POV Olívia Estava na biblioteca do castelo organizando papeladas e livros, quando o telefone tocou. Ao verificar de quem se tratava, meu coração deu uma apertada ao ver que era a fisioterapeuta da vovó. “Olívia? Aqui é a Mariana, fisioterapeuta da sua avó.” “Oi, Mariana. Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?” “Olívia, eu preciso ser direta. Não posso continuar as sessões. As últimas quatro estão pendentes, e, por mais que eu queira ajudar, tenho minhas necessidades e também tenho contas a pagar.” Meu coração disparou. “Por favor, só mais um pouco de paciência. Minha avó precisa dessas sessões. Eu prometo que vou resolver isso. Só preciso de mais tempo.” Ela suspirou do outro lado da linha, com a voz triste. “Eu sinto muito, Olívia. De verdade. Mas não posso continuar assim.” Respirei fundo, tentando manter a voz firme. “Tudo bem. Eu vou dar um jeito.” “Espero que consiga resolver. Sua avó é uma mulher incrível. Torço por vocês.” “Obrigada e…me desculpe!” Desligu
POV Felipe O escritório estava mais silencioso do que de costume após Olívia sair, mas minha mente estava em turbilhão. Eu sabia que aquela proposta da minha mãe não era apenas uma “oportunidade” para Olívia. Era um jogo sujo, uma tentativa clara de humilhá-la e, de quebra, de me provocar. Eu não conseguia esquecer o olhar dela ao aceitar a proposta. Orgulho ferido, resignação e, acima de tudo, dor. Passei o resto da tarde tentando me concentrar nas obrigações que tinha, mas tudo parecia secundário comparado ao que estava acontecendo com ela. E então, ao ouvir por acaso Fernanda mencionar o envelope que entregaria a Olívia, entendi tudo. Ela estava desesperada por dinheiro, ao ponto de pedir ajuda à minha mãe. Aquilo foi como um soco no estômago. No final da tarde, pedi ao meu assistente para organizar imediatamente o pagamento das próximas sessões de fisioterapia para a avó de Olívia. Sabia que a situação dela estava difícil, mas também sabia que Olívia jamais aceitaria uma ajud
– POV FelipeO céu estava pintado de vermelho e laranja, mas o espetáculo da natureza não tinha nenhum efeito sobre o caos dentro de mim. Sentado na área de ginástica do castelo, eu tentava a todo custo acalmar o turbilhão na minha cabeça, mas não tive muito tempo de paz.Os saltos ecoaram pelo corredor de pedra, e antes mesmo de virar, eu já sabia quem era.“Felipe, você não cansa de fugir, não?”Olhei por cima do ombro, encarando Miranda com a paciência que me restava. “O que você quer, Miranda?”“Conversar, talvez? Ou isso também é pedir demais pra sua Alteza Real?”“Se for sobre esse casamento, nem abre a boca.” Levantei, cruzando os braços. “Já tô de saco cheio de você e de toda essa palhaçada.”Ela arqueou uma sobrancelha, aquele maldito sorriso arrogante brincando nos lábios. “Ah, tá de saco cheio? E eu, Felipe? Você acha que essa merda é fácil pra mim? Ter que aturar o ingrato que você está sendo? Soltei uma risada amarga. “Ingrato? Eu não pedi nada disso, Miranda. Essa merda
– POV Olívia Eu estava deitada no meu quarto, com um livro aberto no colo, tentando focar nas palavras, mas minha mente insistia em vagar quando o som de passos apressados no corredor me tirou dos pensamentos. Antes que eu pudesse reagir, uma batida pesada fez a porta tremer. “Entra!” chamei, com o coração acelerando sem motivo aparente. A porta se abriu com um estrondo, e Felipe surgiu, descomposto. A camisa desabotoada revelava parte do peito, o cabelo estava bagunçado, e seu olhar era intenso o suficiente para me deixar inquieta. “Felipe? O que aconteceu?” Levantei-me, alarmada ao ver o seu estado. “Você bebeu?” “Cala a boca, Olívia,” ele disse, com a voz rouca e afiada, fechando a porta atrás de si com força. Eu pisquei, surpresa. “O quê? Você tá louco? Quem você pensa que é pra entrar aqui e falar comigo desse jeito?” Ele me encarou, os olhos ardendo. “Eu disse pra calar a boca!” Ele deu um passo à frente, e a tensão entre nós pareceu preencher o quarto inteiro.
Pov Olívia Felipe pairava sobre mim, seus olhos escurecidos pelo desejo. O ar parecia pesado, carregado de uma tensão quase tangível. Suas mãos deslizaram pela minha pele exposta, queimando um caminho que me deixava sem fôlego. “Você não faz ideia do quanto esperei por isso, Olívia,” ele murmurou, a voz rouca e carregada de algo tão primal que me fez estremecer. Antes que eu pudesse responder, ele me levanto, fazendo com eu entrelaçasse as pernas ao seu redor. Seu membro duro e ereto roçando no meu ponto mais sensível entre as pernas estava me deixando louca. Ele era feroz, bruto, uma batalha de vontades e desejos reprimidos. Ele foi nos guiando até a cama enquanto suas mãos trabalharam rapidamente, removendo o que restava das minhas roupas com uma precisão que só aumentava a intensidade do momento. Quando me vi sentada sob ele, completamente exposta, o olhar que ele lançou sobre mim foi devastador. Felipe passou a língua pelos lábios, como se estivesse saboreando a visão dia
POV OlíviaA rotina no castelo havia se tornado insuportável desde aquela noite com Felipe. Como empregada, eu já estava acostumada a ser invisível, mas agora parecia que ele fazia questão de me ignorar. Era como se o príncipe Felipe tivesse apagado qualquer memória do que aconteceu naquela noite. Para piorar, minha rotina como assistente pessoal de Miranda, havia começado. Eu sabia que era uma escolha cruel e calculada, talvez feita por ela mesma junto com a rainha para me humilhar. E estava funcionando.— Olívia, você está parada por quê? — A voz de Miranda me tirou dos meus pensamentos enquanto ela apontava para os sapatos de salto ao lado da cama. — Calce-os.Eu hesitei, mas sabia que não tinha escolha. Ajoelhei-me no tapete macio e segurei os sapatos delicados, encaixando-os em seus pés como se ela fosse uma princesa em um conto de fadas… enquanto eu era apenas a serva.— Está lenta demais — ela disse, com um tom de impaciência exagerada. — Felipe não gosta de gente preguiçosa.
POV Olívia O enjoo veio de repente. Eu mal tinha saído da cama e já sentia o estômago embrulhado, como se algo revirasse dentro de mim. Apertei os olhos com força, tentando respirar fundo, mas a náusea persistia. Fazia dias que eu estava me sentindo estranha: cansada demais, com tonturas repentinas e agora esses enjoos matinais. “Talvez seja só o estresse”, pensei, enquanto me levantava devagar. Desde aquela noite nos jardins, fazia um mês que Felipe não havia me procurado novamente. Nos evitamos sempre, havia se tornado fácil já que ele não estava passando muito tempo no castelo ultimamente. Ele tinha feito sua escolha. E eu estava tentando, desesperadamente, fazer a minha: esquecer. … Mais tarde, enquanto organizava os vestidos de Miranda no enorme closet de sua suíte, senti o suor brotar na testa. A tarefa, que antes parecia apenas tediosa, agora era exaustiva. Meus braços pesavam ao levantar os cabides, e um cansaço inexplicável se espalhava pelo meu corpo. — Olívia! — A voz
POV FelipeO ar fresco da manhã fazia pouco para aliviar a pressão em minha cabeça. Eu cavalgava pelo campo de treinamento real, tentando afastar os pensamentos que me atormentavam há semanas. Mas não importava o quanto eu tentasse, a lembrança de Olívia me assombrava.Fazia um mês desde a última vez que trocamos palavras. Desde aquela noite nos jardins, onde vi o brilho magoado em seus olhos antes de recuar e fazer exatamente o que esperavam de mim: ignorá-la.Ignorar o que aconteceu.Ignorar o que eu senti.Puxei as rédeas com força, fazendo o cavalo relinchar e parar bruscamente. Mathêw, que cavalgava ao meu lado, franziu a testa.— Está tentando quebrar o pescoço do cavalo ou o seu próprio?— Cale a boca, Mathêw.Ele riu, sempre descontraído, mas não perdeu a oportunidade de me provocar.— Você tem estado insuportável ultimamente, irmão. Se está arrependido, por que não faz algo a respeito?Saltei do cavalo e o encarei, irritado.— Não se meta nisso.— Como se fosse possível não n