Leo olhou para ela.- Ainda não vai dormir?Ana, tentando ser corajosa, respondeu e se deitou na cama, mantendo a maior distância possível de Leo.Mas, no momento seguinte, o corpo do homem se aproximou, e Ana ficou tensa. Ela estava prestes a dizer algo quando a mão quente de Leo pousou sobre seu abdômen.O calor suave, passando pelo tecido do pijama até sua pele, trazia uma sensação tranquilizadora.- Tudo bem, durma. - Disse Leo, com voz suave.Ana ficou surpresa. Ela pensou que Leo se aproximava com outras intenções, mas ele só disse aquelas palavras.- Se você ainda se sentir mal amanhã, chame a Solange. Veja se deve tomar algum remédio ou beber água com açúcar mascavo. É só falar com ela. - Leo falou baixinho, abraçando Ana e inalando seu perfume, o sono começou a dominá-lo.Assim, sem nenhum outro pensamento impróprio, ele só queria abraçá-la e ter uma boa noite de sono.Ana percebeu, com uma ponta de surpresa delicada, que Leo havia interpretado erroneamente algo. Mas, em seu í
Ao ver que Ana concordou, Solange entregou-lhe um comprimido branco.- Espere até o Sr. Leo voltar à noite, e coloque este comprimido na água que ele vai beber. Garanto que ele ficará inconsciente por uma noite inteira, evitando muitos problemas. Recentemente, o Sr. Leo baixou bastante a guarda em relação a você. Acho que você com certeza encontrará uma oportunidade de colocar o medicamento.- Dar um remédio ao Leo? - Ana perguntou, nervosa. Ela nunca tinha feito algo assim.- Com tantas pessoas vigiando você, se fugir, o Sr. Leo definitivamente perceberá que algo está errado. Mesmo a Sra. Mariana não poderia enganar todos sob o olhar do Sr. Leo, e ainda tem sua mãe. A situação dela é especial. Sem tempo suficiente, se o Sr. Leo aparecer, você pode nunca mais ter a chance de escapar.A análise de Solange fazia sentido, então Ana concordou com a cabeça.- Quanto tempo esse remédio o deixará inconsciente? - Perguntou Ana.- Cerca de doze horas. Nesse momento, direi aos outros que o Sr. L
O tempo passou rapidamente e logo já era noite. Leo voltou para casa e foi diretamente para o escritório, enquanto Ana foi à cozinha preparar um café.Com cuidado, ela dissolveu um comprimido na água quente e, seguindo o gosto de Leo, acrescentou pó de café e leite antes de levar a bebida ao escritório.Ana bateu levemente na porta e ouviu a voz de Leo de dentro.- Entre.Ana entrou com o café, vendo Leo concentrado nos documentos. Desde que voltou para o país, ele estava sempre ocupado assim.- Trouxe café.Ela disse, sem mudar a expressão, colocando o café ao lado de Leo.Leo, pensando que era uma das empregadas trazendo o café, ficou surpreso ao ouvir a voz de Ana.- Foi você quem fez?Ana, com um rosto inexpressivo, assentiu levemente.Leo sorriu e provou um gole.- Por que colocou leite?Ele franziu a testa levemente. Normalmente, preferia café amargo, sem açúcar ou leite, que o deixava mais alerta.- Café puro é muito forte para o estômago, é melhor equilibrar com um pouco de lei
Depois de pedir desculpas, Ana começou a tirar as roupas da mulher e vestiu ela com seu próprio pijama.Depois de trocar as roupas, ela colocou uma máscara e uma peruca preparada. À primeira vista, era difícil reconhecê-la. Ana então saiu lentamente.Solange deu uma olhada e, achando que não havia falhas, saiu com ela.- Ela não está se sentindo bem, deve ser gripe. Não podemos deixar que Sr. Leo se contagie. Vou levá-la ao hospital para ver.Seguindo o plano que havia pensado anteriormente, Solange conseguiu sair da mansão com Ana sem problemas.Do lado de fora, o carro que Mariana havia arranjado já estava esperando por elas.Ana rapidamente olhou para Solange.- Eu já saí. E minha mãe?- Não se preocupe, sua mãe chegará ao aeroporto antes de você. Tudo já está arranjado.Esta resposta aliviou Ana, que entrou no carro cooperativamente.Sentada confortavelmente no carro, quando o veículo começou a deslizar suavemente, Ana olhou para trás, observando o prédio se tornar uma pequena silh
Ana sabia que pular do carro não era a melhor das opções, mas, por algum motivo, sentia perigo em cada movimento do motorista. Era um instinto, avisando ela de que, se não fugisse, certamente morreria.Depois de saltar ágil e destemidamente do carro em movimento, Ana rolou no chão, sua pele delicadamente se friccionando contra o áspero e impiedoso asfalto, fazendo o sangue brotar em contraste vívido. Deveria ser uma dor lancinante e insuportável, mas, sob a tensão fervilhante e intensa daquele momento, ela estranhamente não sentia nada além de uma vaga e distante sensação. Naquele instante crucial, suas preocupações eram outras, correndo desesperadamente para trás, seus olhos ávidos buscando um refúgio, um lugar para se ocultar da ameaça iminente.O motorista, surpreendido e momentaneamente atônito com a atitude impetuosa e inesperada de Ana de pular do veículo, demorou precioso segundos para reagir. Contudo, logo se recuperou, parando o carro bruscamente, com uma manobra abrupta e ini
Mas logo ele se acalmou. Já que Ana havia pulado, ficar irritado não mudaria nada. Com aquela altura, mesmo que Ana sobrevivesse por sorte, certamente se machucaria. Era impossível para uma mulher fraca subir de volta por uma encosta tão íngreme, especialmente porque Ana já estava ferida. Assim, parecia que Ana provavelmente não tinha chance de sobreviver, o que não era muito diferente de se ele tivesse agido pessoalmente.O assassino, com uma mente astuta e envolto em pensamentos sinistros, ponderou sua situação e, gradualmente, uma calma fria se apoderou dele. O plano original de encenar um acidente de carro, agora, parecia um esquema distante e impraticável. Após refletir por um instante, envolto em sua maquinação, ele conduziu o carro até o local exato onde Ana havia tombado. Com uma frieza calculista, antes de o veículo despencar no abismo, ele saltou, escapando por um triz. O carro, mantendo sua inércia mesmo sem uma aceleração adicional, rompeu a barreira de proteção e caiu no v
Mas Ana ainda se recusava a desistir da esperança. Finalmente, um galho de árvore mais grosso a interceptou, diminuindo a velocidade de sua queda. Ana se sentiu como quem sobreviveu a um grande perigo, mas antes que pudesse respirar aliviada, ouviu tiros acima de sua cabeça. Provavelmente, o assassino não esperava que ela pulasse do penhasco tão decisivamente para salvar a própria vida e, enfurecido, perdeu a calma e atirou.Ao ouvir os estampidos ameaçadores, Ana estremeceu instintivamente, como uma delicada flor sacudida pelo vento tempestuoso. Ignorando os ferimentos que marcavam suas mãos e o corpo, como cicatrizes de uma batalha árdua, ela rapidamente se abraçou ao tronco robusto da árvore, num gesto de desespero e coragem, e saltou para baixo. Ela sabia que não podia ficar ali, imóvel como uma presa indefesa, aguardando o cruel abraço da morte.Quando aterrissou, o pé esquerdo de Ana se torceu dolorosamente, como se estivesse em um cruel abraço com o destino. Ela inalou um ar fri
Ana teve a imagem de Leo surgindo em sua mente; parecia que só aquele homem poderia quebrar o impasse. Mas... Com a personalidade dele, se soubesse que ela fugiu, o que ele faria? Provavelmente pensaria em matá-la... Ana pensava assim, sentindo sua cabeça ficar cada vez mais pesada. Ela tentava desesperadamente se manter lúcida, mas não conseguia de jeito nenhum. A perda de sangue, somada ao cansaço do corpo, fez com que as pálpebras de Ana ficassem cada vez mais pesadas. Por fim, ela cambaleou e caiu no chão, sem qualquer sinal de consciência, desmaiando....Enquanto isso,os dois pequenos da família Santos, que já tinham ido dormir, pareciam ter sentido algo e acordaram subitamente de seus sonhos. Pedro e Tomás se olharam no escuro.- Eu sonhei que mamãe estava em apuros!- Eu também...Os dois pequenos se entreolharam, sentindo que aquela coincidência era como um sinal. Eles imediatamente perderam a vontade de dormir e se levantaram rapidamente.Depois de pensar, os dois decidi