Lovetta corre para fora da mansão, o coração acelerado, a mente um turbilhão de emoções enquanto seus pés se movem rapidamente sobre a nove fria. Assim que atravessa os portões o ar frio envolvendo seu corpo por apenas um segundo antes que seus ossos comecem a estalar e se alongar, sua pele dando lugar a pelos brancos, e sua forma lupina emergir. Suas patas encontram o chão fofo, e ela dispara entre as árvores da floresta à frente, os músculos potentes impulsionando-a em uma corrida desesperada, sua mente fervilhando de pensamentos sombrios. O vento uiva ao seu redor, mas ela ignora tudo, focada apenas em se afastar o máximo possível da mansão, daquilo que viu, da frustração e raiva crescente que sente. Lukan a observa pela janela, seus olhos seguindo cada movimento de Lovetta. Um sorriso se abre em seus lábios e ele salta pela janela do terceiro andar, se transformando no ar, assim que suas patas tocam no chão, ele dispara para a floresta branca. Seus sentidos aguçados rastreando
Lukan a observa por um longo momento, o silêncio entre eles pesado e carregado de tensão. Dentro dele, há uma decepção crescente. Ele esperava mais de Lovetta, afinal, ela desobedeceu aos próprios pais e fugiu para construir seu próprio caminho. Ele acreditava que ela fosse mais astuta, e inteligente, ambiciosa, assim como ele. Mas, agora, enquanto a observa com as engrenagens da mente dela girando lentamente, ele percebe que ela é apenas mais uma.— Eu só quero ajudar você, Lovetta — diz Lukan, a voz baixa e quase convincente, modulada com cuidado para parecer sincera. — Acredito que você seria uma boa Genuína Lunam. E não gosto da ideia de ter uma humana na matilha. Ninguém sabe até quando os deuses irão aceitar tal insubordinação do Genuíno Alfa por tomar uma das filhas de Zeus.Ele faz uma pausa, olhando intensamente para ela, esperando que suas palavras finquem raízes na mente dela. Lovetta permanece em silêncio, o olhar confuso, mas Lukan sente que plantou uma semente de dúvida.
É claro que os outros seres sobrenaturais das histórias de sua mãe também devem existir. A realidade que antes parecia distante agora a atinge em cheio, e ela sente um calafrio percorrer sua espinha. Lycans, bruxas, vampiros... Todos reais, vivendo entre os humanos, escondidos à vista de todos.Mas logo sua mente volta para as palavras de Miguel. Uma bruxa matou seus pais, e houve ajuda interna. A traição não é apenas física; é algo que corrói a alma, que destrói qualquer senso de segurança. Sasha mal consegue imaginar o peso que Miguel carrega.— A minha mãe também foi assassinada — ela revela, sua voz também carregada de dor, compartilhando um pouco de sua própria tragédia.Miguel não responde, mas seus olhos permanecem fixos nos dela, um olhar intenso que parece ver através de todas as suas defesas.— Eu tinha quatorze anos na época... — ela continua, sua voz vacilando um pouco enquanto se lembra.Fiquei mais tempo com minha mãe do que você coma sua — Sasha pensa, se lembrando de qu
Sasha caminha pelo corredor, o som de seus passos ecoando suavemente contra as paredes, tentando se concentrar nas tarefas que ainda precisa terminar.Mas seus pensamentos sempre voltam para Miguel, como se tivesse vida própria, os dedos de Sasha tocam levemente os lábios, ainda inchados e sensíveis do beijo que Miguel lhe deu após ela falar sobre sua mãe. A intensidade daquele momento ainda a acompanha, deixando-a distraída e com o coração acelerado, foi o beijo mais significativo que já trocaram.Enquanto avança pelo corredor, para terminar o que começou, seus pensamentos são interrompidos por vozes alteradas que ecoam de uma porta entreaberta. O tom das vozes é tenso, deixando claro que a conversa não era nada civilizada.Sasha para, mesmo sabendo que é errado espionar a vida alheia, a fofoqueira...Curiosa — Sasha corrige seus pensamentos.A curiosa dentro de si fala mais alto, e ela se aproxima da porta, espionando pela pequena fresta.Ela reconhece Lovetta imediatamente, a postu
Sasha encara o homem à sua frente, seu coração batendo rápido, mas sua determinação mais forte. Ela sente o peso do momento, mas não recua. Em vez disso, endireita os ombros, sua postura ereta e não curva.— Sasha, eu sou Sasha Thompson — ela o responde, a voz firme e atrevida, ela sabe bem que o que ele queria ouvir era sua voz vacilante dizendo que era nada mais do que uma escrava. — Mas, você pode me chamar apenas de senhorita Thompson.Em resposta, o rosnado do lycan ecoa pelo quarto, seus olhos brilham com uma fúria contida o som reverberando com tom de ameaça que faria qualquer –de posição inferior– recuar, mas Sasha não se move.Mas ela não sabe dizer se é por despeito ao lycan, ou se seu corpo simplesmente congelou, as mãos do homem agora têm garras.Os dedos de Sasha tremem, traindo sua falsa coragem, ela os fecha em punhos. O lycan a sua frente sorrir, o cheiro do medo da humana exalando.Mas, para sua surpresa, ela apenas ergue ainda mais o queixo, a criatura baixa, cheia d
Enquanto as lágrimas ameaçam voltar, Lovetta tenta se recompor, olhando para o chão por um momento antes de erguer os olhos novamente. A fúria de seus pais ainda é palpável, e o silêncio é quase insuportável.Sasha, por outro lado, não recua. Sua presença é uma barreira entre Lovetta e os pais, uma barreira que Lovetta nunca pensou que alguém ergueria por ela.Não gosto disso — ela repete em seus pensamentos.— Ponha-se vocês em seus lugares — Sasha diz. — Aqui vocês não têm permissão para agirem como bem querem, existem regras e consequências, estão prontos para enfrenta-las?— Não ouse nos ameaçar, criatura ridícula! — A mãe de Lovetta esbraveja, a voz carregada de uma raiva. Ela dá um passo a frente, demonstrando sua dominância, mas Sasha não demonstrar nada, sua dominância não pode subjuga-la.Sasha revira os olhos, a expressão mostrando o desprezo que sente, aumentando ainda mais o odeio na mulher, que por um instante esqueceu que os humanos agora são insertos dos poderes dos lyc
— Seu covarde! — Sasha murmura, sua voz entrecortada pelo aperto sufocante em sua garganta. Cada palavra é um esforço, uma luta contra a pressão esmagadora. Pelo canto do olho, ela vê o corpo de Lovetta caído no chão, imóvel.Droga! — O pensamento ecoa em sua mente, fazendo o desespero crescer ainda mais dentro dela.— Uns merdas como vocês ainda se chamam de pais? — Sasha tenta elevar a voz, mas a dor em sua garganta torna cada palavra um desafio monumental. — Não passam de monstros!As palavras saem em um berro rouco, carregadas de desprezo e raiva. O pai de Lovetta, não esconde sua expressão de fúria pela ousadia de Sasha, e rosna em resposta.— Cale-se, escrava! — O pai de Lovetta grita, empurrando Sasha com brutalidade contra a parede. O impacto reverbera pelo corpo dela, e o ar é expulso de seus pulmões com um gemido de dor, e sem querer Sasha morde a língua.Suas costas latejam com o choque, enquanto um filete de sangue escorre pelo canto de sua boca. Por um breve momento, o mu
— Cuide dela, Lunae Luciana, enquanto eu estiver fora, ela não fará nenhum trabalho — Miguel ordena, enquanto termina de tira as roupas e as entrega a senhora Luciana, que guarda dentro de uma bolsa.— Claro, Genuíno — Luciana responde com um sorriso, satisfeita por vê-lo tão cuidado com quem ele queria apenas destruir no início.— Tem certeza de que não quer ir? — Miguel pergunta, seus olhos fixos na filha. — Espero que não haja outra oportunidade tão cedo para que veja o ritual de perto.Kesha sorri.— Não, quero descansar mais um pouco, para poder voltar ao mundo humano e continuar com os meus...— Você não irá voltar, Kesha — Miguel a interrompe.— O quê? — Kesha pergunta, o choque evidente em sua voz.Ela busca nos olhos do pai algum sinal de que ele está brincando, mas a expressão de Miguel permanece séria.— Você ouviu o que eu disse — Miguel responde, sua voz fria e implacável.Kesha encara o pai, seu rosto se contorcendo em uma mistura de frustração e incredulidade. Ela não c