Roman
Já são 8 anos sem eles e ainda não superei é uma dor latente, persistente, suas mortes doem como se ainda fossem ontem. Fazendo a faca rodar dentro do meu peito pela esperança que tinha em um futuro causando uma saudade do gosto de tudo o que poderia ter sido e jamais terei como descobrir.
Suspiro, diante da realidade suja a qual voltei a enfiar minha carne fraca e mesmo desejando todos os dias, não morri junto com ela, hoje fodo com tantas putas que os soldados se perguntam como meu pau ainda não caiu ou não fui parar no hospital com alguma DST, claro quando estão longe o suficiente da minha presença, Kyro que faz questão de falar para encher o saco a todo momento fazendo piadas idiotas.
Sinto que a idade não pesa tanto, mas às vezes cobra com uma dor de cabeça infernal após uma noite de bebedeira, sexo e torturas quando encontro algum desavisado, lembro que farei 38 anos, meu aniversário chegando na próxima semana.
Saindo de Moscou , segui direto para o aeroporto e cá estou, descendo no aeroporto internacional de Fortaleza.No Brasil, um país perfeito para fraudes, lavagem de dinheiro, drogas e claro contrabandear armas. Prefiro fazer rotas diferentes das esperadas pelos idiotas que costumam achar que se não foi encontrado uma vez, nunca irá ser pego.
Um erro de principiante que não cometo.
Me viro sentindo o calor e o vento quente no meu rosto colocando os óculos de sol, verifico o local que desembarcamos e vejo um dos soldados acertando o pagamento com nossos contatos de segurança.
–Kyro, veja se o prefeito já liberou a agenda para me receber, aproveite e fale com o Hugo, quero fechar as encomendas de Zapov até o anoitecer, aquele homem me irrita a cada vez que respira. – O vejo revirar os olhos e colocar os óculos. – Algum problema para atender minhas ordens?
–Jamais ousaria desobedecer uma ordem do meu Parkhan, Roman. Apenas não confio em Zapov, aquele tem o rabo preso e ainda descobrirei em que. - Ele tinha seus instintos e eu respeitava aquilo, afinal, o mantém longe da morte.
–Contanto que nesse período ele continue me dando lucros, caso não mantenha, terei prazer em dar-lhe sua cabeça de presente. – abri um meio sorriso pensando em como torturar o tal.
–Tão generoso Roman, chego a me emocionar. – Kyro não tinha medo da morte, o idiota é bom no que faz, pior de tudo o considero um bom amigo.
Ninguém esperava nada de um soldado, um simples vory, e ali ele estava ao meu lado, levando tiros por mim, mesmo que tivesse subido de cargo, continuava me respondendo como fazia quando pedia para acompanhar minha raposa ao shopping.
Kyro esteve ao meu lado enquanto perdia a cabeça, investigou a morte de Eva e foi o único que teve coragem de me enfrentar para que recuperasse a cabeça .
No carro com o ar condicionado no máximo, ainda suava tanto que me sentia no próprio inferno, porra de clima tropical que me fodia, estava tão irritado com o calor que pensava em descarregar stela em algum idiota.
–Não pense em sair atirando em alguém por aí Roman, temos uma facilidade para fazer negócios aqui, vamos manter assim anh?
–Você é uma Bruxa Kyro. – Solto as palavras encarando enquanto volta sua atenção às ruas, e eu aumentei o som. –Precisamos chegar logo ao hotel, antes que esse calor faça com que perca a cabeça de vez.
–O Prefeito já está lhe esperando para fechar negócios, parece que quer um investimento para construir novos postos de saúde – Kyro soltou uma risada falsa e continuou – Aposto que por saúde quer dizer um novo implante capilar.
Ri daquilo, afinal o prefeito era um gordinho,careca e ganancioso, nem ele aguentava o clima da própria cidade, afinal suava como um porco indo ao abate naquelas roupas sociais, sempre buscando manter uma elegância forçada enquanto rouba dinheiro dos eleitores desviando verba para seus interesses pessoais.
– Sabe, aquela médica é brasileira.
Parei de olhar as mensagens da secretária responsável em cuidar de algumas coisas na empresa informando dos negócios legais, remarcando algumas reuniões.
Virei-me para ele tão impassível como sempre.
–Que médica? – Me fiz desentender.
–Aquela que você ouviu te chamando de volta, ela tinha tratado alguns dos nossos homens umas semanas antes do atentado.
Refleti sobre isso, e mantive minha cara de pôquer.
–Pensei que ninguém soubesse quem era pelo que me disse.Pelo visto você e meus homens andam mentindo pra mim.
Solto de maneira ácida, engolindo a fúria pela omissão. Ainda sou atormentado pela voz de sereia que percorre vários dos meus pensamentos nos momentos mais sombrios quando deixo o diabo à solta para brincar.
–Todos estavam felizes que você estava vivo Roman, quando você falou sobre ela, não encontramos nada.Ontem ao conversar com Zippo, descobri que ele e mais alguns foram atendidos por ela, mas que não sabiam que era dela que você falava.
Escutei e resolvi ficar calado, afinal ele não deve ter terminado já que ainda não escutei o que mais desejo saber.Detesto falhas, perguntei sobre essa mulher há quatro anos quando ela falou comigo em um russo tão fluente,jamais imaginei que fosse brasileira.
Os médicos que estavam no hospital garantiram que apenas devido a inteligência dela e sua insistência em achar uma hemorragia que sofria com o impacto da bomba, ela foi capaz de me salvar da morte, mesmo sem saber ela trouxe o demônio de volta para a vida e nem mesmo queria ser salvo.
O Tiro que levei, tirou muito sangue, mas o arremesso a longos metros devido a explosão, arrebentou com uma ligação que se não fosse pela tal médica, poderia sobreviver tetraplégico, pelo que entendi ela estava cursando algum tipo de especialização e todos ali disseram em unanimidade que a garota é brilhante manuseando os equipamentos médicos, uma aluna que supera o professor salvando um paciente que nenhum deles tinha coragem sem tocar.
Além de me salvar da morte, a mulher de voz sedosa me salvou da invalidez.
Vendo que não diria nada, Kyro olhou-me ao parar o carro em um sinal e continuou.
–Zippo realmente é um dos melhores hackers que temos. –Voltou o olhar para a rua, passando a marcha no carro – Hackeou os dados do hospital e da faculdade que ela estava estudando.
Ele me olhou de novo no sinal vermelho examinando minhas expressões, algo que está começando a me irritar pois o vadio é um manipulador, senti vontade de rir, o pupilo supera o mestre.
–Se começou continue Kyro,
O idiota riu, ninguém entendia, nem mesmo podia acreditar, mas a voz e a lembrança da voz daquela mulher me faziam perder a cabeça, para o bem, para o mal e para o desespero do meu pau que ficou duro instantaneamente, caralho, ontem fodi com algumas putas e já fico assim apenas ao pensar na mulher.
Rio do pensamento e minha ereção se acalma, o que aconteceria se aquela mulher fosse casada?
Uma idosa com rugas?
Pior,feia.
Não, ela não poderia minar com todos os meus sonhos eróticos assim, se ela fosse brasileira a encontraria e lhe convenceria a fuder comigo até o final da minha estadia no país, acabaria com esse fetiche e voltaria à Rússia.
Chegamos ao Hotel enquanto os pensamentos sujos permaneciam em minha mente e Kyro continuava com um risinho debochado que me irritava. Do saguão enorme com enormes paredes de vidro sem sermos interrompidos por ninguém indo direto à suíte presidencial reservada, a enorme varanda com vista para o mar e alguns prédios ao redor da orla, tirei o paletó cinza ligando o ar condicionado e sentei na poltrona marfim disposta na sala.
–Vamos Kyro, termine antes que o Prefeito suba. Você não quer me ver de mau humor – Arqueei uma sobrancelha, ele acenou positivo se servindo de um copo de uísque no bar,tinha conseguido o que queria .
–Ela é daqui, mais especificamente, tinha ido a Alemanha fazer uma especialização, esticou o intercâmbio até a Rússia a convite de um professor, foi cursar a parte prática no Burkan Medikal onde te atendeu.
–Ouvi a parte sobre ela ser brasileira, não tenho nenhum problema de audição.- Falei ríspido.
Afinal, ela poderia ser de qualquer local do Brasil.
–Você não me entendeu, Roman.- o riso debochado já estava me tirando do sério.
Ele se sentou na banqueta do bar e o cretino levou a bebida aos lábios demorando cada vez mais para responder às minhas perguntas. –Ela é daqui, Fortaleza. Voltou de viagem e fez concurso em um hospital público. Aproveite a visita do prefeito e agende uma visita de investimentos aos hospitais.
O cretino já tinha armado um plano e me fez cair na sua lábia , ele sabia o quanto fiquei obcecado pela voz da mulher e mais ainda em descobrir todos os seus segredos, querendo sentir o gosto do seu desespero ao estar amarrada na minha cama e implorando para gozar.
–Assim, você finalmente mata esse seu fetiche, que inferno Roman, as putas ficam com medo de ter que ir te atender.
Ele passava a mão no cabelo exasperado, bufando, não é como se ele nunca tivesse feito algo parecido.
–Diga o nome do hospital e vamos logo, agora tenho um ótimo incentivo para essa reunião. - Ri comigo mesmo, pensando em como acharia aquela gatinha com o charme do cheshire, ora ela me deixou enfeitiçado até agora.
Olá meus amores , espero que gostem desse livro não deixe de comentar e acompanhar!
RomanA reunião que precisei lidar ainda no hotel foi entediante apenas tinha alguma alegria pensando no fato de que na segunda teria minha visita ao hospital, pelo que entendi, eles trabalhavam em ritmo de plantões, com uma ligação o prefeitinho de merda descobriu que a fantasminha, meus soldados a chamavam assim já que só ouvi sua voz, teria saído de um plantão hoje.O encontro com os empresários foi extremamente produtivo, fechei mais alguns milhões, além de realocar as armas. Com uma enorme motivação pensando no final dos meus sonhos eróticos com aquela voz que tanto me atormentava.Olhando o mar pela janela do hotel, ouvi a porta bater e sabia que era Kyro, fala de mim mas é incapaz de ficar com o pau nas calças. –Roman, vai ter uma festa na orla, parece que é uma festa típica antes do Carnaval brasileiro, podemos verificar nossos pontos de drogas além de se misturar com a multidão e foder as bocetas brasileiras.- O cínico ainda abriu um sorriso.–Pra quem estava a algumas horas
Luna Sentada dentro do ônibus ao lado de Kalifa a minha melhor amiga que conheci junto de Nick no IF, desci do elevador e logo a encontrei na portaria me esperando pois tinha ido me encontrar para ficar conversando durante o trajeto, ela está usando um shortinho com uma camiseta que valoriza suas curvas, resolvemos ir para o Aterro, afinal as baladas só abriam às 23h, e assim, podemos curtir um pouco do pré carnaval na areia da praia com bandas cantando marchinhas e músicas antigas. Com os ombros tensos senti a necessidade de desabafar sobre a minha situação com Nick e recebi a resposta que esperava. Mesmo rindo por fora, em algum lugar dentro do meu peito os questionamentos eram intensos. –Você sabe que aquele é um idiota, e daí se ele gosta da maioria das coisas que você gosta, ou aguenta as suas crises de ansiedade isso é o mínimo que ele poderia fazer. Agora ele também poderia ser um homem de verdade e te fuder com gosto. – Abri um sorriso para suas palavras firmes. No mesmo in
LunaMas que merda será que é um policial disfarçado e o levou preso, o rapaz que dançava com Kalifa também estava sendo levado, ouvi minha amiga falando algo e não entendi, o seu tom de voz alertou para algo que o álcool tentava apagar, mas quando virei, percebi porque ela estava assustada eram Russos.]Pior que isso, os mafiosos que atendemos no nosso último dia de intercâmbio , aqueles que nos fizeram ter pesadelos por três meses, tão lindos mas tão perigosos.Os olhos azuis dele me encaravam, e por um momento jurei sentir o frio que senti na Rússia naquela semana que iniciava o inverno .–Cheshire,pode me dizer qual caminho devo tomar. – Num russo perfeito, com uma voz tão grossa, que talvez, acho que a calcinha tenha encharcado.Mas pelo fato dele citar Alice o lado Nerd não me dava trégua nem quando a leonina assumia meu corpo.–Isso depende de para onde você quer ir – E ali morta de bêbada, tentei citar Alice, num russo enferrujado. Porra! Eu não estava preparada para aquele
RomanParado no calçadão olhava tudo desinteressado, cheio de tédio sendo acompanhado à distância pelos soldados disfarçados e mesmo usando apenas uma camisa social, desabotoada totalmente diferente das roupas que uso normalmente, ainda sinto um calor infernal se o inferno for quente devo estar nele, estamos andando de uma ponta a outra primeiro verificando alguns dos pontos de venda depois procurando por alguma mulher capaz de atrair nossa atenção, sem sapatos e apenas com uma bermuda que um dos soldados conseguiu de última hora no hotel.Kyro está vestido do mesmo jeito, logo resolvemos parar em uma barraquinha que vende nossos ecstasy para verificar as vendas. Percebi Kyro encarando algo, mas estava morrendo de sede e fui comprar uma água na barraca ao lado, era melhor do que aquilo que eles chamavam de cerveja completamente sem gosto da cevada e muito açucarada que experimentei assim que cheguei a praia. Ao voltar olhei para o meu homem de confiança parecendo hipnotizado por co
LunaParada no meio da areia sentindo os dedos batendo contra o solado da bota, já notando a quantidade de grãos incomodando dentro do sapato.Bufei com a raiva fervendo o sangue em um ritmo incontrolável caminhando a passos largos para atravessar a multidão de pessoas, vi o exato momento em que a garota ergueu a cabeça fazendo o último prego ser martelado com força na porra do meu coração idiota. Nickolas beijando a vizinha vadia Jéssica, e a idiota aqui jurando que ele estaria jogando com os amigos pelo computador, é os quietos sempre são os piores. No primeiro momento pensei em ir até lá e dar na cara dos dois, no meio do caminho lembrei em como mulheres levam o nome de louca.Senti a primeira lágrima querendo escapar, a memória rebobinando cada momento em todos esses anos se misturando a cada jura de amor e promessas, se transformando em um vazio sem fim. Lembro do dia em que fui fazer uma limpeza de pele na minha prima Laís, em algum momento falou com raiva sobre o namorado ter b
Roman Foram alguns bons anos em que fiquei curioso em descobrir quem seria a mulher misteriosa, a voz por trás daquelas palavras suaves sussurradas em meu ouvido num momento de extrema fragilidade. Quando finalmente escuto as palavras que desejei, olho meu objetivo, minhas mãos soam e sinto a resposta reverberando pelo meu corpo que entra em chamas. Os seus cabelos um pouco assanhados contra o vento a deixando com um ar selvagem, seus olhos queimando injetados por uma fúria que se mescla ao desejo e talvez algumas dúvidas, analiso as mãos trêmulas escondendo o sorriso. Me sinto consumido. Seguro ela pelo quadril virando para mim vendo o seu rosto furioso assumir uma expressão de espanto antes de franzir as sobrancelhas, levo a mão esquerda para a sua nuca e desço os lábios até o seu ouvido, inspirando profundamente o cheiro do álcool misturado ao perfume de uma doçura fraca. –Uma noite inesquecível Cheshire. - sussurrei as palavras, vendo os pelos do pescoço se arrepiando. O perfu
Luna Em algum momento entre ceder ao pecado e permanecer no paraíso será que Eva se perguntou das consequências que traria para a sua prole? Pois, neste futuro é dito e julgado cada um dos nossos pecados por juízes tão pecadores quanto Caim, o arrependimento lhes redime se já planejam cometer tal ato outra vez? São pensamentos confusos que se passam pela minha mente perturbada pela aflição em ter o que desejo e cometer o pecado, tentando convencer a própria alma de que será apenas um pecado e não vários.Sou tomada pelo fogo no seu olhar, este me conduz a um inferno no céu pois, o anjo de belos olhos que lê todas as minhas expressões está se banhando na lava fervente do lugar cheio de trapaceiros como ele ,talvez seja a raiva pela traição ou a loucura intrínseca as mulheres que se perdem dentro da própria mente, que levam os devaneios a esse ponto.Seus olhos frios em contraste com as mãos quentes envoltas no meu quadril como uma serpente prestes a esmagar sua presa,observo os lábios
LunaÉ incrível que durante a ida para a entrada do inferno todos te olham, julgando seus pecado e apedrejando o telhado de vidro que todos tem, mas na entrada do primeiro círculo permeado pela indecisão sentimos o peso das decisões que recaem fazendo a balança ficar dividida sem ajudar em nenhuma escolha, pois o peso dessa decisão deve recair apenas sobre os nossos ombros. Sinto tudo isso nesse momento.As pessoas dentro do saguão evitam olhar na direção dos homens ao nosso lado, o piso coberto pelo carpete vermelho amortecendo os passos pesados, controlo a vontade de roer as unhas enfiando na epiderme dos dedos buscando controle para seguir em frente diante das minhas decisões mesmo as piores sempre encarei tudo de frente, não vai ser um homem com o dobro do meu tamanho capaz de diminuir tudo o que fiz até aqui. Sempre busquei agir conforme a moral dos outros e como isso impactaria em outras vidas, mas e a minha vida?Saio dos devaneios ao sentir os dedos firmes outra vez contra o