72: Sob a Tempestade

MIA

A viagem inteira foi um borrão. A paisagem rural do sul da França desenrolava-se como uma pintura impressionista encoberta pelo véu da noite. O silêncio entre mim e Vittorio era denso, quase opressor. Fingi dormir, mas minha mente era um caos, revisitando os eventos das últimas horas.

O medo ainda queimava sob minha pele, à medida que o carro avançava em curvas sinuosas. A cada instante, esperava que os homens de Adam surgissem no retrovisor. Mas havia algo mais profundo e inquietante corroendo meus pensamentos: a revelação de que minha mãe poderia ter sido parte da máfia.

A ideia era como um peso impossível de suportar. Confusa demais para ser digerida, ali, na madrugada, presa em um carro no meio do nada. Mas, ao mesmo tempo, algo em mim ecoava com essa possibilidade, como se, de alguma forma, aquilo fizesse sentido. Talvez explicasse o fascínio, quase prazeroso, que eu sentia por Vittorio.

Éramos iguais.

O mesmo sangue. A mesma escuridão.

Soltei um suspiro que desapareceu no si
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