{Nota Autora: A partir de agora, teremos a história sendo contada na visão de Vicente} VICENTE Observo o corpo de Lana se mover lentamente com a respiração, agora mais calma, enquanto está adormecida na cama. Demorou para Lana se acalmar, o choro convulsivo trouxe exaustão e rapidamente ela adormeceu. "Lana está grávida." — este é o pensamento que tem dominado a minha mente. Admito que quando soube, não acreditei. Um filho? Meu? Com a Lana? Parece ser bom demais para ser verdade. O pior foi que a ficha caiu para mim, quando vi Lana chorando desesperada devido a notícia. LEMBRANÇA ON: (QUINTA-FEIRA) — Sua chamada será enviada para a caixa postal... — desligo a ligação quando a voz de gravação fala. Solto um xingamento. Não é novidade que a Lana tem me evitado de qualquer forma, não atendendo ligações ou respondendo mensagens. Apelei para visitá-la em seu trabalho — mesmo sabendo que não sou bem-vindo, após o desentendimento com Henri. "— A senhorit
..... DIA SEGUINTE ..... Quando o meu expediente no restaurante bistrô chega ao fim, vou para o meu armário para pegar os meus pertences e ir embora. Como se soubesse o horário que saio do trabalho, meu celular começa a tocar, é uma ligação da Luna. A preocupação toma conta de mim. "Será que aconteceu algo com a Lana?" — é o meu primeiro pensamento. — Luna? — digo ao atender a ligação. — Desculpe incomodar, Vicente. — Luna diz, seu tom é baixo. — Está tudo bem? Como a Lana está? — questiono. — Ela foi tomar um banho. — Luna informa — Mas estou ligando para falar justamente dela. Enquanto converso por ligação com Luna, vou trocando de roupa e guardando os meus pertences na mochila. — Estou ouvindo. Luna pigarrea e começa a falar: — Eu decidi tocar no assunto com Lana, sobre contar aos nossos pais sobre a gravidez. — pausa rápida — Ela não quer contar. — Mas são seus pais... — afirmo. — Eu sei. — Luna continua — Até frisei que faria toda a diferença ter o ap
..... DIA SEGUINTE ..... Foi um alívio quando o doutor chamou a Lana para ser atendida, pois ela estava ansiosa e inquieta na sala de espera do consultório. O doutor Tanaka, obstetra que acompanhará o pré- Natal, nos cumprimenta. — Hoje, vamos fazer um exame físico e um ultrassom para verificar o desenvolvimento do bebê. Também vamos discutir sobre a saúde de vocês dois e como podemos garantir uma gravidez saudável. — Dr. Tanaka começa a explicar. — Está bem. — Lana diz, ansiosa. O Dr. Tanaka começa o exame físico de Lana, verificando sua pressão arterial e seu pulso. — Nas próximas consultas vamos verificando se a sua pressão arterial irá se alterar, algo muito comum durante a gestação. — o Dr. Tanaka faz um comentário.Ao terminar de verificar a pressão de Lana, o doutor nos direciona para uma maca onde há aparelhos ao redor.— Vamos iniciar o ultrassom. — o médico avisa — Sim, claro. Estou pronta. — Lana concorda. — Eu estou tão ansioso para ver o nosso bebê! — exc
Olho atentamente para Lana, a qual está com a boca entreaberta. "Drog@! Agora que a Lana parecia estar aceitando o bebê, ela voltou a remoer suas dores." — penso, intrigado. — Eu... eu não sabia. Eu não sabia que o remédio podia fazer isso... — sua voz sai entre cortada. — Não se preocupe, Lana. Vamos enfrentar isso juntos. — seguro as suas mãos, na tentativa de acalmá-la. — Sim, vamos trabalhar juntos para garantir que a gravidez seja saudável e segura para você e o bebê. — o Dr. Tanaka afirma. Como se estivesse com bipolaridade, Lana afasta as minhas mãos violentamente e começa a falar, com o tom de voz elevado: — Meu médico não me disse nada sobre os riscos desse remédio! Ele não me disse que eu poderia engravidar! — Lana, eu entendo sua frustração, mas é importante lembrar que o seu médico pode não ter sabido sobre a interação entre o remédio e o anticoncepcional. — o médico explica, calmamente. — Não sabia?! — Lana indaga, demonstrando indignação — É seu trabalho
— A Lana parece estar sofrendo de bipolaridade. — faço o comentário. — Eu nem tenho argumentos para defendê-la. — Luna resmunga, do outro lado da linha. Ao chegar no apartamento, liguei para Luna para contar sobre a consulta médica e sobre a reação incomum de Lana. A Luna e eu temos nos tornado companheiros desde que foi descoberto a gravidez de Lana. — Vicente, eu acho que é hora de envolver os meus pais na situação. Eles precisam saber o que está acontecendo e podem ajudar a convencer Lana a aceitar a gravidez. — Luna diz sugestiva. — Eu não sei, Luna. — falo, incerto — Lana pode ficar brava se descobrir que você contou para os seus pais. — Eu sei que há um risco, mas eu acho que vale a pena. — Luna continua — Em principal, a minha mãe vai apoia-la e dar o suporte que a Lana precisa para fazer o que é melhor para ela e para o bebê. — Tudo bem, Luna. Se você acha que é a melhor coisa a fazer, então vá em frente e conte para eles. — dou de ombros — Mas você precisa estar prepar
..... ALGUNS DIAS DEPOIS .....LANAAo atender a visita inesperada da minha mãe, notei uma expressão séria em seu rosto.— Não esperava recebê-la em casa. — falo quando estamos dentro da minha casa.— Lana, preciso falar com você sobre algo — disse Maria Helena, sentando-se no sofá.Olho para a mulher em minha frente com uma expressão cautelosa, sabendo que algo estava errado.— O que é, mãe? — pergunto-lhe.Maria Helena prossegue, indo direta ao ponto.— Já sei tudo, Lana. Luna me contou sobre a gravidez.Sinto uma onda de irritação tomar conta de mim. Eu não tinha a intenção que minha mãe soubesse ainda, e certamente deixei claro que Luna devia ficar calada."Eu não devia acreditar que Luna iria guardar segredo, pois na mesma semana ela revelou a gravidez para Vicente." — lembro.— Luna não deveria ter contado — reclamo.Minha mãe olha-me com uma expressão firme:— Não importa como eu descobri, Lana. O que importa é que você está grávida e precisa tomar decisões sobre o que fazer a
Fizemos a refeição juntos, com o uso de poucas palavras. Ao terminarmos, o garçom vem retirar os pratos e avisa que logo a sobremesa será servida. Decido dar continuidade da conversa, agora perguntando algo que já devia ter perguntado muito antes: — Vicente, você parece ter muitas experiências para alguém... relativamente jovem... — faço pequenas pausas para encontrar as melhores palavras para fazer a seguinte pergunta — Quantos anos você tem? — Tenho vinte e oito anos, ainda estou descobrindo o mundo. — Vicente responde com um sorriso. Eu tinha razão! O Vicente é jovem, não tem nem trinta anos. Onde eu estava com a cabeça para dar atenção a um rapaz com esta idade?! Sei que fiz algumas caretas de surpresa e decepção ao ouvir a resposta dele, ajeito-me na cadeira para transparecer estar bem. — Você... É muito jovem. — é difícil esconder o desconforto na voz. — Isso importa? — é a primeira vez que sinto ironia na voz do rapaz. — Não... Não deveria. — falo com hesitação. Vice
LANA Enfim, a sala de reuniões é deixada pelos gestores e posso sentar-me em uma das cadeiras. Com esse movimento, os meus músculos relaxam e solto um longo suspiro de alegria. A última reunião da semana com os gestores sobre o desempenho financeiro da empresa. Apresentei os dados financeiros como: balanços, demonstrativos de resultados e identificar riscos financeiros. Todos saíram satisfeitos. Apesar dos anos de experiências na área, admito que o nervosismo sempre está presente nestas reuniões. A atitude de relaxar sozinha na sala de reuniões após cumprimentar todos os colaboradores é um rito particular. ..... No caminho de volta para a minha sala, tenho a infelicidade de encontrar Eduardo, o encarregado pelo setor de produção, vindo no caminho oposto. — Senhorinha Lana. — Eduardo sorri ironicamente — Surpreende-me que ainda esteja aqui, ao invés de sua sala, a reunião já se encerrou tem trinta minutos. — Eduardo, o que você quer? — mantenho a postura e o tom de voz