Laura acordou naquela manhã com uma sensação diferente. O misto de felicidade e ansiedade que vinha sentindo desde o resultado dos exames ainda a acompanhava. A ideia de estar grávida, algo que nunca havia passado por sua cabeça, a enchia de uma alegria silenciosa. Mesmo com a surpresa inicial, agora, a emoção de formar uma nova vida era o que mais a aquecia. E, claro, ela não via a hora de contar a Daniel a grande novidade. Queria que o momento fosse especial, algo que ele lembrasse para sempre.Nos dias anteriores, Ana, a mãe de Daniel, havia viajado para São Paulo para tratar da venda da antiga fazenda da família, assim como Lucas estava o dia inteiro na Universidade. Isso deu a Laura a oportunidade perfeita para organizar a surpresa com calma e sem interrupções. Ela sabia que, com Ana em casa, a notícia acabaria sendo revelada de forma mais casual, e não queria perder a chance de surpreender Daniel de um jeito único.Durante todo o dia, Laura pensou em como revelaria a notícia. Sa
Laura estava sentada na sala de espera do consultório médico, sentindo o leve nervosismo que sempre a acompanhava em momentos como aquele. Daniel, ao seu lado, segurava sua mão, tentando transmitir a calma que ele mesmo não sentia. O ultrassom seria o primeiro exame importante da gestação, e, embora ambos estivessem empolgados com a ideia de se tornarem pais, a ansiedade de confirmar que tudo estava bem tomava conta do casal.Quando foram chamados, a médica os cumprimentou com um sorriso acolhedor e pediu que Laura se deitasse na cama de exames. Ela obedeceu, enquanto Daniel se aproximava, mantendo a mão dela entrelaçada à sua. A médica iniciou o procedimento, espalhando o gel frio sobre o abdômen de Laura e, logo em seguida, a tela começou a mostrar as imagens do ultrassom. Daniel, sempre meticuloso e atento aos detalhes, se inclinou levemente para a frente, tentando entender o que via na tela.Porém, foi o olhar da médica que chamou sua atenção. Ela franziu o cenho por um breve mome
A sala do consultório estava iluminada por uma luz suave e acolhedora, criando um ambiente de calma enquanto Laura e Daniel aguardavam ansiosamente o próximo momento decisivo. Era o dia da ultrassonografia, e a expectativa de saber mais sobre os bebês gêmeos crescia a cada segundo. Sentados lado a lado, de mãos entrelaçadas, os dois compartilhavam uma mistura de ansiedade e felicidade.A médica entrou com seu sorriso habitual, tranquilizando o casal.— Prontos para conhecer mais sobre os pequenos? — perguntou ela, já se aproximando da máquina de ultrassom.Laura se deitou, e o gel frio foi aplicado sobre sua barriga. Daniel se inclinou, fixando os olhos na tela, enquanto o som rítmico dos batimentos cardíacos dos gêmeos preencheu o ambiente. A sala parecia vibrar com a expectativa.— Aqui estão eles — disse a médica, apontando para a tela. — Um menino... e uma menina!O coração de Laura disparou. Um menino e uma menina! Ela e Daniel se entreolharam, os olhos cheios de surpresa e alegr
O sol já estava alto quando Ana estacionou o carro em frente à casa de Laura e Daniel. Tinha acabado de voltar de São Paulo, onde havia resolvido os últimos detalhes da venda da antiga fazenda da família. A viagem tinha sido longa, e o processo de documentação mais complicado do que esperava, mas finalmente, estava de volta ao lugar onde seu coração verdadeiramente pertencia: junto de sua família.Ao descer do carro, Ana observou o jardim bem cuidado e a fachada da casa, que parecia mais viva do que nunca. Sabia que, nos últimos meses, tudo tinha mudado para Laura e Daniel. A notícia da chegada dos gêmeos trouxe uma energia nova para todos, e agora que os bebês estavam prestes a nascer, Ana estava determinada a oferecer todo o apoio possível.Assim que entrou na casa, Ana foi recebida por Laura com um abraço caloroso. Laura, embora visivelmente cansada com o avançar da gestação, exalava felicidade. O brilho em seus olhos refletia o amor e a expectativa que carregava por Leonardo e Le
A rotina universitária de Lucas começava a pesar mais do que ele imaginava. As aulas de Fisioterapia eram intensas, cheias de detalhes técnicos e práticas que exigiam total dedicação. No início, o entusiasmo de estar finalmente na universidade o mantinha motivado, mas com o passar dos meses, a carga de responsabilidades aumentava, e a pressão começou a se acumular. Os trabalhos e provas se tornavam cada vez mais exigentes, e Lucas sentia que o tempo disponível para ele mesmo, para os amigos e até para a família estava ficando cada vez menor.O primeiro semestre passou voando, e Lucas se viu mergulhado nas matérias mais densas. Anatomia e Fisiologia ocupavam grande parte de seu tempo, e, mesmo gostando das disciplinas, ele começava a sentir o peso de conciliar tudo: as horas de estudo, as aulas práticas e o tempo que passava no laboratório. Sua relação com Jade, que também estava focada nos estudos de Medicina, estava ficando cada vez mais distante, já que ambos mal tinham tempo livre
Lucas estava tenso ao sair da aula naquele dia. As palavras e cobranças do professor, Dr. Martins, ecoavam em sua mente. Ele não conseguia entender como o professor tinha implicado com ele logo nos primeiros dias de aula. “É só por causa do meu sobrenome”, pensava. Aquele homem parecia determinado a provar que o filho do juiz Rossi não teria tratamento especial.Naquela tarde, encontrou-se com Jade no café perto da universidade. O sorriso dela sempre conseguia aliviar a tensão em seus ombros, mas, naquele momento, ele sabia que precisava desabafar. Depois de pedir um café, Lucas contou tudo o que estava acontecendo.— Esse cara me persegue, Jade. Já são três trabalhos que ele me deu notas baixas sem qualquer explicação. Eu não consigo mais aguentar isso. — Lucas suspirou, esfregando as mãos na testa em frustração.Jade ouviu com atenção, o rosto sério. — Dr. Martins? — Ela perguntou, e Lucas assentiu. — Eu conheço ele. Ele foi meu professor no primeiro semestre de Medicina. É um homem
Era uma manhã ensolarada quando Ana, recém-chegada de São Paulo, decidiu ir à praça do bairro para caminhar e respirar um pouco de ar fresco. Depois das últimas semanas intensas, onde havia resolvido os detalhes da venda da fazenda da família, ela sentia a necessidade de desacelerar. Laura estava cada vez mais envolvida com a chegada dos bebês, e Ana já começava a planejar como ajudaria a nora nos primeiros meses de vida dos gêmeos.Durante sua caminhada, Ana avistou um homem sentado em um dos bancos da praça. Ele tinha cabelos grisalhos e tinha uma expressão serena no rosto enquanto lia o jornal. Ana passou por ele algumas vezes, e, em uma dessas passadas, o homem a cumprimentou com um sorriso.— Bom dia! — ele disse, com uma voz suave, porém firme.— Bom dia! — respondeu Ana, educadamente.Nos dias seguintes, a cena se repetiu. Ana passava pela praça durante suas caminhadas matinais e, invariavelmente, encontrava o homem sentado no mesmo banco, lendo o jornal. Um dia, enquanto o sol
Era uma noite tranquila na casa de Laura e Daniel. O jantar já havia sido servido, e os dois estavam na sala, descansando após um dia longo. Laura, porém, sentia que era o momento ideal para tocar em um assunto delicado que vinha adiando há alguns dias. Observando Daniel sentado no sofá, distraído com o noticiário na televisão, ela suspirou profundamente antes de se sentar ao seu lado.— Daniel, precisamos conversar — ela começou, a voz suave, mas séria o suficiente para que ele soubesse que algo importante estava por vir.Daniel abaixou o volume da TV e olhou para Laura, curioso.— Sobre o quê?Laura hesitou por um momento, escolhendo bem as palavras. Não queria pressioná-lo, mas sabia que a situação entre ele e Ana não podia continuar daquele jeito.— É sobre sua mãe. E o Antônio — disse ela calmamente, observando a reação imediata de Daniel, que franziu a testa e desviou o olhar.— Laura, eu já disse, estou tentando lidar com isso. Só que... é complicado para mim.— Eu sei que é, D