O cheiro estéril do hospital, misturado ao som rítmico dos monitores, parecia ter se tornado a nova realidade de Emily. Já fazia alguns dias desde que ela fora internada, após o tiro que quase a tirou da vida. O impacto físico da bala havia sido severo, mas o trauma emocional era mais profundo. Toda vez que fechava os olhos, os flashes da noite fatídica vinham à tona — o rosto transtornado de Marcelo, o som ensurdecedor do disparo, a dor súbita que tomou conta de seu corpo. Contudo, havia uma coisa que a mantinha firme: Alexandre. Ele estava ao seu lado o tempo todo, segurando sua mão, sendo seu pilar de força.

Alexandre havia interrompido sua viagem ao exterior assim que soube do que acontecera. Estava longe quando tudo ocorreu, e a culpa por não estar presente nos momentos mais críticos pesava em seu coração. Agora, ele não a deixaria mais sozinha. Ficava ao seu lado dia e noite, dormindo em uma cadeira desconfortável ao lado da cama de hospital, observando cada movimento que ela fa