Ana olhava para o telefone, ainda refletindo sobre a ligação com Beatriz. Algo estava acontecendo, e tudo indicava que envolvia Leon. Ela hesitava em se aprofundar nesse enredo de problemas mais uma vez, mas sabia que o tempo de adiar decisões havia acabado. Respirou fundo e enviou uma mensagem a Beatriz, marcando um encontro para mais tarde no mesmo dia.
Ao chegar ao café onde elas se encontrariam, Ana se sentia tensa. Não sabia exatamente o que esperar, mas pressentia que o que quer que Beatriz tivesse para dizer poderia mudar o rumo de tudo novamente. Quando entrou, viu Beatriz já sentada em um canto discreto, tomando um café com expressão séria.Beatriz acenou com a cabeça ao vê-la e esperou que Ana se acomodasse antes de começar a falar.— Ana, eu sei que você provavelmente está tentando se afastar de toda essa confusão. E eu não te culpo por isso. Leon… bem, ele fez muitas escolhas ruins, e você teve que lidar com as consequências disso. Mas as coisaAna saiu da prisão com um nó na garganta. As palavras de Leon ecoavam em sua mente, mas o que mais a perturbava era a sensação de que algo ainda estava escondido, algo que Beatriz parecia temer contar. Ao chegar em casa, sentia o peso das descobertas se acumulando. Ela sabia que sua mãe seria a melhor pessoa para buscar conselhos. Desde que tudo começou, a sabedoria da mãe sempre a guiou, e Ana precisava disso agora mais do que nunca.Ao entrar, encontrou Dona Maria sentada na cozinha, dobrando cuidadosamente algumas roupas. A luz suave do final da tarde deixava a cozinha com um ar acolhedor, mas Ana sentia que seu coração estava longe de qualquer sensação de conforto.— Oi, mãe — disse Ana, tentando controlar o tremor em sua voz.Dona Maria levantou o olhar imediatamente, notando a angústia no rosto da filha. Ela colocou as roupas de lado e gesticulou para que Ana se sentasse.— O que aconteceu, minha filha? — perguntou a mãe, com aquele tom calmo e compreensivo que sempre fazia Ana
Os dias passavam lentamente para Ana, enquanto ela tentava lidar com as recentes descobertas sobre Rafael, Lucas, e o envolvimento deles na trama contra Leon. Cada vez que se olhava no espelho, uma sensação de traição e confusão a invadia. O que mais a perturbava era o fato de ter sido usada, de ter confiado em Rafael para investir na ONG Esperança Viva, acreditando que estava fazendo o bem. Agora, com tudo revelado, ela se sentia perdida, sem saber em quem confiar ou como agir.Depois da conversa franca com sua mãe, Ana decidiu que precisava de respostas. Não podia continuar vivendo na sombra dessas mentiras, e se não agisse, estaria perpetuando o mal que Rafael e Lucas haviam causado. A ONG, que representava uma parte tão importante de sua vida, não poderia estar manchada por esses crimes. Ela tinha que descobrir a extensão da manipulação e, mais importante, o que fazer a seguir.Naquela manhã, Ana estava sentada em sua sala de estar, encarando a janela, com os o
Os dias na prisão passavam lentos para Leon. Ele costumava pensar que o tempo voava enquanto comandava a empresa Calderón, mas agora, o peso dos segundos parecia esmagador. Apesar disso, ele se apegava a um fio de esperança, um que vinha de suas visitas semanais: Ana. Sempre que ela atravessava as portas da penitenciária, seu coração se aliviava um pouco, mesmo sabendo que as circunstâncias eram difíceis.Desde que começaram a planejar a queda de Rafael e Lucas, Leon e Ana estavam se tornando uma equipe mais sólida. Apesar de tudo o que aconteceu, Leon admirava a determinação de Ana em buscar a verdade, e isso acendia algo novo dentro dele. Não era apenas a batalha pela sua liberdade, mas também a força silenciosa que ele via nela.Era uma tarde fria quando Ana chegou para mais uma visita. Desta vez, ela trazia mais do que palavras de consolo: trazia o plano que vinham arquitetando nas últimas semanas. Sentada na mesa de visitas, aguardava Leon ser trazido até ela. Quando ele finalmen
Era uma manhã de céu nublado quando Ana chegou à sede da ONG Esperança Viva, carregando consigo uma mala pequena. Estava prestes a embarcar em uma viagem de negócios para o exterior, e desta vez, não era apenas uma viagem comum. Seria uma oportunidade decisiva para fortalecer a ONG e finalmente se desvincular das empresas Calderón, sem que Rafael ou Lucas percebessem. No entanto, o que tornava a viagem ainda mais delicada era o fato de que Lucas e Carla também estariam presentes. Lucas, agora gestor das empresas Calderón, estava à frente das negociações internacionais, e Carla, como braço direito de Rafael, tinha sido incluída para representar o setor de comunicação. Apesar do desconforto de trabalhar tão próximo a eles, Ana sabia que não podia desperdiçar essa chance. Ana revisou mentalmente seus planos enquanto esperava por Carla e Lucas no hall da empresa. Além de fechar parcerias com investidores estrangeiros, ela precisava ser extremamente cuidados
Quatro anos se passaram desde o julgamento de Leon e sua condenação a seis anos de prisão. Durante esse tempo, a vida de todos os envolvidos passou por mudanças drásticas. Ana, que havia se tornado uma figura de destaque no cenário social por seu trabalho na ONG Esperança Viva, continuava a enfrentar os desafios diários com determinação e inteligência. Ela mantinha uma distância segura de Lucas e Rafael, que ainda exerciam influência no mundo empresarial. Entretanto, Ana nunca deixou de ajudar a mãe de Leon, Dona Elvira, que via em Ana uma figura de apoio e carinho, alguém em quem podia confiar plenamente.Leon, por outro lado, cumpria sua sentença em silêncio. Ele sabia que, embora inocente das acusações relacionadas ao sequestro, sua vida anterior havia facilitado sua queda. Sua maior preocupação durante todo esse tempo era Ana. Mesmo sem poder vê-la com frequência, ele recebia notícias através de Beatriz, sua fiel amiga que o visitava frequentemente. Beatriz, aliás, havia iniciado
Os últimos meses tinham sido um turbilhão de emoções e decisões na vida de Ana. A ONG Esperança Viva finalmente estava caminhando de maneira independente, sem mais qualquer vínculo com as empresas Calderón. O trabalho árduo para desvincular a imagem da fundação da empresa de Rafael tinha dado resultados, e agora a ONG estava preparada para crescer em outras direções. No entanto, Ana sabia que, para expandir ainda mais, ela teria que ir além das fronteiras de seu país.Durante esse período, Ana recebeu uma proposta irrecusável: levar o modelo da ONG para fora do país e criar uma rede internacional de apoio. A oportunidade era enorme e se alinha perfeitamente com seus ideais de ajudar o máximo de pessoas possível. No entanto, para aceitar esse desafio, ela precisaria morar fora por um tempo indefinido. Era uma decisão difícil, mas Ana sabia que era o caminho certo, tanto para sua carreira quanto para seu crescimento pessoal. Havia algo em seu coração que a impulsionava para essa nova et
Leon estava determinado. Desde a manhã em que acordou e encontrou a cama vazia, ele sabia que precisava lutar por Ana, por tudo o que haviam construído e, acima de tudo, pelo amor que ele sentia por ela. No entanto, a busca por Ana tinha se mostrado muito mais difícil do que ele imaginava.Logo após o desaparecimento dela, Leon procurou Carla, a melhor amiga de Ana, e seus pais. Todos eles, porém, mantinham-se em silêncio. Ele sabia que Carla devia saber onde Ana estava, mas ela, por respeito à amiga, não poderia contar. Por mais que ele insistisse, a resposta de Carla era sempre a mesma.— Leon, você sabe que eu não posso te dizer nada. Tudo o que posso falar é que ela já embarcou e está bem. Ela me pediu para não contar mais nada.Leon, impaciente, apertou as têmporas e respirou fundo. Ele sabia que estava lutando contra uma muralha, mas não podia evitar. A ideia de Ana estar em algum lugar do mundo sem ele, sem notícias, era insuportável.— Carla, eu preciso encontrá-la. Você sabe
Ana olhava pela janela do avião enquanto ele pousava em solo brasileiro. Seu coração estava apertado, ansioso, mas também cheio de expectativas. Depois de cinco longos anos, ela finalmente estava de volta ao Brasil, trazendo consigo não apenas seu filho, Lucca, mas também Jonas, o amigo que tinha sido um verdadeiro parceiro e figura paterna para o menino. Ao seu lado, Lucca, com seus grandes olhos curiosos, observava tudo com interesse. Ele tinha quatro anos e meio, e essa era sua primeira vez em seu país de origem. Para Lucca, tudo era novo e emocionante, e a presença de Jonas ao seu lado fazia com que o garoto se sentisse seguro, mesmo em um ambiente desconhecido. Jonas, com seu jeito sempre calmo e protetor, sorriu para Ana. — Vai ficar tudo bem — disse ele, como se pudesse sentir a ansiedade que ela estava tentando disfarçar. — Você fez a escolha certa em voltar. Ana assentiu, mas por dentro, uma mistura de emoções a consumia. Estava de volta para ver sua família, seus a