Ana gritou com todas as suas forças durante o sono, abriu os olhos e estava tudo escuro à sua frente.Em meio à neblina, ela viu um homem sentado à beira de sua cama, segurando sua mão, o toque era caloroso.Quase que instintivamente, Ana o chamou.- É você, Paulo?Os olhos de Leo escureceram e sua mão ficou rígida por um momento. Um sabor complexo surgiu em seu coração. Desde que Ana adormeceu, ele ficou ao lado dela, com medo de que, ao acordar e não encontrar ninguém, ela se machucasse novamente.Mas não esperava que ela acordasse chamando o nome de Paulo."Será que Ana sonhou com Paulo agora?" Pensou Leo, dizer que não haveria nenhum sentimento seria mentira, mas Leo conseguiu controlar e disse com a voz rouca:- Ana, sou eu,.Ao ouvir esta voz, Ana lentamente percebeu que era a voz de Leo. O tom de Paulo era mais suave que o de Leo, enquanto a voz de Leo fazia as pessoas se sentirem relaxadas.Ana podia sentir o leve cheiro de desinfetante, ela percebeu que estava em um hospital.
Leo percebeu que, se insistisse em ficar, apenas faria com que os sentimentos de Ana desmoronassem ainda mais.- Ana, já vou embora, mas chamei uma enfermeira para ficar com você. Se precisar de algo, peça a ela. Eu sei que você está sofrendo, mas tem que pensar que ainda tem sua mãe e Pedro. Eles precisam muito de você.Ao ouvir os nomes de Pedro e mãe, Ana estremeceu e, por fim, assentiu, concordando com o pedido de Leo.Leo lentamente saiu do quarto.Imediatamente, Leo chamou uma enfermeira para cuidar de Ana, para que, em caso de qualquer emergência, ele pudesse ser chamado de volta imediatamente.Quando a enfermeira entrou, sentou-se ao lado, olhando para Ana de longe.Ana, por sua vez, ficou olhando fixamente para o teto, pensando em Paulo, mas também em Pedro e sua mãe.Para a mãe, Paulo já era um parente. Ela o tratava como um filho, e se ela soubesse o que aconteceu com Paulo, como poderia aguentar?E Pedro, que desde pequeno seguia Paulo e o chamava de "pai", nunca mais teria
As palavras rudes de Rafaela faziam com que as sobrancelhas de Leo se franzissem ainda mais, seu rosto se tornando mais frio.- O que aconteceu com Paulo não tem nada a ver com ela, cuide da sua linguagem.Neste momento, Rafaela não conseguia ouvir tais palavras. Como ela não poderia entender? Paulo retornando ao país com tal pressa, estava destinado a ter algo a ver com Ana.Ela perdeu seu único filho, como poderia não descontar sua ira em Ana?- Se não tem nada a ver com Ana, então com quem tem a ver, com você?Ao ver os dois prestes a começarem uma discussão, Dantes bateu fortemente no chão com sua bengala.Dantes também tinha um amor sincero por Paulo, apesar de ele não ter seguido seus planos e assumido o negócio da família, ele ainda era um bom garoto.Enfrentando tal tragédia, de cabelos brancos, Dantes já estava exausto, mas ainda precisava manter a dignidade como chefe da família, pelo menos até que o funeral de Paulo fosse bem organizado, ele absolutamente não poderia cair.E
- Se é a herança da família Santos que você quer em troca, pai, então eu... - Os lábios de Leo se moveram.Estava prestes a expressar o que estava em sua mente quando Mariana, incapaz de suportar, rapidamente avançou e cobriu a boca de Leo, dizendo:- Chega, não fale mais!Ela conhecia bem o temperamento de Dantes, uma vez que ele tivesse falado, não mudaria.Mesmo que Leo já tivesse assumido a maioria das posições de poder da família Santos, se eles realmente entrassem em conflito, as chances de Leo vencer eram definitivamente inferiores à metade.Além disso, na visão de Mariana, fazer Leo e Ana se separarem traria somente vantagens. Ela certamente não deixaria ele cometer tal tolice.- Leo já está ferido desde antes, eu o levarei para fazer um curativo. Vocês continuem a discutir aqui, voltaremos mais tarde.Mariana puxou Leo, preparando-se para partir, mas ele permaneceu parado, relutante em ir.Mariana não conseguiu movê-lo. Ela ficou furiosa por um momento. Ele realmente estava di
Rafaela deu uma desculpa, disse que precisava tomar um ar. Dantes sabia que ela tinha experimentado a dor da perda de um filho, seu humor definitivamente não estava bom, então a deixou à vontade para fazer o que quisesse.Rafaela estava prestes a sair quando, ao passar por um quarto, ouviu a discussão entre Leo e Mariana.Depois de levar Leo para o quarto, Mariana chamou imediatamente alguém para cuidar de seus ferimentos. Vendo o braço dele mais uma vez ferido por Dantes, ela sentiu muita pena dele, mas ao mesmo tempo ficou um pouco irritada com Leo.- Embora Dantes tenha sido um pouco cruel ao te atacar, ele não estava errado. Você e Ana devem acabar todo o contato o mais rápido possível, isso só vai lhe fazer bem.- Receio que não consiga fazer isso. - Leo franzindo a testa, observando o servo aplicar medicamentos em seu braço ferido, mas o tom de sua voz não mostrava sinais de concessão.- Você enlouqueceu? Por uma mulher daquele tipo, você está realmente disposto a desistir de tud
A última frase que Ana deixou para Paulo foi tão fria, sem um pingo de ternura, mas no seu sonho, ele era ainda tão gentil.Ana soltou uma risada fria e desolada, a pessoa que a tratava melhor neste mundo, ela havia causado a sua morte.Por mais que se arrependesse, não podia reverter o passado.Ana se encolheu toda, e quando estava imersa em uma profunda culpa da qual não conseguia se livrar, o celular ao lado tocou.Ao ouvir o som, Ana ainda estava um pouco atordoada, mas a incessante campainha do telefone a fez sair do transe, ela só podia estender a mão para pegá-lo e dar uma olhada.Atendendo a chamada, a voz fria de Rafaela soou.- Ana, onde você está? Preciso falar com você.Neste momento, Ana não sabia como encarar Rafaela.- O que você quer? Fale logo.- Você sabe onde estão as coisas do Paulo, certo? Entregue-as imediatamente, serão usadas no funeral.As palavras "objetos pessoais" e "funeral" fizeram o coração de Ana tremer.Ela ainda tinha uma pequena esperança, aguardando
Ana foi acordada abruptamente, jogada ao chão após ser sequestrada. Uma bacia de água fria foi derramada sobre ela, da cabeça aos pés, despertando-a imediatamente. Embora o clima não fosse tão frio, a água fria rapidamente permeou suas roupas, um frio intenso a fez abrir os olhos com dor. Diante de Ana, estava uma fábrica química abandonada, muito deteriorada e desolada. Não havia sinais de atividade humana havia muito tempo, as paredes ao redor estavam caindo aos pedaços e ratos perambulavam por ali. O vento trazia um odor fétido de decomposição, misturado com um cheiro estranho e irritante de resíduos químicos que pareciam engolfá-la de todos os lados. Ana queria tapar o nariz, mas só então percebeu que suas mãos estavam amarradas atrás dela. Ela não podia se mexer, então ela se curvou, tossindo constantemente. Em pouco tempo, seus olhos ficaram vermelhos, cheios de lágrimas causadas pela irritação.Ao ver o estado desconfortável de Ana, Rafaela, ao seu lado, não conseguiu conter
Ana pensou imediatamente em vários líquidos ácidos com fortes propriedades corrosivas, e todos os cabelos do seu corpo se arrepiaram. Ana gritou:- Você ficou louca, me deixe ir!- Te deixar ir?Rafaela balançou o frasco de vidro nas mãos, olhando para Ana de forma perigosa.- Ana, não pense que eu não sei o que você está pensando. Se eu te deixar ir, em pouco tempo, uma mulher promíscua como você estará novamente com Leo. O que vou fazer com o meu Paulo, que por sua causa até perdeu a vida, e você facilmente esquece dele e me deixa vê-la feliz com o Leo? Impossível!- Como eu poderia deixar o Paulo de lado, você não entende o quanto ele é importante para mim...- Pare de fingir aqui. Se o Paulo fosse tão importante para você, não o teria arrastado por tanto tempo, sem se casar com ele, e muito menos permitiria que ele fosse o padrasto de seu filho com Leo. Uma mulher como você, nada do que diz merece confiança!Rafaela finalmente perdeu a paciência, ela riu cruelmente, abriu o pequeno