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Sendo quem sou, nunca imaginei que um dia fosse estar com um homem tão importante.
Eu venho de uma família simples. Meu pai é eletricista e trabalha em uma empresa privada, minha mãe — devido aos problemas de saúde — parou de trabalhar e agora cuida da casa. Eles sempre trabalharam bastante para que eu conseguisse estudar e alcançasse tudo que eles não puderam alcançar. Por isso, hoje eu os ajudo como posso, tento retribuir todo o esforço dedicado a mim de alguma forma.
Eles sempre batalharam para pagar meus estudos e foi assim que consegui me formar na faculdade. Um tempo depois que comecei a estudar arrumei um emprego de meio período para assim conseguir pagar algumas despesas da universidade e diminuir os custos dos meus pais.
Quando me formei levei um tempo para conseguir um bom emprego, mas nunca deixei de batalhar e correr atrás para que isso acontecesse. E quando aconteceu, dei o melhor. Algum tempo depois consegui comprar um pequeno apartamento que fica mais próximo ao meu atual trabalho, não tem luxo algum, mas consegui com muito esforço e é excelente para mim no momento.
Hoje faz 4 anos que eu trabalho na editora Kbook, comecei trabalhando lá como revisora e dois anos depois consegui o cargo de editora assistente. Eu gosto de trabalhar aqui, o ambiente é agradável e além de tudo trabalho com as minhas duas amigas mais próximas, Tasha e Yara. No momento estou ansiando o cargo de editora, pode parecer meio ambicioso da minha parte tendo apenas 26 anos, mas eu sempre me esforcei muito para chegar onde cheguei e eu estou disposta a continuar batalhando para alcançar meus objetivos.
— Jane — Tasha chamou, me tirando da bolha de pensamentos que estava.
— Oi? — Respondi um pouco perdida, já que estava desatenta.
— O que tanto faz aí? — Perguntou.
Como é muito curiosa tentou bisbilhotar a tela do meu notebook, mas antes que ela visse algo eu o fechei. Eu não estava vendo ou fazendo nada demais, mas reagi por impulso e acabei deixando ela desconfiada.
— Faz um tempão que te chamo e você parece encantada com algo no seu computador — me olhou com desconfiança.
— Eu só estava distraída — respondi, ignorando sua cara.
— Percebi — mostrou um sorrisinho ladino. — Estava vendo homem pelado? — Indagou, com empolgação demais para meu gosto.
— Onde você acha que estamos para falar esse tipo de coisa? — Olhei ao redor para me certificar que ninguém estava ouvindo aquilo. — Deixa de ser pervertida — rolei os olhos.
— É que você abaixou a tampa do notebook tão rápido, achei que estivesse vendo algo impróprio — soltou uma risada.
— Eu não sou nenhuma adolescente com os hormônios à flor da pele que não pode se controlar e fica vendo esse tipo de coisa em qualquer lugar — ralhei.
Eu não sou uma santa puritana, mas também não fico vendo esse tipo de coisa em qualquer lugar. Principalmente no meu trabalho. Ela me conhece, sabe que eu não faria algo assim, por isso sei que ela disse essas coisas apenas para me provocar.
Bom, conseguiu.
— Azeda! — Me deu língua e revirou os olhos.
— Você que tem a mente suja — rebati.
— Ok, chega de reclamações — fez um sinal com a mão para encerrar aquele assunto. — O senhor Kim quer te ver — se sentou em sua cadeira.
A mesa dela fica bem próxima a minha. Então, já sabem o que eu sofro todos os dias.
— O que será? — Franzi o cenho encarando a porta da sala do meu chefe.
— Acho que é sobre o cargo que você quer — deu de ombros.
— Sério? — Arregalei meus olhos. — Ele te disse algo?
— Não — respondeu. — Mas a expressão dele ao pedir para te chamar foi... agradável. Acredito que seja algo bom e nada seria melhor do que uma promoção, não é?
— Com certeza — afirmei com um grande sorriso nos lábios. — Espero que você esteja certa e ele me dê uma resposta positiva.
— Na real? — Me encarou. — De todos aqui você é a mais capacitada para esse cargo, sem falar que você sempre se esforçou muito. Tenho certeza que a vaga é sua — disse confiante.
É, ela é doidinha e me irrita às vezes, mas é uma amiga maravilhosa.
— Obrigada, Tasha — sorri pequeno. — Espero que o Sr. Kim pense igual a você.
— Claro que pensa — voltou a atenção para seu computador. — Agora vai logo falar com ele que eu também estou ansiosa para saber de tudo.
— Curiosa — joguei uma bolinha de papel nela antes de me levantar.
Ela apenas sorriu.
Eu tinha falado com o meu chefe sobre essa promoção. O antigo editor foi demitido há duas semanas e o Sr. Kim ainda não tinha colocado ninguém em seu lugar, por isso criei coragem para falar com ele sobre essa possível mudança de função. Ele disse que iria pensar a respeito e me diria depois, mas já fazem alguns dias que falei com ele sobre isso e até agora ele não me deu resposta nenhuma. Creio que ele estava analisando as opções já que eu não fui a única a solicitar esse cargo.
— Com licença, Sr. Kim Daniel — falei ao entrar em sua sala quando recebi permissão. — Mandou me chamar?
— Sim — disse ao levantar a cabeça e me encarar. — Sente-se, senhorita Jane — apontou para a cadeira em sua frente.
Eu respirei fundo, limpei as palmas suadas em minha calça e fiz o que ele pediu me sentando na cadeira em frente a sua mesa.
— Irei direto ao ponto — se recostou em sua cadeira e respirou fundo. — Já faz um tempo que você falou comigo sobre o cargo de editor e eu disse que iria pensar sobre o assunto, certo? — Ele falou e calou-se esperando a minha confirmação. Eu a fiz silenciosamente.
Não consegui formular uma resposta em voz alta. Meu coração estava palpitando rápido demais, minha boca secou de repente e minhas mãos voltaram a suar. O medo de receber uma resposta negativa sobre aquilo me deixava nervosa.
— Pois bem — continuou. — Eu pensei sobre isso e tenho uma proposta a lhe fazer — desencostou da cadeira, se inclinou um pouco para frente e cruzou as mãos em cima da mesa.
— Que proposta? — Perguntei ansiosa me esforçando ao máximo para não gaguejar.
— Conhece o escritor Oliver Evans?
— Sim — respondi baixo.
Já ouvi falar muito nele, ele é bem conhecido em sua área, inclusive já li quatro dos seus 8 livros publicados e devo confessar que são muito bons. Ele realmente escreve muito bem e não é atoa que já teve três adaptações para filme. Porém, o que eu ouvi falar do temperamento dele não me agradou em nada. Como sou desse meio, é comum ouvir os boatos sobre os escritores e editores da área, além das editoras de um modo geral. E o que comentam sobre o escritor Evans não é nada agradável. Dizem que ele é uma pessoa bem difícil de lidar, muito temperamental e exigente ao extremo, tanto que já trocou de editora sete vezes em dez anos, falam que lhe agradar completamente é algo impossível de acontecer.
— Então deve saber que ele está se preparando para lançar seu nono livro — colocou um documento em minha frente para que eu o pegasse.
— Sim — confirmei. Eu havia ouvido sobre isso em algum momento.
Peguei o documento que ele estendeu para mim e vi que se tratava de um artigo falando sobre o assunto.
— Sabia também que ele está sem editora certa porque discutiu com o editor chefe da última em que estava? — Perguntou, me encarando.
— Não sabia que ele tinha saído da última editora — confessei. — Ele não dura em nenhuma.
— Pois é, ele saiu — confirmou. — Há boatos de que o Sr. Evans é muito exigente com suas obras e qualquer coisa que, por mínima que seja, não esteja do jeito que ele quer, é motivo de revolta da parte dele, causando assim seu desligamento com a pessoa ou empresa com quem esteja trabalhando — ele abriu os botões de seu terno o deixando aberto e voltou a se encostar na cadeira. — E talvez seja por isso que seus trabalhos são tão bons, já que ele cuida de tudo pessoalmente. Digamos que é perfeccionista ao extremo, o que é bom se olharmos pelo lado profissional.
— Sim, eu já ouvi falar bastante sobre esse lado dele — coloquei o artigo em sua mesa novamente. — A editora que conseguir fechar um contrato longo com ele é muito sortuda ou muito boa.
— Exatamente — concordou comigo. — Eu creio que a nossa editora tem profissionais capacitados para isso, afinal, nós trabalhamos duro para sermos os melhores no mercado — disse empolgado.
— Claro, senhor — eu não seria louca de discordar.
Mas ele tinha razão, nossa editora não é tão grande, mas devo reconhecer que o senhor Kim escolheu bem seus funcionários, todos dão o melhor e tudo aqui é revisado minuciosamente. Nesses anos em que estou aqui não vi nenhum erro grave acontecer, nem fiquei sabendo de algum que já tenha acontecido.
É por esses e outros motivos que eu o admiro tanto. Ele é um grande homem, sempre preocupado com todos os funcionários e com a imagem da empresa, além de ser extremamente inteligente. Sim, ele é um homem de uma mente magnífica. Talvez eu seja suspeita de falar isso por se tratar do meu chefe, aquele que paga o meu salário, mas eu realmente o admiro muito.
Para ser sincera eu quis entrar para essa editora por causa dele, eu já acompanhava o seu trabalho pela mídia e li os dois livros publicados por ele. Claro que fiquei fascinada pela mente brilhante dele, ele passou a ser um exemplo para mim e por isso me esforcei tanto para trabalhar aqui. E foi gratificante conhecê-lo pessoalmente e perceber que ele faz jus a tudo que vi sobre ele, ele consegue ser ainda mais incrível pessoalmente. Inclusive, meu livro favorito foi escrito por ele. É um livro instigante que fala sobre os enigmas da mente, já perdi a conta das vezes que o li.
— Pois bem, Jane Becker, a minha proposta para você é a seguinte — ele falou e só então me concentrei na conversa novamente.
Ele levantou-se da cadeira, deu a volta em sua mesa, encostou-se nela e cruzou os braços ficando assim bem perto de mim.
— Não lhe darei o cargo que quer, mas lhe darei um melhor. Que tal editora chefe? — Perguntou com um sorriso simplista nos lábios.
— E-editora chefe? — Perguntei incrédula só para ter certeza do que ouvi. Eu poderia estar delirando.
— Sim! — Confirmou rapidamente. — Eu vejo muito potencial em você. Esses dias todos em que disse que iria pensar sobre o cargo que me solicitou, eu estava observando você e o seu trabalho. Além do seu profissionalismo, observei que você é persuasiva e persistente.
— Fico grata pelo reconhecimento — minhas mãos estavam suando demais agora.
— Apenas disse o que vejo — sorriu e vi suas covinhas aparecerem. — Eu acompanhei o seu crescimento aqui na editora, vi todo esforço que fez para chegar onde está hoje. Por isso, tomei essa decisão — mudou o peso de uma perna para outra. — Sei que se tem alguém aqui capaz de realizar qualquer coisa a que se proponha, esse alguém é você.
— Eu nem sei o que dizer — falei sinceramente. — Fico extremamente lisonjeada com suas palavras, senhor Kim. Não quero parecer uma puxa saco, mas não é segredo para ninguém que eu o admiro demais e que é um dos meus referenciais — eu estava muito nervosa. Não queria que ele pensasse mal das minhas palavras. — Então, é muito bom e importante ouvir essas coisas do senhor.
— É, já ouvi boatos que me acha incrível — abriu um sorriso enorme. — Brincadeiras a parte. Eu quero muito que esse cargo seja seu, mas eu tenho uma pequena exigência.
— Claro, o que quiser — respondi empolgada.
Vindo dele não deve ser nada absurdo.
— O cargo de editora chefe será seu se conseguir que o escritor Oliver Evans feche contrato conosco — ao final de sua fala meu sangue sumiu, tenho certeza que fiquei pálida.
É, talvez eu o tenha julgado errado quando pensei que ele não fosse me propor nada absurdo, porque isso, com certeza, é absurdo.
Não sei como vou convencer um homem tão exigente a fechar um contrato conosco. Não que nossa editora não seja boa o suficiente, mas ele já trabalhou em editoras bem maiores e famosas. Se ele for mesmo o babaca que todos o pintam, não vai querer ligar seu nome a um lugar que não seja mundialmente famoso.
Que deus me ajude!
❧ Eu saí da sala do meu chefe totalmente desorientada. Tudo que sucedeu sua fala ao me revelar sua "pequena exigência", aconteceu no modo automático. Eu fiquei tão surpresa com sua proposta que não soube o que dizer, apenas concordei com o que ele sugeriu e saí da sala ainda atônita. Eu tive que concordar, não dava para negar aquilo, não depois de todos os elogios que ele me fez. Agora eu tinha que me esforçar para realizar aquela missão impossível. Era apavorante imaginar que o meu futuro cargo estava nas mãos de um escritor com espírito de grandeza. Certo que ele é, realmente, muito bom no que faz, mas isso não justifica o modo como ele trata as pessoas. Nenhuma posição social ou conta bancária deveria definir o caráter de alguém. Sei que eu não deveria estar julgando sem antes conhecê-lo, mas não dá pra evitar pensar nessas coisas quando os boatos são os mesmos em todas as editoras com as quais ele já trabalhou. Espero, de verdade, que todos estejam errados e que Oliver Evans
❧ Minhas mãos estavam suando demais, minha perna balançava involuntariamente e meus dentes mordiam a pele fina da minha boca perto do lábio inferior, evidenciando o meu nervosismo e a minha ansiedade que estavam nas alturas. Tudo isso porque eu estava na recepção do escritório do Oliver Evans há exatos 30 minutos, 15 segundos e contando. Cheguei no horário certo, mas, segundo a secretária dele, ele estava em reunião e precisou estender um pouco mais que o esperado. Eu levantei e fui até o bebedouro, para tomar um pouco de água e acalmar os meus nervos. Assim que voltei ao meu lugar vi dois homens muito bem vestidos com ternos elegantes e aparentemente caros saindo da sala do escritor. Se aqueles forem meus concorrentes eu estou ferrada. Não que eu esteja mal vestida, mas não estou como aqueles homens, estou com uma calça de alfaiataria azul escuro, uma blusa branca social e sapatos com saltos pequenos. Espero que o Sr. Evans não se importe por eu não estar com uma roupa na altura da
❧ Na manhã seguinte, no horário marcado, eu cheguei ao endereço indicado pelo Oliver. Claro que eu pesquisei sobre o local na internet antes de ir até lá. Vai que minhas amigas estavam certas e fosse um lugar estranho onde eu seria morta? Aquelas duas encheram tanto a minha cabeça com histórias que fiquei paranoica. Mas, ao contrário do que pensei, era um café bastante aconchegante, a decoração era encantadora. Tinha livros espalhados por todo lado, as mesas eram bonitas e redondas com cadeiras confortáveis e tinha sofás. Tinha também uma parte reservada para leitura onde várias estantes de livros enfeitavam o ambiente. Era um lugar calmo e agradável. Assim que cheguei dei uma olhada pelo local procurando pelo escritor, mas não o vi no salão principal, então resolvi perguntar na recepção. A moça verificou meu nome, depois disse que o escritor me esperava na varanda. — Varanda? — Questionei por não ter ideia de onde ficava. — É só subir as escadas à direita — apontou para o lance d
❧ Quando o Sr. Evans saiu do café, eu voltei a me sentar e fiquei mais alguns minutos ali apenas observando a movimentação para tentar descobrir o que pode ter inspirado ele. Vi os garçons servindo as mesas, outros as limpando, pessoas comendo, outras tomando café, gente sentada lendo, outras olhando livros em prateleiras e algumas apenas conversando entre si. Na rua a movimentação estava menor, o trânsito estava mais tranquilo e nada fora do normal aconteceu, nada que pudesse inspirar um livro, ao menos para mim. Eu estou ferrada para descobrir o que Oliver Evans quer. Voltei para a editora frustrada e estressada sem saber o que dizer para ele quando me perguntasse sobre a bendita essência do seu livro. Infelizmente minha bola de cristal está com defeito e eu não consegui adivinhar o que ele quer, ainda não aprendi a ler mentes. — E aí, como foi? — É a primeira coisa que a Tasha me pergunta quando nos encontrarmos para almoçar mais tarde naquele mesmo dia. — Precisou usar o spra
❧ Eu saí da casa do escritor Evans aborrecida. Eu sei que não somos íntimos e estamos muito longe disso, mas custava ele ser mais educado? Eu o ajudei como pude, limpei seu machucado, me importei com ele e tudo que recebi foram palavras duras. Que homem ranzinza do cacete. — Que cara é essa, Jane? — Tasha me perguntou ao me ver chegando na editora com um bico gigante. — Acabei de chegar da casa do Sr. Evans — falei me sentando de uma vez em minha cadeira. — Aquele homem me dá nos nervos — resmunguei totalmente exausta. — O que foi dessa vez? Mandou adivinhar o que ele estava pensando? — Ironizou. — Nem tivemos uma reunião — contei alterada. — Ele estava bêbado e se não fosse por um incidente eu nem teria falado com ele. — Explica isso direito — Yara apareceu, não sei de onde, já fazendo perguntas. — De onde você saiu? — Juntei as sobrancelhas. — Dos seus sonhos, gracinha — ironizou tocando em meu queixo. — Sai — afastei o rosto do seu toque. — Não vou levar isso como ofensa
❧ Eu estava dirigindo até a casa do escritor Evans pedindo aos céus que ele estivesse mais calmo e não estivesse bêbado como da última vez. Eu não iria aguentar o mau humor dele novamente tão cedo. Estacionei o carro no mesmo lugar da outra vez e toquei no interfone. Dessa vez Heitor atendeu e, diferente da vez passada, pareceu que me esperava. Entrei na casa do escritor e o próprio Heitor me direcionou até a área externa que eu tinha visto no outro dia. Ele disse que o Evans já viria me atender e me mandou ficar à vontade. Então me sentei em uma das poltronas e esperei enquanto tomava a água que a moça, que descobri ser a diarista, trouxe para mim. — Bom dia, Becker! — O escritor apareceu na minha frente e eu quase engasguei com a água por não tê-lo visto antes. — Bom dia, senhor Evans! — O cumprimentei um pouco nervosa. — De início quero me desculpar pela última vez em que veio aqui — iniciou ao se sentar na poltrona de frente para mim. — Eu não estava em estado para lhe atende
❧Saímos do hospital, e como prometido, o escritor Oliver me levou até a sua casa para pegar o meu carro. Mais uma vez o trajeto foi silencioso, o que me deixou um tanto desconfortável, mas não fiz nada para mudar isso, apenas me mantive quieta até aquela quietude estranha chegar ao meu limite. — Meu pai pediu para lhe agradecer por hoje — falei quando já estávamos chegando. — Ele gostou do senhor.— Ele é adorável — respondeu sem tirar os olhos da estrada.— Ele é sim — sorri bobo porque meu pai é realmente um homem incrível. — Meu pai é minha maior inspiração. Ele sempre me encorajou a correr atrás dos meus objetivos e foi o primeiro a acreditar em mim — falei, mesmo que ele não tenha me perguntado. — Você tem sorte — ele me olhou quando parou em frente ao portão da sua casa esperando que abrisse.— É, eu tenho — o encarei de volta.— Desculpe se eu for indelicado — disse cuidadoso. — Mas posso perguntar o que sua mãe tem?— Bronquite crônica — respondi, eu não me importava em lhe
❧Estou agora, mais uma vez, em frente a casa do Sr. Evans para mais uma reunião. Assim que minha mãe voltou pra casa e eu consegui organizar tudo por lá, entrei em contato com o Heitor e acertamos uma nova data para a reunião. Então, aqui estou, não nego meu nervosismo, estou quase tendo um troço, não sei bem o motivo do meu coração estar tão agitado, mas eu espero que tudo saia bem e que o escritor assine de uma vez esse contrato, até trouxe ele bem guardadinho em um envelope na minha pasta.Assim que cheguei minha entrada foi liberada pela moça que trabalha lá, ela me reconheceu das outras vezes e me deixou entrar. Fiquei na mesma sala que tinha ficado da outra vez esperando pelo Evans vir me atender, mas não foi ele quem vi sair do corredor de roupão e cabelos úmidos, foi uma mulher.— Oh! — Ela se assustou ao me ver. — Eu não sabia que tínhamos visitas — uma mulher alta, cabelo rosa claro e de pele clara disse. — Me perdoe por não estar vestida apropriadamente — disse sorrindo, n