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Capítulo 11 - Weenny: Curiosidade e Mistérios

No enlevo que estou, esqueço dos que estão ao meu redor, segundos depois desperto.

― Quero que conheça algumas pessoas. Estas são as amigas que vieram comigo, Samara, Carol e Mayara. Esses são os amigos que eu não via há algum tempo e que moram aqui mesmo, Victor e sua irmã Marília, Melissa e Filipe. – digo enquanto nos afastamos.

― Esse é o Eros Myron. – olho para meus amigos e faço a devida apresentação.

Eros cumprimenta gentilmente as mulheres com um beijo na mão e os homens com um firme aperto de mão. Conheço Gustavo e Gopal o suficiente para saber o ódio que estão sentindo, noto que Marília está segurando os impulsos raivosos do irmão.

― Senhor, tudo está preparado conforme solicitou, é aquela mesa. – diz a garçonete para Eros, enquanto aponta para uma enorme mesa a distância de quase dois metros da nossa.

Ele agradece.

― Onde estão os outros? – pergunto para Eros.

― Como de costume, pediram para eu vir na frente e providenciar tudo. Ah, ainda não disse nada para eles porque prefiro que você o faça, está bem? Ficarão muito surpresos e felizes ao vê-la. – Eros diz e eu concordo.

― Até mais. – Eros diz em meu ouvido, enquanto apoia sua mão em minha cintura.

Pede licença a todos e sai em direção a sua mesa, eu o observo enquanto ele se afasta e logo depois volto a atenção para as minhas amigas.

― Podem parar com isso? Ele notou o modo como estão reparando nele. – digo para elas que estão com uma expressão de encantamento tão grande que parecem hipnotizadas.

― De onde veio esse homem lindo e que tipo de relacionamento vocês tem? – Samara pergunta.

― O modo como ele a cumprimentou foi tão poético e lindo. – Melissa diz e sorri.

― Por que esse sujeito pegou em você assim? - Victor Gustavo diz, claramente aborrecido.

Ouço o que eles dizem, mas meus pensamentos me distraem... Ele está ainda mais lindo agora, embora tenha um brilho de tristeza em seu olhar. Não é de se estranhar que todas as mulheres fiquem olhando para ele com admiração, afinal estão diante de um homem com grandes qualidades, de uma beleza perfeita, cavalheirismo e uma educação primorosa...

― Ai, sua louca! – esse é o jeito delicado da Samara de me tirar da distração, com um tapa no braço.

― Weenny, não vai responder? - Marília pede.

― Desculpe. Eros e eu somos amigos apenas. – respondo.

― Weenny, por que essa palhaçada toda então? – Guh diz em tom mais elevado.

Palhaçada... Isso me faz lembrar nossas brigas, você sempre começava assim, mas hoje não estou afim, não namoramos mais.

― Ora, palhaçada é você exigir explicações de quem prefere te ver pelas costas. Acorda! – respondo a altura.

Carol e Samara riem debochadamente e Mayara segura o riso, elas sabem que quando eu fico com raiva costumo ser malcriada.

― Você está solteira? Sozinha? - Filipe pergunta. Ele realmente é especialista em perguntas idiotas, enquanto eu sou absolutamente intolerante a elas.

― Estou sozinha porque é melhor, assim fujo de homens idiotas ou mentirosos, como... – respondo com desprezo.

Prefiro não terminar a frase porque Mayara está me olhando assustada.

Apesar do aparente temperamento calmo, Filipe sempre se mostrou ciumento, possessivo, muitas vezes machista e até agressivo, embora evite discussões, como nesse exato momento, talvez com receio de que exponha todas as verdades que sei a seu respeito e o envergonhe diante de todos.

― Você o conhece de onde? - Guh pergunta por estranhar o modo como falo com Filipe.

Eu tive um rolo com ele por pouco tempo, mas nada que tivesse importância, por quê? – respondo com rispidez.

Todos me olham surpresos e eu não me importo, Guh parece confuso e antes que ele venha dizer mais alguma coisa, eu o impeço com apenas um gesto.

De repente notamos um movimento provocado por uma grande quantidade de pessoas que adentram a danceteria, uma agitação adorável e conhecida por mim, demora um pouco para todos se acomodarem. Eros troca algumas palavras com uma mulher e aponta na minha direção, continuo na mesa do Guh, mas entre a nossa mesa e a mesa do Eros há um espaço de pouco menos de dois metros, ou seja, estamos bem próximos.

A mulher que está conversando com Eros vira para mim, percebo que é a Michele, uma querida amiga que esteve presentes em bons momentos da minha vida, mas que desde a minha paixão pelo Guh, acabamos nos distanciando.

A vejo caminhar a passos largos e firmes em minha direção, ela vem exibindo seu lindo e largo sorriso. Levanto e nos abraçamos saudosamente.

Eu a convido para sentar e faço as apresentações, chamando os rapazes de Victor Gustavo e Filipe apenas, todos eles a cumprimentam e fazem silêncio para observar o que vamos conversar.

― Como você está? O que faz aqui? - Michele diz com sincera alegria por este inesperado encontro.

― Estou bem. Vim para um congresso e as minhas amigas vieram para me fazer companhia. – faço um sinal para mostrar quais são as meninas.

― Como é o destino, hein? Quem diria que a encontraríamos em uma cidade diferente e tão grande?

― Tem razão, uma grande coincidência. E aí como vocês vão? Nunca me enviaram convites para apresentações. – vejo a Michele fazer uma expressão triste.

― É impossível sem você. Sentimos muito sua falta, mas ele muito mais e nunca mais quis se apresentar. – Michele parece melancólica ao dizer a última parte.

― Mi, eu estou de volta. – após alguns segundos em silêncio, eu confesso.

― Que maravilha! Que bom que seu namorado entendeu e permitiu, você tinha dito que ele é tão ciumento... – Michele diz com um largo sorriso.

― Não Mi, acabou. Finalmente terminamos. – digo com firmeza e seriedade, após interrompê-la.

Eles ainda estão em silêncio, talvez na tentativa de saber até que proporções essa história pode chegar, enquanto minha amiga examina minha expressão em busca de alguma dor ou tristeza em meu olhar, já que minha voz e expressão parecem ser firmes o suficiente para quem ultrapassou tantos limites por uma paixão.

― Você amava tanto o Guh, mas que imbecil ele é... – Michele diz após ter certeza de que eu não sofro mais por ele.

Ah minha amiga, se você soubesse que ele está ouvindo o que você está dizendo.

― Mi, deixe essa história no passado, esqueça e não gaste tempo ou saliva para criticá-lo, afinal a decisão já foi tomada e ele está vivendo a vida dele e eu a minha. – digo interrompendo-a mais uma vez.

― Cedo ou tarde ele vai se arrepender porque perdeu a mulher mais maravilhosa que ele conheceu. – Michele insiste.

― Essa paixão infelizmente estava fadada ao fracasso e teve seu fim como era previsto. Estou bem e não quero que se preocupe. – encerro este assunto.

― Agora diga, por que ele não quis se apresentar? E por que decidiu fazer a especialização agora? – mudo de assunto para algo que me interessa.

― Sem você, qual é o sentido? Quando você partiu, ele nunca mais quis se apresentar, você sabe, se ele não queria, nenhum de nós seria capaz de ir sem ele, então precisávamos de alguma atividade que envolvesse todo o grupo, foi aí que surgiu a ideia da especialização... Há alguns dias o vejo mais disposto, agora que você disse que voltou para nós, posso entender esse ânimo novo dele. Ele já sabia, não é? – Michele explica e indaga.

― Claro, eu precisava falar com ele primeiro. – me justifico, ela concorda e sorrimos.

Alguém sinaliza para Michele, ela pede licença e volta para a mesa do Eros.

Foi em uma fração de segundos que tomei a decisão de deixar o passado para trás, mas não imaginei até onde poderiam me levar as consequências dessa atitude.

― Viram todas aquelas pessoas que estão na mesa do Eros? São todos meus amigos e eles conhecem as histórias dos meus amores fracassados, embora não conheçam os rostos daqueles que me feriram. Para evitar atritos, peço que de agora em diante chamem o Gustavo de Victor e o Gopal de Filipe, por favor. – falo para os que estão comigo na mesa.

Todos concordam e eu agradeço. No mesmo momento, Michele e Eros retornam para a nossa mesa.

― Ainda não ficou à vontade? – Eros diz por que percebe que eu ainda não pedi nada para beber e ainda estou com o blazer fechado, faço um sinal negativo com a cabeça.

― Deixe-me ajudá-la. – Eros pede.

Fico de costas para o Eros, uma música sensual toca neste exato momento, abro os botões do blazer sem pressa, enquanto ele puxa com delicadeza para que o tecido deslize por meus ombros e braços, por fim ele o ajeita com cuidado na cadeira.

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