O ceo na minha agenda.

Natasha Castro

Observei ele entrando com o seu ego batendo no batente sobre a porta. Mas vendo ele sem a luz fosca da boate, ele é… Ele é, vou ter que admitir que ele é realmente um homem lindo, aparentemente ele é bem mais alto do que eu, seu terno deixa seu corpo quase que esculpido, provavelmente porque malha regularmente, seu cabelo escuro está aparado em um corte social lhe dando um ar de sofisticação, assim como a sua barba que está feita, realçando sua maçã de Adão e seus lábios levementes vermelhos.

Ele caminha na direção da nossa mesa com um rosto sério, totalmente diferente do idiota piadista que eu conheci ontem à noite, ele sorri enquanto se aproxima e seus olhos escuros percorrem a sala rapidamente pousando nos meus. Sua intensidade quase fez o meu foco no trabalho se perder, então desviei o olhar rapidamente e tentei me manter o mais neutra possível, para que ele não me reconheça e se ele fizer isso, eu posso fingir não me lembrar dele.

Porque eu fui falar sobre o universo nos manter longe. Só pode ser brincadeira, olhei para a secretária do ceo que talvez seria a dele e a garota ajeitou os seios discretamente, quase revirei meus olhos. Meus olhos se voltaram para ele e o mesmo estava parado ao lado do rapaz e ainda me olhando, me mexi desconfortavelmente na minha cadeira, o que esses homens têm em ficar nos encarando?

— Aí está ele! — o ceo falou contente, se levantando ele parou ao lado do filho, levando sua mão sobre seu ombro — Este é meu filho Diego Cesarini, ele será o novo ceo de vocês. — engoli em seco tentando manter o ritmo do meu coração normal, mas a essa hora ele parece um liquidificador ligado sem tampa — Filho estes são o pessoal da empresa, não estão todos aqui, mas você poderá conhecê-los, conforme for passando o tempo.

— Bom dia pessoal! — sua voz me causou um arrepio — Será uma honra me juntar a esta equipe e me perdoem pelo atraso, eu estava resolvendo alguns negócios meus… Mas isso não irá se repetir.

Fiquei quase de boca aberta com a seriedade desse homem, parece uma segunda pessoa, será um irmão gêmeo?

— Você está olhando de mais! — Ana sussurrou disfarçadamente.

Me fazendo perceber que ele estava me olhando também, mas eu não estava o olhando diretamente, só estava pensando e não mudei a direção do meu olhar, movi os documentos sobre a minha mesa e voltei a minha atenção para o ceo. Que voltou a se sentar com seu filho ao lado e discursou sobre alguns assuntos da empresa, sobre como está feliz do filho estar assumindo o seu papel e apresentou o tal Rafael o cara que a Ana está arrastando um caminhão, acho que são amigos. O tal Rafael é sócio e é a primeira vez que ele aparece aqui na empresa.

— Sempre tive muitas viagens e era difícil me manter aqui! — O olhar do Rafael se voltou para a Ana — Mas algo me diz que vou gostar de estar mais presente!

Deus esses homens não perdem tempo! Olhei disfarçadamente para a minha amiga e ela estava sorrindo. Não acredito que ela vai cair nisso?

— Fico feliz! Muito feliz. Com isso vocês podem ir conhecendo o pessoal! — o ceo falou contente.

— Antes de chegar eu olhei a ficha dos que estão presentes, já consegui decorar o nome de todos e os cargos. Sou bom nisso!

Mordi meu lábio inferior discretamente, Deus tomará que ele não lembre de mim, por favor! Não sei porque eu estou tão nervosa, ele foi um babaca ontem? Foi, mas hoje é um novo dia. Sorri para mim mesma e suspirei pensando positivo.

— Isso me lembra que meu pai tinha uma viagem de uma semana já agendada para fechar alguns negócios no exterior. Eu vou assumir o seu lugar e estarei lá e em breve retornarei, mas antes eu preciso saber quem é a Natasha?

Meu sangue pausou, quando ouvi meu nome em seus lábios, eu apenas olhei para frente, incapaz de olhá-lo.

— Natasha Castro, diretora financeira, por favor se apresente?

Eu estou praticamente em cima de você seu imbecil e eu tenho a m*****a impressão de que ele sabe disso. Ana me deu um leve cutucão e eu o olhei. Afirmando que sou eu, ainda indiferente.

— Muito bem. Vou precisar de você nessa viagem, por favor arrume as malas.

— O que? — Minha voz saiu alta demais e carregada de surpresa. Todos me olharam e eu juro que eu vi um sorrisinho nos lábios desse filho da puta — Quero dizer, esse não é o trabalho de um diretor financeiro, não posso sair da empresa, sinto muito!

Toma distraído, eu queria gargalhar, mas me contive, enquanto o encaro expressando meu ódio em meus olhos.

— Não, já revisei tudo. Vamos viajar e a sua vice vai passar tudo para o Rafael que vai ficar no meu lugar até o meu retorno. — nessa hora eu sabia que o seu ego estava inflando

Engoli em seco, se a minha boca não estivesse presa no meu rosto ela teria caído sobre a mesa, eu não acredito no que estou ouvindo, em socorro olhei para o ceo e o seu sorriso satisfeito me deixou ainda mais preocupada.

— Oh! Natasha sempre lhe falei que você precisa tirar férias — sua voz me deu um tapa na cara, eu não queria ouvir isso — Vá já que o Diego precisa de você e tome essa semana como se fosse férias — eu adoro esse senhor, mas hoje, eu queria que ele não estivesse aqui.

— Senhor, não tenho o que fazer lá! — insisti e vi o imbecil do Diego me olhar com suas sobrancelhas arqueadas.

— Tem sim. Você vai revisar as finanças dos nossos futuros parceiros. — Olhei para o Diego — Por favor, Natasha arrume as malas, porque na hora do almoço estaremos de partida, tire essas horas para descansar. A viagem é longa.

Incrédula olhei para ele e para o seu amigo ridículo, ambos tinham um ar de satisfação em seus rostos, eu juro que eu esmago a cabeça deste desgraçado com minhas próprias mãos, sem alternativa e sem poder chinga-lo sem saber se ele me reconhece ou se é abuso de poder, voltei a minha atenção para a Ana Paula que estava com seus olhos levemente arregalados.

— Ana eu vou. Mas volto para trazer o carro! — ela assentiu e minha amiga parecia tão chocada quanto eu. Me levantei e falei olhando para todos — Com licença, devo me preparar.

Todos assentiram, inclusive aquele desgraçado, mimado. Playboy do caralho… Há!!! Que ódio desse cara, eu juro que se eu soubesse teria enfiado a minha mão na cara dele ontem, seria uma enorme satisfação, eu poderia sair batendo o pé, mas saí com elegância mesmo que eu esteja tendo um surto por dentro. Fui até meu escritório e peguei alguns documentos e desci para o estacionamento, assim que entrei dentro do carro eu gritei soltando toda a minha frustração.

Como assim vou viajar com ele, por que? Se ele pensa que sou esse tipo de funcionária… Arr, odeio pensar nisso, dei partida no carro e dirigi de volta para casa, eu sei que estava tão nervosa que excedi um pouco a velocidade, tentei me acalmar bebendo um chá e tomando outro banho, em seguida coloquei todos os meus ternos femininos dentro da mala.

O necessário de roupa de baixo, casual e para dormir. Somente o necessário. E fiquei sentada sobre a cama ponderando em como isso poderia estar acontecendo? Até o meu celular vibrar com uma mensagem. Mas que audácia!

'Natasha nosso voo está marcado para às 11:00 rs, não se atrase!- Diego.'

Mas, onde é que ele conseguiu o meu número? Mas, o que está acontecendo, tenho que ser mais profissional, apenas respondi com um ok. Bom vou mais cedo deixo o carro com a Ana e chamo um uber, para me levar até o aeroporto. Mas para onde diabos estamos indo? A Ana deve estar passando tudo para o tal Rafael, ela apenas me enviou uma mensagem avisando que a reunião havia terminado e ela estaria indo passar o necessário para os dois.

Minha manhã passou tão rápido, que eu me vi dentro do carro dirigindo até a empresa, vou chegar um pouco antes do almoço, aí dará tempo de entregar as chaves para a Ana e chegar ao aeroporto de uber. Deixei minha mala ao lado do carro e o tranquei subindo de elevador até o nosso andar, o penúltimo.

Caminhei devagar ponderando até a sala da Ana ao lado da minha, suspirei desanimada ao abrir a porta…

— Jesus!!! — gritei, ela se virou e gritou e aquele cara me olhou, como se tranzar com uma mulher em pleno horário de trabalho fosse normal.

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