76 O Cerco

Eu já estava exausto antes mesmo de o dia começar.

Era como se, desde que Alby e Alice haviam desaparecido do meu alcance, minha vida tivesse virado um teatro de absurdos.

E o diretor principal desse show trágico era Fernanda, a mulher que parecia ter uma habilidade sobrenatural para consumir a minha paciência.

Naquela manhã, eu mal tinha colocado os pés na empresa quando meu telefone começou a vibrar insistentemente.

"Fernanda" piscava na tela.

Suspirei, sabendo que ignorar não resolveria.

Ela era como um cão de caça; se eu não atendesse, ela apareceria no meu escritório.

— O que foi, Fernanda? — atendi, tentando manter a voz firme, mas não muito irritada.

Afinal, quanto menos emoção eu mostrasse, menos incentivo ela teria para continuar com essa obsessão.

— Isaías! Você não vai acreditar! — ela exclamou, com aquele tom afetado que já me causava calafrios.

— Fui ao mercado hoje de manhã, e tive a sensação de estar sendo seguida. Não acha que isso é suspeito?

Eu me encostei na
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