JéssicaLeonardo me carrega em seus braços até o quarto. O pedido de casamento, minha resposta que o momento que vivia ao seu lado era um sonho.— Senhora futura Martinez, espero que comece a providenciar os preparativos assim que voltar para São Paulo.Leonardo me fala, entrando em nosso quarto me deitando na cama.— Não sei se vou me acostumar a ser chamada assim. É estranho e nem acredito ainda que tudo é real.Respondo com sinceridade, Leonardo se deita por cima de mim, me enchendo de beijos enquanto tento conversar sério com ele.— Nada aqui é sonho. Nem o meu pedido que você aceitou e agora me faz o homem mais feliz no mundo, muito menos você em meus braços como agora.Me diz, sem parar de me beijar. A felicidade que sentia nesse momento, não poderia explicar se alguém me perguntasse. Amei esse homem por tantos anos, sofri com tudo que aconteceu, tive meus sonhos arrancados pela ambição da minha tia e agora... Eu estava noiva oficialmente do homem que me tratou com dignidade.—
LeonardoHoje, pela primeira vez desde que assumi um cargo de tamanha responsabilidade, me senti impotente. Fui obrigado a decidir que ia contra tudo que me foi ensinado. Porém, no meio em que agora eu fazia parte, coisas assim eram normais. Antes o nome e o dinheiro da minha família eram importantes e apenas isso satisfazia o interesse dos que se diziam aliados. Mas a partir de agora, percebo que isso não era suficiente para a ganância daqueles que eu desprezava. Fui coagido a aceitar o que me pediram ou acabaria lidando com coisas piores do que eu poderia imaginar. Fechar os olhos para o carregamento que chegaria nessa madrugada ou ter que passar pela primeira rebelião comandada pela maior facção do Estado. Eu poderia impedir? Claro que sim. Mas entre passar por isso e ter o nome da minha família exposta, escolhi o mais fácil. Marcelo de certa forma me encurralava e ficou claro quando no meio da reunião, Jorge contou sobre minha mulher e o trabalho dela. Saber que usavam isso como m
LeonardoMeu retorno para São Paulo foi tranquilo. Dentro do carro a caminho da casa dos meus pais, Jéssica dormia com a cabeça encostada em meu ombro. O final de semana foi agradável e voltávamos para casa oficialmente noivos. Ela se mexe ao meu lado, abrindo os olhos assustada.— Meu Deus! Peguei no sono e não percebi — diz arrumando o cabelo preocupada.— Estamos próximos da casa dos meus pais. Avisei estarmos chegando, essa hora Valentina deve estar pulando de um lado pro outro nos aguardando.— Senhor Leonardo, a princesinha vai ficar feliz com a novidade.Fábio comenta o noivado e sorri para o meu motorista balançando a cabeça concordando. Jéssica tem o rosto vermelho de vergonha ao meu lado por ouvir isso.— Fico feliz pela felicidade do casal — Fábio diz e nós dois agradecemos. O carro logo entrou na mansão, ajudei Jéssica a descer e juntos de mãos dadas fomos recebidos por Mara.— Doutor, a pobre da Áurea teve um grande trabalho com a menina o dia inteiro.Acabamos desembarca
Jéssica— Não vou jantar enquanto o meu pai não chegar.Valentina repetia o mesmo e minha paciência estava por um triz. Hoje a menina resolveu se rebelar, reclamando que o pai já não dava atenção como antes. O trabalho andava ocupando o tempo dele com a família e eu já esperava por isso. Porém, como explicar isso para uma menina de 6 anos? Que o pai tinha obrigações, que estava trabalhando muito e que precisava entender que Leonardo agora iria focar na reeleição. Eu andava chateada com a ausência dele, contudo entendia que era a prioridade no momento.— Meu amor, não sabemos se ele vai chegar agora ou não. Então vamos comer, porque amanhã você precisa acordar cedo.— Então não vou comer. Eu quero o meu pai e pronto — Valentina responde com raiva na voz, levantado da cadeira emburrada.— Filha, volta aqui. Valentina me obedece e vem jantar.Passo a mão na cabeça, tentando me acalmar. Leonardo não sabia da rebeldia da filha, evitava contar para não trazer uma preocupação num momento em
JéssicaAcordei sozinha na cama. Vi a hora no relógio, ainda estava escuro e o silêncio dentro do quarto prova que eu estava sozinha. Aonde o Leonardo se meteu? Levanto-me da cama, visto meu robe e vou primeiro até o quarto da Valentina. Abro a porta com cuidado e a menina dorme tranquila. Se ele não estava aqui, com certeza se encontrava trancado dentro daquele escritório. Desço a escada devagar, para não fazer barulho. Ao chegar na sala, reparo que a porta de vidro que dá para a varanda está aberta e Leonardo parado em pé encostado na mureta. Ando até ele, tocando seu ombro. Ele se vira assustado quando me vê ao seu lado.— Insônia?Pergunto para ele que assentiu me trazendo para um abraço.— Não consegui dormir, então decidi ficar aqui na varanda um pouco — responde ao depositar um beijo em minha testa.— Leonardo, tem alguma coisa acontecendo que você não quer me contar? Você anda estranho, entendo que seu trabalho é muito complicado e que você já iniciou sua campanha de reeleição
Leonardo— Leonardo, sua presença na inauguração foi vista com bons olhos por empresários e aliados.Larissa me avisa, enquanto guardava os documentos e desligo meu notebook.Encerramos o dia de trabalho, após a festa de inauguração um jantar foi servido para os convidados e terminava a noite assinando alguns documentos que Larissa me passou. Trabalhava na ante- sala do meu quarto no hotel. Desde a hora que cheguei na cidade, não tive tempo de ligar para Jéssica e falar com minha mulher e filha. Uma simples inauguração de última hora acabou se tornando uma pré-campanha para minha reeleição.— Larissa, embarcamos para São Paulo logo após o café da manhã? Perguntei ao verificar o horário no relógio.— Sim! Antes do almoço, quando chegarmos à capital, nos encontraremos diretamente com os investidores para discutir o novo shopping que começará a ser construído no próximo ano. Eles querem introduzir um novo modelo de shopping center, incluindo um hotel e um supermercado.Larissa me explic
Leonardo10 minutos se passaram e nada da Jéssica sair do banheiro. Ela estava chateada e com razão. Juntei os cadernos e revistas, colocando em cima da mesa no quarto e caminhei até a porta do banheiro. Bati na porta duas vezes, sem obter resposta abri entrando no banheiro, encontrando-a de pé na frente do espelho molhando o rosto. Com certeza para disfarçar os olhos vermelhos.— Já estava saindo do banheiro por isso não respondi.Me diz fechando a torneira, pegando a toalha de mão para enxugar o rosto. Abraço-a por trás, fazendo um carinho na barriga dela por cima do tecido da camisa.— Não quero que fique com raiva de mim por hoje — digo afastando para o lado o cabelo solto, depositando um beijo em sua nuca.— Eu não estou com raiva de você Leonardo. Entendo tudo eu já cansei de explicar, agora eu não sei qual desculpa dou para Valentina sempre que pergunta por você.Respondeu se afastando do meu abraço, saindo do banheiro. Passo a mão no rosto para manter a calma e resolver essa q
LeonardoOlhava para o relógio, tentando disfarçar a ansiedade na frente das outras pessoas. Hoje era o dia da apresentação do Dia das Mães na escola da Valentina. Prometi que chegaria cedo, porém um encontro não marcado com o grupo estrangeiro que construiria o shopping em São Paulo estava aqui agora. Larissa repassava o projeto que se fosse para a frente seria muito bem-sucedido no Estado. Claro que uma construção desse porte aumentaria a economia do Estado e contaria pontos positivos para a minha reeleição.— Senhor Governador, a área escolhida para o projeto fica numa boa localização e pelos nossos cálculos conseguimos entregar o empreendimento em no máximo dois anos e meio. Temos mais dois parceiros que pretendem investir no negócio e como avisei para sua assessora, é praticamente certo que vamos gerar bastante emprego formal e informal com o shopping.Pierre um dos sócios me dizia e eu ouvia com atenção, mesmo com o pensamento na apresentação da minha filha. Por um segundo me se