior, mas não podia contar a verdade para a avó, então disse. — Talvez... Talvez eu não tenha dormido bem ontem à noite. Catarina, então, mostrou um sorriso sutil: — Casais jovens, não dormir bem à noite é normal, isso pode ajudar a engravidar mais cedo. — Vovó, não fale sobre isso. — Jaqueline corou. Ela havia mentido para a avó naquele dia. Disse que Roberto havia saído cedo por causa de um compromisso e não pôde tomar café da manhã com ela, mas a avó não insistiu mais no assunto. — Está bem, vovó não vai falar mais nisso. Coma mais, isso ajuda a fortalecer o corpo. Jaqueline comeu o café da manhã a contragosto, pensando no problema do RG. Sentia que, dependendo apenas de seu esforço, não conseguiria encontrá-lo. Só se a avó dissesse onde estava
Após o café da manhã, Jaqueline ainda permaneceu um tempo conversando com Catarina antes de se despedir. O motorista a conduziu de volta à casa que dividia com Roberto. Chegando ao quarto, ela se deixou cair exausta na cama. Não dormiu bem na noite anterior e sentia um cansaço avassalador. Segurando a carteira de identidade e ao ver o nome de Roberto estampado nela, lágrimas brotaram involuntariamente em seus olhos.Tendo a identidade em mãos, ela precisava telefonar para Roberto a fim de informá-lo que eles poderiam se divorciar ainda naquele dia, conforme o planejado. No entanto, ao discar o número, uma gravação automática respondeu:— Desculpe, o número discado está em outra chamada. Por favor, tente mais tarde.Jaqueline tentou mais uma vez, mas a linha permanecia ocupada. Imaginando que ele estivesse ocupado, esperou meia hora antes de tentar novamente, apenas para descobrir que o telefone estava desligado. Confusa, ela pensou."Ele está evitando minhas ligações propositalme
Se passaram mais dois dias.Jaqueline ainda não havia conseguido contatar Roberto, mas, por sorte, quando apresentou sua identidade na sexta-feira, conseguiu protelar a situação por mais um dia.Durante o sábado e o domingo, ela utilizou a desculpa de que não era possível providenciar um novo passaporte durante o fim de semana, já que os funcionários estavam de folga.Nesses dois dias, ela tentou incessantemente entrar em contato com Roberto, sem sucesso. Ligou inúmeras vezes, mas o telefone estava sempre desligado. Ela não conseguia imaginar o que ele e Ângela estavam fazendo para estarem tão inacessíveis.Sem outras alternativas, Jaqueline só podia esperar, angustiada e com o coração apertado.Chegou a segunda-feira.Logo cedo, Catarina ligou, falando diretamente:— Jaque, você precisa ir providenciar o passaporte hoje, e à tarde deve devolver a identidade para a vovó. Sem mais delongas.A voz de Catarina soava muito séria, ela parecia preocupada com o que poderia acontecer se a iden