— Seu covarde! — Sasha murmura, sua voz entrecortada pelo aperto sufocante em sua garganta. Cada palavra é um esforço, uma luta contra a pressão esmagadora. Pelo canto do olho, ela vê o corpo de Lovetta caído no chão, imóvel.Droga! — O pensamento ecoa em sua mente, fazendo o desespero crescer ainda mais dentro dela.— Uns merdas como vocês ainda se chamam de pais? — Sasha tenta elevar a voz, mas a dor em sua garganta torna cada palavra um desafio monumental. — Não passam de monstros!As palavras saem em um berro rouco, carregadas de desprezo e raiva. O pai de Lovetta, não esconde sua expressão de fúria pela ousadia de Sasha, e rosna em resposta.— Cale-se, escrava! — O pai de Lovetta grita, empurrando Sasha com brutalidade contra a parede. O impacto reverbera pelo corpo dela, e o ar é expulso de seus pulmões com um gemido de dor, e sem querer Sasha morde a língua.Suas costas latejam com o choque, enquanto um filete de sangue escorre pelo canto de sua boca. Por um breve momento, o mu
— Cuide dela, Lunae Luciana, enquanto eu estiver fora, ela não fará nenhum trabalho — Miguel ordena, enquanto termina de tira as roupas e as entrega a senhora Luciana, que guarda dentro de uma bolsa.— Claro, Genuíno — Luciana responde com um sorriso, satisfeita por vê-lo tão cuidado com quem ele queria apenas destruir no início.— Tem certeza de que não quer ir? — Miguel pergunta, seus olhos fixos na filha. — Espero que não haja outra oportunidade tão cedo para que veja o ritual de perto.Kesha sorri.— Não, quero descansar mais um pouco, para poder voltar ao mundo humano e continuar com os meus...— Você não irá voltar, Kesha — Miguel a interrompe.— O quê? — Kesha pergunta, o choque evidente em sua voz.Ela busca nos olhos do pai algum sinal de que ele está brincando, mas a expressão de Miguel permanece séria.— Você ouviu o que eu disse — Miguel responde, sua voz fria e implacável.Kesha encara o pai, seu rosto se contorcendo em uma mistura de frustração e incredulidade. Ela não c
O céu cinza se estende até onde as vistas alcançam, encobrindo completamente o sol. Sentada nua sobre uma pedra, a lycan não se incomoda nem um pouco com o frio, e até está contente com o contraste para poder espairecer a cabeça.Ela observa os flocos de neve caindo e se desmanchando ao tocar o chão, seus olhos geralmente tão duros e intimidadores estão perdidos. O silêncio da floresta é interrompido apenas pelo som distante do vento, no chão, ao lado da pedra em que está sentada, o cervo morto descansa sobre a neve, a presa que ela abateu sozinha. Ela não sente orgulho, apenas um vazio crescente que a consome por dentro.O som de passos na neve interrompe seus pensamentos, e Lovetta suspira, seus ombros caindo pesadamente. Ela já sabe quem é.— Virou mania, Lukan? — Lovetta pergunta, sem desviar o olhar da neve à sua frente. — Ficar me perseguindo por aí?Lukan se aproxima com um sorriso de canto, suas pegadas profundas na neve revelando seu peso e força.— Só queria ver se você esta
O som de rosnado e latinos são carregados pelo vento, junto com o som das patas batendo contra o solo coberto de neve reverberando nos ouvidos do Genuíno Alfa. O cheiro de medo e sangue fresco preenche o ar, e Miguel percebe imediatamente que algo está terrivelmente errado.Suas patas enormes e poderosas batem contra o chão coberto de neve enquanto ele corre, forçando-se a ir cada vez mais rápido, antes que seja tarde demais. O ar frio cortando seu focinho, os sentidos aguçados, captando a tensão, medo e desespero.Quando finalmente chega, seus olhos avistam uma cena que faz o seu sangue ferver.Um grupo de lobas correm em um frenesi desenfreado, seus uivos de caça ressoando pela floresta. No centro da perseguição, uma única fêmea –prenha, é a companheira do alfa derrotado. Ela tenta desesperadamente lutar, suas patas traseiras arrastando-se na neve enquanto tenta escapar das garras que a cercam.Mas são muitas contra uma, e o desespero é evidente em seus olhos enquanto ela tenta, inu
— A Velut... começou a uivar pela perda do alfa — a fêmea diz, a voz vacilando ligeiramente sob o olhar penetrante de Miguel. — Então entendemos que nosso alfa foi derrotado no combate e que o senhor o matou... Então, entramos em acordo que deveríamos pôr um fim ao sofrimento da ex-Velut Luna...Miguel rosna, o som ressoando pelas paredes do salão, silenciando a Lunae instantaneamente. O poder em sua voz faz com que todas as fêmeas presentes abaixem a cabeça, incapazes de sustentar o olhar furioso do Genuíno Alfa.— Ela só será ex Velut Luna quando um novo alfa ascender entre os betas — Miguel rosna, sua voz firme e cortante. — Até lá, ela é a Velut dessa alcateia, e nenhum de vocês tem o direito de tocar nela.As fêmeas abaixam ainda mais as cabeças, o medo e a submissão gravados em cada movimento. Elas sabem que Miguel não faz ameaças em vão. Nesses cinquentas anos que ele assumiu a liderança como o novo Genuíno, ele fez sua reputação, ele não hesita em punir, muito menos em matar.
— Você realmente me surpreendeu, Sasha! — Kesha exclama, seu rosto iluminado por um sorriso de aprovação. — Estamos apenas no seu terceiro dia de treino e você já melhorou tanto. Não esperava uma evolução tão rápida.Sasha sorri, um misto de orgulho e gratidão refletido em seus olhos enquanto tenta recuperar o fôlego. Suas mãos ainda tremem levemente, o corpo suado, os músculos doloridos e cansado após a intensa sessão de treino, mas o elogio de Kesha a revigora.— É tudo graças à excelente professora que eu tenho — Sasha responde, sua voz suave, mas cheia de sinceridade.Kesha sorri de volta, satisfeita com o progresso de Sasha. É claro que a jornada de Sasha está apenas começando, mas o avanço que ela demonstrou é notável, e muito intrigante.— Bem, não vou mentir, sou uma ótima professora — Kesha brinca, se gabando e pisca para Sasha. — Mas o mérito também é seu. Você é a humana mais dedicada que eu já vi.As duas trocam um sorriso de camaradagem, sentindo o vínculo de amizade e re
Kesha abre a porta da toca de Sasha com um sorriso travesso no rosto. O sol já está alto no céu, e ela sabe que Sasha precisa de um empurrãozinho para começar o dia.— Já passou da hora de acordar, Bela Adormecida! — Kesha exclama, animada. — Se levar mais dois minutos, vai ficar sem o café!Sasha, ainda enroscada nos cobertores, se remexe na cama e solta um gemido dolorido, o rosto se contorcendo de desconforto. Kesha franze o cenho, preocupada, quando um cheiro metálico chega a seu nariz. O cheiro de sangue, mas não de ferimento. Então, ela entende o que está acontecendo.— Ah... — Kesha murmura para si mesma, um misto de compreensão e preocupação em sua voz. Ela sai rapidamente do quarto, fechando a porta silenciosamente, e vai direto para a cozinha onde Luciana está preparando o café.— Senhora Luciana — Luciana se vira para Kesha, ela franze o cenho por Sasha não está junto da mais nova, mas antes que ela pergunte, Kesha continua: — Acho que Sasha precisa de um chá... aquele para
Ao se aproximar da mansão, ele retorna à sua forma humana, os pelos desaparecendo enquanto a sua pele nua emerge do lobo gigante, seus membros encolhendo e assumindo a nova forma. Ao entrar na mansão, pelo horário, ser recebido por tal silêncio é estranho e perturbador.— Genuíno! — Um ômega exclama, surpreso. — Oh, bem vindo de volta.— Onde estão todos? — Miguel questiona, seus olhos fixos no ômega. — Para onde está indo com tanta pressa?— Estava indo ver a Velut Luna Lovetta lutar contra a... sua escrava — o ômega diz, sua voz descendo um tom. — Elas estão...Miguel não escuto as ultimas palavras do macho, seu corpo se movendo antes mesmo que sua mente processasse. Um nó de preocupação se forma em seu peito, tanto ele quanto seu lobo estão agitados, seus instintos protetores disparados, a necessidade de ver Sasha em segurança falando mais alto do que qualquer coisa.Farejando o ar, ele corre em direção a parte de trás da mansão, seus passos rápidos e firmes, enquanto o seu coraçã