– POV FelipeO céu estava pintado de vermelho e laranja, mas o espetáculo da natureza não tinha nenhum efeito sobre o caos dentro de mim. Sentado na área de ginástica do castelo, eu tentava a todo custo acalmar o turbilhão na minha cabeça, mas não tive muito tempo de paz.Os saltos ecoaram pelo corredor de pedra, e antes mesmo de virar, eu já sabia quem era.“Felipe, você não cansa de fugir, não?”Olhei por cima do ombro, encarando Miranda com a paciência que me restava. “O que você quer, Miranda?”“Conversar, talvez? Ou isso também é pedir demais pra sua Alteza Real?”“Se for sobre esse casamento, nem abre a boca.” Levantei, cruzando os braços. “Já tô de saco cheio de você e de toda essa palhaçada.”Ela arqueou uma sobrancelha, aquele maldito sorriso arrogante brincando nos lábios. “Ah, tá de saco cheio? E eu, Felipe? Você acha que essa merda é fácil pra mim? Ter que aturar o ingrato que você está sendo? Soltei uma risada amarga. “Ingrato? Eu não pedi nada disso, Miranda. Essa merda
– POV Olívia Eu estava deitada no meu quarto, com um livro aberto no colo, tentando focar nas palavras, mas minha mente insistia em vagar quando o som de passos apressados no corredor me tirou dos pensamentos. Antes que eu pudesse reagir, uma batida pesada fez a porta tremer. “Entra!” chamei, com o coração acelerando sem motivo aparente. A porta se abriu com um estrondo, e Felipe surgiu, descomposto. A camisa desabotoada revelava parte do peito, o cabelo estava bagunçado, e seu olhar era intenso o suficiente para me deixar inquieta. “Felipe? O que aconteceu?” Levantei-me, alarmada ao ver o seu estado. “Você bebeu?” “Cala a boca, Olívia,” ele disse, com a voz rouca e afiada, fechando a porta atrás de si com força. Eu pisquei, surpresa. “O quê? Você tá louco? Quem você pensa que é pra entrar aqui e falar comigo desse jeito?” Ele me encarou, os olhos ardendo. “Eu disse pra calar a boca!” Ele deu um passo à frente, e a tensão entre nós pareceu preencher o quarto inteiro.
Pov Olívia Felipe pairava sobre mim, seus olhos escurecidos pelo desejo. O ar parecia pesado, carregado de uma tensão quase tangível. Suas mãos deslizaram pela minha pele exposta, queimando um caminho que me deixava sem fôlego. “Você não faz ideia do quanto esperei por isso, Olívia,” ele murmurou, a voz rouca e carregada de algo tão primal que me fez estremecer. Antes que eu pudesse responder, ele me levanto, fazendo com eu entrelaçasse as pernas ao seu redor. Seu membro duro e ereto roçando no meu ponto mais sensível entre as pernas estava me deixando louca. Ele era feroz, bruto, uma batalha de vontades e desejos reprimidos. Ele foi nos guiando até a cama enquanto suas mãos trabalharam rapidamente, removendo o que restava das minhas roupas com uma precisão que só aumentava a intensidade do momento. Quando me vi sentada sob ele, completamente exposta, o olhar que ele lançou sobre mim foi devastador. Felipe passou a língua pelos lábios, como se estivesse saboreando a visão dia
POV OlíviaA rotina no castelo havia se tornado insuportável desde aquela noite com Felipe. Como empregada, eu já estava acostumada a ser invisível, mas agora parecia que ele fazia questão de me ignorar. Era como se o príncipe Felipe tivesse apagado qualquer memória do que aconteceu naquela noite. Para piorar, minha rotina como assistente pessoal de Miranda, havia começado. Eu sabia que era uma escolha cruel e calculada, talvez feita por ela mesma junto com a rainha para me humilhar. E estava funcionando.— Olívia, você está parada por quê? — A voz de Miranda me tirou dos meus pensamentos enquanto ela apontava para os sapatos de salto ao lado da cama. — Calce-os.Eu hesitei, mas sabia que não tinha escolha. Ajoelhei-me no tapete macio e segurei os sapatos delicados, encaixando-os em seus pés como se ela fosse uma princesa em um conto de fadas… enquanto eu era apenas a serva.— Está lenta demais — ela disse, com um tom de impaciência exagerada. — Felipe não gosta de gente preguiçosa.
POV Olívia O enjoo veio de repente. Eu mal tinha saído da cama e já sentia o estômago embrulhado, como se algo revirasse dentro de mim. Apertei os olhos com força, tentando respirar fundo, mas a náusea persistia. Fazia dias que eu estava me sentindo estranha: cansada demais, com tonturas repentinas e agora esses enjoos matinais. “Talvez seja só o estresse”, pensei, enquanto me levantava devagar. Desde aquela noite nos jardins, fazia um mês que Felipe não havia me procurado novamente. Nos evitamos sempre, havia se tornado fácil já que ele não estava passando muito tempo no castelo ultimamente. Ele tinha feito sua escolha. E eu estava tentando, desesperadamente, fazer a minha: esquecer. … Mais tarde, enquanto organizava os vestidos de Miranda no enorme closet de sua suíte, senti o suor brotar na testa. A tarefa, que antes parecia apenas tediosa, agora era exaustiva. Meus braços pesavam ao levantar os cabides, e um cansaço inexplicável se espalhava pelo meu corpo. — Olívia! — A voz
POV FelipeO ar fresco da manhã fazia pouco para aliviar a pressão em minha cabeça. Eu cavalgava pelo campo de treinamento real, tentando afastar os pensamentos que me atormentavam há semanas. Mas não importava o quanto eu tentasse, a lembrança de Olívia me assombrava.Fazia um mês desde a última vez que trocamos palavras. Desde aquela noite nos jardins, onde vi o brilho magoado em seus olhos antes de recuar e fazer exatamente o que esperavam de mim: ignorá-la.Ignorar o que aconteceu.Ignorar o que eu senti.Puxei as rédeas com força, fazendo o cavalo relinchar e parar bruscamente. Mathêw, que cavalgava ao meu lado, franziu a testa.— Está tentando quebrar o pescoço do cavalo ou o seu próprio?— Cale a boca, Mathêw.Ele riu, sempre descontraído, mas não perdeu a oportunidade de me provocar.— Você tem estado insuportável ultimamente, irmão. Se está arrependido, por que não faz algo a respeito?Saltei do cavalo e o encarei, irritado.— Não se meta nisso.— Como se fosse possível não n
POV Felipe Fiquei imóvel, meu coração martelando contra o peito. As lágrimas silenciosas de Olívia eram um golpe certeiro, deixando-me completamente desarmado. Respirei fundo, tentando controlar o turbilhão de preocupação que se formava dentro de mim. — Olívia — minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia. — O que está acontecendo? Ela desviou o olhar, apertando os lábios enquanto suas mãos tremiam levemente. Notei algo escondido entre seus dedos, um pequeno objeto que eu não sabia que poderia pesar toneladas. — Fale comigo, por favor!- coloquei seu rosto entre minhas mãos, a fazendo olhar para mim. Ela hesitou, e então, como se cada movimento custasse um esforço enorme, estendeu a mão em minha direção. Ali, revelando o teste de farmácia, ainda com as linhas, dupla , visível, como uma sentença silenciosa. Meus olhos fixaram naquele pequeno pedaço de plástico, e o ar pareceu desaparecer da sala. Duas linhas. O chão pareceu sumir sob meus pés. — Você… — minha voz falhou. —V
POV FelipeAssim que saí do quarto de Olívia, meu coração ainda martelava no peito. Minha mente estava firme, determinada, mas eu sabia que a tempestade ainda estava por vir. Eu precisava agir rápido.Encontrei Mathêw no corredor, e assim que ele me viu, seu semblante descontraído se desfez.— O que aconteceu?— Preciso que convoque uma reunião com os monarcas e os meus pais. Tem que ser ainda hoje.Ele franziu o cenho.— Isso tem a ver com a Olívia?Meu olhar foi resposta suficiente.Mathêw soltou um suspiro, mas assentiu.— Certo. Eu vou cuidar disso.Eu passei por ele sem dizer mais nada e segui direto até a governanta. Assim que me viu se apressou em se curvar levemente.— Alteza, precisa de algo?— Quero que faça minhas malas. Coloque roupas o suficiente e alguns pertences pessoais.Ela hesitou, surpresa.— Vossa Alteza fará alguma viagem longa a trabalho?Minha expressão permaneceu séria.— Em breve, você saberá.A governanta não ousou questionar mais nada e se apressou para cum