Natasha Castro.— Diego. — tentei manter minha voz normal, mas a minha garganta estava se fechando e tudo o que eu queria era abraçá-lo.— Nat. Vou te esperar no carro. — Ana falou passando por mim, ela fez um gesto de cabeça, Diego repetiu o mesmo com seu olhar ainda sobre mim, enquanto ela saia.— Pensei que você não viria mais. — Falei com a minha voz quase falha, ainda parada no mesmo lugar, mas agora estava olhando para minhas mãos, na frente do meu corpo.— Eu te liguei. — Comecei a ouvir seus passos na minha direção. E o que consegui fazer foi prender minha respiração. — Eu havia esquecido que o seu celular foi levado. — Ele parou na minha frente e, a essa altura, meu coração estava batendo violentamente no meu peito. — Passei no hospital e disseram que você havia saído, então vim direto para cá. Fiquei sem palavras, quando voltei a respirar, seu perfume invadiu meus sentidos, me trazendo memórias que eu queria enterrar, para não doer, mas do que já estava. Sua presenç
Natasha Castro. Uma hora e meia para pensar e me martirizar até chegar a Curitiba. Minha decisão repentina de sair da cidade pesou agora em minha mente, após ter certeza de que o Diego ficou, depois que o avião levantou, voou e começou a aumentar nossa distância. Meu peito se apertou tanto que parecia que ele ia pular pela minha boca e correr atrás dele. Mas eu tinha que sair, eu não ia conseguir ver aquele miserável do Luiz Henrique em cada esquina. O que ele fez comigo é além do imperdoável, eu estava me sentindo sufocada, estando lá, eu sabia que isso me faria contar uma hora ou outra para o Diego, agora não tenho dúvidas de que ele acreditaria em mim. Mas e depois que ele descobrisse a verdade? Neguei, balançando minha cabeça, tentando afastar esses pensamentos, enquanto tentei focar em como a companhia aérea foi gentil ao me disponibilizar um voo em cima da hora. Graças a eles, posso respirar com dor, mas aliviada. Olhei a hora no celular, acho que oito e meia já estarei
Diego Cesarini. ‘Não se preocupe, minha linda, eu sei que tudo foi muito rápido para você e que talvez você esteja confusa, vou lhe dar o espaço que você necessita, mas estarei aqui para o que você precisar.’ Enviei a mensagem para a Natasha e me sentei na mesa à frente do lh. Ele estava me olhando, não tirava seus olhos de mim e ao seu lado havia um homem, um homem do nosso meio, mas pelo sorriso despreocupado do lh ele não sabe que o Fredrik já trabalhou para mim, fora do país. Claro que ele não sabe, Luiz Henrique não participa dos meus negócios, ele é apenas um velho amigo de alguns anos.— Diego, que bom que você me procurou. — Ele sorriu, nervoso. — Pensei que nunca mais trabalharia com você! Me recostei na cadeira, deixando meu celular sobre a mesa, enquanto o lh me olhou confuso.— Vocês se conhecem? — Ele olhou entre mim e Fredrik.— De uma longa história, Luiz Henrique. — Fredrik sorriu nervosamente. — Águas passadas, admito. — Ele me pareceu suspi
Natasha Castro. Ver minha mãe chorando em desespero foi uma das piores coisas que eu poderia presenciar. Contei a eles a maior parte do que aconteceu, ela entrou em pânico, estávamos em casa, ela me abraçou e implorou para que eu nunca mais volte para São Paulo. Expliquei que isso está em conflito ainda em minha mente, mas que vou pensar com carinho sobre isso. Meu pai ficou revoltado, eu sei que ele não acreditou sobre eu não saber quem foi o autor da violência, ainda sinto dores pelo meu corpo e odeio lembrar de tudo isso. Queria esquecer lá no mais profundo da minha mente, mas infelizmente não consigo. Mas dou graças a Deus que agora estou a quilômetros de distância dele. Jantamos em família e tomei a medicação prescrita pelo médico para dor, passei a pomada pelos meus hematomas depois de um banho demorado. Fui até meu antigo quarto, para descansar. Por último, foi colocar gelo sobre meu olho, sinto que, ao invés dele diminuir, aumentou um pouco, meu olho abre meia f
Natasha Castro.— Natasha. Natasha. Filha! — A voz da minha mãe parecia uma leve pluma lá, no fundo da minha mente. — Chame a ambulância. Abri meus olhos, com uma leve dor na minha nuca, ao perceber que havia caído de costas. Nossa, eu desmaiei?— Filha! Natasha. — Olhei para minha mãe e ela estava sentada ao meu lado, seu olhar era de pânico. — Filha. Meu olhar subiu para o meu pai do nosso lado, ele estava mexendo no celular.— Não precisa ligar, pai. Estou bem! — tentei me levantar, mas minha mãe me impediu.— Querida, você desmaiou, precisa de um médico.— Não, mãe. Estou bem. — sorri — Juro, são apenas muitas emoções. — olhei para o meu pai — Tudo bem, não precisa ligar.— Tem certeza, filha? — Vi que suas mãos estavam levemente trêmulas, enquanto ele me olhava, parecendo estar aflito.— Tenho sim. Além de tudo o que está acontecendo, sinto remorso de estar aqui os preocupando. Acho que deveria ter ficado em São Paulo, eles me auxiliaram a me levantar e eu já estava n
Natasha Castro.— Natasha quem é ele? Atendi imediatamente, respirando fundo, tentando não demonstrar meu pânico. Assim que vi o nome do Diego no idênticador, mas engoli em seco quando sua voz soou calma, mas lá, no fundo, eu senti a pressão do seu ódio. Porém, eu não entendi o que ele estava querendo dizer, então fiquei em silêncio.— Natasha. Por favor, pelo bem da nossa confiança. Quem é esse filho da puta que está te ameaçando e dizendo que vem atrás de mim? Arregalei meus olhos e segurei um soluço, como assim? Como ele sabe disso? Acabei de receber essa mensagem.— Natasha. Ele fez isso com você? — eu podia ouvir o suspiro pesado escapando dos seus lábios. Mas o que era pior, eu não conseguia falar, as palavras estavam pressas em minha garganta, enquanto as lágrimas escorriam pelos meus olhos, silenciosamente.— Natasha? — ele me chamou entredentes.— Diego… — assim que seu nome saiu pela minha boca, uma enxurrada de dor me inundou. As lágrimas se intensificar
Diego Cesarini Lancei meu celular com tanta força na parede, quando me virei de costas apenas ouvi o barulho dos pedaços dele se quebrando e alcançando o chão rapidamente. Meus punhos estavam cerrados, meu ódio estava transbordando o meu ser. Minha respiração estava pesada, parecia que isso ia me sufocar a qualquer momento, quando olhei por cima dos meus ombros a porta da minha sala se abriu.— Porra! — Rafael entrou, olhando, envolta, enquanto pisa sobre os cacos do meu celular. — Que merda rolou aqui? — ele levantou uma pasta. — Trouxe as coisas que você pediu sobre o Luiz Henrique.— Você já leu? Cadê esse desgraçado? — caminhei até ele pegando a documentação das suas mãos.— Não abri, mas... — Rafael estava olhando em volta com surpresa. Antes que ele pudesse abrir a boca para perguntar, lhe contei sobre a minha conversa com a Natasha e convenhamos ele ficou tão puto, quanto estou.— Filho da puta! Porque diabos ela não lhe contou cara. — Rafael me olhou. — Merda
Diego Cesarini.— Diego vai com calma! — Rafael sussurrou, apertando meu ombro. Apenas me movi quase inperspectivel para que sua mão saia do meu ombro. Qual foi? Sou eu que estou me sentindo traído, pela mulher que amo, por me esconder que esse desgraçado no chão já foi seu namorado e ainda mais traído, por esse mesmo filho da puta, por omitir isso de mim e só piora, por ferrar com minhas chances com ela. Ele foi lá e a machucou. Justo seria eu matar ele, não é? Minha mandíbula está tão cerrada que sinto meus dentes doerem, olhei para trás e o gerente estava correndo na nossa direção, com o celular na mão. Ele parou perto do Luiz Henrique, enquanto aquele filho da puta se levantava, o homem estendeu as duas mãos para mim, com suas palmas abertas. — Senhor, por favor. Não cause tumultuo aqui dentro. — ele olhou em volta, o homem de meia-idade parecia um pouco espantado. — Há crianças e mulheres inocentes aqui dentro. E os homens? Não são inocentes? Foda-se. — Diego.