Chegamos a uma boate, um lugar requintado, com uma moderna pista de dança, jardim ao ar livre, pessoas bonitas, comida cheirosa. Faço questão de elogiar o bom gosto das meninas.
Samara sugere que procuremos uma mesa para nós antes que não haja mais nenhuma disponível, aceitamos sua sugestão e observamos atentamente o ambiente, cada uma olhando em uma direção, me surpreendo ao me deparar com Victor Gustavo, minha grande paixão do passado, ele está sentado ao lado de sua irmã Marília, Gopal e outra moça que desconheço.
Tento disfarçar desviando o olhar, mas é tarde demais, Victor levanta e vem em minha direção, enquanto sinaliza gentilmente para eu me aproximar dele, por educação ou por mórbida curiosidade eu vou, faço questão de levar as meninas comigo.
― Boa noite. Weenny, você está tão linda, eu sint... ― Victor para de falar subitamente, parece ter notado a tempo que existem mais pessoas ao nosso redor.
― Por favor, fiquem conosco, aquela é a minha mesa... ― Ele pede, aponta e vai nos conduzindo.
― Boa noite a todos. Agradeço o elogio e o convite, mas recuso porque estou com as minhas amigas. Até logo. ― digo isso com uma expressão nada amistosa e vou virando de costas.
― É uma grande surpresa ver você aqui justo no dia do seu aniversário, mas também é um enorme prazer. Por favor, eu insisto que aceitem o convite e comemorem conosco, prometo que nossa companhia será agradável. ― ele usa esse discurso para tentar ser simpático com as minhas amigas, enquanto segura o meu braço para tentar me impedir de sair.
Ele ainda lembra o dia do meu aniversário?
Puxo meu braço bruscamente, olho para as minhas amigas, que estranham a minha súbita rispidez e seriedade, embora elas saibam que se eu tomo esse tipo de atitude, certamente há um motivo.
Elas conhecem Gopal e Victor por fotos e pelas histórias que eu contei sobre meus relacionamentos com eles, será que não os reconhecem nesse momento?
É claro que meu coração acelera ao ver novamente minha grande paixão, mas não posso sucumbir diante dele, por isso rogo mentalmente que minhas amigas me ajudem e neguem, mas não posso obriga-las.
― Vocês decidem o que preferem fazer. ― digo, confiando na recusa delas, embora tenha esquecido do charme que Victor tem.
― Nem me apresentei como devia. Eu sou o Victor Gustavo, é um prazer conhece-las e rever a Weenny. Vejam, essa é a minha irmã Marília, Melissa, a amiga dela, e Gopal, o primo dela. Por favor, fiquem aqui conosco, tenho certeza de que a noite será bem agradável. ― ele diz, exibindo seu lindo e sincero sorriso.
― É um prazer conhece-los, eu sou a Mayara e estas são as minhas amigas Carol e Samara, pelo visto, a Weenny vocês conhecem bem. Venham meninas, vamos sentar aqui com eles.
É, vocês foram conquistadas pelo charme dele, não as condeno.
― Prefiro que me chamem de Filipe, por favor, é bem mais fácil. ― Gopal resmunga e todos concordam com o seu pedido.
Me surpreende saber a relação entre Gopal e Melissa, Marília e Victor, eles explicam que elas são grandes amigas e por isso agora os dois homens com quem me relacionei estão juntos aqui diante de mim nessa boate no Rio de Janeiro, que grande armadilha do destino! Será que sabem disso?
Samara olha fixamente para Gopal (ou Filipe, como ele gosta de ser chamado, com a desculpa de que prefere nome brasileiro porque é mais fácil), parece estranha diante dele, será que estão interessados um pelo outro?
Ainda não me sinto confortável nesta mesa, mas as meninas iniciam uma conversa agradável na tentativa de aliviar essa tensão inicial, elas são adoráveis e muito simpáticas, logo nos fazem rir, tornando o ambiente mais leve.
Um tempo depois, eles pedem alguns petiscos e bebidas, mas eu não quero nada, ainda estou tentando digerir o desconforto de estar diante do Guh e o desaforo de ver o Filipe novamente.
Samara, Carol e Marília balançam o corpo no ritmo de cada música tocada pelo DJ, enquanto observam os homens que circulam pela danceteria, devem ser bonitos a julgar pelos comentários delas. Mayara sugere que Victor tire a irmã para dançar, mas ele se recusa e olha para mim.
De repente algo prende a atenção das meninas e muitas delas olham para a porta.
― Meu Deus, que homem lindo é esse? ― subitamente elas dizem ao mesmo tempo, posso ver o quanto estão fascinadas.
― Uau, ele é simplesmente perfeito! ― Melissa constata.
Observo o movimento das pessoas nas mesas a nossa volta, muitos olham na direção da porta, algumas mulheres parecem ajeitar suas posições nas cadeiras e jogam charme, deve ser por causa do tal homem, mas será que precisa de tudo isso?
Samara e Carol insistem muito para que eu olhe para o homem, porque combina com as minhas preferências, mas eu digo que não pretendo olhar, então Samara com um dos seus gestos nada delicados, empurra com firmeza o meu rosto me forçando a vê-lo.
É uma grata surpresa o que vejo, um homem de um metro e noventa de altura, pele branca, cabelos castanhos escuros, lisos e penteados para o lado, olhos pequenos e levemente puxados, a cor oscila entre o azul-celeste e o verde-esmeralda, suas sobrancelhas são bem delineadas, nariz fino, pequeno e bem desenhado, queixo másculo que parece coroar a beleza deste rosto.
Quanto ao corpo, bem se vê que é cuidadosamente esculpido, sem exageros, está vestido com um terno vinho, camisa rosa clara, um lenço vermelho e azul no bolso, seu perfume é na dose certa e agora está mostrando seu lindo sorriso porque deve estar tímido com tantos olhares.
O modo como fala com seguranças e hostess demonstra o quão educado e gentil é... Sim, uma fração de segundos é suficiente para admirar aquele homem.
Esboço um sorriso e arrumo a minha posição, quero ficar de frente para a porta e assim o faço.
― O que você está fazendo? - Victor esbraveja.
― O que você acha? Ah, ok eu te digo, ela está paquerando! – Carol diz.
Ele vai explodir, Carol. Você sabe que o Guh é ciumento! ... Ok, Weenny, Carol não lê pensamentos, deixa para lá.
― Não acredito que vai fazer isso na minha frente. Quer mesmo me desafiar, sério isso, Weenny? – Victor me pergunta.
Guh tem um jeito inflamado, ciumento e explosivo. Eu faço sinal para ele se calar, sei que isso fará com que ele se enfureça mais, mas nem me importo.
― Oh meu Deus, vejam, ele vem vindo para cá! – Melissa está encantada.
E com isso, todas se agitam, menos eu. Ele vem com passos firmes na minha direção, olhando fixamente em meus olhos.
― Com licença. Boa noite a todos. – diz, demonstrando a linda voz que tem.
Estende sua mão direita e eu lhe dou a minha, fico em pé, ele se curva para beijar a minha mão como os cavalheiros ainda devem fazer.
― Ansiei tanto por vê-la... Tento procurar nas lembranças que estão gravadas em minha mente, que são tão vívidas quanto fotografias, mas nem mesmo nelas você está tão linda quanto hoje. - ele diz gentilmente.
Coro com tamanha perfeição, a beleza de sua aparência, o lindo sorriso, a voz terna, a gentileza e as doces palavras.
― Eu também queria vê-lo, mas não podia imaginar que seria hoje ou aqui. Você está lindo, como sempre. – digo, mesmo sorrindo timidamente.
― O que você faz aqui? Está sozinho? – resolvo perguntar.
Samara, Mayara, Marília, Carol e Melissa, olham umas para as outras com expressão de encantamento e com o brilho da curiosidade nos olhos, enquanto Victor Gustavo e Gopal faíscam de ódio.
― Viemos concluir o curso de especialização e as avaliações finais. Eu te contei, não lembra? Você até comentou sobre a sua ida para o congresso, mas eu não sabia que era no Rio de Janeiro também. – ele responde.
― Oh é verdade, esqueci até mesmo a data que vocês viriam. – respondo me reprovando mentalmente.
— Eles alteraram a data, seria a semana que vem. – ele diz.
— Eu decidi vir com as minhas amigas, assim aproveitamos a viagem. – me justifico e ele sorri concordando.
― Feliz aniversário! Eu pretendia tentar te ligar mais tarde... Já comprei seu presente, mas está no hotel. – ele diz com um largo sorriso.
Passo o braço esquerdo por seu ombro e lhe beijo a face, sinto o seu perfume delicioso e inebriante, ele retribui o abraço.
― O melhor presente é ter você aqui. - sussurro em seu ouvido.
― Oh, que falta você fez. – ele diz.
— Estamos todas prontas vamos?- May pergunta já bem ansiosa.— Vamos sim. Quem vai chamar o carro?— Deixa que eu chamo. – falo já saindo do quarto.Chego à recepção e pergunto por Rodrigo.— Só um instante senhora, ele já está vindo.— Obrigada.Assim que agradeço aguardo mais alguns segundos e ele aparece na recepção, como estou de costas para ele, o mesmo não me reconhece.— Em que posso ajudar senhora?- ele pergunta.Me viro devagar e consigo pegar o momento exato que ele abre a boca e me olha com admiração de cima baixa, como alguns costuma dizer por ai “dando uma conferida no material”, que particularmente acho que extremo mal gosto.— Carol, como você está linda, mais do que já é.— Obrigada Rodrigo. - digo me aproximan
Depois de um domingo bom, na parte da manhã as avaliações, sol e praia a tarde, descansar é o que resta.Acordo às oito horas da manhã na segunda, desço para tomar café, os outros ainda descansavam.Quando estou na metade da xícara de café, desce a Michele.— Bom dia Claudio - diz ela.— Bom dia Michele - respondo e a convido para sentar.Não obrigado pensei que teria mais de nós por aqui.— Não estou só, respondo.— Eu estava falando com as meninas pra gente sair a noite.— Para onde, não conhecemos nada.— No folder que seu Gilberto deu, tem uma boate, e ele falou que é a melhor do Rio de Janeiro.— Aí sim, até que fim uma coisa diferente, boate, música, bebidas e meninas, eu topo.— Beleza vou subir e falar c
No enlevo que estou, esqueço dos que estão ao meu redor, segundos depois desperto.― Quero que conheça algumas pessoas. Estas são as amigas que vieram comigo, Samara, Carol e Mayara. Esses são os amigos que eu não via há algum tempo e que moram aqui mesmo, Victor e sua irmã Marília, Melissa e Filipe. – digo enquanto nos afastamos.― Esse é o Eros Myron. – olho para meus amigos e faço a devida apresentação.Eros cumprimenta gentilmente as mulheres com um beijo na mão e os homens com um firme aperto de mão. Conheço Gustavo e Gopal o suficiente para saber o ódio que estão sentindo, noto que Marília está segurando os impulsos raivosos do irmão.― Senhor, tudo está preparado conforme solicitou, é aquela mesa. – diz a garçonete para Eros, enquanto aponta para uma enorme mesa a d
Weenny está em transe, parece que esqueceu o resto do mundo e só existe eles dois. A mesa está um silencio mortal, em a respiração do pessoal da pra escutar, todos querendo saber o desfecho desse momento.Despertando desse transe, ela vem em nossa direção e finalmente apresenta cada um de nós pelo nome e logo depois diz:— Esse é o Eros Myron.- Ele abre um belo sorriso ao ver que ela pronunciou o seu nomeEle cumprimenta cada mulher com um beijo na mão sustentando um olhar firme e penetrante, e os rapazes da mesa que por sinal estão se corroendo de ciúmes, com um firme aperto de mão, mas sem desmanchar o lindo e encantador sorriso.De repente a garçonete se aproxima dele, eles trocam algumas palavras, ele nos pede licença educadamente.Mas antes que ele saia Weenny e ele trocam algumas palavras, ele diz algo em seu ouvido e sai junto com a
― Peço licença para tirar a Weenny de perto de vocês por alguns instantes, muitas pessoas desejam vê-la e não queremos incomodá-los ou causar tumulto. – Eros diz olhando para Victor e Filipe.Depois de um discreto cutucão de Marília, eles respondem com um sinal afirmativo. Eros segura a minha mão e me conduz para a mesa dele, me sinto incomodada com os olhares que parecem ser tanto de curiosidade quanto de inveja, já que, aparentemente, muitas mulheres estão interessadas nele desde que ele entrou nesta boate.Michele levanta para nos acompanhar, mas acredito que algo a detém.Na mesa do Eros estão seis casais que conheço muito bem e outras duas mulheres que aparentam ser francesas, mas ainda não as conheço. Paramos diante deles, os doze rapidamente ficam em pé, curvo minha fronte para cumprimentá-los, então todos correm para me
Eros informa que está tirando a Weenny da mesa, porque o pessoal da outra mesa quer falar com ela e eles não querem nos incomodar, diz isso encarando os “homens” da mesa.Estou realmente impressionada com o tamanho do cavalheirismo dele, estou aqui pensando comigo que não tem mais homem desse jeito, com esse olhar, esse cuidado, enfim o único exemplar já deve estar destinado a alguém.— Quem são essas pessoas? O que está acontecendo? - pergunto totalmente confusa e curiosa claro que pela cara da galera, é exatamente a mesma pergunta que está sondando a cabeça de todo mundo que conhece a Weenny.— Somos um companhia de dança, Weenny é nossa bailarina principal, ou era há algum tempo, mas ela acabou desistindo por causa de um namorado ridículo, na minha opinião, se não me engano chama Gustavo. Como ele é
Chegamos à mesa a grande parte da companhia de dança, já esta lá junto com as examinadoras, em nossa direção vem Eros com a moça da outra mesa, e quando mais ele se aproximava, mais boquiaberto todos ficavam em ver quem era a moça da outra mesa, era ninguém mais que uma grande amiga e também uma grande bailarina, que algum tempo não víamos.Ninguém aguenta esperar ela chegar até a mesa, partimos todos em sua direção.— Oi weenny como esta? Fala Danny lhe dando um abraço apertado, ai todo mundo entrou no abraço e começou um punhado de pergunta ao mesmo tempo:— Que saudades. - fala, Gislaine.Eu cheguei perto e em silencio dei um abraço, cheio de carinho e saudade, e Leo me puxa e fala:— É minha vez, saudade weenny sumiu o que faz no Rio?— É uma estória longa m
Victor e Filipe parecem aborrecidos com a presença de Eros em nossa mesa, posso ver em suas expressões. As meninas fazem questão de elogiar a nossa performance, devem estar surpresas por me ver dançar assim pela primeira vez.Eros gentilmente pede que o garçom traga as nossas bebidas e nem temos tempo de provar, porque as examinadoras saem de sua mesa e vem em nossa direção.Nos levantamos em respeito e esperando a chegada delas, Eros aproxima seu corpo do meu, mantendo-os colados, minhas costas estão apoiadas em seu tórax, sua mão direita está firmemente apoiada em meu quadril, a mão esquerda pousa sobre a minha.— Acho que estão vindo para te avaliar e dar o parecer sobre a nossa apresentação, acho que você ainda pode ser aprovado na especialização e receber o seu diploma. Não deveria ter arriscado tanto, você deveria