Ana sabia que pular do carro não era a melhor das opções, mas, por algum motivo, sentia perigo em cada movimento do motorista. Era um instinto, avisando ela de que, se não fugisse, certamente morreria.Depois de saltar ágil e destemidamente do carro em movimento, Ana rolou no chão, sua pele delicadamente se friccionando contra o áspero e impiedoso asfalto, fazendo o sangue brotar em contraste vívido. Deveria ser uma dor lancinante e insuportável, mas, sob a tensão fervilhante e intensa daquele momento, ela estranhamente não sentia nada além de uma vaga e distante sensação. Naquele instante crucial, suas preocupações eram outras, correndo desesperadamente para trás, seus olhos ávidos buscando um refúgio, um lugar para se ocultar da ameaça iminente.O motorista, surpreendido e momentaneamente atônito com a atitude impetuosa e inesperada de Ana de pular do veículo, demorou precioso segundos para reagir. Contudo, logo se recuperou, parando o carro bruscamente, com uma manobra abrupta e ini
Mas logo ele se acalmou. Já que Ana havia pulado, ficar irritado não mudaria nada. Com aquela altura, mesmo que Ana sobrevivesse por sorte, certamente se machucaria. Era impossível para uma mulher fraca subir de volta por uma encosta tão íngreme, especialmente porque Ana já estava ferida. Assim, parecia que Ana provavelmente não tinha chance de sobreviver, o que não era muito diferente de se ele tivesse agido pessoalmente.O assassino, com uma mente astuta e envolto em pensamentos sinistros, ponderou sua situação e, gradualmente, uma calma fria se apoderou dele. O plano original de encenar um acidente de carro, agora, parecia um esquema distante e impraticável. Após refletir por um instante, envolto em sua maquinação, ele conduziu o carro até o local exato onde Ana havia tombado. Com uma frieza calculista, antes de o veículo despencar no abismo, ele saltou, escapando por um triz. O carro, mantendo sua inércia mesmo sem uma aceleração adicional, rompeu a barreira de proteção e caiu no v
Mas Ana ainda se recusava a desistir da esperança. Finalmente, um galho de árvore mais grosso a interceptou, diminuindo a velocidade de sua queda. Ana se sentiu como quem sobreviveu a um grande perigo, mas antes que pudesse respirar aliviada, ouviu tiros acima de sua cabeça. Provavelmente, o assassino não esperava que ela pulasse do penhasco tão decisivamente para salvar a própria vida e, enfurecido, perdeu a calma e atirou.Ao ouvir os estampidos ameaçadores, Ana estremeceu instintivamente, como uma delicada flor sacudida pelo vento tempestuoso. Ignorando os ferimentos que marcavam suas mãos e o corpo, como cicatrizes de uma batalha árdua, ela rapidamente se abraçou ao tronco robusto da árvore, num gesto de desespero e coragem, e saltou para baixo. Ela sabia que não podia ficar ali, imóvel como uma presa indefesa, aguardando o cruel abraço da morte.Quando aterrissou, o pé esquerdo de Ana se torceu dolorosamente, como se estivesse em um cruel abraço com o destino. Ela inalou um ar fri
Ana teve a imagem de Leo surgindo em sua mente; parecia que só aquele homem poderia quebrar o impasse. Mas... Com a personalidade dele, se soubesse que ela fugiu, o que ele faria? Provavelmente pensaria em matá-la... Ana pensava assim, sentindo sua cabeça ficar cada vez mais pesada. Ela tentava desesperadamente se manter lúcida, mas não conseguia de jeito nenhum. A perda de sangue, somada ao cansaço do corpo, fez com que as pálpebras de Ana ficassem cada vez mais pesadas. Por fim, ela cambaleou e caiu no chão, sem qualquer sinal de consciência, desmaiando....Enquanto isso,os dois pequenos da família Santos, que já tinham ido dormir, pareciam ter sentido algo e acordaram subitamente de seus sonhos. Pedro e Tomás se olharam no escuro.- Eu sonhei que mamãe estava em apuros!- Eu também...Os dois pequenos se entreolharam, sentindo que aquela coincidência era como um sinal. Eles imediatamente perderam a vontade de dormir e se levantaram rapidamente.Depois de pensar, os dois decidi
Outras pessoas, ouvindo seus gritos, também correram para dentro, encontrando Leo realmente em um estado de inconsciência. Eles rapidamente chamaram o médico da família.O médico, com mãos hábeis e olhar atento, realizou um exame meticuloso em Leo, desvendando que, por trás da aparente tranquilidade, tudo se encontrava em perfeita ordem. Leo jazia ali, entregue aos braços de Morfeu, num sono que transcendia o comum, imerso em um repouso tão profundo que os chamados do mundo externo não o alcançavam, mantendo ele à deriva num limbo sereno, onde a realidade e os sonhos se confundiam.Observando por um momento, o médico de repente notou uma xícara ao lado, ainda com metade do café.- Quem preparou este café?- Parece que foi a Srta. Ana. Eu a vi ocupada na cozinha antes.- Então deve ter sido ela que drogou o Sr. Leo, fazendo ele cair em um sono profundo, e depois fugiu. - O médico rapidamente analisou a situação e pensou. - Primeiro, vamos levar o Sr. Leo ao hospital para um exame, para
- O que aconteceu com o Leo? Ele está com algum problema de saúde?Noemia na verdade tinha uma ideia clara do que havia acontecido, mas ainda assim, fingia desconhecer.- Ele não tem nada grave, você não precisa se preocupar.- Que bom. - Após falar, Noemia pegou o endereço e imediatamente mandou alguém levá-la até lá.Chegando ao hospital, Ivan explicou brevemente o que tinha acontecido.- Preciso descobrir rapidamente os detalhes deste incidente. Não podemos deixar esse traidor perto do Sr. Leo, senão, os problemas serão intermináveis.- Entendi, pode ir cuidar disso, eu fico aqui observando, não vai acontecer nada.Ivan confiava completamente em Noemia, por isso, acenou com a cabeça e saiu para pedir que monitorassem as câmeras e investigassem Solange a fundo, a pessoa que levou Ana para fora.Depois que Ivan deixou o quarto com passos silenciosos, Noemia deslizou delicadamente para o lado da cama, segurando a mão de Leo com um toque suave, mas repleto de emoção. Mesmo mergulhada no
Noemia foi empurrada por Leo, quase caindo da cadeira de rodas, mas ainda segurava a manga do homem, relutante em soltar.- Solte...A voz de Leo era fria e clara, mas ainda assim transparecia a raiva contida.- Leo, o coração dela nunca esteve contigo, qual o sentido de procurá-la? Não seria melhor para todos, simplesmente, deixar para lá?- Não é da sua conta.Ao ouvir isso, Leo ficou ainda mais frio, soltando a mão de Noemia e saindo do quarto sem olhar para trás.Noemia foi empurrada para longe, quase se levantou impulsivamente para seguir Leo, mas a razão a impediu. Vendo a silhueta do homem desaparecer, ela bateu com força na alça da cadeira de rodas....Depois que Leo saiu, ligou imediatamente para Ivan.Ivan também suspirou aliviado ao saber que Leo havia acordado.- Então, o que aconteceu exatamente?A voz de Leo era calma, mas Ivan podia sentir que ele estava à beira de um colapso.- Eu chequei as câmeras de segurança. Parece que Solange planejou a fuga. Ela substituiu a Srt
Mesmo assim, Leo manteve a calma. Ele diminuiu a velocidade do carro, deu uma volta pela área e, ao não encontrar nenhum sinal do outro veículo, finalmente retornou ao local do incidente. Saindo do carro, o homem acendeu uma lanterna e examinou cuidadosamente os sinais no corrimão, esperançoso de que talvez não fossem de hoje, mas de muito tempo atrás. No entanto, as marcas recentes destruíram completamente essa ilusão.Juntando o que Ivan havia dito, o carro havia parado ali havia algum tempo, e ele ainda não conseguia encontrar nenhum sinal de outro veículo... A única possibilidade era que o carro em que Ana estava tinha saído desgovernado dali e caído no abismo.Leo sentiu como se seu coração estivesse sendo esmagado, um sentimento sufocante o invadiu. Quando Ana ainda não tinha sido encontrada, predominava a raiva, mas no momento em que soube que ela poderia ter caído no vale e perdido a vida, ele não sentiu um pingo de ódio ou fúria, apenas um vazio e desorientação infinitos."Ana