Beatrice
Eu tinha apenas três horas para estar pronta, então me apressei para tomar um banho para tirar o suor, aproveitei para lavar os meus cabelos castanhos escuros que se estendiam pelas minhas costas de tão grande. Ao terminar o meu banho, fui até o meu closet e procurei peça por peça o vestido perfeito, optei por um lindo vestido tubinho preto com brilhantes, era de alçinhas, ia até o meio da coxa e para dar o toque final, coloquei um salto nude combinando com uma bolsinha da mesma cor. Fiz uma maquiagem leve, passei também um babyliss deixando cachos definidos para no final me olhar no espelho, eu realmente estava uma gata, pronta pra arrasar na pista e encher a cara de bebida pra esquecer do fato da minha semana não ter sido tão boa.Tudo isso feito em duas horas e meia, havia me arrumado em tempo recorde com certeza. Dei até graças a Deus por minha irmã não estar em casa, deveria estar se arrumando na casa de suas amiguinhas idiotas, eu ficava era feliz, quanto menos eu via sua cara que por mais que fosse bonita porque também pertencia a mim, menos eu tinha ânsia de vomito.
Sai de casa e pedi um táxi deixando apenas um bilhete em cima da mesa do meu pai avisando que ia numa festa, não gosto que meus pais fiquem sabendo onde exatamente é a festa, vai que por obra do destino ou desconfiança eles quisessem vir até onde eu estou e ver se os pais de Julie estão, ou ligar para os pais da Julie, a família Gordon é muito bem conceituada e por meu pai já o conhecer, eu estaria ferrada ao dobro se ele tentasse contactar, ainda mais que os pais da Julie nunca estão na festa, eles sempre estão viajando a trabalho e Julie com certeza não se importa muito com isso porque ela faz às escondidas mesmo assim, ela sempre consegue manter as festas em segredo já que os empregados limpam antes mesmo deles chegarem.Tenho pena é dos empregados que trabalham na casa dela, Julie deveria fazer o possível e o impossível para não ser descoberta.
Quando meus pais descobriram que fiz uma festa na nossa casa da praia, porque adivinha quem contou?! Isso mesmo, minha querida irmã, só porque quebrei a luminária do seu quarto, minha mãe queria me deserdar, ela até cogitou a ideia de me m****r para uma escola interna para freiras, papai conseguiu convencê-la de me colocar num castigo razoável, ainda bem, por que eu com certeza não me imagino usando aquelas roupas de freira.
Só da entrada da casa de Julie já se ouvia em alto e bom som a música, mas o que achei realmente estranho foi o fato de todos estarem do lado de fora da casa, me aproximei de Julie pisando no gramado, ela estava recepcionando outros convidados, mas assim que me viu, veio logo me abraçar.
— Você está linda — elogiou com um sorriso verdadeiro.
— Nem preciso dizer o quão deslumbrante você está — apontei para o seu vestido deslumbrante.
— E então? Pronta pra melhor festa? — perguntou com sorriso estranho nos lábios, ela tinha cara de quem ia aprontar.
— Mais preparada impossível.
Ele me deu um sorriso e saiu para cumprimentar outras amigas, mas aquela cara não me enganava. Eu comparada à Julie era um anjo, pode acreditar, ano passado umas novatas vieram e ela colocou fotos bem humilhantes das nerds como decoração na festa, tipo, foto de sair de correndo, ainda me pergunto como ela conseguiu aquelas fotos. De Santa ela só tem a carinha porque de resto...
Apesar de eu humilhar varias nerds, eu não tinha um motivo especial, já Julie era misteriosa, apesar de conhecê-la a um bom tempo, nos afastamos e só começamos a nos falar no ensino médio, mas isso nem poderia ser considerado amizade, apesar de termos nos falado pouco, eu sabia que de certa forma éramos parecidas, seus pais passavam pouco tempo com ela, então ela meio que se sentia sozinha, esse é o motivo pelo qual ela faz tantas festas, ela estava rodeado de pessoas e não se sentia sozinha, pelo menos era o meu palpite, e de alguma forma eu me simpatizava com ela, nossa amizade que eu acho que nem poderia ser considerado isso, não era de um modo falso, de alguma forma nos entediamos e nos respeitávamos.
— E aí gatinha? — Tom rodeou seus braços em minha cintura e me deu um beijo fervoroso — desculpa, hoje eu nem te vi na escola, tenho treinado muito.
— Tudo bem — dei de ombros. Na realidade nem tinha dado por falta de sua presença.
Nunca gostei de muita melação, pelo menos Tom era cheio de coisa pra fazer e estava desligado em relação a nós, apesar dos pesares, Tom Green não era só o capitão por ser rico, por todos esses anos, esse lugar que ele conquistou no time foi merecido, nas partidas quando o observava no jogo, ele estava sempre concentrado, nunca desviando os olhos da bola.
— É agora!! — disse Chloe animada.
Acompanhei os olhos de Chloe e logo vi duas garotas se aproximando de Julie, nunca as havia visto na vida, e se vi, com certeza deletei da minha mente porque sinceramente, que roupas eram aquelas? Os vestidinhos eram tão simples que aposto que compraram no primeiro brechó que encontraram na esquina da região pobre, senti até um tanto de pena delas pelo fato delas precisarem de ajuda, enfim, de qualquer maneira, eu diria que garotas como elas são casos irremediáveis.
— Quem são elas? — perguntei mais especificamente para Brianna já que ela com certeza saberia.
— São nerds novatas — disse Brianna dando um sorrisinho suspeito.
Como eu disse, Julie de santinha não tinha nada e aquela cena que iria desenrolar agora poderia comprovar aquilo.Decidi dar atenção ao que Julie falava para as nerds antes de perder o divertimento.
— Entrem meninas, nós estávamos esperando por vocês — Julie estava usando aquela voz inocente, tão inocente que se elas fossem um pouquinho mais espertas teriam sacado que nesse joguinho elas não eram nada mais que meros brinquedinhos.
Todos tinham parado de falar para observar atentamente a cena, estava até curiosa, fazia tempo que não tínhamos novatas na nossa escola, principalmente das mais bobinhas.
— Obrigada, por terem nos recebido tão bem, têm sido muito gentis — disse umas das nerds.
— Podem ir entrando, tenho que ficar aqui porque tenho que receber os meus convidados — argumentou Julie.
— Tem certeza? — perguntou uma das nerds meio desconfiada.
— Absoluta.
As duas assentiram, e começaram a andar até á porta, mas antes mesmo de chegar á mesma, um líquido que parecia tinta da cor mais horrorosa que era laranja, caiu em suas cabeças, sujando suas caras e vestidos. Tudo, mas aquilo não foi o pior porque, depois de ter caído tinta, foram novamente atingidas, mas dessa vez com penas, até parecia que estava nevando, mas era só uns garotos lá em cima que estavam jogando penas nas garotas, provavelmente foram pagos pra fazê-lo, tudo pareceu melhor com suas caras estupefatas, uma onda de risos ecoou, ri ao mesmo tempo, deixando as duas nos olharem horrorizados.
Aposto que um monte de coisas se passavam pelas suas cabeças, perguntas fúteis que pelos menos para mim não havia um significado, no nosso mundo. Nerds não se encaixam, por isso eles faziam bem o papel de palhaço, eu não me importava se isso era ser mal, além do mais, elas deveriam saber que entrar na cova do leão deixaria marcas.
Julie havia se superado, apesar de não ser a minha travessura favorita. Lembro que teve uma festa que ela convidou como sempre nerds novatas, eu lembro como se fosse ontem, parece que Julie disse que era uma festa fantasia, quando elas chegaram vestidas para o ocasião todos riram, a meninas vinham com uma fantasia de saleiro e hambúrguer, mal sabiam elas que que era uma festa social, todos obviamente riram delas além de terem tirado fotos, durante uma semana elas foram alvo de risadas, e tinha várias fotos pregadas em todos os lugares da escola, ninguém descobriu quem colocou as fotos, então ninguém castigou o culpado, mas definitivamente foi a minha travessura favorita.
De repente meus olhos perceberam que nem todos riam, mais especificamente o esquisitão tatuado, ele estava de braços cruzados, não parecia ter gostado da brincadeira, foi então que eu vi, Zack Parker indo em direção às garotas, ele ia ajudá-las?! Bom Samaritano! E pela cara de Julie, não lhe agradou sua atitude, assim que o viram caminhar até lá todos rapidamente se calaram observando a cena.
Julie odiava que interferissem em suas brincadeiras de modo que para se vingar ela aprontava alguma com essa pessoa, e não era pra menos, ela o faria, eu já o presenciei tantas vezes, mas creio que ela não brincaria com a paciência de Zack Parker, ou faria? Julie não pode ser tão doida, se bem que eu poderia saber, havia lados de Julie Gordon que eu não conhecia, lados obscuros que ela guardou pra si mesma.
O esquisitão tatuado levou as garotas para dentro da casa talvez para elas se limparem, Julie não gostou nada, mas também não contestou. Todos começaram a entrar também para começarem a festa, entrei mesmo me sentindo um pouco incomodada com coisas que rondavam na minha cabeça.
Eu queria me divertir, mas minha cabeça estava a mil. Porque Parker estava ajudando elas? Durante esses três anos Julie fazia esses tipo de brincadeiras e ninguém ousava interferir, penso que também nunca vi Parker nessas festas, acho até que hoje tinha sido a primeira vez que ele vinha, de qualquer maneira nunca o convidamos, mesmo depois da morte dos pais Zack não passava de um nerd, mas depois ele passou a tomar iniciativa e nunca mais vi algum popular o incomodando, eu particularmente, prefiro ser má com garotinhas indefesas, elas me irritam com essas futilidades de florzinha, sempre deixando pro príncipe salvar o que nunca iria acontecer, pelo menos não na nossa escola.
Decidi deixar todos esses pensamentos de lado e decidi dançar, mas logo fui interrompida quando alguém parou a música ao ver as duas nerds descendo as escadas. Seus cabelos estavam preguentos e os vestidos estavam manchados, acho que a única coisa que não estava coberto de tinta era seus braços e seus rostos, mas ainda assim podiam ver boa parte de tinta seca nos seus rostos.
— Porquê? — perguntou a nerd número 1 direcionando-se à Julie.
— Oww ficou triste? — perguntou com aquela voz de bebê totalmente debochada — fala sério! Eu não preciso de um motivo para humilhar nerds lesadas que nem vocês, eu apenas faço, agora vaza da minha casa, garotas como vocês não são autorizadas a entrar — apontou para a porta.
— Você é o ser mais maldoso que conheci — disse uma delas como se fosse um insulto para Julie.
Logo depois elas saíram, ligaram o som outra vez e dancei até as minhas pernas pedirem por descanso, hoje eu só queria esquecer do meu nome. Bebi mais três cervejas, eu ainda estava lúcida então eu não estava descontrolada precisava beber mais. Comecei a dançar novamente quando alguém pegou o meu braço bruscamente, por um momento pensei que fosse meu pai, mas depois vi que, na verdade era só o idiota do meu namorado.
— Beatrice vamos que eu vou te levar pra casa — disse Tom tentando me puxar.
— Vai você, eu to bem aqui — disse soltando do seu braço e indo em direção à cozinha para pegar outra bebida.
— Você não deveria ter vindo com esse vestido — avisou vindo atrás de mim, ela falava disso porque a cada cinco minutos meu vestido subia e eu tinha que ficar descendo.
— Porque? Porque é curto? Vai se fuder Tom Green — disse irritada.
— Você não está no seu juízo perfeito — disse ele pegando meu braço novamente.
— Como se também pudesse estar — debochei — eu vou ficar, quer você queira, quer não, deu pra entender? — olhei em seu olhos que pareciam ter escurecido, talvez pela raiva — e se insistir eu chuto suas bolas sem dó nem piedade.
Tom me analisou por uns segundos e logo depois foi embora pisando duro de tanta raiva. Ninguém manda nas minhas roupas, se nem minha mãe que implica que tudo que eu faço eu não deixo, nunca que Tom Green mandaria, só nos seus piores pesadelos. Babaca. Eu peguei uma vodka e bebi sentindo a minha garganta arranhar. Eu iria ficar bêbada pra esquecer o meu nome.
BeatriceAcordei cheia de dor de cabeça e quando enfim abri os olhos, me vi num quarto desconhecido, era luxuoso e neutro, não tinha nada que me ajudasse a saber de quem era, então presumi que fosse um quarto de hóspedes, olhei por baixo das cobertas olhando se ainda tinha algo cobrindo minhas partes íntimas, vai que eu dei a louca ontem e fiz algo que depois eu vá me arrepender, felizmente ainda estava com a minha lingerie, tentei reviver as minhas memórias de ontem, mas a noite passada parecia um branco, o único resultado foi mais dor de cabeça, então desisti de tentar me lembrar me concentrando no agora.Em cima da mesa de cabeceira tinha um copo de água com um remédio, presumi que aquilo era pra minha dor de cabeça ent&a
Beatrice— Antes de começar tenho que dizer apenas uma coisa — exigi e ele maneou a cabeça confirmando — na escola você nem ousa falar comigo.— Nem o tencionava fazer — colocou as mãos no bolso relaxado.— Vamos estudar no meu quarto — subi as escadas meio a contragosto.Comecei a procurar dentre as minhas estantes os livros, e assim que os encontrei, coloquei na mesa e me sentei na cadeira, esperando o Sr. Esquisito, eu ainda vou ter uma conversa com o diretor.— E então? Por onde começamos?— Matemática — q
BeatriceSentei no sofá apesar de conhecer cada ponto do perímetro, o Diretor Miles se encontrava na sua cadeira olhando pra mim como se já até soubesse do que eu vinha falar.— Tutor?! Sério Diretor Miles, pensei que fossemos amigos — usei meu tom magoado.— É por isso mesmo que eu decidi, fomos a concelho, a maioria das suas notas estão abaixo da media e por causa das suas criticas irremediáveis quase foi reprovada por indisciplina, atrasos, e notas más ao longo do ano.— Não me lembro de ter criticado ninguém — me fiz de desentendida.— E sua prof
Teste surpresa?!Esse professor queria mesmo ferrar com a minha vida, e depois ainda diz que não queria me ver ficando pra trás, mas se ele não queria porque então ele estava passando a merda de um teste surpresa, era pra fuder com o meu psicológico, só pode. Talvez eu tivesse sorte o suficiente dequem sabe as matérias que estudei ontem com o Parker, fossem cair hoje no teste, assim quem sabe a minha nota do teste não fosse de todo um "0" bem redondo.Sentei na cadeira quase roendo as unhas, eu disse quase, definitivamente eu não ia estragar minhas unhas por causa de um teste. O professor colocou a folha na minha frente e comecei a ler calmamente. Dizendo Parker num momento desses precisamos manter a calma, então respirei bem&
BeatriceEra agora que eu me fodia, era agora que meu pai iria me dar um olhar decepcionado, minha mãe me mandava pra um colégio interno na Suécia e meu pai não podia fazer nada. Aquela merda de teste surpreso iria ser entregue AGORA. Eu estava uma pilha de nervos e mesmo tendo proibido o esquisitão de falar comigo em lugar público, ele me dava aquele olhar sutil e tranquilizador como se estivesse certo de que tudo iria ficar bem.Mas quem me garantia?! Aquele professor só queria me ferrar!!— Bom alunos, gostaria de dizer que fiquei muito triste com algumas notas dessa turma, espero que para a próxima melhorem.Babaca, precisava dizer isso s&oacu
Beatrice— Feliz dia das mães, mamãe!! — felicitou Genevieve ao ver minha mãe entrando na sala de jantar para tomar o café da manhã.— Obrigada, filha — agradeceu aconchegando suafilha número umem seus braços.Eu apenas revirei os olhos. Hoje pra minhafelicidadeera o dia das mães, então já dá pra imaginar como o meu dia ia ser. Decidi procurar o meu pai, ele geralmente estava na cozinha comendo Waffles escondido da minha mãe. Dona Ashley Connor não aprovava comer tanto no café da manhã.— Oi pai — abracei ao vê-lo.
BeatriceA feira estava mesmo acabando, o céu já tinha uma cor meio alaranjada mostrando que em breve a noite chegaria e as pessoas aos poucos foram indo embora, os que participavam do comitê de organização começaram a desmontar as tendas e a limpar.— Essa feira do dia das mães foi épica — proferiu minha irmã animada pelo dia ter sido tal como ela queria.Um dia inteira de puta felicidade, enquanto eu chorava pelos cantos sendo atormentada pelo Zack.— Com certeza, filha — mamãe abraçou a mesma me causando vontades de vomitar.Apenas comecei a andar, hoje eu nã
Beatrice— Connor, está me ouvindo? — perguntou Parker abanando a mão na minha frente.— O que... Aí me desculpa, eu não estava prestando atenção — levantei cansada.Eu não estava a fim de estudar, meus pensamentos estavam longe.— Ta pedindo desculpa? — franziu o cenho.— Não — neguei.— Já vi que hoje, ta difícil — reclamou fechando os livros e colocando na mochila — está tudo bem? — perguntou se sentando do meu lado.
Último capítulo