34 Vamos devagar

Alice apareceu do nada, esfregando os olhinhos sonolentos e segurando seu ursinho contra o peito.

Seus passos arrastados fizeram Isaías e eu recuarmos do momento em que estávamos, quando nossos lábios estavam quase, quase se tocando.

Parecia que Alice pressentia quando eu estava prestes a ultrapassar uma linha que até eu mesma desconhecia.

Ela me puxou pela mão, ainda em seu silêncio, mas o recado estava claro.

Precisava de mim ao seu lado para dormir.

Sorri para ela e olhei para Isaías, que entendeu tudo.

Ele, sempre tão observador, sempre tão atento aos detalhes.

— Bom, meninas – ele começou, em um tom de voz suave, mas já me partindo o coração antes mesmo de terminar a frase.

— Já está tarde, e eu tenho plantão cedo amanhã. Melhor eu ir para casa.

Aquelas palavras fizeram meu coração despencar.

Era um instante tão frágil, tão cheio de possibilidades e sentimentos à flor da pele…

Ele nos deixaria?

Ali, sozinhas com uma saudade que eu ainda nem tinha deixado nascer, mas já
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