Roman
A noite fria em meio ao prenúncio do inverno rigoroso se aproximando ocorre uma troca de tiros intensa, ofegante continuo percorrendo o caminho em meio aos galpões do porto, eu poderia estar em casa, fodendo com a minha bela Лиса (raposa), a única capaz de aplacar o demônio para colocar entre os dedos pequeno apenas o homem. Por mais concentrado que esteja em finalizar tudo aqui ainda tenho os pensamentos presos no quanto a gravidez avança deixando ela tão bela com nosso filho em seu ventre, causando um sentimento completamente diferente de tudo pois me sinto como um puto de sorte, afinal, homens como eu não podem amar muito menos serem amados e lá estava ela, esperando em casa provavelmente usando um robe de seda preto contrastando com os fios vermelhos do cabelo dando todo o amor que não poderia ter ou desejar, mesmo assim como o bastardo egoísta que sou aceito e tomo muito mais, seus olhos tão azuis que lembram o mar Russo atentos a cada um dos meus movimentos.
Assim, perdido pensando nela senti a dor no braço, sem verificar o machucado apenas virei o corpo atirando na cabeça do idiota.
Deus! Em muito não acredito nesse ser onipotente, no entanto, ter um anjo em casa faz com que por algum motivo queira acreditar em um ser superior que possa perdoar meus pecados para estar ao lado dela.
Sei que Eva vai me matar quando ver o machucado feito pela bala que passou de raspão na pele do braço deixando uma marca na camisa social, respirei fundo tentando retomar a concentração para entrar na frente do contêiner, avançando pelo piso molhado de aparência suja com os homens mais fieis logo atrás fechando um cercamento de proteção, mais alguns passos pelo caminho avistei uma entrada virei no beco escuro dando voz aos sentidos, levantei a mão esquerda fazendo com que parassem logo atrás de mim. Em passos lentos continuei pelo beco, saindo atrás de um enorme container preto usando as sombras como um esconderijo, lá estavam os canalhas desatentos, crentes que seus homens podem protege-los, uma pena todos estarem mortos agora, com a arma erguida mirei e atirei na nuca de Campbell, um idiota britânico que tentou me passar para trás com essa encenação de merda.
Os homens que o acompanhavam se assustaram pulando para trás de algumas caixas de madeira, iniciando uma nova troca de tiros, meus homens já prontos dando cobertura para poder me esgueirar entre os contêineres, o objetivo estava ali se escondendo, mas não dei importância e sai atrás do fujão. Abrindo um sorriso perverso resolvi começar a bater no metal com a minha Glock, caminhando lentamente em meio aos carregamentos do porto, ahhh ele saberia que eu estava atrás dele. E era isso que eu queria, caçar a minha presa, deixá-la acuada como um rato um мышь (roedor) que é, causando perdas dentro da organização, tramando contra os homens que andam ao seu lado..
Ao atravessar mais um contêiner pude vê-lo entre as frestas tremendo como um tolo, usando a sua habitual gola polo e jeans, algo que me fez torcer os lábios com desgosto nem para morrer com dignidade foi capaz de vestir algo decente. Uma pena, de hoje ele não passa.
- Sabe, Franco. Achei que você gostaria de morrer como um homem, mas irá morrer como o rato que é. – O olhava por entre as brechas do container na minha frente, ele estava procurando e me segurava para não rir da sua cara de espanto, o terror começando a se fazer presente.
- Roman, eu não fiz nada. – Engraçado como aqueles que te traem sempre negam, nunca pensam que a verdade machuca menos que a mentira.
Sai de trás do container a arma em punho, aproveitando seu desleixo apontei a boca da arma na sua nuca.
– Vire-se. – Soltei furioso por ter que escutar uma mentira ao invés de um pedido de perdão.
O homem ofegante obedeceu se virando, mostrando o suor causado pelo medo escorrendo pela sua testa como se estivesse numa sauna, mesmo sendo os últimos dias que antecedem um rigoroso inverno, os olhos injetados de medo pelo destino certo direto para o inferno sendo sentenciado por seu pecado. Olhando nos olhos do мышь (roedor), tirei minha adaga presa nas costas deixando o metal brilhar chamando sua atenção o vi tremer, prendi o riso.
–Roman, por favor. Acredite em mim, estou aqui pelo seu chamado, cheguei um pouco antes de você – Ri cheio de sarcasmo, com desprezo do seu desespero contando mentiras em busca de escapar da condenação, parei ouvindo os tiros que diminuíram, tendo a certeza que meus homens não falharam nessa missão.
–Nossa, quase acreditei. – Falei, esnobando da sua boa vontade em atender algum chamado – Mas sabe, ontem quando você me disse que iria se encontrar com Samantha, um dos meus homens te acompanhou. Seria muita coincidência você ter se encontrado ontem com Campbell e hoje, ter chegado aqui tão cedo. – A mentira tem pernas curtíssimas dentro da máfia e tenho um prazer macabro em cortar as pernas daqueles que mente. Pude ver com nitidez o flash de medo passou pelos seus olhos verdes, tentando esconder outra vez a verdade, e ah como posso amar tanto isso, o gosto do seu medo enchendo minha boca.
Eles estavam certos em me chamar de Lobo.
Sentir o medo das minhas presas deixa-me louco para estraçalha-los, o gosto da barbárie que estou prestes a cometer é doce. O cretino tentou virar para sacar a arma, e com um chute o derrubei no chão. Desesperado viu a arma girando até parar perto da embarcação atracada no cais que usariam para roubar a família, pulei em cima dos seus joelhos adorando a forma como as patelas trincaram tamanho o peso e pressão, fazendo seu grito de dor trazer uma adrenalina viciante percorrer as minhas veias.
–Me mate, Roman, mas hoje você vai chorar pela sua bela, Eva. –Abriu um sorriso torto.
Ouvir o nome dela saindo da sua boca incitou a fúria ficando atraindo toda a possessividade que apenas o nome dela causa, logo de forma descontrolada a adaga estava enfiada no meio da pele da sua bochecha.
–Sim, o matarei, mas vai ser Samanta que irá chorar ao ir para um bordel.
Se debatendo com o sangue escorrendo pela mandíbula pingando na camisa, rasguei sua bochecha num movimento forte, apoiei o pé direito no seu ombro e desloquei a omoplata sorrindo feliz com o som do osso saindo do lugar, tirei a adaga do rosto agora deformado pelo corte, cravei na sua mão esquerda e o esmurrei, uma,duas,três, quatro, cinco, seis ,sete.
Sete!
Meu número favorito, parei de bater vendo o rosto se transformar em uma massa disforme, nariz quebrado jorrando sangue e um corte profundo deixando os dentes à mostra em meio aos pedaços da carne aberta. Puxei a adaga, adorando o grito de dor da mão lacerada e enfiei no ombro.
Puxando pelo músculo até descer ao peito próximo ao coração, ele choramingava, os olhos opacos dilatados já sem vida.
-Te vejo no inferno Franco.
Enfiei a adaga no seu coração perfurando o órgão roubando seus últimos suspiros.
-Senhor! – Travei soltando o objeto cortante ao escutar o grito.
Observei alegremente a forma destroçada do traidor morto caído em meio à sujeira da qual nunca deveria ter saído.
-Senhor...- Dessa vez o grito tirou-me dos devaneios o homem chegando à minha frente ofegante depois dos gritos por mim, de olhar preocupado soltando em uma respiração - Por favor, corra. – Finalmente notei as feições do homem, percebendo ser Kyro o soldado correndo ao meu encontro, causando uma sensação estranha no mesmo instante senti o peito doer como um presságio olhando para ele.
O puxei pelo colarinho quando se aproximou o suficiente esperando que continuasse pensando na minha raposa, nas palavras do traidor.
Eu morreria se algo tiver acontecido a ela.
–A senhora Eva, entrou em trabalho de parto, senhor, as empregadas disseram que ela não estava bem, levaram-na para o hospital.
Roman–A senhora Eva, entrou em trabalho de parto, senhor, as empregadas disseram que ela não estava bem, levaram-na para o hospital.As palavras chegaram aos meus ouvidos de um modo que nem ao menos sei descrever esse sentimento insano em um momento era o Lobo Russo, o próprio Diabo encarnado e no instante seguinte o homem de carne e osso berrava em plenos pulmões guiados pelo medo de perder a única coisa boa da vida de merda que levo.Borrões, tudo se tornou borrões, desde as ordens dadas aos meus homens no automático para fazer a limpeza no local e redobrar todas as proteções nas fronteira além de escolher os principais homens para fazer a segurança de Eva no hospital, o caminho até lá parece ter durado horas tamanha a angústia se cravando em mim, os pensamentos, as preces, a praga jogada nas minhas costas por Franco, agora gritando em um looping de culpa por ser tão confiante, se ele era um traidor devem ter outros, algo pode ter sido causado a ela. Seis meses, contei mentalmente
Roman Contando as armas no galpão em Kislokan no local abandonado preparado para usarmos como ponto de contagem das munições, longe o suficiente de curiosos e perto o bastante dos meus olhos, depois de ter perdido minha mulher e filho passei a ter essa paranoia em relação a checagem dos carregamentos, mesmo fazendo uma limpeza na organização não confio em ninguém além da minha sombra. Poderia deixar tudo a cargo dos capos, mas confiança é algo que não dou a ninguém de graça muito menos ficar sem vigiar os negócios, por isso percebo mais uma vez não estou tão enganado assim, ao ouvir carros se aproximando, estou aqui apenas com Kyro e o alerta se acende antes mesmo de saber quem pode ser deveria ser apenas uma contagem simples e rápida. –Kyro, veja quem é. – Disse ao meu novo UnderBoss, depois de descobrir tudo o que aconteceu embaixo dos meus olhos, coloquei meu único e leal homem ao meu lado. Mas pelo som dos carros a limpeza que fiz na Bratva não foi suficiente, os ratos persi
Roman Já são 8 anos sem eles e ainda não superei é uma dor latente, persistente, suas mortes doem como se ainda fossem ontem. Fazendo a faca rodar dentro do meu peito pela esperança que tinha em um futuro causando uma saudade do gosto de tudo o que poderia ter sido e jamais terei como descobrir. Suspiro, diante da realidade suja a qual voltei a enfiar minha carne fraca e mesmo desejando todos os dias, não morri junto com ela, hoje fodo com tantas putas que os soldados se perguntam como meu pau ainda não caiu ou não fui parar no hospital com alguma DST, claro quando estão longe o suficiente da minha presença, Kyro que faz questão de falar para encher o saco a todo momento fazendo piadas idiotas. Sinto que a idade não pesa tanto, mas às vezes cobra com uma dor de cabeça infernal após uma noite de bebedeira, sexo e torturas quando encontro algum desavisado, lembro que farei 38 anos, meu aniversário chegando na próxima semana. Saindo de Moscou , segui direto para o aeroporto e cá esto
RomanA reunião que precisei lidar ainda no hotel foi entediante apenas tinha alguma alegria pensando no fato de que na segunda teria minha visita ao hospital, pelo que entendi, eles trabalhavam em ritmo de plantões, com uma ligação o prefeitinho de merda descobriu que a fantasminha, meus soldados a chamavam assim já que só ouvi sua voz, teria saído de um plantão hoje.O encontro com os empresários foi extremamente produtivo, fechei mais alguns milhões, além de realocar as armas. Com uma enorme motivação pensando no final dos meus sonhos eróticos com aquela voz que tanto me atormentava.Olhando o mar pela janela do hotel, ouvi a porta bater e sabia que era Kyro, fala de mim mas é incapaz de ficar com o pau nas calças. –Roman, vai ter uma festa na orla, parece que é uma festa típica antes do Carnaval brasileiro, podemos verificar nossos pontos de drogas além de se misturar com a multidão e foder as bocetas brasileiras.- O cínico ainda abriu um sorriso.–Pra quem estava a algumas horas
Luna Sentada dentro do ônibus ao lado de Kalifa a minha melhor amiga que conheci junto de Nick no IF, desci do elevador e logo a encontrei na portaria me esperando pois tinha ido me encontrar para ficar conversando durante o trajeto, ela está usando um shortinho com uma camiseta que valoriza suas curvas, resolvemos ir para o Aterro, afinal as baladas só abriam às 23h, e assim, podemos curtir um pouco do pré carnaval na areia da praia com bandas cantando marchinhas e músicas antigas. Com os ombros tensos senti a necessidade de desabafar sobre a minha situação com Nick e recebi a resposta que esperava. Mesmo rindo por fora, em algum lugar dentro do meu peito os questionamentos eram intensos. –Você sabe que aquele é um idiota, e daí se ele gosta da maioria das coisas que você gosta, ou aguenta as suas crises de ansiedade isso é o mínimo que ele poderia fazer. Agora ele também poderia ser um homem de verdade e te fuder com gosto. – Abri um sorriso para suas palavras firmes. No mesmo in
LunaMas que merda será que é um policial disfarçado e o levou preso, o rapaz que dançava com Kalifa também estava sendo levado, ouvi minha amiga falando algo e não entendi, o seu tom de voz alertou para algo que o álcool tentava apagar, mas quando virei, percebi porque ela estava assustada eram Russos.]Pior que isso, os mafiosos que atendemos no nosso último dia de intercâmbio , aqueles que nos fizeram ter pesadelos por três meses, tão lindos mas tão perigosos.Os olhos azuis dele me encaravam, e por um momento jurei sentir o frio que senti na Rússia naquela semana que iniciava o inverno .–Cheshire,pode me dizer qual caminho devo tomar. – Num russo perfeito, com uma voz tão grossa, que talvez, acho que a calcinha tenha encharcado.Mas pelo fato dele citar Alice o lado Nerd não me dava trégua nem quando a leonina assumia meu corpo.–Isso depende de para onde você quer ir – E ali morta de bêbada, tentei citar Alice, num russo enferrujado. Porra! Eu não estava preparada para aquele
RomanParado no calçadão olhava tudo desinteressado, cheio de tédio sendo acompanhado à distância pelos soldados disfarçados e mesmo usando apenas uma camisa social, desabotoada totalmente diferente das roupas que uso normalmente, ainda sinto um calor infernal se o inferno for quente devo estar nele, estamos andando de uma ponta a outra primeiro verificando alguns dos pontos de venda depois procurando por alguma mulher capaz de atrair nossa atenção, sem sapatos e apenas com uma bermuda que um dos soldados conseguiu de última hora no hotel.Kyro está vestido do mesmo jeito, logo resolvemos parar em uma barraquinha que vende nossos ecstasy para verificar as vendas. Percebi Kyro encarando algo, mas estava morrendo de sede e fui comprar uma água na barraca ao lado, era melhor do que aquilo que eles chamavam de cerveja completamente sem gosto da cevada e muito açucarada que experimentei assim que cheguei a praia. Ao voltar olhei para o meu homem de confiança parecendo hipnotizado por co
LunaParada no meio da areia sentindo os dedos batendo contra o solado da bota, já notando a quantidade de grãos incomodando dentro do sapato.Bufei com a raiva fervendo o sangue em um ritmo incontrolável caminhando a passos largos para atravessar a multidão de pessoas, vi o exato momento em que a garota ergueu a cabeça fazendo o último prego ser martelado com força na porra do meu coração idiota. Nickolas beijando a vizinha vadia Jéssica, e a idiota aqui jurando que ele estaria jogando com os amigos pelo computador, é os quietos sempre são os piores. No primeiro momento pensei em ir até lá e dar na cara dos dois, no meio do caminho lembrei em como mulheres levam o nome de louca.Senti a primeira lágrima querendo escapar, a memória rebobinando cada momento em todos esses anos se misturando a cada jura de amor e promessas, se transformando em um vazio sem fim. Lembro do dia em que fui fazer uma limpeza de pele na minha prima Laís, em algum momento falou com raiva sobre o namorado ter b