Eu olho para Rashid, ele se vira e olha para mim, sua cabeça está inclinada para o lado.—O que foi? —Ele pergunta.—Eu não estou me sentindo muito bem.Eu fico olhando para ele, Rashid suspira. Se inclina e fala ao meu ouvido.—Você está nervosa com a quantidade de itens na mesa?Eu coro. Ele me olha.—Sim. —Sussurro.Rashid me dá um sorriso do tipo "está tudo bem". Então ele procura a minha mão fria embaixo da mesa e a leva aos lábios, deposita um beijo quente nela. Depois fala ao meu ouvido.—Acalme-se! Observe as pessoas e faça o mesmo.Assinto para ele.—Rashid, meu rapaz. Como está seu pai? Sei que ele não gosta de reuniões, badalações.—Sim, meu pai é quase um ermitão. Gosta do canto dele. Ele está bem. Está aposentado.Eles continuam a conversa sobre economia, enquanto os garçons servem uma sopa dourada salpicada com salsinha. Ela parece ser de batata ou mandioquinha. Observei todos pegarem a colher maior, eu faço o mesmo. A sopa é divina. Maravilhosa. Como a sopa ignorando os
E se vocêPudesse me desejar longeE se você dissesse essas palavras hojeEu imagino se você sentiria a minha faltaQuando eu fosseChegou a isso, me solteEu irei antes do amanhecerMas essa noiteEu ficarei aqui com vocêSim, essa noite eu me deitarei aqui com você, mas quando o sol atingir seus olhos pela janelaNão haverá nada que você possa fazerQuando finalizamos a dança ele me dá um sorriso sexy .—Vamos embora. Acho que essa festa já deu o que tinha que dar.Depois de breves despedidas e agradecimentos, eu e Rashid nos dirigimos para a saída. Rashid é brecado por um homem e se vira dando as costas para mim, sinto um pé na minha frente e nessa hora quase vou ao chão. A garota loira de olhos verdes que colocou o pé, sai rindo e se afasta se unindo as outras. Eu fecho a cara, e a fulmino com os olhos, achando um absurdo isso.Logo Rashid me envolve e eu me sinto mais protegida. É um alívio voltar para casa. Eu já estou mais sóbria e agradeço aos céus por isso.Lá fora, Rashid m
Seu rosto muda, ele está olhando para mim com divertimento.— Você pensa demais. Venha aqui! —Sua voz é autoritária.Eu estremeço quando ele me traz mais para ele. Seu polegar afaga meu lábio inferior, e eu deixo escapar um suspiro quando ele me puxa para mais perto ainda. Eu não luto e sou envolvida por seus braços.Sim, ele é esperto. Está se aproveitando da filmagem do corredor.—Não lute, Khadija.Sua boca toma a minha num beijo quente e urgente. Sua respiração ofegante no meu ouvido:—Eu quero você, mais que qualquer outra coisa.Ele retoma seus beijos leves antes de chegar a minha boca. Beijou-me suavemente, soltando ruídos pequenos nos cantos da minha boca. Escuto a porta se abrir e ele me empurrar para dentro.—Não, Rashid!Digo antes de entrar e o empurro para longe de mim. Ele fica a me olhar no corredor ofegante.—Se teu pai perguntar. Diga que brigamos por ciúmes. Masa'u Al-Khai.(boa noite)Fecho a porta na cara dele, me sentindo uma heroína. Não é fácil dispensar um homem
Os dias não foram fáceis com a viagem de Rashid me tornei uma garota nostálgica. Dividida entre a saudade do meu irmão e de dele. Eu me sentia muitas vezes desamparada.Rashid ocupou boa parte do meu pensamento durante os dias que ele ficou fora.Eu falei com ele todos os dias. E todos os dias atendi, tentando não transparecer na minha voz o quanto eu ficava emocionada ao ouvi-lo.Graças a Allah o sheik estava bem. Foi bom dar essa ótima notícia a ele toda vez que ele ligava. Depois disso, eu lhe contava a minha pequena rotina e só. Tudo muito impessoal, quase frio.A saudade de Rashid quer ofuscar meus objetivos de mantê-lo afastado de minha cama.Se já no meu normal não foi uma tarefa fácil, imagine agora cheia de saudade?Allah! Me ajude.Nove dias sem Rashid. É uma agonia absoluta. Eu sofro. Seriamente sofro. A casa parece tão vazia sem ele, meu coração sente-se frio. E o pior de tudo foi quando, esses dias, eu peguei Zilá vendo um jornal na cozinha. Ela fez de tudo eu não ver.
Eu não sou adepto ao celibatário. Mas quero uma mulher que condiz com minha condição social, uma mulher de família. Se possível com uma boa posição social e que não babe em mim. E isso está cada vez mais difícil de se achar.Nesses dias saí com uma mulher. Sexo sem compromisso. Anna Jones, a decoradora do meu hotel.A primeira vez que saímos foi tudo bem, eu estava muito necessitado. Há um bom tempo eu estava me virando sozinho, geralmente depois das negativas de Khadija, eu me aliviava no meu quarto ou no banho.Já na segunda vez eu não estava mais tão afoito como no primeiro dia e fiz o pior sexo da minha vida. Mecânico, tão mecânico que demorei para gozar. Minha parceira achou que eu estivesse prolongando seu prazer, mas a verdade é que eu estava quase brochando.Isso me deixou preocupado. Frustrado. Passei o dia seguinte tentando não pensar nisso, mergulhando no trabalho, aproveitando para fazer reuniões com meu staff.No terceiro e no quarto dia sem ânimo para nada, cansado, me e
Sentei-me à sombra do guarda-sol, pensando nas horas livres que tinha pela frente, repassando a conversa que tive com Rashid uma semana atrás, sobre desligar as câmeras internas e dar a desculpa para o seu pai que elas estavam com problemas. Inalo bruscamente.E foi isso que aconteceu. Rashid mudou comigo. Não havia mais beijos de despedida e nem tomávamos café juntos. Só tínhamos algo mais íntimo nos finais de semana, quando precisávamos encerar e apenas quando o sheik estava fora do quarto. Só então almoçávamos ou ficávamos na sala na companhia de Al Jain. Às vezes Rashid dava a entender ao pai que iríamos sair mais tarde para passear, mas isso não acontecia. Tão logo o sheik ia se deitar, Rashid sumia.É claro que ele estava me evitando. Ele cansou de ser uma brasa viva e eu um balde de água fria. Allah! Eu o entendo, como entendo...Um mês depois...As semanas se passaram e surge com elas uma espécie de rotina. Todos os dias estou levantando tarde para evitar Rashid. Passo algun
—Verdade? —Ele ri de leve. Allah! Ele quer se agarra a esperança que seu pai ficará bem. Eu rio com gosto, mesmo que meu coração esteja em frangalhos. —Ontem, ele estava tão bem que quis andar na praia. A senhora Taylor não deixou. Foi difícil segurar aquele velhinho. Pareciam que tinham dado corda nele. Rashid ri mais. —Meu pai é louco. Ele sabe que não pode abusar. Eu rio. —Ele estava tão obstinado a molhar os pés no mar. E o pior! Estava chovendo. Frio, muito frio. Rashid solta o ar. —Allah! Meu pai é um cabeça dura. Parece uma mula empacada quando coloca alguma coisa na cabeça ninguém tira. Eu me senti bem em conversar com ele. Há muito tempo isso não acontecia de maneira tão leve. —Seu pai se preocupa muito com você. Sabia? Ele sempre pergunta como está nosso relacionamento. Rashid acena um sim. —Minha vida de solteiro o incomodava há muito tempo. Ele me cobrava uma atitude, eu retrucava. Então ele me calava com seu sermão cheio de conselhos, indagações, às vezes as
Rashid olha para mim, o rosto transtornado. Lágrimas abundante em seu rosto. Eu me odeio por olhar para ele e acreditar que ele é humano, e não frio e calculista com tem se mostrado e mais raiva ainda eu tenho de acreditar, por um momento que seja, que ele precisa de mim. Porque ele me olha como se precisasse agora. Ele desvia seu olhar e foca o chão. —Eu vivo um pesadelo sem hora para acabar. E se ele acabar, meu pai se foi. Entende? Eu me sinto triste com as falas dele, eu o entendo muito bem. Rashid procura meus olhos novamente. Eu assinto para ele. —Perfeitamente. Eu passei por isso. Eu sei o que está sentindo. Aperto a mão dele na minha. Rashid fica a olhar para mim. Não entendo por que não consigo manter a guarda levantada. Tudo nele agora é caloroso, suas mãos, os olhos, a voz. Meu coração se agita. —Khadija...me abrace. Eu, sem pensar, o abraço. Ele estremece nos meus braços. — Khadija. —Ele diz rouco antes de me apertar mais nos braços e em seguida tomar meus lábios