O som de rosnado e latinos são carregados pelo vento, junto com o som das patas batendo contra o solo coberto de neve reverberando nos ouvidos do Genuíno Alfa. O cheiro de medo e sangue fresco preenche o ar, e Miguel percebe imediatamente que algo está terrivelmente errado.Suas patas enormes e poderosas batem contra o chão coberto de neve enquanto ele corre, forçando-se a ir cada vez mais rápido, antes que seja tarde demais. O ar frio cortando seu focinho, os sentidos aguçados, captando a tensão, medo e desespero.Quando finalmente chega, seus olhos avistam uma cena que faz o seu sangue ferver.Um grupo de lobas correm em um frenesi desenfreado, seus uivos de caça ressoando pela floresta. No centro da perseguição, uma única fêmea –prenha, é a companheira do alfa derrotado. Ela tenta desesperadamente lutar, suas patas traseiras arrastando-se na neve enquanto tenta escapar das garras que a cercam.Mas são muitas contra uma, e o desespero é evidente em seus olhos enquanto ela tenta, inu
— A Velut... começou a uivar pela perda do alfa — a fêmea diz, a voz vacilando ligeiramente sob o olhar penetrante de Miguel. — Então entendemos que nosso alfa foi derrotado no combate e que o senhor o matou... Então, entramos em acordo que deveríamos pôr um fim ao sofrimento da ex-Velut Luna...Miguel rosna, o som ressoando pelas paredes do salão, silenciando a Lunae instantaneamente. O poder em sua voz faz com que todas as fêmeas presentes abaixem a cabeça, incapazes de sustentar o olhar furioso do Genuíno Alfa.— Ela só será ex Velut Luna quando um novo alfa ascender entre os betas — Miguel rosna, sua voz firme e cortante. — Até lá, ela é a Velut dessa alcateia, e nenhum de vocês tem o direito de tocar nela.As fêmeas abaixam ainda mais as cabeças, o medo e a submissão gravados em cada movimento. Elas sabem que Miguel não faz ameaças em vão. Nesses cinquentas anos que ele assumiu a liderança como o novo Genuíno, ele fez sua reputação, ele não hesita em punir, muito menos em matar.
— Você realmente me surpreendeu, Sasha! — Kesha exclama, seu rosto iluminado por um sorriso de aprovação. — Estamos apenas no seu terceiro dia de treino e você já melhorou tanto. Não esperava uma evolução tão rápida.Sasha sorri, um misto de orgulho e gratidão refletido em seus olhos enquanto tenta recuperar o fôlego. Suas mãos ainda tremem levemente, o corpo suado, os músculos doloridos e cansado após a intensa sessão de treino, mas o elogio de Kesha a revigora.— É tudo graças à excelente professora que eu tenho — Sasha responde, sua voz suave, mas cheia de sinceridade.Kesha sorri de volta, satisfeita com o progresso de Sasha. É claro que a jornada de Sasha está apenas começando, mas o avanço que ela demonstrou é notável, e muito intrigante.— Bem, não vou mentir, sou uma ótima professora — Kesha brinca, se gabando e pisca para Sasha. — Mas o mérito também é seu. Você é a humana mais dedicada que eu já vi.As duas trocam um sorriso de camaradagem, sentindo o vínculo de amizade e re
Kesha abre a porta da toca de Sasha com um sorriso travesso no rosto. O sol já está alto no céu, e ela sabe que Sasha precisa de um empurrãozinho para começar o dia.— Já passou da hora de acordar, Bela Adormecida! — Kesha exclama, animada. — Se levar mais dois minutos, vai ficar sem o café!Sasha, ainda enroscada nos cobertores, se remexe na cama e solta um gemido dolorido, o rosto se contorcendo de desconforto. Kesha franze o cenho, preocupada, quando um cheiro metálico chega a seu nariz. O cheiro de sangue, mas não de ferimento. Então, ela entende o que está acontecendo.— Ah... — Kesha murmura para si mesma, um misto de compreensão e preocupação em sua voz. Ela sai rapidamente do quarto, fechando a porta silenciosamente, e vai direto para a cozinha onde Luciana está preparando o café.— Senhora Luciana — Luciana se vira para Kesha, ela franze o cenho por Sasha não está junto da mais nova, mas antes que ela pergunte, Kesha continua: — Acho que Sasha precisa de um chá... aquele para
Ao se aproximar da mansão, ele retorna à sua forma humana, os pelos desaparecendo enquanto a sua pele nua emerge do lobo gigante, seus membros encolhendo e assumindo a nova forma. Ao entrar na mansão, pelo horário, ser recebido por tal silêncio é estranho e perturbador.— Genuíno! — Um ômega exclama, surpreso. — Oh, bem vindo de volta.— Onde estão todos? — Miguel questiona, seus olhos fixos no ômega. — Para onde está indo com tanta pressa?— Estava indo ver a Velut Luna Lovetta lutar contra a... sua escrava — o ômega diz, sua voz descendo um tom. — Elas estão...Miguel não escuto as ultimas palavras do macho, seu corpo se movendo antes mesmo que sua mente processasse. Um nó de preocupação se forma em seu peito, tanto ele quanto seu lobo estão agitados, seus instintos protetores disparados, a necessidade de ver Sasha em segurança falando mais alto do que qualquer coisa.Farejando o ar, ele corre em direção a parte de trás da mansão, seus passos rápidos e firmes, enquanto o seu coraçã
Os olhos de Lovetta estão fixos nas cicatrizes no pescoço de Sasha, as palavras de Lukan ecoando em sua mente junto com a lembra de marcas iguais no pescoço de Miguel. Uma onda de choque percorre o seu corpo.Então foi por isso que ele aceitou tão facilmente...Lovetta então entende o que aconteceu, a companheira que Miguel rejeitou é a humana que ele tomou como escrava.Será que foi um castigo por ele ter tomado para si uma das filhas de Zeus? — Ela se pergunta. — Não coloque os lobos na frente da manada, Lovetta, pode ser apenas coincidência.A lycan loira abre a boca, pronta para perguntar a Sasha como ela conseguiu aquelas cicatrizes, mas antes que qualquer som saia de sua boca, a voz de Kesha corta o ar.— Pai! — Kesha grita, e corre em direção a Miguel.Sasha e Lovetta instintivamente olham na mesma direção. Miguel está ali, sua figura imponente atraindo a atenção de todos. Kesha o alcança e o abraça com força, e Miguel a envolve com os braços, retribuindo o gesto com uma expres
— Você está com fome? — Sasha pergunta, tentando quebrar o silêncio extenso que se seguiu. — Lovetta tem caçado bastante nesses últimos dias que andou fora. Se quiser... eu posso levar comida para você.Miguel a observa por um momento, seus olhos escurecendo enquanto um sorriso de canto se forma em seus lábios.— Estou com fome de outra coisa — ele responde, a voz baixa e cheia de intenção, seus dedos apertando-a levemente, em resposta Sasha arrepia.Sasha engole em seco, sentindo seu corpo inteiro reagir àquele tom, ela abre a boca, mas sente que sua mão ainda está sendo continua.Por que me provoca se não quer que o toque? — Ela estreita os olhos, se recusando a pedir para deixa-la toca-lo.— E... como foi lá? — Sasha indaga, tentando soar despreocupada, como se as palavras dele não tivessem a atingido. — A lycan grávida, ela... ela foi...Sasha não consegue terminar de falar, um caroço se forma em sua garganta. Saber que tantas vidas seriam tiradas, só porque o macho do território
Lovetta estreita os olhos, sua expressão endurecendo.— Filhotes crescem — Lovetta contra-argumenta, o tom frio e calculista. — E tem sangue de traidor dentro deles.Sasha não recua diante da declaração dura de Lovetta. Ela respira fundo, tentando manter a calma enquanto sente o peso das palavras da lycan. Mesmo assim, não pode deixar essa lógica prevalecer.— Sangue não define caráter — Sasha rebate, seu olhar fixo no de Lovetta, transmitindo uma convicção inabalável. Sua voz é firme, sem qualquer hesitação. — Eles não forçaram o pai a nada, não compactuaram com as ações do pai. Não podem ser chamados de traidores sem nunca terem traído ninguém.Lovetta não se convence com a essa resposta. Ela dá um passo à frente, aproximando-se de Sasha, e sua presença se torna ainda mais opressiva.— Como acha que eles vão reagir quando forem adultos e descobrirem que foram abrigados pelo lycan que matou o pai deles? — Lovetta pergunta, a voz carregada de desafio. — Acha que vão se sentir gratos?