Capítulo 60 – Fragmentos de um PassadoCristianEu tentei. Tentava todos os dias seguir em frente, viver a minha vida sem me perder na busca por respostas que, no fundo, eu sabia que talvez nunca chegassem. O trabalho, as reuniões intermináveis, os casos de crimes cibernéticos que ainda me consumiam, tudo aquilo que antes me dava um propósito, agora parecia vazio. Não importava o quanto eu me dedicava ou me afundava nos projetos, nada conseguia preencher o buraco que ficou desde que Cassandra desapareceu da minha vida. Eu já não sabia mais o que estava fazendo. Era como se a vida tivesse se tornado uma rotina sem fim, e nada disso fosse suficiente.Eu me envolvia com o trabalho, tentando desviar minha mente da obsessão por ela, mas era inútil. Por mais que eu tentasse seguir a rotina de um homem que estava tentando se reerguer, a ideia de Cassandra, de seu desaparecimento, de tudo o que eu não sabia sobre ela, me perseguia como uma sombra. Eu tentei me reconectar com minha vida pesso
Capítulo 61 Rastreando a VerdadeCristianO sono não veio naquela noite. Depois de ver aquela foto, minha mente simplesmente não desligava. Eu tentava me convencer de que podia ser apenas uma coincidência, que talvez fosse outra mulher qualquer, e que tudo isso só podia ser fruto das minhas paranóias, mas uma voz insistente dentro de mim não me deixava em paz. Precisava de provas, algo concreto para confirmar ou negar essa possibilidade, eu precisava disso, eu tenho que dar um ponto final por bem ou por mal.Então fiz o que sabia fazer de melhor: investigar.Liguei meu notebook, acessei minha rede segura e comecei a rastrear os passos de Damon Schiavon. Como uma das figuras mais conhecidas do mundo dos negócios, seus movimentos não eram tão difíceis de seguir, mas se quisesse algo mais detalhado, teria que cavar fundo.Comecei pelos registros públicos—viagens, eventos, contratos empresariais—e percebi um padrão interessante. Nos últimos meses, ele vinha viajando constantemente entre
Capítulo 62 – Sussurros do PassadoCassandraO cheiro das flores frescas sempre me trazia uma sensação de paz. Pelo menos, era o que eu tentava acreditar. Trabalhar na floricultura de Dona Carola era a maneira perfeita de me manter longe dos radares e tentar viver uma vida normal—ou algo próximo disso, afinal, é o que venho lutando para ser...Minha barriga de seis meses, quase sete, já se destacava sob o avental floral que eu usava diariamente. O peso da gravidez não era apenas físico; era emocional, psicológico. Cada dia que passava, a ideia de ser mãe se tornava mais real, e junto com isso, o medo crescia. Será que o bebê, quando crescer, vai me odiar por não ter o pai presente por minha culpa? Isso martelava minha mente constantemente...Eu nunca fui o tipo de mulher que imaginava uma família. Nunca me vi casada, muito menos criando uma criança. Mas então Cecília apareceu em minha vida, e tudo mudou. E agora, esse bebê que crescia dentro de mim, havia me completado. Mas ainda assi
Capítulo 63Pensamentos na EscuridãoCassandraO carro seguiu calmamente pelas ruas escuras até o meu apartamento, mas a sensação de estar sendo observada não me largava. Eu tentava me concentrar na conversa com Damon, ouvindo sua voz animada falar sobre o dia dele com Cecília, mas minha mente estava em outro lugar. Não conseguia me concentrar nele.Quando chegamos ao meu prédio, ele parou na vaga de sempre, e subimos, pareciamos uma família normal, Já no meu apartamento, fui para a sacada, pois algo no fundo de minha alma gritava que eu devia olhar para a rua lá embaixo. Observei atentamente, e aquele carro preto tinha realmente nos seguido. Estava lá, com a mesma tática, parado na mesma posição sob a luz fraca de um poste ao fim da rua, como se esperasse por algo. Ou alguém, o que certamente deve ser por mim...Meu estômago se revirou. O que isso significava? Eu já tinha vivido com essa sensação de estar sendo vigiada antes, mas agora não era mais só sobre mim. Agora, envolvia outra
Capítulo 64Despertar no EscuroCassandraQuando abri os olhos, a primeira coisa que senti foi a sensação de estar flutuando em um mar denso e pesado. Eu estava zonza, os sentidos turvos, como se estivesse fora de mim mesma. O ar estava denso e fechado, e uma dor de cabeça pulsava forte, me impedindo de pensar com clareza. Tentei me mover, mas minhas mãos estavam presas.Tentando me orientar no ambiente, percebi que estava em um espaço grande, mas vazio. A luz era fraca, vinda de uma lâmpada pendurada no teto, que iluminava apenas partes do galpão, enquanto o restante se perdia nas sombras. O chão estava sujo, e o cheiro de metal enferrujado misturado com algo químico preenchia o ar, deixando-me ainda mais confusa.O que aconteceu? Onde estava Damon? E Cecília?Meu coração acelerou com o pensamento de estar separada deles. Um medo profundo se espalhou pela minha mente. Forcei o corpo, tentando sentar, mas o aperto nas minhas mãos me impedia de fazer qualquer movimento rápido.Respirei
Capítulo 1 - Cassandra Moretti O sol mal se ergue no horizonte, e eu já estou acordada. Às vezes, penso que o dia nunca vai começar realmente. Eu fui obrigada a aprender a acordar sozinha, a fazer as coisas por mim mesma. Não que alguém tenha me ensinado, mas, após tantas tentativas de achar um lugar para chamar de lar, acabei por descobrir que a única pessoa em quem posso confiar sou eu mesma.Fui uma órfã comum, se é que isso existe. Meus primeiros anos foram no orfanato, onde, em vez de brinquedos, eu aprendi a me proteger. Fui colocada em várias casas adotivas, cada uma pior que a outra. Eles me queriam boa, educada, quieta. Mas eu não era isso. Eu tinha um fogo dentro de mim, algo que nunca deixei apagar. Então, fugi. Fugi das regras, fugi das famílias, e, quando eles desistiram de me colocar em outra casa aos 15 anos, eu já sabia o que fazer: sobreviver.Aos 18, finalmente me vi livre, com um punhado de dólares e o notebook que sempre guardei. Estudei programação, hackeamento,
Capítulo 2 O som da última transferência ecoa na minha mente enquanto desligo o laptop. A tela se apaga, e por um momento, me sinto como se tivesse completado mais uma missão. Mas, ao mesmo tempo, o peso da responsabilidade e a constante necessidade de desaparecer começam a surgir. Decido que, por agora, posso dar uma pausa. Não um descanso completo, mas o suficiente para me manter fora das redes por algum tempo.Destino? Califórnia! As luzes de Los Angeles são um convite ao anonimato, e eu preciso disso. Preciso respirar sem o peso de ser "Ghostred" por um tempo. Depois de horas de voo, chego ao meu hotel, tomo um banho quente e, exausta, apago na cama. Quando acordo, as horas passaram rápido demais. O relógio marca a tarde, e o cansaço ainda persiste, mas decido que preciso sair, caminhar, deixar o peso da viagem para trás.Caminho pelas ruas agitadas de Los Angeles, absorvendo a energia da cidade, tentando me distrair. As luzes e sons me envolvem, e encontro um barzinho que parece
Capítulo 3Assim que abri a porta do quarto do hotel, eu sabia exatamente o que queria daquela noite: um sexo quente, cheio de orgasmos, e nunca mais ver esse homem depois. Como sempre faço na minha vida. Quando tranquei a porta atrás de mim, os olhos dele me devoraram, e era exatamente assim que eu o queria. Ele avançou na minha direção, me colocando contra a porta, tomando meus lábios e exigindo espaço com sua língua.Sua boca me devorava enquanto suas mãos traçavam caminhos por todo o meu corpo. Com seus braços fortes, ele me puxou para o colo e me carregou até o sofá no meio do quarto, sem parar de me beijar nem por um segundo. Senti meu corpo incendiar de tesão a cada toque dele. Nem eu sabia o quanto estava precisando disso...Ao me deitar no sofá, ele me observou como se eu fosse a presa de um caçador, o que é engraçado, se for pensar. Afinal, a caçadora sou sempre eu. Mordi meus lábios, observando seu membro duro naquela calça jeans apertada, o que terminou de me enlouquecer e