Killian colocou uma pasta diante de Neelam e disse-lhe:
— Essa é a lista de ausências do Duke. Convença-o a assinar? Devo te alertar, porém, que não será nada fácil convencê-lo a assinar, devido a seu comportamento hostil, mas este será seu desafio… Se aceitar, claro.
— Eu não sei se deveria me aproximar do namorado da maluca da sua irmã. Eu só arranjaria mais problemas. — Falou Neelam.
— Ele não é namorado da minha irmã. — Disse Killian rindo.
— Mas ela disse… — Falou Neelam confusa.
— Ela ACHA que tem qualquer coisa com ele, mas é só na cabeça dela. — Disse Killian
— Quando tenho de trazer essa lista de volta? — Perguntou Neelam.
Killian sorriu, feliz por ela ter aceito.
† † †
Duke estava deitado em um banco no pátio, ouvindo música pelo seu Walkman. Neelam parou e se perguntou como se aproximaria dele sem aborrecê-lo. Ele não parecia nada simpático! Mesmo assim, ela precisava reunir coragem e falar com ele. Ela respirou fundo e foi até onde o ruivo estava. Duke levou quase cinco minutos para perceber a presença dela, e quando isso aconteceu, ele sentou-se no banco e puxou seus fones.
— Qual é gatinha? — Disse Duke a olhando dos pés a cabeça com malícia.
— Você é Duke, certo? — Perguntou ela, nervosa.
— É da polícia? — Ele brincou.
— Não. Eu… Esquece! — Falou ela se virando para ir embora.
— Espera? — Disse ele a pegando pelo pulso com firmeza.
Neelam virou-se e encarou a mão dele em seu pulso.
— Qual o seu nome? — Ele soltou o pulso dela.
— É da polícia? — Ela devolveu.
Duke riu.
— Neelam. — Ela respondeu
— Sei… E como posso ajudar você? — Disse Duke.
— Poderia assinar sua lista de ausência? — Disse Neelam.
— Deixe-me ver isso? — Disse Duke a soltando e levantando-se do banco.
Neelam entregou a folha a ele. Duke olhou a folha e a devolveu a Neelam, dizendo-lhe:
— Foi aquele idiota quem te mandou me entregar isso?
— Killian. — Disse Neelam o corrigindo.
— Pois diga a ele para enfiar essa folha no… Bolso. Não vou assinar isso nem morto! — Disse Duke deliberado.
— Por favor? Se você não assinar, Killian vai acabar comigo! — Falou Neelam.
— E eu com isso? — Disse Duke dando de ombros.
— Por favor, faço o que você quiser. — Falou Neelam, mas se arrependeu daquelas palavras quando o ruivo exibiu um sorriso malicioso.
— O que eu quiser? — Disse Duke interessado.
— O que você quiser… Desde que não seja nada indecente. — Falou Neelam.
— Então… Acho que já sei o que vou pedir. — Ele sussurrou no ouvido dela, a deixando arrepiada.
† † †
— Aqui está a folha de ausência do Duke. — Disse Neelam devolvendo a pasta a Killian.
— Então você desistiu? — Disse Killian, visivelmente desapontado.
— Por favor, dê uma olhada nisso? — Pediu Neelam sorrindo.
Killian olhou a folha e, espantado, disse:
— Não pode ser! Como conseguiu persuadi-lo a assinar essa folha?
— Eu conversei com ele e expliquei a ele qual era a importância desse documento. E ele entendeu e assinou. — Falou Neelam.
Killian riu, incrédulo.
— Sei… Só pela bondade do coração que ele não tem? Duke jamais assinaria essa folha tão facilmente. Eu o conheço bem. Da última vez, tivemos uma discussão feia e mesmo assim, ele se recusou a assinar essa folha. Me diga, o que foi que ele pediu em troca de assinar esses papéis? — Disse Killian.
— Como assim? Ele não pediu nada. Eu juro. — Falou Neelam tentando disfarçar seu nervosismo.
— Não. Duke não cede assim tão facilmente. — Disse Killian seguro do que dizia. — Por favor, confie em mim? Eu prometo que não vou me zangar se me disser a verdade. O que ele pediu em troca de assinar essa folha?
Neelam não poderia falar, pois jurara a Duke que não diria nada.
"Se romper o nosso trato por qualquer motivo, juro que quebro a cara do seu namoradinho de quatro olhos", ela se lembrou das palavras de Duke.
— Não precisa ter medo do Duke. Te dou a minha palavra que ele não vai te fazer mal. — Disse Killian.
Neelam precisava dizer alguma coisa, ou Killian não a deixaria em paz. Então, disse a primeira besteira que lhe veio a mente.
— Ele não pediu nada demais, só um beijo.
— Um beijo?! — Repetiu Killian e balançou a cabeça com raiva.
— Isso… Um beijo… O que tem demais? — Neelam deu de ombros.
— Mas… O que ele pensa que está fazendo? Ele não pode fazer isso! — Disse Killian. — E você, como pode se vender dessa forma? Não sente vergonha?
— Você não me deu outra escolha… — Neelam disse.
Killian deixou o grêmio, indo atrás de Duke. Neelam o seguiu.
— Por favor? Esqueça isso! O que importa é que ele assinou o papel. — Disse Neelam.
— É melhor voltar para a sala. Deixe que eu cuide disso! — Falou Killian.
— Droga! — Disse Neelam deixando de seguir Killian.
Duke conversava com Merlyn Arcangeli e Anderson Bertolini sobre as novas músicas da banda, quando Killian se aproximou e vociferou:
— Você é mesmo pior do que eu imaginava! Um sujeitinho mesquinho! Não tem vergonha de se aproveitar de uma garota indefesa?
— Desculpe? Está falando comigo? — Disse Duke se fazendo de bobo. — Porque se estiver, primeiro, abaixe a voz. Nem meu pai fala assim comigo. E segundo, não faço a menor ideia do que você está falando!
— Você vai negar que chantageou a aluna nova para assinar a sua folha de ausência? — Disse Killian.
"Não acredito que aquela idiota abriu a boca! Mas juro que ela me paga!", pensou Duke.
— Eu não sei do que você está falando! — Negou Duke.
— Neelam me disse que você pediu um beijo a ela em troca de assinar a folha. — Falou Killian.
— Ah, foi isso que ela te disse? — Falou Duke, rindo.
— Vai negar isso? — Disse Killian.
— Não. Eu não vou negar! — Falou Duke.
— Por que tanta coisa por causa de um beijo, cara? Até parece que você está afim dela! — Disse Anderson a Killian.
— Não se mete nisso. Não tem nada a ver com você. —
Falou Killian.
— E se EU tiver a fim da novata? Qual o problema? — Disse Duke.
Killian percebeu que aquela discussão não fazia sentido. Por que ele se alterara tanto por saber que Duke e Neelam se beijaram? Ele não devia se importar tanto, ainda que sentisse qualquer coisa por ela… Era uma besteira.
— É meu dever como representante da turma, zelar por todos. E você não pode fazer mal a ninguém, principalmente a alguém que não pode se defender de você. — Disse Killian chateado.
— Eu acho que a Neelam é bem crescidinha. Vocês não acham, rapazes? — Disse Duke.
Merlyn deu de ombros, voltando a sua atenção a seu bloco de notas.
— Crescidinha até demais! — Falou Anderson sorrindo, malicioso.
Ao perceber que Anderson estava pensando o que não devia, Merlyn lhe deu uma cotovelada.
— Ai! — Disse Anderson com uma careta.
— Então, era só isso o que tinha para me falar? Porque se era, pode ir agora. — Falou Duke.
— Estou de olho em você. — Killian disse antes de ir embora.
— Que história é essa, Duke? — Perguntou Merlyn a Duke depois que Killian se foi.
— Nada que seja da sua conta. Onde estávamos? — Falou Duke.
— Cuidado, viu? Quem brinca com fogo se queima. — Disse Merlyn.
— Nesse caso… Eu sou o fogo. — Duke sorriu, convencido.
Merlyn balançou a cabeça e voltou a falar sobre a banda.
Duke surpreendeu Neelam quando ela deixava o colégio.— Eu não acredito que ia embora sem se despedir de mim. Que coisa feia!— O que você quer? — Neelam se virou, se certificando que Gillian não estava por perto
Neelam acompanhou os irmãos Maldonado até o táxi quando eles foram embora. Até que aquela noite havia sido agradável e Neelam gostou de conhecer Juno, mesmo ela sendo um pouco sombria. Neelam se virou para voltar para a sua casa quando ouviu um assobio. Se voltou na direção de onde ouvira o som que Mikaela foi até o quarto de sua filha e abriu a porta, encontrando a garota sentada na cama, escrevendo.— Neelam? Pode me fazer um favor?— Sim, mãe. Qual? — Neelam fechou seu caderno, o colocando de lado.— 5. O diabo mora ao lado
O apartamento onde Kendall vivia com sua família, não era tão pequeno como Juno descreveu. Era maior que a casa de Neelam. Uma cobertura luxuosa com a melhor vista da cidade. O pai de Kendall devia ganhar muito bem para eles viverem de forma tão confortável, imaginou Neelam.
Neelam esqueceu de ligar o despertador e perdeu o horário de ir para o colégio. Sua mãe não a despertou quando saiu para ir ao trabalho porque normalmente Neelam costumava acordar sozinha. Duke contava com as respostas do exercício que ela faria por ele, e acabou se dando mal quando ela não apareceu.— Mas que droga! — Duke resmungou. — Espero que ela não invente de faltar amanhã também porque preciso entregar aquele maldito trabalho para aquela professora chata.
Neelam empurrou Duke e deu um tapa na cara dele.— Vai embora! Eu não acredito que fez isso! — Falou ela brava. — Qual o seu problema? — Perguntou, confusa.— Neelam foi para o grêmio no terceiro tempo. Chegando lá, bateu à porta e esperou até Killian recebê-la. Ele não sorriu como das outras vezes, apenas disse:— Duke observava Neelam e Merlyn conversando e se sentia cada vez mais excluído… Eles falavam sem parar como se se conhecessem desde sempre e, o pior era que o ignoravam. Aquilo o chateou. Não era bem o que ele planejara para aquela tarde… Mas seus “amigos” tinham de aparecer para estragar tudo. Especialmente Merlyn que estava tomando tão facilmente algo que ele estava lutando para conquistar. Era inacreditável como as coisas aconteciam. Ninguém se esforçava para conquistar nada. Porque era mais fácil, chegar e tomar o que não lhe pertencia? Era o que Merlyn fazia. Mattew percebeu que Duke estava mal e disse-lhe: — Que tal se nós fôssemos até a lanchonete buscar hambúrguer? Estou morrendo de fome! — Não é melhor pedirmos uma pizza? — Sugeriu Willow. — A gente come pizza sempre. Já e9. Interrompidos
10. Excluído