Sua carranca se aprofunda quando ele olha para mim. Seus olhos como um chicote antes de seu braço me envolver e se encolher em volta da minha cintura.—E seu pai? Está bem? —Roger comenta educado.—Sim, está bem. —Rashid diz, seco.A música muda e entra Christina Perri - A Thousand Years. Nessa hora Rashid olha para mim, eu tento avalia-lo através de seus olhos encapuzados. Ele me olha como se só existisse eu e ele no local.— Vamos dançar, habibi? Não podemos ficar parado aqui com essa música a nossa volta.Eu sorrio de leve para ele.—Sim, vamos. —Eu concordo, feliz por ele me tirar para dançar uma música tão romântica, embora ela passa uma mensagem tão triste. Olho para Roger. —Foi bom te ver.Meu coração trovejava no peito quando ele me puxa para o meio do salão. Eu podia sentir os olhares curiosos sobre nós, fora uma avalanche de flashes dos fotógrafos que nos iluminam momentaneamente.Quando Rashid me aperta nos braços arde em meu coração tocar a vida sem pensar nos contratempos
Entramos na mansão. Caminhamos em silêncio até a entrada da porta do meu quarto. Paramos e eu o encaro para lhe dar um boa noite. Nunca me senti tão emocionalmente exausta. Não consigo pensar direito com ele me olhando assim. Os seus olhos tem um brilho intenso e perigoso. Ele então me puxa e beija suavemente.Isso é exatamente o que "não preciso", pois não consigo sair da nossa bolha e enfrentar o mundo real. Eu quero poder ter o dom de afastá-lo. Dizer a ele que quero muito mais do que ele me oferece, mas seus lábios se movendo nos meus roubam todo o meu raciocínio.Seguro a respiração enquanto Rashid se inclina e beija-me mais intensamente dessa vez. O meu coração salta no peito. Aquela determinação em afastá-lo parece tão longe agora. Mas ela ainda está ali, então eu não correspondo, apenas recebo o beijo dele. Só que tem “um porém”. Os lábios dele são maravilhosos, quentes, macios e eu acabo não resistindo muito tempo e, quando me vejo, estou puxando-o para mim e correspondendo o
Eu me sento ao lado do Sheik e pego as suas mãos frias. Antes do médico chegar o Sheik recobrou a consciência. Rashid pegou o pai no colo e o levou para o quarto. Foi triste ver essa cena.Vinte minutos depois desce no heliporto da propriedade o médico da família. Doutor Jonas. Foi até que rápido a sua chegada, muito mais rápida do que se ele tivesse vindo de carro. Mas para um homem que está à beira da morte, uma eternidade sua espera, momentos desesperadores para Rashid. Nunca o vi tão transtornado.Tão logo o médico chegou, Zilá já o conduziu para o quarto.Eu agora estou na sala esperando por Rashid, aflita por notícias do Sheik. Mas quem sai é o médico, eu corro até ele.—E então?Ele aperta os lábios.—Resta-lhe pouco tempo. O coração está fraco demais. Ele não sairá mais da cama.Eu levei a mão a boca para conter o meu choro. O senhorzinho de cabelos brancos, acena tristemente e sai.Eu fico na sala angustiada. Quero muito ver Rashid, lhe dar uma palavra amiga.RashidTento pas
Barulhos vindos do quarto me fazem lavar o rosto rapidamente tirando qualquer vestígio de choro. Dou uma olhada no meu grosso e lindo vestido negro. Embora essa cor, ele é todo bordado e modela minhas formas. Suspiro... Agora que o sheik morreu a incerteza sobre o futuro paira sobre mim como uma enorme nuvem negra. Saio do banheiro com o coração descompassado. Rashid está em frente à janela, quando ele me ouve se vira para mim. Eu estou olhando para um par de olhos escuros. Ele é quente, isso é certo. O calor nos olhos dele me joga em momentos de devaneio e eu me lembro-me da primeira vez que eu coloquei meus olhos nele. Um breve olhar e eu o achei lindo. Logo vi que ele era bem mais velho que eu, seus cabelos tinham um leve grisalho nas laterais. Dele emanava uma energia sedutora, mas mortal... Agora seu cabelo escuro que está caído um pouco sobre sua testa, numa elegância casual. —Venha cá. —Choque reverbera através do meu corpo quando ele diz isso, mas eu obedeço. Minha inte
Eu estava tão quente. Loucamente quente. Meu corpo está superaquecido, meu cabelo bagunçado, minha boca seca, e os meus sentidos queimados. Ele se afastou ligeiramente.—Minha linda Khadija... —Ele fala com os olhos encapuzados, olhando meu rosto vermelho.Quando eu o olho assim, tão cheio de amor para dar, meu coração sussurra que tudo faz sentido. Eu enganaria a mim mesma dizendo que eu não ficaria vazia sem ele.Movida por esse sentimento, eu o puxo para mim e o faço deitar no travesseiro. Ele joga a cabeça para trás quando cubro seu tórax e abdome com beijos quentes, provando sua pele e ele geme quando passo minha língua e meus lábios nos planos deliciosos de seu tórax. Seus músculos se contraem por causa de sua respiração agitada. Provo cada centímetro de sua pele... Tudo agora se torna urgente entre nós. As mãos procurando o corpo um do outro, elas sem movem, apertam. As respirações são pesadas e nossos gemidos se misturam, eles são profundos, desesperados um pelo outro. Tanto,
Conheci Amina de vista. Ela ficou pouco tempo ao lado do pai, pois passou muito mal. Grávida de seis meses, estava muito emocionada. Então Samir, seu marido, a levou embora. Eles acharam por bem poupá-la. Ela não tinha condições nenhuma de acompanhar o enterro.Percebo que Rashid está me observando. Seu olhar é triste, acho que a realidade está o cercando novamente. Ele e seu pai eram muito unidos.—Está com fome? Quer que eu peça para Zilá trazer algo para você comer?—Não.—Você não é do tipo que faz dietas malucas, não é?—Não, só estou sem fome.—Zilá me disse que não anda comendo bem.Claro, era natural. Eu estava triste com a morte do sheik e a forma que Rashid tem me tratado. Esse era o motivo da ausência de fome.—Se estiver fazendo dieta, pode parar com isso! Você ficará doente. E seu corpo é lindo. Eu gosto do jeito que está.—Eu só ando triste com a morte de seu pai e por você me trancar no quarto.Ele me observa calado por um momento. Chego a ver ternura em seus olhos. Tud
RashidOs demônios do passado não me afligem mais, estão enterrados no profundo da minha alma. Levei muito tempo para aprender a não sentir nada por ninguém, para apagar toda a dor que Jéssica havia me infligido. A única maneira que eu conhecia de silenciar a dor era amortizar meus sentimentos e esquecer meu passado, esquecer o quanto ela me magoou.Eu tentei me libertar da minha alma insensível com Jade. Ela foi algo instigante. Ela me olhava de igual para igual, isso me fez querê-la. Ela me fez acreditar novamente que alguém pudesse me ver além das aparências. Além do meu título, com aquele deslumbramento momentâneo que eu odeio tanto.Como sinto por não ter dado certo. Se eu a tivesse conquistado, eu teria ao meu lado uma bela mulher. Mas não foi isso que acorreu. Então, cheguei à conclusão que eu não deveria ter permitido me deixar iludir novamente. Eu forço agora minha alma ficar dormente, porque se ela não estivesse dormente, eu sentiria tudo.Quando eu tenho flashes de ternura
KhadijaAcordo tarde e faço todas as refeições no quarto, como Rashid orientou. Agora à tardinha minha cabeça está latejando. Zilá não virá mais no meu quarto, só na hora do jantar.Num ímpeto de fúria, me levanto da cama e me troco. Coloco o primeiro vestido que encontro na frente e vou à procura de um comprimido para dor de cabeça.Por Allah! Ninguém merece!Eu entro na sala. Dou logo de cara com o primo de Rashid. Ele é como a maioria da família. Alto, bronzeado, cabelos negros e olhos negros. Ele me reconhece de imediato, pois seus olhos brilham nos meus ao me ver.Percebi seus olhos o tempo todo no enterro. Agora a surpresa por eu estar na casa está estampada em seu rosto.Meu coração se agita em desgosto por ter topado com ele.Khara! (Merda!) Rashid quando souber, não irá gostar nada disso. Uma fraqueza me toma e o medo se transforma em pânico quando ele sorri e se aproxima de mim. Mas graças a Allah o sofá fica entre nós.Sinto o meu coração acelerar quando vejo que seu olhar