Leon estava determinado. Desde a manhã em que acordou e encontrou a cama vazia, ele sabia que precisava lutar por Ana, por tudo o que haviam construído e, acima de tudo, pelo amor que ele sentia por ela. No entanto, a busca por Ana tinha se mostrado muito mais difícil do que ele imaginava.Logo após o desaparecimento dela, Leon procurou Carla, a melhor amiga de Ana, e seus pais. Todos eles, porém, mantinham-se em silêncio. Ele sabia que Carla devia saber onde Ana estava, mas ela, por respeito à amiga, não poderia contar. Por mais que ele insistisse, a resposta de Carla era sempre a mesma.— Leon, você sabe que eu não posso te dizer nada. Tudo o que posso falar é que ela já embarcou e está bem. Ela me pediu para não contar mais nada.Leon, impaciente, apertou as têmporas e respirou fundo. Ele sabia que estava lutando contra uma muralha, mas não podia evitar. A ideia de Ana estar em algum lugar do mundo sem ele, sem notícias, era insuportável.— Carla, eu preciso encontrá-la. Você sabe
Ana olhava pela janela do avião enquanto ele pousava em solo brasileiro. Seu coração estava apertado, ansioso, mas também cheio de expectativas. Depois de cinco longos anos, ela finalmente estava de volta ao Brasil, trazendo consigo não apenas seu filho, Lucca, mas também Jonas, o amigo que tinha sido um verdadeiro parceiro e figura paterna para o menino. Ao seu lado, Lucca, com seus grandes olhos curiosos, observava tudo com interesse. Ele tinha quatro anos e meio, e essa era sua primeira vez em seu país de origem. Para Lucca, tudo era novo e emocionante, e a presença de Jonas ao seu lado fazia com que o garoto se sentisse seguro, mesmo em um ambiente desconhecido. Jonas, com seu jeito sempre calmo e protetor, sorriu para Ana. — Vai ficar tudo bem — disse ele, como se pudesse sentir a ansiedade que ela estava tentando disfarçar. — Você fez a escolha certa em voltar. Ana assentiu, mas por dentro, uma mistura de emoções a consumia. Estava de volta para ver sua família, seus a
Ana se ajeitou no pequeno sofá do quarto de hotel, observando Lucca brincar com seus carrinhos no chão. O quarto estava aconchegante, mas não era o lugar em que ela queria permanecer por muito tempo. Depois de cinco anos longe do Brasil, Ana ainda não tinha encontrado a coragem necessária para enfrentar seu passado. Seu retorno, no entanto, não poderia ser evitado para sempre, especialmente com o casamento de Beatriz se aproximando.— Mamãe, quando vamos ver a Tia Carla de novo? — perguntou Lucca, com seus olhos brilhando de curiosidade.Ana sorriu. Carla havia se tornado mais que uma amiga para Lucca, ela era uma tia babona, sempre mimando o menino desde o momento em que o conheceu. A relação entre eles cresceu rapidamente, o que trazia um conforto para Ana.— Acho que podemos encontrá-la amanhã, meu amor. Temos que escolher as roupas para o casamento da Tia Bia, lembra? — Ana acariciou os cabelos de Lucca, tentando esconder a ansiedade que sentia.Na verdade, o que mais a afligia er
Nos dias que se seguiram após o encontro inesperado no shopping, Ana estava mais cautelosa do que nunca. Lucca mencionara casualmente o homem com quem esbarrara, mas Ana sabia, no fundo, que aquele homem era Leon. E, mesmo sem perguntar mais detalhes, sentiu que sua antiga vida estava prestes a colidir com a nova realidade que havia construído para si e para seu filho.Ela sabia que não podia evitar Leon para sempre, mas a ideia de enfrentá-lo agora, após tanto tempo e com tantas revelações guardadas, a aterrorizava. A única coisa que a mantinha calma era o casamento de Beatriz, e a necessidade de manter as aparências até lá. Até então, Ana decidiu focar no momento presente e no que estava por vir.Naquela manhã, Ana acordou cedo. O sol entrava pelas cortinas do quarto de hotel, iluminando suavemente o rosto adormecido de Lucca. Ela ficou observando-o por alguns instantes, com um misto de amor e preocupação. A decisão de voltar ao Brasil tinha sido tomada em prol d
O grande dia havia finalmente chegado. Beatriz estava radiante, e tudo ao redor parecia conspirar para que o casamento fosse perfeito. O sol brilhava no céu sem nuvens, o vento soprava levemente e as flores do jardim onde a cerimônia seria realizada exalavam um perfume suave. Ana respirou fundo enquanto observava o movimento ao seu redor. Havia uma atmosfera mágica, mas ao mesmo tempo, ela sentia uma inquietação no fundo de seu coração. Sabia que, naquele dia, o destino a colocaria frente a frente com Leon.Vestindo o elegante vestido esmeralda que havia comprado, Ana estava deslumbrante. Seus cabelos estavam levemente ondulados, caindo em cascata sobre seus ombros, e o tom vibrante do vestido realçava a intensidade de seus olhos. Ao lado de Jonas, que também estava impecável em um terno cinza, e com Lucca, sorridente e ansioso, Ana tentava focar no momento, mas seu pensamento voltava, repetidas vezes, para o que aquele dia reservava.— Você está linda — Jonas disse, com um sorriso en
O salão de festas estava lindamente decorado, refletindo o brilho e o amor de Beatriz e Fábio, o casal que celebrava sua união. A atmosfera era mágica, com luzes cintilantes e risos ecoando de todos os cantos. Ana, ao lado de Jonas e Lucca, tentava relaxar, embora sua mente ainda estivesse presa ao momento anterior com Leon. O olhar dele sobre ela ainda queimava em sua memória, e o jeito como ele fora tão atencioso com Lucca só aumentava a tensão. Beatriz, radiante em seu vestido de noiva, dançava alegremente com Fábio no centro do salão. Os padrinhos, incluindo Ana e Leon, observavam de perto, aguardando o momento de serem chamados para compartilhar da celebração mais intimamente. Enquanto os noivos rodopiavam pela pista, Beatriz olhou diretamente para Ana e Leon, com um brilho travesso nos olhos. — Meus queridos padrinhos! — começou Beatriz, parando no meio da dança e pegando o microfone. — Agora que estamos todos aqui, e já que vocês fazem parte dessa história, gostaria que comp
A noite terminou entre risos, brindes e sorrisos. O casamento de Beatriz e Fábio havia sido um sucesso, com todos envolvidos em uma atmosfera de amor e união. No entanto, Ana, ao deixar o salão com Lucca e Jonas, sentia o peso das emoções ainda reverberando dentro dela. A proximidade de Leon, as palavras que ele havia dito durante a dança e, principalmente, a alegria de Lucca com a ideia do almoço futuro com Leon, deixavam-na confusa e ansiosa.Enquanto entravam no carro, Lucca, sonolento, se acomodou no banco traseiro. Jonas assumiu o volante, e Ana se ajeitou ao seu lado, olhando para a janela enquanto tentava organizar seus pensamentos. A estrada para o hotel era tranquila, mas seu coração estava longe de encontrar paz.— Ele está gostando muito de Leon, né? — comentou Jonas, enquanto dirigia, quebrando o silêncio.Ana suspirou. — Sim, está... — murmurou. — E isso me preocupa. Eu não sei o que fazer, Jonas. Essa aproximação é complicada. Leon
O dia estava claro e ensolarado, perfeito para um passeio em família, mesmo que fosse um tipo de “família improvisada”. O plano original de almoçar em um restaurante havia rapidamente se transformado em algo mais leve e descontraído, com Lucca animado com a ideia de ir a um parque aquático. A empolgação do garoto era contagiante, e até Ana, com todos os seus receios, não conseguia evitar se deixar levar pela alegria do filho.— Vai ser divertido! Eu nunca fui a um parque aquático antes! — disse Lucca, os olhos brilhando de expectativa.Ana sorriu para ele, ajeitando a mochila com roupas extras e protetor solar.— Tenho certeza de que você vai adorar, meu amor. Só não se esqueça de ficar perto de mim ou da Carla, ok?Lucca acenou freneticamente, mal contendo a animação. Jonas, que estava na Suécia resolvendo questões empresariais, ficaria contente em saber que Lucca estava se divertindo, pensou Ana. Com tudo pronto, Ana ligou para Carla, que aceitou prontamente o convite para se juntar