—Acho que vou tomar um banho quente depois de você.—Venha cá! —Ele me puxa e me conduz até Jacuzzi. —Relaxe. Depois você toma um banho. A temperatura da água é mais quente do que a do mar. Esse seu frio já vai passar.Ele entra na Jacuzzi e estende a mão para mim. Eu seguro a sua mão e entro.—Allah, que delícia! —Digo sentindo a água quentinha nas minhas pernas. —Me dê a sua toalha. Agora entre e relaxe.Eu lhe entrego a toalha e faço como ele manda, me deito na água quente e logo sinto o meu corpo aquecido.Rashid me dá um sorriso e deixa a toalha na espreguiçadeira, logo depois pega as suas roupas que estão em um canto e some no interior do iate.Quem diria!? Eu gozando dessa vida boa, olhando para o céu com poucas nuvens, sem aquele fardo pesado sobre os meus ombros, sem aquela preocupação com as contas. Pouco tempo depois Rashid surge com uma bandeja nas suas mãos. Nela, um copo de suco de abacaxi. Eu sei disso pois ele teve o capricho de colocar uma rodela da fruta presa ao c
—Não quero que as palavras que eu disse agora a pouco causem um mal-estar entre nós. Eu estou protegendo os nossos sentimentos.O maxilar contraído dele reforça a sua determinação em me afastar sentimentalmente dele e isso me causa uma leve irritação. Só que eu não vou deixar que ele perceba isso. Não posso permitir que ele saiba até que ponto exerce este efeito sobre mim. Levanto o queixo em desafio, procurando me agarrar à convicção de que estou bem, que estou em paz.—Eu te entendo perfeitamente. Não se preocupe comigo.A expressão de Rashid se suaviza. Ele me dá um sorriso sedutor.—Ótimo.Consciente demais da presença dele eu nem percebi que o iate estava reduzindo a sua velocidade e que já estávamos encostando no ancoradouro.É uma ironia. Reflito.O único homem na face da Terra que eu tenho todos os motivos para evitar é justamente o que me prende a ele dessa maneira, lançando seu magnetismo poderoso e que me prende em uma atração irresistível... uma atração perigosa.Ele se le
KhadijaNo dia seguinte acordei antes do dia raiar. Tomei banho, depilei as pernas, me maquiei e troquei de roupa duas vezes.Demoro um pouco no quarto até dar o horário de ir de encontro a Rashid. Ele está na grande sala, sentado no sofá, lendo um jornal.—Marḥaba! (Bom dia.) —Eu digo, e lhe dou um pequeno sorriso.— Marḥaba!Rashid não me parece bem. Está com o semblante carregado, parece triste. Ele se levanta e eu vou até ele para lhe dar um beijo, como um casal apaixonado. Eu luto para manter minha compostura enquanto caminho até ele. Por dentro estou agitada. O meu coração está batendo rápido no peito e meu corpo formigando em todos os lugares. —Aconteceu alguma coisa? —Eu pergunto.Rashid estabelece uma mão na minha cintura, e me puxa para ele. Seu rosto nos meus cabelos. Estremece. Sinto ele aspirando o perfume deles. Sinto seu calor e seu cheiro, uma combinação explosiva para o meu atordoamento. —O que foi? —Eu pergunto quando ele me aperta em seus braços.Ele me afasta, s
Depois do almoço, tiro um cochilo.À tarde, na hora do café o Sheik surge na sala de jantar. Eu abro um sorriso quando ele ocupa a cabeceira. Ele parece mais corado e mais animado.—yawmun sa ʾīd (Boa tarde!) —Eu digo.— yawmun sa ʾīd (Boa tarde!) É hoje que sairá com Rashid?—Sim.Ele abre mais o sorriso.—Estou muito feliz com a evolução do namoro de vocês. Rashid demonstra estar genuinamente interessado. E pelo seu olhar dá para perceber que você ama meu filho. Seus olhos brilham quando você está com ele.Allah! Meu rosto pega fogo. Sim, as imagens capturadas pelas câmeras já falavam por si. Eu lhe dou um sorriso sem graça.—Vossa majestade se preocupa muito com Rashid.—Sem “vossa majestade”, por favor. É natural. Ele já tem quarenta e um anos. Com pouco mais da metade disso, eu já tinha todos os meus filhos. Eu só fui feliz realmente quando encontrei minha Layla e formei minha família. Dinheiro não é tudo. Rashid é vazio, por isso mergulha tanto no trabalho. Ele não era feliz, at
Eu caminho em direção a eles. Rashid pega a caixa e me alcança no meio da sala. Com a outra mão pega uma das minhas e leva aos lábios, depositando um beijo demorado na palma dela.—Comprei isso para você.Ele abre a caixa. Surge um impressionante colar de brilhantes e safiras, no centro dele brincos combinando.—Lindo. —Dou um sorriso.Ele coloca a caixa em cima da grande mesa de madeira trabalhada que fica no centro da sala e retira o colar.—Vire-se.Obedeço. Sinto o gelado do colar e um arrepio com o toque dos seus dedos na minha pele.Colar no lugar, eu me viro.—Linda. —Ele diz com um sorriso, se inclina e pega a caixa e a estende aberta para mim. — Coloque os brincos. Nós já vamos.Faltam poucos minutos para às oito quando paramos em frente a uma grande construção. Parece um castelo de pedras.Não! É um castelo!Nervosa, procuro os olhos de Rashid. Ele sorri, acho que tentando me passar tranquilidade.—Essa é a casa dos Yussef. Como eu havia lhe dito, é um jantar de negócios. Su
Um garçom passa por mim e me oferece uma bebida. Eu aceito e agarro uma taça de vinho tinto. Não sou do tipo que bebe, mas quero acalmar meus nervos. Preciso beber para encarar essa gente esnobe de nariz em pé. Com certeza a dona da casa se afastou de mim, atribuindo minha presença ao lado de Rashid como algo insignificante, apenas mais uma amante que ele carrega em uma festa.Em três goles, bebo todo o vinho. Deixo a taça em uma mesa que encontro pela frente. Procuro com os olhos Rashid novamente. Ele continua no meio de uma rodinha de cinco homens. Seus olhos procuram os meus, depois desviam para o senhor Yussef e sorri para algo que ele lhe disse. Mas ele parece incomodado.Estou tão concentrada a olhá-lo que dou um pulo quando ouço uma voz feminina atrás de mim:—Olá. —Eu me viro e dou com uma mulher de olhos verdes. —Rashid te deixou sozinha?—Negócios. Ele veio por causa deles. Eu entendo.—Vai se acostumando, ele é muito requisitado. Ah, desculpe não me apresentei. Sou Valentin
Eu olho para Rashid, ele se vira e olha para mim, sua cabeça está inclinada para o lado.—O que foi? —Ele pergunta.—Eu não estou me sentindo muito bem.Eu fico olhando para ele, Rashid suspira. Se inclina e fala ao meu ouvido.—Você está nervosa com a quantidade de itens na mesa?Eu coro. Ele me olha.—Sim. —Sussurro.Rashid me dá um sorriso do tipo "está tudo bem". Então ele procura a minha mão fria embaixo da mesa e a leva aos lábios, deposita um beijo quente nela. Depois fala ao meu ouvido.—Acalme-se! Observe as pessoas e faça o mesmo.Assinto para ele.—Rashid, meu rapaz. Como está seu pai? Sei que ele não gosta de reuniões, badalações.—Sim, meu pai é quase um ermitão. Gosta do canto dele. Ele está bem. Está aposentado.Eles continuam a conversa sobre economia, enquanto os garçons servem uma sopa dourada salpicada com salsinha. Ela parece ser de batata ou mandioquinha. Observei todos pegarem a colher maior, eu faço o mesmo. A sopa é divina. Maravilhosa. Como a sopa ignorando os
E se vocêPudesse me desejar longeE se você dissesse essas palavras hojeEu imagino se você sentiria a minha faltaQuando eu fosseChegou a isso, me solteEu irei antes do amanhecerMas essa noiteEu ficarei aqui com vocêSim, essa noite eu me deitarei aqui com você, mas quando o sol atingir seus olhos pela janelaNão haverá nada que você possa fazerQuando finalizamos a dança ele me dá um sorriso sexy .—Vamos embora. Acho que essa festa já deu o que tinha que dar.Depois de breves despedidas e agradecimentos, eu e Rashid nos dirigimos para a saída. Rashid é brecado por um homem e se vira dando as costas para mim, sinto um pé na minha frente e nessa hora quase vou ao chão. A garota loira de olhos verdes que colocou o pé, sai rindo e se afasta se unindo as outras. Eu fecho a cara, e a fulmino com os olhos, achando um absurdo isso.Logo Rashid me envolve e eu me sinto mais protegida. É um alívio voltar para casa. Eu já estou mais sóbria e agradeço aos céus por isso.Lá fora, Rashid m