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Capítulo 9 – Carol: Surpresa é Pouco!

— Estamos todas prontas vamos?- May pergunta já bem ansiosa.

— Vamos sim. Quem vai chamar o carro?

— Deixa que eu chamo. – falo já saindo do quarto.

Chego à recepção e pergunto por Rodrigo.

— Só um instante senhora, ele já está vindo.

— Obrigada.

Assim que agradeço aguardo mais alguns segundos e ele aparece na recepção, como estou de costas para ele, o mesmo não me reconhece.

— Em que posso ajudar senhora?- ele pergunta.

Me viro devagar e consigo pegar o momento exato que ele abre a boca e me olha com admiração de cima baixa, como alguns costuma dizer por ai “dando uma conferida no material”, que particularmente acho que extremo mal gosto.

— Carol, como você está linda, mais do que já é.

— Obrigada Rodrigo. - digo me aproximando maliciosamente querendo testar meu poder de sedução se é que um dia eu tive.

— Será que você poderia me ajudar?

— Em tudo que você quiser.

Me aproximo mais ainda.

— Você poderia, por favor, chamar um táxi para nós?

— Com certeza, não posso deixar você e suas amigas saírem assim, sem segurança não é mesmo. – ele fala bem perto dos meus lábios, me causando arrepios.

Num rompante avassalador o pego pelo colarinho da camisa e dou um belo beijo que é retribuído por ele.

— Obrigada, você poderia me avisar assim que chegar? Preciso ir avisar as meninas.

— Pode deixar que aviso sim. – diz se afastando de mim com um belo sorriso.

Retribuo o sorriso e vou para o quarto avisar as meninas, me recomponho no meio do caminho.

Fiz isso tão bem que as meninas não perceberam nada, apesar de que elas estão bem empolgadas para a nossa bela noite.

Não demora muito Rodrigo liga e nos avisa que o táxi já está na portaria nos esperando.

Vamos rapidamente para entrada, sou a última a entrar, antes disso viro para o Rodrigo e dou uma piscada e ele me retribui com um aceno de cabeça e um sorriso.

Assim que entro no táxi percebo o olhar da Samara, ela percebeu o que aconteceu, somente dá um sorriso de canto de boca e esquecemos o que aconteceu nesse início de noite.

Chegamos à danceteria ai vejo que escolhemos bem demais, com uma pista de dança belíssima, a área externa maravilhosa, um belo jardim, piscina. Até porque estamos aqui para comemorar o aniversário da Weenny em grande estilo. Não guardei dinheiro atoa. Mas como saiu por cortesia adorei mais ainda.

Na portaria mesmo descobrimos que a Amanda colocou nossos nomes como VIPS amei saber disso, poderia andar livremente, bebidas mais baratas e algum até de graças, amei tudo isso.

Weenny está impressionada com a nossa escolha.

— Meninas vocês estão de parabéns, belíssimo lugar. – ela diz.

— Vamos procurar o nosso lugar para sentar, antes nós fiquemos de pé aqui a noite toda né. - Então Samara diz.

— Calma Samara não corremos esse risco, a Amanda nos colocou como VIP, então temos uma mesa reservada. Tudo para comemorar em grande estilo o aniversário da Weenny.

Começamos a procurar a mesa que nos indicaram e percebemos que Weenny leva um susto. Na minha cabeça é pela grandiosidade do local. Tanto que ela se afasta da gente, eu vejo que ela está incomodada com algo, mas prefiro ficar quieta e observar para ver o que era.

Um pouco depois de vejo ela se afastando e percebo alguém acenando para Weenny, ela muito contrariada vai à direção de uma mesa com um grupo de quatro pessoas, mas percebo que ela não quer ir sozinha, faz questão que nós a acompanhemos.

Eu, como boa observadora que sou estou percebendo uma energia estranha começando a se formar no ar, é uma mistura densa de desgosto, raiva, e outra coisa que não consigo identificar o que é, mas me parece ciúme dos grandes. Aquele ciúme de ego ferido sabe.

Um rapaz se levanta e vem em nossa direção, começa a falar com a Weenny, mas para de falar de repente, percebendo nossa presença e só diz:

— Por favor, fiquem conosco, aquela é a minha mesa.

Nossa mas quem é esse homem que chega assim com certo grau e intimidade com a Weenny, dá para perceber.

Weenny já não está tão amistosa de quando chegamos aqui, agradece o convite, cumprimenta a todos na mesa, mas recusa e fala que está conosco.

Porém ele agarra seu braço, automaticamente entro em estado de alerta sem ninguém perceber posicionando meu corpo mais próximo dela, assim qualquer coisa fica muito mais fácil para defendê-la caso esse cara insista mais uma vez, parto para cima dele, mexer com uma amiga minha, é mesma coisa que mexer num formigueiro das “Giant Hunting”, ele vai preferir não ter vindo aqui hoje.

— É uma grande surpresa ver você aqui, mas também um enorme prazer. Por favor, fiquem conosco em nossa mesa. - Ele diz ainda agarrado no braço dela.

E como sou, estou tentando lembrar de onde vem aquela sensação de que eu o conheço.

— Vocês decidem o que preferem fazer. - Weenny vira pra gente e diz tirando essa responsabilidade dela.

Antes mesmo de nós pensarmos na situação.

— Nem me apresentei como devia. Eu sou o Victor Gustavo, é um prazer conhecê-las e em te rever Weenny. Bom essa é a minha irmã Marília, Melissa a amiga dela, e Gopal o primo de Melissa. Por favor, fiquem aqui conosco, tenho certeza de que a noite será bem agradável - ele nos apresenta o restante do pessoal que está tão surpreso quanto nós com aquela situação mais que inusitada.

Mayara sorri e aceita o convite, nos apresenta e vai sentando à mesa deles. Realmente estranhamos muito essa atitude da May, ela é a mais quieta de todas e de repente aceita o convite e já vai se sentando a mesa sendo que temos uma reservada somente para nós. É essa noite está estranha mesmo.

Gopal também se apresenta e prefere que o chame de Filipe, concordamos.

Realmente tem algo estranho, me lembro de onde os conheço, Weenny já tinha me mostrado uma foto deles, agora entendo o porquê dela estar desconfortável. Que brincadeira do destino é essa de colocar os dois que mais a fizeram sofrer, no mesmo lugar, ao mesmo tempo, para ser mais assustador na mesma mesa, parece que os dois são amigos ou algo do gênero, dentro de mim começo a me arrepender de estar ali, mas estamos em uma situação que não dá mais para voltar atrás.

Agora quero entender por que Samara está estranha também, acho que a mais descontraída entre nós quatro é a Mayara.

Bom, já que não dá mais para mudar a situação, resolvo conversar com a Marilia, Melissa e a Samara.

— Nossa esse lugar além de elegante, tem bastante gente bonita né meninas.

— Esse lugar, em sua maioria, só gente da alta e artistas frequentam. – Marilia diz.

— Gente, cada homem bonito que tem aqui vocês viram, hoje vou me acabar. – diz Samara. E todas rimos.

— Pois é meninas quem sabe hoje alguém desencalha aqui - e aponto para Weenny e os caímos na risada.

De repente todas nós focamos no mesmo homem que acaba de entrar. Alto, de mais ou menos um metro e noventa de altura, olhos claros, bronzeado, magro, porém forte, muito elegante.

Saímos do transe quando ouvimos a Melissa dizer:

– Meu Deus ele é simplesmente perfeito!

Automaticamente todas nos arrumamos à postura na cadeira, Samara e eu começamos a chamar a atenção da Weenny para olhar aquele belíssimo exemplar de homem, é exatamente o tipo de homem que ela sempre gostou. Quem sabe dessa vez ela consiga agarrar um homem desses.

Vendo que não está funcionando, Samara, com sua delicadeza única de elefante, vira o rosto da Weenny na direção daquele maravilhoso homem.

Os olhares deles se cruzam e ela esboça um belo sorriso, seus olhos brilham tão intensos, fazia muito tempo não vejo desse jeito, e se posiciona em direção da porta.

Na mesma hora Victor percebe tudo que está acontecendo e começa a falar irritado com a Weenny.

— O que você está fazendo?

Eu, como adoro ver o circo pegar fogo, falo com a boca bem cheia:

— O que você acha? Ah ta espera que eu te digo, ela está paquerando, está vendo não é?

Victor me olha com ódio e vira pra Weenny, não gostando nada da minha resposta, nem da postura dela mediante aquele homem, começa a falar de uma forma um pouco mais agressiva e pelo tom da voz dele percebo que está com raiva, ciúmes, e que falta muito pouco para ele explodir.

— Não acredito que vai fazer isso na minha frente. Quer mesmo me desafiar, sério, Weenny? - diz Victor.

Weenny do jeito que está fica. Quebrando aquele clima todo Melissa fala.

— Ai caramba, gente olha lá, ele está vindo para cá.

Ficamos muito agitados menos a Weenny, ele vem na nossa direção, firme e decidido, andando com a mão no bolso e um sorriso que de longe não consigo decifrar, mas garanto que é um sorriso encantador, aquele que até a alma está sorrindo.

— Com licença, boa noite a todos – ele nos cumprimenta educadamente.

Ele para diante da Weenny, pega em sua mão, ela levanta e ele beija a sua mão, gente que isso, além de lindo é cavalheiro, não existe mais homens assim, e o único que tem e pelo jeito já escolheu sua dona, penso comigo e suspiro, e ouço o suspiro coletivo das meninas que me faz pensar que estão imaginando o mesmo que eu.

Como estou do lado dela, posso ouvir tudo. Ele diz como está feliz em vê-la e elogia o fato dela estar deslumbrante essa noite.

E ai que penso: “Há então eles já se conhecem, safadinha, nem conta pra gente essa benção é”.

Ela expressa a mesma admiração por vê-lo e completa:

– O que você faz aqui? Está sozinho?

Nós, as mulheres da mesa estamos trocando olhares curiosos pra saber quem é, de onde eles se conhecem, número do terno, enfim todas as curiosidades possíveis e impossíveis que uma mulher pode ter sobre aquele encanto de homem, lindo, elegante, cheiroso e gentil que está aqui na nossa frente. Porém esse clima está sendo visivelmente cortado pelo ciúme e ódio exalados pelos poros de Victor e Filipe.

Esse belo exemplar de homem responde que está ali para alguma apresentação de alguma coisa que não entendi direito, a música alta do ambiente junto com tanta gente que de repente chegou e encheu aquele lugar numa rapidez incrível e isso acaba atrapalhando um pouco.

Eles continuam conversando, e ele aproveita e deseja um feliz aniversário para ela.

Ela retribui o carinho dando um abraço nele, e ele diz:

– Oh, que falta você fez.

Meu coraçãozinho derrete todo nesse momento fofura, meu sorriso surge to natural de ver que ela está feliz. Ela pode morrer negando, mas que está feliz, ah isso está.

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