06

Só consegui me ver livre do Daniel quando o Cássio pulou em cima dele e lhe deu um soco.

Só tive tempo de puxar o Cássio de cima dele quando todo mundo chegou - Meus pais, pais do Cássio, Irmã do Cássio, amigos ... -.

- O que aconteceu aqui?? - Ouvi alguém perguntando mas nao sei bem quem.

Não tive tempo de explicar nada, pois fui atras do Cássio que tinha saído dali em disparada.

- Cássio! Espera! - Gritei segurando seu braço.

- Esperar o que?! Para poder ver vocês juntos de novo?! O que você vai dizer, que foi tudo um mal entendido?!

- Gritou de volta, mas percebi que ele estava chorando. - chorando muito! -  Quando vi seu rosto todo molhado logo meus olhos se enxeram de lágrimas. O Cássio nunca chorava, nunca! Eu nunca havia o visto assim!

- Por favor! Você tem que acreditar em mim! - Disse ja chorando.

- Nathália, por favor! Me deixa em paz, não me procura, não fala mais comigo! ME ESQUECE! - Essa ultima frase ele disse bem alto e com enfase.

Não consegui ver mais nada depois, meus olhos estavam marejados e minha visão embasada por causa disso.

Sentei ali no meio da rua mesmo e deixei as lagrimas cairem. Como assim? Ele nem me deixou explicar! Não ... As lágrimas tomaram conta do meu corpo inteiro. Apenas fiquei ali por horas e deixei que elas caissem.

Depois de um bom tempo ai que realmente caiu a ficha ... Eu perdi o Cássio, o meu noivo! - Sim noivo!! Aquele seria um jantar de noivado, por isso todos estavam reunidos. -

O Daniel não tinha esse direito, não tinha! Quando voltei para onde estavamos ele ja não estava mas lá, eu também nunca mais tive noticias dele e nunca mais deixei ninguem me chamar de Nat ... Me lembrava o passado, e o Cássio estava nele ...

Flashback off

- Nat? - O Cássio disse balançando a mão na minha frente.

- Hã?! Ah, desculpa ... Eu só tava lembrando ... - Disse - Aquela foi a pior noite da minha vida ... - Terminei.

- Pensei que fosse essa ... Eu ressurgi na sua vida, de novo, do nada ... - Disse.

- É ... Preciso criar uma lista ... - Disse me despersando. - Cássio ... Eu fico realmente feliz ... Por você ter acreditado em mim, mesmo depois de 1 ano ... - Tecnicamente, foi 1 ano inteiro depois do nosso termino! Disse sentindo uma leve nostalgia.

- E ...? - Disse esperando por um resposta mais concreta.

- E que eu aceito o seu perdão. Mas nada além disso, eu não posso Cássio, a magoa ainda ta aqui, ela ainda existe. - Disse com a mão no peito. - E eu também comecei uma nova vida aqui ... - Disse respirando fundo.

- Você está com alguem, não está? - Ele disse como se estivesse lendo meus pensamentos.

- Hm ... - Enrolei - Sim Cássio ... Sim. Terminamos a 1 ano! O que você queria? Que eu ficasse pensando em você, esperando você descobrir a verdade e vir me procurar? Eu tinha certeza que isso nunca ia acontecer! Fiz de tudo pra você acreditar, sabe disso! E o Andrew encheu sua cabeça, meu proprio irmao, e você preferiu acreditar nele e no que viu do que em mim! Tenho certeza que também seguiu a sua vida. - Despejei logo tudo de uma vez e senti um grande alivio.

- É Nat ... Eu sei ... - Ele falou em meio de suspiros. - Mas quem ama espera. - Disse me olhando.

- Sim Cássio, e quem ama também tem confiança. - Rebati e abri a porta do meu quarto para que ele saisse.

Ele me olhou algumas vezes, respirou fundo e saiu. Pensei que já tinha ido, mas ele voltou e disse que um dia vou lembrar de tudo isso e vou sentir saudade do que poderiamos ter tido e sido.

- Isso mesmo Cássio, PODERIAMOS, passado, não podemos mais. - Disse e fechei a porta do quarto.

Me joguei na cama e deixei que as lágrimas caissem. Depois de tanto tempo, mas a dor parecia continuar a mesma! Parece que quando olhei ele naquela sala um pouco antes, tudo tinha voltado. As lembranças, aquela noite ...

Os sentimentos ...

Mas ao mesmo tempo a imagem do Austin veio a minha cabeça. Eu não podia sentir aquilo, NÃO PODIA! Por mim, pelo Austin, por nós! Eu sei que sinto ainda alguma coisa pelo Cássio, quando ele sorria e eu via aquelas covinhas, meu coraçao ficava a mil. Mas também sentia alguma coisa pelo Austin! Era uma coisa diferente do que sentia pelo Cássio, era vontade de estar junto com ele, ele não saia da minha cabeça e quando estavamos juntos era como se o tempo parasse só para nos dois! Mas e esse sentimento estranho pelo Cássio? Eu não sei ... Não sei de mais nada ... Estava tão confusa ... É possivel amar mais de 1 pessoa ao mesmo tempo?

(Pov Nathália)

Acordei de manhã com os olhos inchados e percebi que ainda estava com a roupa de ontem. Droga! Na mesma hora que acordei lembrei da festa! To fudida! A festa, do amigo do Austin! Ele disse que vinha me buscar, eu esqueci completamente! Droga!

Me levantei rápido, me senti um pouco tonta mas logo passou, dormir sem comer nada dá nisso. Peguei meu celular e vi que tinha varias ligaçoes do Austin. Tinha 2 mensagens também.

"Nat, já to aqui na frente da sua casa, cade você?"

"Sua mãe falou que você já está dormindo, esqueceu da festa?"

Sim Austin, esqueci completamente! Droga, agora não adianta mais responder ... E la esta o 'Nat' de novo ...

Bom, seguir em frente, esquecer e me acostumar, afinal nao vou deixar uma historio do passado estragar o meu presente e muito menos o meu futuro.

Deixei o celular na cabeceira da cama e fui tomar um banho para poder ir explicar as coisas para o Austin na casa dele, ainda me sentia um pouco tonta e cansada, mas o banho até que me fez bem, esfriou meu corpo que estava quente. Abri meu armário e escolhi uma roupa. 1* Vesti uma regata branca e uma blusa maior por cima, minha calça bege e 2* minha sapatilha preferida de renda. Me olhei no espelho. Não estava muito bem ... A tontura continuava, mas eu precisava falar com o Austin. Peguei minha bolsa e desci as escadas.

- Filha, não vai tomar café? - Minha mãe perguntou vendo que eu já estava com a porta da frente aberta.

- Ah, não mãe, não estou com fome ... - Respondi me sentindo enjoada só de sentir o cheiro da comida.

- Tem certeza minha filha? Você dormiu ontem sem comer nada. - Ela disse parecendo preocupada.

- Tenho sim mãe, qualquer coisa eu como alguma coisa por ai. Beijo - Disse e sai logo.

Andei durante uns 10 minutos e cheguei na casa do Austin - não era muito longe da minha -, Toquei a campainha e uma mulher de cabelos escuros e olhos claros abriu a porta.

- Pois não? - Ela disse sorrindo.

- Eu queria falar com o Austin, ele está? - Perguntei.

- Ah claro, esta sim, pode entrar. - Disse dando passagem para mim entrar. - Eu vou chamar ele, só um minutinho. - Falou.

No mesmo segundo que ela botou os pés no primeiro degrau, alguem apareceu no topo da escada.

- Não precisa mãe, a Nathália pode subir. - A voz do Austin soou pela sala. Ele estava no topo da escada e muito lindo! Usando só uma bermuda meio amassada e com o cabelo bagunçado como se tivesse acabado de acordar - que pelo o que acho foi isso mesmo -.

A mãe do Austin me deu passagem para que eu pudesse subir as escadas. Subi rápido até chegar onde o Austin estava e olhei pra ele que sorriu para mim. Subimos o resto das escadas em silencio até chegar ao seu quarto.

- Oi! - Ele disse me dando um selinho.

- Oi. - Respondi dando um sorrisinho. - Desculpa mesmo não ter ido na festa ontem! Eu tive uma visita inesperada e esqueci completamente da festa. - Disse com receio que ele ficasse com raiva. Em vão, porque ele aceitou bem.

- Ah, tudo bem, eu fiquei meio triste por você não ter ido mas deixa pra proxima ne. - Disse e se sentou na cama.

Sentei ao seu lado.

- Mas quem foi essa visita inesperada que você recebeu? - Perguntou. Senti de novo a tontura e exitei.

- Ah ... O meu irmão ... e um ... amigo. - Disse pausadamente.

- Você tem um irmão? - Perguntou estranhando. - Você nunca me contou. - Falou se sentindo meio excluido.

- Ai, desculpa! Mas a verdade é que nem eu queria acreditar que tinha um ... - Disse abaixando a cabeça por causa da tontura que estava mais forte.

- Por que? Ele te fez alguma coisa? - Ele também abaixou um pouco a cabeça para me olhar.

Resolvi contar logo tudo! Esconder só ia piorar as coisas, uma hora ele ia descobrir mesmo. Disse tudo que aconteceu desde o começo, sobre o Daniel, o Andrew, o Cássio, tudo! Ele ficou calado um tempo mas logo falou.

- Ah, então esse seu 'amigo' é o seu ex? - Ele parecia com raiva.

- Ah, é amigo ... do meu irmão . - Gaguejei.

- Do seu irmão?! - Ele se levantou e passou a mão sobre os cabelos.

- Ei, Austin, não. Não tenho mais nada com ele, juro, eu já te falei, te expliquei tudo. - Disse segurando seu rosto.

- Eu sei Nathália, mas ele quer voltar! ELE quer! - Disse colocando suas mãos sobre as minhas.

- Isso não vai acontecer. Eu juro, eu gosto de você como nunca pensei gostar de alguém! Eu to com você e não com ele! Com VOCÊ! - Disse aproximando meu rosto do dele. - Te amo ... - Cochichei em seu ouvido como se fosse um segredo, só meu e dele.

Ele me olhou meio admirado.

- Eu também te amo, te amo muito. E não quero te perde pra ele e nem pra ninguem ... - Disse meio sorrindo mas logo ficou sério de novo.

- E você não vai. - Disse e beijei ele.

Mas senti uma pontada muito forte na cabeça e sem querer mordi seu lábio forte demais.

- Ai! - Ele disse se afastando.

- Desculpa ... Foi sem querer ... eu ... - Não consegui falar mais nada depois, minha vista começo a piscar e tudo parecia em câmera lenta.

- Nat! Nat, você está bem? - Ouvi uma voz e senti alguém me segurando com força.

A ultima coisa que vi foi alguem entrando pela porta - não sei quem exatamente era, estava tudo muito embaçado

- depois disso senti meu corpo todo mole e minha visão ficou totalmente preta.

(Pov Austin)

Estava sentado na cadeira do Hospital quando senti uma mão no meu ombro me fazendo virar depressa e ver meu pai. Levantei e ele me abraçou. Vi que atras dele estavam um homem e uma mulher meio parecida com a Nathália. Devem ser seus pais.

- Austin? - O homem se aproximou.

- Sou eu. - Disse

- Você é o rapaz com que a Nathália esta ... saindo? - Perguntou meio desconfiado.

- Sim ... - Respondi meio sem graça.

- Obrigado por traze - lá ao Hospital e nos avisar, é muito importante para nós. - Disse e estendeu a mão.

- Ah, sim, eu faria qualquer coisa por ela. - Disse e toquei sua mão.

E faria mesmo! Faria qualquer coisa pela Nathália. Ela era minha vida, não podia perde - la ...

Quando o pai dela passou pelo meu lado, colocou a mão no meu ombro e falou para que só eu ouvisse.

- Lembro de você com minha filha em casa rapaz. - Saiu e sorriu balançando a cabeça. Arregalei os olhos com aquele comentario me lembrando daquele dia.

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