72 O espelho

Deixei escapar um suspiro profundo enquanto continuava a encarar o vazio diante de mim, como se ali, naquele chão polido e desgastado pelo tempo, pudesse encontrar as respostas para as perguntas que me atormentavam.

As lembranças surgiram sem aviso, como se estivessem apenas esperando o silêncio da manhã para se infiltrarem e me lembrarem do que deixei para trás.

As lembranças…

Era uma tarde quente, e o cheiro de grama recém-cortada se misturava com o som das nossas risadas, minhas e de Isaías, ecoando pelo quintal.

Havíamos escapado de nossas responsabilidades por um tempo, fugindo para o lugar onde sempre nos sentíamos seguros.

Deitados lado a lado, Isaías repousava a cabeça sobre os braços, olhando para o céu, como se, entre as nuvens, houvesse um caminho secreto para a liberdade que tanto desejávamos, mas que ainda não sabíamos como alcançar.

Inesperadamente Isaías me olha daquele jeito que rouba todo o meu ar, com uma intensidade que dissolve qualquer resistência.

Seus lábios
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